32-

Estava na escola, mais especificamente no almoço. Estava em uma mesa sozinha apenas mexendo no celular.

—Oi.—Disse a Beverly setando na cadeira ao meu lado.

—Eai.

—Você pode se sentar com a gente se quiser, ainda mais agora que você é da equipe.

—Obrigada pelo convite.—Sorri.—Vou lá daqui a pouco, só vou terminar meu lanche.—Nem comendo eu estava...

A Beverly saiu da mesa e eu voltei a olhar o celular. Estava olhando o instagram e vi uma foto dos meus antigos ''amigos'', ver aquela foto me lembrou do dia que tudo aconteceu, o que me levou a lembrar o Falcão batendo nele, que obviamente me lembrou dos meus momentos com o Facão. Simplesmente odiava lembrar dessas coisas, ainda mais porque me lembrava o acidente do Miguel, isso me deixa bem abalada, as vezes eu até me sinto culpada por desistir de separar a briga na primeira tentativa.

Lembrar dessas coisas me dava um ódio e uma tristeza ao mesmo tempo, eu percebi que afastei tudo mundo de mim, principalmente meu pai.

—Olívia, minha linda—Disse o Falcão se sentando na beirada da mesa, ele estava com um sorriso que logo se cessou.—Você está bem? Parece  abalada.

—Tá tudo bem sim, só não dormi direito a noite.—a verdade era que eu não consegui dormir.—O que você quer?

—É...—Ele ficou enrolando pra falar enquanto eu o encarava com uma cara de tédio.—Eu preciso da sua ajuda.

—Não, desculpa. Estou com preguiça.

—Por favor. Eu te pago 10 dólares.

—30 e negócio fechado.—Nem sabia o que era mas tudo bem.

Aceitei sem nem pensar por dois motivos: 1- Minha vida estava numa rotina entediante sem fim, precisava fazer algo novo por mais simples que seja. 2- Falcão não e deixaria em paz até eu aceitar. Mas eu ainda quero no mínimo 25 dólares.

—20 dólares.

—25–ele tinha que ceder, não tem outra opção.

—20 e um milkshake.—Ele disse sorrindo convencido. Droga! Ele sabe que eu nunca recuso um milkshake.

—Fechado.—Disse revirando os olhos.

—Agora vem.

Fomos para a mesa onde tinha várias pessoas do Cobra Kai.

—Então... segura esse celular e grava um vídeo.—Disse o Falcão me entregando o celular dele.

—É sério que você vai pagar 20 dólares pra te filmar jogando bola? Achei que seria algo mais interessante.

O Falcão tava com cara de quem iria aprontar alguma, mas ele não pode fazer algo muito escandaloso, a conselheira Blatt não deixa nem respirarmos perto de outras pessoas que fazem carate.

O Falcão começou a fazer embaixadinhas, não sabia que ele era tão bom nisso.

—Vinte e duas. Novo record.—Disse o Falcão olhando para a câmera.

Escutei o Demetri falando alguma coisa sobre asteroide, mas não liguei já que não era comigo. Por algum motivo desconhecido o Falcão simplesmente jogou a bola em algum lugar que fez um tremendo barulho, e por puco a bola não pegou em mim.

Virei para olhar a merda que ele tinha feito, ele destruiu uma maquete cheia de legos. Parei de gravar e coloquei o celular no meu bolso.

—Foi mal ai, cara.—Disse o Falcão indo até a mesa do Demetri e pegando a bola de volta.--Acho que perdi o controle da bola.

—Eu levei três semanas pra montar.—Disse o Demetri.

—É e a bola levou 3 segundos pra destruir.—O Falcão saiu de e veio do meu lado.—E é agora que você me ajuda.

—Mas...—Ia dizer mas fui interrompida.

—Mais um semana com você tentando marcar território.—Disse o Demetri vindo ate a gente.—Mas não é surpresa, já que você adora se mijar.—me segurei pra não rir.

—Você acertou um chute. Teve sorte.—Disse o Falcão se aproximando dele.

