6ª Cap.- O Chapéu Seletor.
A porta se abriu de repente, revelando uma figura imponente: uma bruxa alta, vestida com trajes verde-esmeralda e cabelos negros. Seu rosto era marcado pela gravidade, e o primeiro pensamento que cruzou a mente de Audrey foi que se tratava de alguém a quem não deveria perturbar.
A bruxa, com olhos penetrantes e lábios finos, exigia o grupo de alunos com uma expressão que não deixava margem para brincadeiras. Sua postura ereta e a maneira como a varinha segurava indicavam que ela estava acostumada a comandar respeito e disciplina. As dobras de suas vestes esvoaçavam levemente com a brisa que entrava pela porta aberta, adicionando um toque de majestade à sua presença.
Audrey sentiu um frio na espinha ao perceber a autoridade que emanava daquela mulher. Ao redor, os outros alunos também estarão cientes da importância naquele momento, com olhares nervosos e respirações contidas.
— Bem-vindos a Hogwarts — disse a bruxa com uma voz clara e firme, que ecoou pelo corredor silencioso. — Eu sou a Professora McGonagall. Siga-me, por favor.
Ela deu um passo para trás, permitindo que os alunos entrassem. Audrey encontrou um olhar rápido com Draco, que parecia tão adorável quanto ela. Enquanto seguiam a professora McGonagall pelo vasto hall de entrada, com suas altas colunas de pedra e tapeçarias antigas, Audrey não podia deixar de sentir uma mistura de ansiedade e excitação. Estavam prontos a começar uma nova etapa em suas vidas, e a presença da Professora McGonagall só tornaria tudo ainda mais real e solene.
Os passos ecoavam no piso de mármore enquanto o grupo avançava, seguindo a figura autoritária da professora. O silêncio era quase palpável, quebrado apenas pelo som das suas passadas firmes. Eles foram conduzidos por corredores vastos e iluminados por toques, que lançavam sombras dançantes nas paredes de pedra.
Finalmente, chegamos a uma grande porta de madeira esculpida. McGonagall se voltou para o grupo, seus olhos brilhando com um misto de orgulho e rigor.
— Bem-vindos a Hogwarts — disse a Professora McGonagall, sua voz firme e clara. — A Cerimônia de Seleção foi realizada em breve. Durante a cerimônia, cada um de vocês será selecionado para uma das quatro casas. São elas: Grifinória, Lufa-Lufa, Corvinal e Sonserina. Enquanto estiver aqui, suas casas serão como sua família. Você ganhará pontos para suas casas por boas ações e perderá pontos por desobedecerem às regras. No final do ano, a casa com mais pontos ganhará a Taça das Casas.
Ela fez uma pausa, deixando que suas palavras fossem absorvidas pelos alunos. Audrey sentia um frio na espinha e olhava ao redor, encontrando olhares ansiosos e apreensivos de seus novos colegas.
— O banquete de abertura do ano letivo vai começar daqui um pouco, mas antes de se sentarem às mesas, vocês serão selecionados para suas casas. A seleção é uma cerimônia muito importante porque, enquanto estiver aqui, sua casa será uma espécie de família em Hogwarts. Vocês assistirão aulas juntos, dormirão em dormitórios da casa e passarão o tempo livre na sala de estar.
— As quatro casas chamam-se Grifinória, Lufa-Lufa, Corvinal e Sonserina — Audrey e Draco se olharam ao ouvir o nome de sua respectiva futura casa —. Cada uma tem sua história honrosa e cada um tem bruxos e bruxas extraordinárias. Enquanto estiverem aqui, seus triunfos renderão pontos, enquanto os erros os perderão. No fim do ano, a casa com o maior número de pontos chegará à taça das casas, uma grande honra. Espero que cada um de vocês seja motivo de orgulho para a casa a qual pertencer.
— A história da fundação de Hogwarts é envolta em mistério e lendas. Segundo o Milênio Bizarro, Hogwarts foi fundada há mais de mil anos por quatro bruxos poderosos: Godric Gryffindor, Helga Hufflepuff, Rowena Ravenclaw e Salazar Slytherin.
— A lenda conta que esses quatro bruxos misteriosos se uniram para criar uma escola de magia que acolhesse e ensinasse jovens bruxos e bruxas de todo o mundo mágico. Cada um dos fundadores tinha suas próprias crenças e valores, e eles criaram a escola em um local isolado e mágico, protegido dos olhares curiosos dos não-mágicos, os trouxas.
— Os fundadores escolhem um terreno montanhoso na Escócia como o local ideal para a escola. Juntos, outros seguiram a construção do castelo de Hogwarts, que eventualmente se tornaria um dos lugares mais icônicos do mundo mágico. Cada fundador estimula sua especialidade para a construção do castelo, criando passagens secretas, encantos protetores e salas especiais.
— Além de contribuírem para a construção física da escola, os fundadores também pretendiam criar os quatro dormitórios das casas de Hogwarts, que receberam seus nomes em homenagem a cada fundador. Cada casa representava valores específicos: Gryffindor valorizava a coragem, Hufflepuff a lealdade, Ravenclaw a inteligência e Slytherin a ambição.
