12-
O Falcão passou na casa de uns caras e depois fomos para uma loja, comprar spray e papel higiênico. Comprei um spray vermelho e um preto.
Chegamos no Miyagi-Do. O Falcão passou spray na placa de entrada.
—Vamos terminar aquela luta.—disse o Falcão jogando o spray pra mim.
Eu nem estava naquela luta, mas só estava ali ajudando o Falcão por pura falta do que fazer. A única parte ruim seria ter que explicar para o meu pai porque eu cheguei tarde em casa, se ele descobrisse o que aconteceu com Miyagi-do ele iria saber que eu estava metida nisso na hora, mas isso é só detalhe.
Adentramos o Miyagi-Do e começamos a destrui-lo. O Falcão pichou o carro enquanto eu derrubava o saco de pancadas que tinha lá, os outros caras espalhavam o papel higiênico, destruímos algumas outras coisas e vi o Falcão encarando algo.
—O que foi?—perguntei me aproximando e percebi a que ele encarava a medalha de honra.
Ele não disse nada apenas pegou a medalha e saiu.
O Falcão terminou de destruir algumas coisas e decidiu ir embora, deixou os meninos nas casas deles e só estava eu e ele dentro do carro.
—Pra onde quer que eu te leve?—perguntou o Falcão.
—Qualquer lugar, menos para a minha casa.—respondi.
—Ta bom... eu vou te levar em um lugar, mas por favor não conta sobre ele pra ninguém.
—Porque não?
—Porque poucos pessoas conhecem lá e não quero que as pessoas descubram.
Antes de chegar no local passamos em uma convivência e compramos cervejas.
Não demorou muito para chegarmos, era um lugar no meio do mato. Tivemos até que caminhar no meio de algumas árvores.
—Ignorando essas árvores, vai valer a pena.—disse o Falcão afastando um galho.
—Espero que valha mesmo.
—Chegamos.—ele disse simples.
Era um lugar incrível. Dava pra ver uma boa parte de Los Angeles. Tinha um pequeno morro sem nenhuma árvore. Se eu tivesse talento para pintura com cerca voltaria aqui outro dia para pintar a paisagem.
—Como você achou esse lugar?—perguntei me sentando e ele se sentou ao meu lado.
—Não me lembro, eu costumava vir aqui com o meu pai, mas aí ele ficou muito ocupado com o trabalho.
—Minha mãe também nunca teve tanto tempo para mim. Porque os adultos tem que ser tão viciados em trabalhos?
Me lembrei que eu tinha cigarro no bolso. Não era muito de fumar, mas dava vontade de vez em quando. Tirei o cigarro e o isqueiro do bolso logo em seguida ascendendo o baseado.
—Você vai fumar?—perguntou o Falcão.
—Sim?—respondi como se fosse óbvio. —Só não conta pra ninguém. Quer?
Ele hesitou um pouco mas acabou aceitando.
—Você sempre anda com um cigarro assim no bolso? E se um dia a polícia te parar?
—Esperai ai também. Eu não sou viciada. Fumo só de vez em quando. Destruir um dojô não estava nos meus planos, eu iria pegar meu kimono e depois acharia um lugar pra ficar em paz.
—Não tem medo do seu pai descobrir?
—Pelo o que eu sei ele era bem pior do que eu quando tinha a nossa idade.
—Aparentemente você é igual a ele.—disse o Falcão soltando um riso nasal.
—O que te faz pensar isso?
—Disseram que você foi expulsa da sua antiga o escola. O que aprontou pra acontecer isso?
—O aconteceu um lance com o filho do diretor mas meio que ninguém acreditou em mim e eu causei uma confusão.
—O que ele fazia pra você?
—Segredo.—disse soltando um sorriso e fazendo sinal de silêncio enquanto tentava esconder o nojo que eu sentia quando lembrava disso.
A verdade é que eu não gosto de relembrar o motivo por eu ter causado aquela briga. Eu não tinha contado para ninguém sobre isso, apenas para a minha mãe que não acreditou e desde então eu venho fingindo que nada aconteceu.
—Agora eu faço uma pergunta pra você. Você nem sempre foi assim né? Com esse moicano e com a tatuagem. Então como que você era antes e como que é o seu verdadeiro nome?
—Primeiramente: não, eu nem sempre fui assim.
—Então eu posso te chamar de Eli? Por favor, Eli.
—Não!
—Porque não? É um nome tão fofinho, por favor.
—Ta, tá, que se foda, mas por favor, não fica chamando na frente dos outros... Continuando, antes de eu entrar para o Cobra Kai, eu era um fracassado, e tudo culpa dessa belezinha aqui.—ele disse apontando para o lábio. —Todo dia eu ouvia coisas do tipo "que garota beijaria isso?" "Parece que ele foi beijado por um cortador de grama" e também me chamavam de lábio de merda.