Os outros Cobras queriam ir mais para frente então eles ficaram me empurrando para passar já que eu estava parada no mesmo lugar. Antes todos ficam em uma melação comigo por eu ser filha do sensei, agora tudo mundo me odeia. Mas é melhor assim, aquela melação toda, tipo ''Não fala assim dela, ela é filha do sensei'' me irritava.

—É melhor se afastar, ou você não vai ter sorte.—disse a Samantha chegando e o Falcão olhou pra ela com cara de deboche.

—Você adora começar as coisas né, princesa?—Disse o Falcão vendo que a conselheira estava se aproximando. —Na verdade, por que você não dorme com algum novato e parte o coração dele?

A Samantha se estressou e empurrou o Falcão, ele só não caiu pois os caras do Cobra Kai seguraram ele. O plano do Falcão deu meio errado já que a lerda da conselheira Blatt não percebeu.

O Falcão me olhou como se esperasse que eu fizesse algo, respirei fundo tentando pensar em alguma coisa.

—Você é tão lerdinha pra uma Miyagi-do.—eu disse, mas me sentia culpada por dentro. Mas depois ganharia um milkshake então tudo bem.

—Eu não lerda.—Disse a Sam revirando os olhos.

—Ok... espera. É a Tory ali?—perguntei olhando para o nada.

A Sam se virou rapidamente para olhar, mas obviamente não tinha nada ali. Ela se voltou pra mim e me empurrou, como os caras do Cobra Kai não se importaram eles me deixaram cair no chão fazendo a conselheira Blatt perceber a confusão.
Bando de idiotas, eu estava defendendo eles.

—Sam, por que você fez isso?—Diz forçando voz de choro enquanto o Falcão me ajudava a levantar.

—O que está acontecendo aqui Srta. LaRusso? Você conhece as novas regras sobre contato físico.—Disse a Blatt.—Ela invadiu seu espaço pessoal seu consentimento verbal?—ela perguntou pra mim.

—Ela com certeza invadiu o espaço pessoal da Olívia.—O Falcão respondeu por mim me abraçando de lado, já que eu estava chorando, não chorando tecnicamente, mas sim fingindo.

—Do que tá falando?—Disse o Demetri.—Ele que começou destruindo meu projeto de ciências.

—Foi um acidente! E você não devia trazer seus brinquedos pra escola.

—Eu não quero desculpas. Só quero que vocês se respeitem, ta?

—Ela tem razão, vamos parar com as agressões, as pequenas e as grandes.—Não dava nem pra acreditar que foi o Falcão que disse isso.

Não sabia quem estava fingindo mais, eu ou o Falcão.

—Ah fala sério!—Disse a Sam.

—Olha. Considere isso uma aviso, Srta. LaRusso. E tire esses pegos do chão, alguém pode acabar se machucando.

—Desculpa, conselheira Blatt, eu não deveria ter pedido para o Fal... Eli fazer embaixadinhas, essa confusão e tudo culpa minha.—Disse chorando ainda mais.

—Esta tudo bem, querida. Vá limpar o seu rosto, Eli vá com ela.—Ela deu um olhar mortal pra Samantha e saiu.

Sai em direção ao banheiro feminino e o Falcão veio atrás.

—Não precisa me seguir.—Disse já entrando no banheiro e ele entrou atrás.—Você não pode entrar aqui.

—A conselheira mandou eu te seguir.

—Eu sei, mas não precisa. Já que está aqui, me passa o dinheiro,

Ele revirou os olhos e pegou a carteira, tirou uma nota de 20 dólares e me entregou.

—Obrigada.—disse sorrindo.—Você é um idiota sabia?

Peguei um cigarro e um isqueiro dentro da minha mochila.

—Vai fumar agora?

—Sim?—disse como se fosse óbvio.

—Não vai não, me dá isso aqui.—Ele disse tentando pegar.

Eu levantei o cigarro pra cima mas ele conseguiu pegar do mesmo jeito e jogou no lixo. Antes que eu pudesse fazer alguma coisa o sinal bateu e eu fui obrigada a voltar pra sala.

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