—No entanto, nem tudo era harmonia entre os fundadores. Uma divergência de opiniões surgiu sobre a admissão de alunos nascidos trouxas. Slytherin acreditava que apenas bruxos de sangue puro deveriam ser aceitos em Hogwarts, enquanto os outros fundadores discordavam e defendiam a inclusão de todos os bruxos, independentemente de sua origem.
— Ao longo dos séculos, Hogwarts se tornou um local de aprendizado e formação para gerações de bruxos e bruxas. A escola mágica continua a prosperar, mesmo enfrentando desafios e ameaças ao longo de sua longa história, e o castelo elétrico como um símbolo duradouro de magia e conhecimento no mundo mágico.
— A cerimônia de Seleção vai ser realizada dentro de alguns minutos na presença da escola toda. Sugiro que você se arrume ou melhore o que puder enquanto espera.
Seu olhar pausou por um instante na capa de Neville, afivelada debaixo da orelha esquerda, e no nariz sujo de Rony. Audrey, nervosa, ajeitou os cabelos e retocou o batom. Os alunos murmuravam nervosamente enquanto tentavam se ajeitar e se preparar para a cerimônia. Audrey, com o coração acelerado, trocou olhares com Draco, que tentou lhe oferecer um sorriso tranquilizador.
Ao redor, os alunos faziam pequenos ajustes em suas roupas e penteados, claramente tentando se apresentar da melhor forma possível. Alguns murmuravam entre si, especulando sobre como seria o processo de seleção. A atmosfera estava carregada de ansiedade e expectativa.
Ela observou Neville, que tentava endireitar a capa mais uma vez, seu rosto vermelho de esforço e nervosismo. Perto dele, Rony esfregava o nariz sujo com a manga da roupa, olhando ao redor com uma expressão apreensiva.
— Tudo vai ficar bem — Draco sussurrou para Audrey, notando seu nervosismo. Ele tentou oferecer um sorriso tranquilizador, mas Audrey podia ver que ele próprio estava um pouco pálido e inquieto.
— Mas como é que vão nos selecionar para as casas? — Audrey ouviu Harry perguntar a Rony.
— Devem fazer uma espécie de teste, acho. Fred diz que dói a cabeça, mas acho que estava mentindo.
— Não é um teste — Audrey disse a eles. — Usaremos o Chapéu Seletor, ele é quem vai nos selecionar para nossas casas.
Os dois suspiraram aliviados. Então, algo aconteceu que os fez pular bem uns trinta centímetros no ar – várias pessoas atrás deles gritaram.
— Que diab...
Ela ofegou, e as pessoas ao seu redor também. Cerca de vinte fantasmas atravessaram a parede dos fundos. Brancos-perolados e etéreos, deslizaram pela sala, conversando entre si, mal notando os alunos. Pareciam envolvidos em uma discussão. Um fantasma que lembrava um fradinho gorducho ia dizendo:
— Meu caro Frei, já não demos a Pirraça todas as chances que ele merecia? Ele mancha nossa reputação e, você sabe, ele nem ao menos é um fantasma. Nossa, o que é que essa garotada está fazendo aqui?
Um fantasma, trajando uma gola de rufos engomada e meias, voltou sua atenção de repente para os alunos.
— Alunos novos! — disse o Frei Gorducho, sorrindo para eles. — Estão esperando para serem selecionados, certo?
Alguns garotos afirmaram com a cabeça, mudos.
— Espero ver vocês na Lufa-Lufa! — falou o Frei. — É a minha antiga casa, sabe?
— Vamos andando agora — disse uma voz enérgica. — A cerimônia de Seleção vai começar.
Enquanto esperavam, o som dos passos ecoava suavemente pelo saguão de pedra, cada um ressoando como um lembrete de que estavam prestes a dar um grande passo em suas vidas. Audrey fechou os olhos por um momento, tentando controlar a respiração e acalmar o coração que batia descompassado em seu peito.
O tempo parecia se arrastar, cada segundo marcado pela crescente tensão no ar. A porta da sala se abriu novamente, e a Professora Minerva voltou, seu rosto impassível e olhos sérios.
— Agora façam fila e me sigam — disse ela com firmeza.
Sentindo-se desconfortável, como se suas pernas tivessem se transformado em chumbo, Audrey entrou na fila atrás de um garoto de cabelos cor de palha e à frente de Draco. Todos saíram da sala, atravessaram novamente o saguão, e as portas duplas que levavam ao Grande Salão se abriram.
As grandes portas revelaram o interior do Grande Salão, iluminado por milhares de velas flutuantes que pairavam sobre as quatro longas mesas cheias de alunos. No fundo, uma mesa elevada onde os professores estavam sentados, observando com curiosidade os novos alunos que entravam. Audrey sentiu os olhos de todos sobre ela, aumentando ainda mais sua ansiedade.
Ao adentrarem o Grande Salão, Audrey não pôde deixar de se maravilhar com a majestade do lugar. O teto encantado refletia o céu noturno, repleto de estrelas cintilantes, criando uma sensação de imensidão. As bandeiras das quatro casas pendiam das paredes, cada uma exibindo orgulhosamente seu símbolo e suas cores.
