Um ao outro'. #003




☞ " #003/ Um ao outro .',


Maju, minha melhor amiga, estava empolgada no paddock, observando o movimento das corridas. Ela sempre foi mais esportiva, animada com momentos como aquele, já para mim era parte do cotidiano.

A morena parecia especialmente eufórica naquele dia, animada para assistir à corrida do meu irmão. Ela olhava em volta, observando as equipes prepararem os carros, o zumbido baixo dos motores ecoando pelo paddock.

— Cara! Tô louca pra corrida do seu irmão! — Fala, com os olhos brilhando de alegria.

— Calma, mulher! — Rio, dando uma leve arregalada nos olhos.

— Ah, eu sei, eu sei! É só a ansiedade, sabe? Adoro ver a corrida do seu irmão, sempre é emocionante! — Diz, roendo a ponta de sua unha.

Eu estava estranhando o comportamento da Maju faz um tempo, ela sempre fica falando e falando sobre meu irmão.

Algumas vezes até já duvidei se eles não tinham algo, não era normal.

— Amiga? — Me viro de frente a ela, pegando em suas duas mãos — Sinceridade.

A menina me encara, mexendo a cabeça sem entender.

Aperto suas mãos entre as minhas, tomando coragem para perguntar algo que vinha na minha mente há um bom tempo.

— Maju... Você tem alguma coisa com meu irmão, né?

A garota arregala os olhos, ela separa nosso toque, levando sua mão para seu brinco, onde ajustou, obviamente nervosa.

— Fala sério, Lexiezinha! Seu irmão? — Ela ri, mudando a mão para sua cintura — Óbvio que não.

Passo a mordiscar o lábio, desconfiança em meu olhar.

— É só... Você é sempre muito próxima dele, sempre falando. É meio difícil de não perceber, sabe? — Argumento, colocando minhas mãos no bolso de minha calça, aliás hoje estava chovendo.

— Eu só converso com ele por conta da nossa amizade, aliás eu vivo na sua casa! — Fala, agora confiante.

— Mentirosa! Cara, você mente muito mal! — Dou risada, pegando minha garrafa Stanley.

— Não tô mentindo!

— Jura pela nossa amizade que se um dia algo acontecer vai me contar? — Pergunto, tentando puxar a água da garrafa.

— Desiste dessa ideia, Colapinto! — Sorri, sabendo o quanto odeio meu sobrenome.

Percebo que minha garrafa está vazia, merda.

Conferindo no relógio ainda havia 40 minutos para começar, tempo tranquilo de pegar outra garrafa de água.

— Vai comigo comprar uma água? — Peço.

— Amiga! Tá chovendo uma caralho lá fora, não quero me molhar.

Reviro meus olhos.

— Falsa! — Direciono um olhar fuzilado antes de me direcionar a saída.

Pego minha bolsa e uma carteira indo em direção a loja, a chuva caia apenas alguns pingos em mim, já que estava em uma área coberta.

Entrando na lojinha, observo as prateleiras de produtos enquanto me encaminho em direção à geladeira com as garrafas de água. A loja está relativamente vazia, apenas alguns outros espectadores de corrida fazendo pequenas compras.

Em meio das pessoas percebi Ollie, claro! Ele só corre na fórmula dois.

Inicialmente, permanecemos em silêncio, ambos sabendo da presença um do outro. Por fim, Ollie se vira para mim, quebrando o silêncio entre nós.

— Oh, oi, não esperava encontrar você aqui — diz, um pequeno sorriso surgindo em seus lábios.

Deixo um riso escapar, pegando uma garrafa de água da geladeira.

— Como assim não esperava? Meu irmão vai correr — Respondi, ainda com o sorriso em meu rosto.

— Ah seila, você nunca vem — O menino fala, encarando minha roupa de cima para baixo, sem disfarçar.











































































Eu percebo que estou encarando- a por alguns segundos mais do que o normal, tentando não olhar para sua camisa, mas falhando miseravelmente.

Aproveito que Lexie está distraída pegando a garrafa de água, para encará-la.

Ela está usando uma calça jeans com a camisa de seu irmão, com o cabelo ondulado nas pontas.

A camisa, apesar do tamanho grande, se encaixa perfeitamente em seu corpo, moldando seu físico.

— Você deveria vir mais vezes — Digo, sem desviar o olhar de sua camisa.

Percebo que ela apenas assinte, sem graça.

Coloco a mão até a nuca, com uma risada abafada, tentando mudar o tópico da conversa.

— Então, né, chuva tá forte, não tá?

— Poise! Justo quando eu venho isso acontece — Brinca, sorrindo de canto.

— Você nunca traz má sorte, Lexie — Respondo, sem perceber sinto minha voz engrossar com a menina.

— Eu nunca trago má sorte? — Replica, franzindo a testa em dúvida — Quer parar de encarar minha camisa um segundo, Ollie?

— O quê? — Digo em um tom inocente enquanto desvio rapidamente meu olhar da camisa — Não precisa ficar paranoica, eu não estou encarando a sua camisa.

— Encarando onde então? — Provoca, se afastando em direção ao caixa.

— Não estou encarando nada! — eu insisto, seguindo atrás dela, tentando manter um olhar inocente.

Mas eu não consigo tirar os olhos do contorno da camisa em seu corpo, como se ela encaixasse perfeitamente. Eu tento me controlar, mas é difícil!

Ela ri de uma forma que me deixa desconcertado por um momento, enquanto continua a me provocar.

— O que foi, você gosta de olhar para os meus
peitos? — Diz, debochando de mim com um sorriso malicioso.

Meu rosto cora ligeiro com a provocação, mas mantenho a pose enquanto rio com despreocupação.

— O quê? Eu não poderia me importar menos para os seus peitos.— minha voz sai mais baixa e rouca do que eu pretendia.

Ela não se intimida com meu comentário, pelo contrário, seu olhar se torna mais travesso enquanto se aproxima de mim.

— Jura? Então porque você está olhando tanto, hm? — Pergunta, a voz cheia de provocação.

Meu rosto fica mais quente, tentando manter a mesma expressão serena, mas por dentro eu queria bater a cabeça na parede. Eu não deveria ser tão óbvio assim!

— Relaxa, Ollie. — Ri pegando suas sacolas.

Eu engulo em seco enquanto a ouço rir, tentando novamente me recompor.

— Relaxar? Não preciso relaxar, estou completamente relaxado. — Digo, tentando soar despreocupado enquanto me encosto na prateleira ao meu lado.

— Ta bom — Sorri, deixando um beijo na minha bochecha — te vejo depois da corrida — Pisca pra mim, antes de sair.

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