—Deixa eu ver uma foto sua?
—Ai já é querer de mais.—ele disse revirando os olhos.
—Por favor Falcãozinho.—continuei insistindo. —Eli? Por favor. Ou eu posso simplesmente entrar no Instagram da sua mãe e achar....
—Não. não, espera. Deixa eu achar uma foto.—ele disse rapidamente e eu ri.
Ele me entregou o celular com uma foto dele e do Demetri, pelas camisetas eles pareciam ter participado de um campeonato de matemática.
—Você era tão fofinho.—disse rindo.
—Não era não.
—Era sim. E com certeza eu seria a garota que te beijaria se visse alguém fazendo bullying com você.
—Sério?
—É eu acho que sim.—Respondi dando de ombros e me deitando na grama.
—Acha que o Miguel e a Sam vão voltar?— Falcão perguntou depois de um tempo em silêncio.
—Não sei. Você viu o Miguel e a Tory esses últimos dias? Mas talvez eles voltem, eu não sei, não sou vidente. Eles podem voltar, sem casarem e terem 2 filhos, um do cobra kai e outro do Miyagi-Do... ou eles podem fingir que o relacionamento deles nunca aconteceu.
—Eh talvez. Eu não sei se eu quero continuar com a Moon.
—Só uma coisa pra te atualizar: vocês não estão mais juntos.
—Eu sei, mas tipo: não se eu eu devo tentar voltar com ela. Não sei se eu realmente gosto dela, entende?
—Isso quer dizer que você estava com ela por aparência?
—Não. Claro que não. Ela é uma garota muito legal e divertida mas não sei se dá pra me imaginar casando com ela.
—Casamento é uma coisa muito relativa. Eu por exemplo não sei se eu realmente quero me casar.—respondi ainda olhando para o céu.—Mas se um dia eu for me casar quero que seja simples. Uma coisa simples, não precisa ser necessariamente um segredo. Eu não quero um casamento com aquelas festas imensas que só vai um monte de parente chato comer a sua comida. Depois do casamento ir para algum lugar chique e transar até não sentir minhas persas.—respondi, essa última parte eu disse como se fosse a coisa mais simples do mundo, o que na verdade não era.
—Não conhecia esse seu lado meio sadomasoquista.—disse o Falcão.
—Ei! Eu não sou sadomasoquista e não querer sentir as pernas por umas horinhas não é sadomasoquismo. você que tem cara de que curte essas coisas.
—Eu? —Falcão fingiu indignação.
—Você mesmo.—Disse tocando na ponta do nariz de e rindo. —Se você não gosta realmente da Moon, qual seria o seu tipo de garota?
—Pra falar a verdade, não sei, talvez uma menina que goste das mesma coisas que eu, seja inteligente, mas não no nível nerd...
—Qual é o seu preconceito com nerds?
—Eles são estranhos...
—Isso foi uma crítica sobre você do passado?
—Talvez... mas continuando... ela tem que ser amiga ou pelo menos gostar dos meus amigos, goste de karatê.
—Porra, você é exigente.—disse quando ele acabou de falar.
—Talvez ela seja filha do meu sensei.—disse o Falcão e eu o olhei surpresa.
—O que? Falcão...?
—Me desculpa, eu não devia ter dito isso.
—Mas isso é sério?
Eli se aproximou de mim e selou nossos lábios, mas eu me separei rapidamente.
—O que você tá fazendo?—perguntei.
—Eu achei que...
—Eli, é complicado, ok? Pra ser bem sincera eu gosto de você. Mas você acabou de terminar um relacionamento, como que eu vou saber que você não tá me usando pra um tipo de consolação?
—Eu também gosto de você.—ele disse rápido.
—Você quer que eu acredite assim tão fácil? Você tinha até uma namorada a duas horas atras. E você fez uma tatuagem pra ela.
—Eu nem gostava da Moon de verdade. E... porra eu sei que a gente se conhece a mais ou menos um mês, mas eu gosto de você. Por favor acredita em mim. Eu juro que eu não vou te usar pra superar a Moon, eu nunca faria isso. Se eu não gostasse de você... eu não te falaria sobre como eu era antes e muito menos te mostraria uma foto minha de antigamente.
—Isso não explica a tatuagem. Você nem gostava da garota direito e fez uma tatuagem pra ela!?
—Eu não sei onde é que eu tava com a cabeça. Mas o importante é que eu gosto de você agora e você gosta de mim. Podemos fazer isso dar certo.
—Eu não sei, Eli.—Disse passando a mão em meu cabelo.
Falcão segurou meu rosto delicadamente, deu início a um beijo e dessa vez eu não recuei.
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