— Bem-vindos a Hogwarts — disse a professora Minerva, conduzindo-os até a frente do salão, onde um antigo chapéu remendado estava colocado sobre um banquinho. — Quando eu chamar seu nome, vocês colocarão o Chapéu Seletor na cabeça e se sentarão para serem selecionados.
Audrey respirou fundo, tentando conter a ansiedade que ameaçava dominá-la. Sabia que, em poucos momentos, seu destino em Hogwarts seria decidido.
Os alunos murmuravam nervosamente enquanto tentavam se aposentar e se preparar para a cerimônia. Audrey, com o coração acelerado, encontrou olhares com Draco, que tentou lhe oferecer um sorriso tranquilizador.
— Vai dar tudo certo — disse Draco em voz baixa.
— Espero que sim — respondeu Audrey, ajustando sua vestimenta.
O nervosismo não era palpável. Audrey observava os rostos ao seu redor, percebendo que todos compartilhavam o mesmo sentimento de ansiedade e expectativa. Ela respirou fundo, tentando se encantar enquanto aguardava o momento em que a porta se abriria novamente e eles seriam chamados para a cerimônia que definiria o início de suas jornadas em Hogwarts.
A Professora Minerva levou os alunos do primeiro ano até lá, fazendo com que parassem enfileirados diante dos outros, tendo os professores às suas costas. Os centenas de rostos que os contemplavam pareciam lanternas fracas à luz tremula das velas. Misturados aqui e ali entre os estudantes, os fantasmas brilhavam como prata envolta de névoa. Principalmente para desviar o olhar fixo neles, Audrey olhou para cima e viu um teto aveludado e negro salpicado de estrelas. Ela ouviu Hermione Granger cochichar:
— É enfeitiçado para que pareça o céu de lá de fora de verdade. Li isso em "Hogwarts: Uma História".
Era difícil acreditar que ali dentro, o Salão Principal não se abrisse ao infinito como um céu estrelado.
Audrey baixou o olhar rapidamente ao perceber a Professora Minerva colocando um banquinho diante dos alunos do primeiro ano. Sobre o banquinho, ela depositou um chapéu pontudo de bruxo. O chapéu era remendado, esfiapado e sujíssimo. Observando que todos no salão fixavam os olhares no chapéu, Audrey seguiu o exemplo. Por alguns segundos, um silêncio total dominou o ambiente. Então, o chapéu se mexeu, e um rasgo junto à aba se abriu como uma boca. O chapéu começou a cantar:
Ah, vocês podem me achar um pouco atraente,
Mas não me julguem só pela aparência
Engulo a mim mesmo se puderem encontrar
Um chapéu mais esperto que o papai aqui.
Podem guardar seus chapéus de coco bem pretos,
Seus desenhos de cetim brilhante.
Porque eu sou o chapéu Selector de Hogwarts.
Dou de 10 a 0 em qualquer outro chapéu.
Não há nada escondido na sua cabeça
Que eu não posso ver,
Por isso e só me põem nas suas cabeças que eu vou dizer
Em que casa deve ficar.
Quem sabe sua morada e a Grifinória.
Casa onde habitam os corações indômitos,
Ousadia, coragem e nobreza
Destacam-se os alunos da Grifinória dos demais;
Quem sabe e a Lufa-Lufa onde deves morar,
Onde seus moradores são justos e leais
Pacientes e sinceros, sem medo da dor;
Ou será a velha e sabia Corvinal,
A casa dos que tem a mente sempre alerta,
Onde os homens de grande espírito e saber
Sempre encontraremos companheiros sem iguais;
Ou talvez sua casa seja a Sonserina
E ali estão seus verdadeiros amigos,
Homens de astúcia, sangue-frio, audácia, grandeza que
Usam quaisquer meios. Até mesmo a manipulação
Para atingir seus fins que antes colimaram
Homens que não tem medo da morte
Vamos, experimentem! Não deve ter medo!
Nem se atrapalhar! Estarei em boas mãos!
(Apesar de chapéu não ter pés nem mãos)
Porque sou único, eu sou um Chapéu Pensados!
O Salão inteiro irrompeu em aplausos quando o Chapéu terminou de cantar. Ele fez uma reverência para cada uma das cinco mesas e novamente ficou em silêncio.
— Ele nem é metido — Pansy sussurrou a Audrey, que riu.
— Também seria se tivesse milhares de anos selecionando pessoas — Audrey respondeu, soltando uma risada leve, mas no fundo, um turbilhão de dúvidas a assaltava.
Audrey reconhecia em si mesma qualidades notáveis: coragem, astúcia, lealdade, ousadia; não temia nem a dor nem a morte, e seu intelecto brilhava com inteligência. Contudo, à medida que o Chapéu Seletor cantava, uma ansiedade crescente se infiltrava em seu peito. Naquele instante de ponderação, Audrey refletia sobre o que verdadeiramente definiria o seu caminho em Hogwarts. As palavras do Chapéu pareciam ter delineado características distintas, mas e se houvesse uma casa que abarcasse todas essas virtudes? Um calafrio de incerteza percorreu sua espinha enquanto ela se questionava se o chapéu teria hesitado antes de decidir. O aplauso efusivo da plateia ainda ressoava no salão, mas internamente, Audrey estava imersa em um silêncio reflexivo, aguardando ansiosamente.
A professora Minerva desenrolou um rolo grande de pergaminho e então se adiantou.
— Quando eu chamar seus nomes, vocês porão o chapéu e se sentarão no banquinho para serem selecionados. Ana Abbott!
Uma garota de rosto rosado e marias-chiquinhas louras saiu aos tropeços da fila, pôs o chapéu, que lhe afundou direto nos olhos, e se sentou.
Pausa momentânea...
— Lufa-Lufa! — anunciou o chapéu.
A mesa à direita explodiu em vivas e aplausos quando Ana foi se sentar à mesa da Lufa-Lufa. Audrey observou o Frei Gorducho acenando alegremente para ela, um sorriso caloroso iluminando o rosto. Uma onda de contentamento percorreu o coração de Audrey ao testemunhar a celebração da colega. A escolha da casa parecia ter sido acertada, e o caloroso acolhimento da Lufa-Lufa era palpável na atmosfera festiva que envolvia Ana. O olhar de Audrey se voltou para a mesa à sua frente, onde os demais alunos aguardavam ansiosamente a próxima seleção.
— Susana Bones!
— Lufa-Lufa — anunciou o chapéu outra vez, e Susana saiu depressa e foi-se sentar ao lado de Ana.
— Terêncio Boot!
— Corvinal!
Desta vez, foi a vez da segunda mesa explodir em aplausos; vários alunos da Corvinal se levantaram para apertar a mão de Terêncio.
Madi Brocklehurst foi selecionada para a Corvinal, Lilá Brown para a Grifinória, e a mesa da extrema esquerda irrompeu em vivas. Audrey notou os irmãos gêmeos de Rony assobiando animadamente. Mila Bulstrode seguiu para a Sonserina, completando a sequência de seleções. O salão vibrava com a energia contagiante da cerimônia de seleção, e Audrey, ansiosa, aguardava seu próprio destino.
— Justino Finch-Fletcley!
— Lufa-Lufa!
Às vezes, Audrey percebia que o Chapéu logo anunciava o nome das casas; no entanto, em outras ocasiões, demorava um tempo para tomar uma decisão. Simas Finnigan, o menino de cabelos cor de palha ao lado de Theo na fila, passou quase um minuto sentado no banquinho até o Chapéu anunciar que ele iria para a Grifinória.
O suspense pairava no ar enquanto o Chapéu parecia contemplar cuidadosamente as características de cada aluno antes de revelar seu veredito. O olhar de Audrey oscilava entre curiosidade e ansiedade, ciente de que, em breve, ela também seria submetida ao julgamento do Chapéu Seletor.
— Hermione Granger!
Ela saiu quase que correndo até o banquinho e enfiou o chapéu, ansiosa.
— Grifinória! — Anunciou o chapéu. Rony gemeu.
Quando Neville Longbottom, o menino que não parava de perder o sapo, foi chamado, levou um tombo. O Chapéu demorou um minuto para se decidir. Quando finalmente anunciou "Grifinória", Neville saiu correndo com o Chapéu na cabeça e teve que voltar, em meio a uma avalanche de risadas, para entregá-lo a Rony. O incidente adicionou uma pitada de humor ao momento solene da seleção, gerando risos e sorrisos entre os alunos e professores. Mesmo nas situações inesperadas, o encanto da cerimônia permanecia intacto.
— Ah, outro Weasley! — exclamou o Chapéu. — Melhor que seja... Grifinória!
Malfoy se adiantou, gingando quando o chamaram, e teve o desejo realizado imediatamente: o Chapéu mal tocara sua cabeça quando anunciou:
— Sonserina!
Pansy, Crabbe, Goyle, Theo e Zabine também foram selecionados para a Sonserina. Faltava pouca gente agora. O ambiente na Sonserina se encheu de uma aura de triunfo e expectativa, enquanto os alunos recém-selecionados tomavam seus lugares com orgulho. O cenário estava prestes a se completar, restando apenas algumas seleções para encerrar a cerimônia de escolha das casas.
— Moon... suas gêmeas Patil e Patil... depois Perks... Sara...
— Harry Potter!
Após o Chapéu cair sobre os olhos de Harry, o Salão ficou repleto de pessoas se esticando para vê-lo. O suspense pairava no ar, e olhares curiosos se fixavam nele, aguardando ansiosamente a decisão do Chapéu Seletor.
— ...Ora onde irei te colocar?
Harry apertou as bordas do banquinho e pensou, "Sonserina não, Sonserina não". Seu coração batia acelerado enquanto ele ansiava por uma casa que não fosse a temida Sonserina.
— Sonserina, não, hein? — disse a vozinha. — Tem certeza? Você poderia ser grande, sabe, está tudo aqui na sua cabeça, e a Sonserina lhe ajudaria a alcançar essa grandeza. Sem dúvida, não? Bem, se você tem tanta certeza, então ficará melhor na GRIFINÓRIA!
Harry, trêmulo, se dirigiu à mesa da Grifinória, e a professora Minerva chamou o último nome da lista:
— Audrey Snape!
Audrey avançou até o banquinho, uma mistura de nervosismo e expectativa delineando sua expressão. Entretanto, em meio à tensão palpável, as notas suaves de "Welcome Home" do Radical Face ressoavam em sua mente, como se o refrão fosse a trilha sonora do seu próprio ritual de seleção. Para ela, aquela melodia combinava perfeitamente com o momento, como se estivesse trazendo um conforto sutil em meio à ansiedade.
Apesar da incerteza do resultado, Audrey sentiu-se em casa naquele instante. Sabia que ali, sentado naquele banco, estava pronto para dar início a memórias incríveis que moldariam sua jornada em Hogwarts. Não importava para qual das quatro casas seria escolhida; o início dessa aventura era o que realmente importava.
Por um breve momento, ela esqueceu o Chapéu Seletor em sua cabeça, imersa na visão de futuros companheiros de casa e em experiências que estavam por vir. A música, como uma melodia reconfortante, ecoava em sua mente. Subitamente, Audrey retornou aos seus sentidos, saindo dos pensamentos, enquanto o Chapéu prosseguia com a análise de suas características.
— Difícil. Muito difícil. Bastante coragem, vejo. Uma mente doce, porém o problema é quando esse açúcar acaba. Há talento, ah, meu Merlin uma enorme sede de se provar, astúcia, sim, muita astúcia. E justo e leal aqueles que merecem, sim. Poder, muito poder...
— ... Agora, isso é muito interessante, nunca vi alguém como você... Você tem um futuro brilhante, hein? Inteligência não lhe falta, não tem medo da dor ou da morte, impressionante. Tem ousadia e sangue-frio, sinceridade não lhe falta também, não há ninguém como você, não sei onde e colocar.
O salão estava em silêncio. Audrey, apesar de feliz pelas palavras do chapéu, sente o pânico crescer dentro dela. E se não fosse selecionado? Para onde iria? A incerteza parecia uma nuvem escura em sua mente.
— É melhor que seja Sonserina!
Audrey soltou o ar que nem sabia estar segurando. A Casa da Sonserina irrompeu em vivas, gritos, assobios, palmas e exclamações. A alegria e a excitação preenchem o ar, aliviando a tensão que se acumulará durante a seleção. O semblante de Audrey se iluminou com um sorriso, enquanto ela se juntava à infusão de comemorações ao seu redor.
— Ganhamos a Snape!
— A Snape e nossa!
— Chora Grifinória!
— Tome essa seus otários!
— Muahahahahahahahaha....
Entretanto, o Chapéu continuou, fazendo todos se acomodarem e ficarem perplexos, mergulhados em completo silêncio. A euforia inicial foi abruptamente despertada por uma calmaria carregada de expectativa.
— Grifinória! - ele exclamou - Corvinal! -Uma pausa momentânea - Lufa-Lufa!
— Ganhamos o Snape também.... - alguém trabalhou animado -. Pelo menos eu acho!
Um silêncio pesado se instalou, Dumbledore se levantou - todos estavam em completo choque. O Chapéu Seletor nunca antes havia selecionado alguém para as quatro casas. Audrey voltou-se para seu padrinho, os olhos arregalados, em busca de alguma explicação para esse evento extraordinário.
— Acalme-se e respire – ele fala apenas movendo os lábios, e ela assim faz.
— Muito bem, Sta. Snape você escolhe a casa em que quer ficar, porém tem acesso livre a todas as outras comunidades, e pode trocar de casa sempre que quiser – houve uma pausa. – Então, qual a senhorita escolhe?
Audrey desviou o olhar para o chão por um breve momento, mergulhando em pensamentos profundos. Em seguida, levantou-se e encarou as pessoas ao seu redor, seu olhar refletindo uma mistura de surpresa e questionamento.
— Bem, sei que todas as casas são extraordinárias, e me sinto honrada em pertencer a todas elas... mas, há uma diferença entre as casas em uma Guerra que eu quero levar em consideração – ela leva o olhar a mesa da Grifinória. - A Grifinória me mataria para salvar o mundo, e isso e óbvio já que ela e a casa dos heróis, é e isso que os heróis fazem. Por outro lado – ela muda o olhar para a Corvinal e sorri pequeno. – Os Corvinos evitariam a minha morte com suas mentes perdidas – ela muda o olhar novamente para a outra mesa. – A Lufa-Lufa morreria comigo pois são amigos leias e companheiros, que aceitam fazer qualquer loucura se estiverem juntos a quem amam.
Audrey faz uma pausa, vira-se olhando para Severo, e sorri brilhantemente, antes de olhar para a mesa da Sonserina.
— E a Sonserina? Bem, eles matariam o mundo para salvar, sendo assim chamados de Vilões, mas na verdade a maioria daqueles que ali vivem são quebrados, e não medem esforços para alcançar aquilo que desejam. E vão continuar sendo vilões se não mudarmos essa história e mostrarmos que ela tem sempre dois lados. Então diretor, acho que minha escolha é óbvia.
— Então sua casa será...
— Sonserina – Audrey o atrapalha, puxando a varinha é em um movimento estava trazendo o uniforme da casa. Em seu uniforme, Audrey vestia uma túnica de tecido verde escuro, com detalhes em verde mais claro. A túnica possuia um corte elegante e é adornada com o emblema da Serpente prateada da Sonserina no peito. Ela complementa o uniforme com uma gravata listrada em verde e prata, e uma saia e meias-calças pretas. Para completar o visual, Audrey usa sapatos pretos bem polidos e possui sua varinha à mão, pronta para as aventuras em Hogwarts.
A Professora Minerva cuidadosamente enrolou o pergaminho e, com um gesto gentil, retirou o Chapéu Seletor da cabeça de Audrey. Com um sorriso leve de expectativa, Audrey dirigiu-se elegantemente até a mesa da Sonserina. Cada passo revelava uma confiança recém-descoberta, combinada com uma certa reverência pelo momento que marcava o início de sua jornada em Hogwarts.
Ao sentar-se, Audrey encontrou seu lugar ao lado de Draco Malfoy, mergulhando na atmosfera vibrante e orgulhosa de sua nova casa. A mesa de Sonserina brilhava com um misto de camaradagem e determinação, refletindo a aura de ambição e perseverança que definia seus colegas. Audrey sentiu-se acolhida pelo caloroso acolhimento dos sonserinos ao redor, que compartilhavam um sentimento de unidade e propósito em seus olhares determinados.
Enquanto os sons e risos preenchiam o Salão Principal, Audrey observava o brilho das tochas e velas refletindo-se nas taças douradas à mesa, criando um cenário mágico que parecia saído de um conto de fadas. Cada detalhe, desde o brasão da Sonserina em seu uniforme até os murmúrios animados ao seu redor, reafirmava sua decisão e despertava uma ansiedade crescente pelas aventuras e desafios que estavam por vir.
— Oi galerinha — ela falou, num tom muito diferente do usado com Dumbledore.
— Oi Drey, achamos que ia ir para outra casa — Draco disse, abraçando-a.
— Verdade — Pansy e Theo falaram juntos.
— Aqui que você disse da Sonserina foi muito... Você deve ter bastante orgulho dessa casa — um garoto alto, com cara de trasgo falou. — Sou Marcos Flint, capitão do time de quadribol, ao seu dispor.
— Tenho sim, acho essa casa incrível, e obrigada — ela sorriu.
— Ela não vai precisar de você, Flint — respondeu Draco com tom arrogante.
— Exato, ela tem a nós — disse Zabine friamente.
Os outros quatro concordaram.
— Larguem esse ciúme, ele só está sendo gentil — repreendeu Audrey.
Audrey abaixou os olhos para o prato dourado e vazio diante dela, uma onda de fome repentina a envolvendo. As tortinhas de abóbora, que eram tão apetitosas, agora tinham desaparecido quase magicamente, devoradas pelo apetite crescente que a acometera.
Enquanto saboreava a expectativa do banquete, Audrey viu a figura imponente de Alvo Dumbledore se levantando. Um sorriso tão brilhante quanto as estrelas refletia em seus olhos azuis, e seus braços se abriam como se abraçassem não apenas o Salão Comunal, mas também todo o espírito de Hogwarts naquela noite especial. O silêncio se instalou, como se todos, por um momento, compartilhassem a mesma admiração pelo diretor que parecia encontrar imensa alegria na união dos estudantes.
— Sejam Bem-Vindos! — disse. — Sejam bem-vindos por mais um ano em Hogwarts! Antes de começarmos nosso banquete, eu gostaria de dizer algumas palavrinhas: Pateta! Chorão! Destapado! Beliscão! Obrigado.
E sentiu-se. Todos bateram palmas e deram vivas. Audrey não sabia se ia ou não.
— Ele é... Maluco? — Perguntou, incerta, a Flint.
— Maluco? — disse ele, despreocupado. — Apesar de sempre estar favorecendo a Grifinória, ele é um gênio! Mas sim, e mal sim. Batatas Audrey?
O queixo de Audrey caiu diante do espetáculo à sua frente. Os pratos diante dela, que há pouco estavam vazios, agora transbordavam com uma festa gastronômica. Uma variada seleção de iguarias se espalhava diante dela: rosbife suculento, galinha assada dourada, costeletas de porco e carneiro, torta de carne e frango, acompanhados de cenouras crocantes, molho sedutor, ketchup estimulante e uma miríade de outros pratos irresistíveis.
Os olhos de Audrey brilharam com a promessa de uma refeição deliciosa. Sem hesitar, ela encheu o prato com um pouco de cada coisa, decidindo-se por uma experiência gastronômica completa. Exceto pelos doces de hortelã, ela se serviu de tudo e, com um sorriso antecipado, começou a saborear a incrível diversidade de sabores que se desdobravam diante dela. Cada mordida era uma sinfonia de delícias, e Audrey sentia-se em casa naquele momento.
— Você vai passar mal querida, coma devagar — Severo diz rindo atrás dela.
— Relaxa, morcegão — ela diz depois de engolir a comida da boca.
— Você vai dividir o quarto com Pansy — ele se abaixa e sussurra para os sete. — Porém, tenho minha permissão para acomodações no dormitório dos meninos.
— Obrigado Morcegão — ela o abraça, e quando ele volta para a mesa dos professores ela voltar a atacar.
— Isto é com uma cara ótima — disse um fantasma gentilmente, tristemente, Audrey cortou um rosbife.
— O senhor não pode...?
— Não como acometido anos — excitado o fantasma. — Não preciso, é claro, mas sinto falta. A propósito sou o Barão Sangrento ás suas ordens. Fantasma residente de Sonserina.
— É um prazer Sr. Sangrento — disse Audrey docemente sorrindo.
— Prazer Sr. — disse Draco, e os outros juntos.
— Então novos moradores da Sonserina! Espero que colaborem para ganharmos novamente o campeonato das casas. Nós ganhamos por seis anos consecutivos.
— Incrível! — os sete disseram ao mesmo tempo, se olharam e riram.
— Que sincronia bonita a de vocês — Barão fala rindo. — Isso é muito bom em uma amizade.
E saiu flutuando.
Depois de todos se deliciarem com o banquete, as sobras desapareceram magicamente dos pratos, deixando-os limpos e maravilhosos. Logo em seguida, surgiram as sobremesas. Bolos de sorvete de todos os sabores imagináveis, tortas de maçã verde, tortinhas de caramelo e morango, bolos de frutas com calda de vinho, gelatina, sonhos, cupcakes, pudins...
Audrey não resistiu e pegou uma amostra de cada, criando uma paleta colorida de sabores em seu prato. Enquanto saboreava as sobremesas deliciosas, a conversa fluía entre os estudantes, com o assunto se voltando para suas famílias. Cada um compartilhava suas histórias e memórias enquanto exploravam as texturas e os sabores das guloseimas de Hogwarts. O Salão Comunal estava vivo com risos e histórias, e Audrey sentia-se parte de uma comunidade acolhedora e vibrante, pronta para começar sua jornada em sua nova casa.
— Acho que todos nós temos pais sangue puro, e eles são comensais, não é? — disse Draco com orgulho estampado no rosto.
— Os meus são — afirmou Pansy, ecoando o tom de Draco.
Zabine pegou uma torta antes de acrescentar:
— Meu pai era, e minha mãe também é.
— E os seus, Greg? — falou Theo, com a boca coberta de caramelo.
— Óbvio que são — respondeu Crabbe, falando entre mastigadas. — Como o Draco disse, todos nós somos.
Todos os olhares se voltaram para Audrey, que comia sua torta de morango silenciosamente e com uma graça delicada. O murmúrio da conversa ao redor pareceu diminuir, dando lugar a uma breve pausa enquanto todos observavam, curiosamente, a expressão em seu rosto.
— E você, Drey?
Audrey levantou os olhos, seu semblante sombrio contrastando com a animação anterior da mesa.
— Isso é importante? Vão deixar de ser meus amigos se eles não forem sangue puro ou comensais? — sua voz carregava uma mistura de irritação e mágoa. Passou a língua pela bochecha, nervosa. — Meus pais foram vítimas de Voldemort quando eu tinha apenas um ano e meio. Cresci sob os cuidados do meu padrinho, mas sei muito pouco sobre eles, já que o morcegão insiste que sou muito nova para compreender. Pelo que sei, sou mestiça. Isso satisfaz vocês?
Antes que alguém pudesse responder, as sobremesas desapareceram magicamente dos pratos, e Dumbledore se levantou novamente. O salão silenciou.
— Hum... só mais umas palavrinhas agora que bebemos e começamos. Tenho alguns avisos a fazer sobre o ano letivo.
— Os alunos do primeiro ano devem observar que é proibido andar na floresta da propriedade. E alguns dos nossos estudantes antigos fazem bem em lembrar dessa proibição.
Os olhos cintilantes em Dumbledore faiscaram na direção dos gêmeos Weasley.
— O Sr. Filch, o zelador, me pediu para lembrá-los de que é proibido fazer magias nos corredores durante os cursos das aulas.
— Os testes de Quadribol serão realizados na segunda semana das aulas. Quem estiver interessado em entrar no time de sua casa deverá procurar a Madame Hooch. E, por último, é preciso avisar que, este ano, o corredor do terceiro andar do lado direito é proibido a todos que não quiserem ter uma morte dolorosa!
Audrey riu, mas foi uma das poucas vezes que fez isso.
— Ele não deve estar falando sério! – cochichou Audrey. – Eu rio na cara do perigo.
— Deve estar – respondeu Marcos Flint, franzindo a testa para Dumbledore. – É estranho porque geralmente ele nos diz a razão de sermos proibidos de estar em algum lugar. A floresta e a abundância de animais selvagens e místicos em todo o mundo sabem disso.
— E agora, antes de irmos para a cama, vamos cantar o hino da escola! – Exclamou ele. Audrey reparou que o sorriso dos outros professores havia sumido.
Dumbledore fez um sutil aceno com a varinha, como quem afasta uma mosca, e magicamente surgiu uma longa fita dourada. A fita dançou pelo ar, serpenteando entre as mesas com graça, moldando palavras à medida que se move.
— Vamos cantar – chamou Dumbledore. – E lá vamos nós!
E a escola cantou em altos brados:
Hogwarts, Hogwarts, Hoggy Warty, Hogwarts
Nós ensinamos algo por favor,
Que sejamos velhos e filhotes
Quer moços de pernas raladas,
Temos as cabeças precisas
De ideias interessantes
Pois são ocasiões e cheias de ar,
Moscas mortas e fios de cotão.
Nos ensine o que vale a pena.
Faça lembrar o que já esquecemos
Faça o melhor faremos o resto
Estudaremos até o cérebro murchar!
A harmonia da música se desfez em diversos momentos, cada estudante encerrando sua parte de maneira única. Quando chegou a vez dos gêmeos Weasley, a melodia assumiu um tom solene, ecoando como uma marcha fúnebre lenta. Dumbledore, com sua varinha erguida, conduziu os últimos versos com uma maestria que tocava profundamente os corações dos presentes. Ao finalizar, os gêmeos foram calorosamente aplaudidos, cumprindo a promessa de Dumbledore, que expressou seu profundo agradecimento pela performance única e comovente. O Salão Comunal ficou imerso em uma mistura de emoções, desde a solenidade da música que refletia os pensamentos de Dumbledore até a perplexidade e admiração dos alunos.
— Ah, a música — disse, secando os olhos com um lenço. — Uma mágica que transcende tudo que fazemos aqui! E agora, hora de dormir. Andando!
Draco e Theo trocaram olhares perplexos, enquanto Pansy soltava uma risada alta.
—Será que nada por aqui faz sentido? — perguntou Theo a Draco.
— Acho que não. Que tipo de hino era aquele? — ele riu, sem esconder o tom de perplexidade.
—Eu não sei, mas sei que não passo esse meu nunca mais, super cringe — Pansy disse, ainda se divertindo com a situação.
Houve um breve silêncio até Draco se dirigir a Audrey com uma seriedade incomum.
— O que foi, Malfoy? — perguntou ela, com frieza perceptível em sua voz.
Ele hesitou por um momento, escolhendo cuidadosamente suas palavras.
— Nós nunca deixaríamos de ser seus amigos, nem se você fosse uma trouxa. Você é muito importante para mim, você sabe disso, não sabe?
Theo assentiu vigorosamente.
— Claro, Audrey. Somos como uma família aqui em Hogwarts. Sua casa é nossa casa, independentemente de qualquer coisa.
Pansy assentiu, olhando diretamente nos olhos de Audrey.
— Não deixe que uma simples discussão ou mal-entendido abale nossa amizade, Drey. Somos mais fortes que isso.
Audrey encarou seus amigos por um momento, deixando as palavras ecoarem em sua mente. Ela finalmente soltou um suspiro leve, sentindo um calor reconfortante se espalhar em seu peito.
— Obrigada, pessoal — disse, finalmente relaxando um pouco. — Às vezes, é fácil se deixar levar pelas emoções. Vocês são os melhores amigos que alguém poderia ter.
Draco sorriu sinceramente.
— Isso é melhor que qualquer poção de Félix Felicis.
Audrey esboçou um leve sorriso, sentindo-se grata pelo convívio com seus novos colegas da Sonserina. Seguindo Leonardo Nott, o monitor da casa, os alunos se afastaram do Salão Principal em direção às masmorras.
O corredor estava silencioso, iluminado apenas pelo bruxuleio das tochas que pendiam das paredes de pedra irregular. As pernas de Audrey pesavam como chumbo, não só pela fadiga após o banquete, mas também pela emoção e satisfação que a envolviam.
Ela estava tão cansada que mal se surpreendeu quando as figuras nos retratos começaram a murmurar e apontar para eles enquanto passavam.
— Parece que estamos sendo bem-vindos ao nosso novo lar — comentou Theo, olhando os retratos com interesse.
Draco observou as pinturas com desdém.
— Eles sempre têm algo a dizer. Mas logo se acostumam com a nossa presença.
Pansy, ao lado de Audrey, riu suavemente.
— São como guardiões antigos da casa, sempre atentos a quem passa por aqui.
Audrey assentiu, sentindo-se parte de algo maior do que ela mesma enquanto caminhavam pelo corredor sombrio das masmorras de Hogwarts.
— Ai, estou com sono — Audrey disse a Draco enquanto bocejava. — Será que vai demorar?
Draco sorriu e, antes que ela pudesse responder, a pegou no colo como se fosse uma noiva. Mas logo pararam abruptamente.
Um feixe de bengalas flutuava no ar à frente deles, e quando Leonardo deu um passo à frente, elas foram arremessadas na direção deles.
— Pirraça — cochichou Leonardo para os alunos do primeiro ano. — Um Poltergeist. — E em voz alta, continuou: — Pirraça, acalme-se.
Um som estrondoso e agudo como um balão se esvaziando encheu o corredor.
— Quer que eu vá chamar o Barão Sangrento?
Houve um estalo repentino e um homenzinho de olhos escuros e malévolos surgiu. Flutuava no ar, pernas cruzadas e boca escancarada, segurando as bengalas. Seu olhar penetrante transmitia uma aura de hostilidade misteriosa, e cada detalhe sombrio de sua figura destacava-se contra o ambiente das masmorras.
— Ooooooooh! — disse com uma risada malvada. — Calourinhos! Que divertido!
Ele mergulhou em direção a eles, fazendo com que todos se abaixassem.
— Você é um poltergeist, conhecido como um fantasma barulhento ou travesso, associado a distúrbios registrados desde a Roma Antiga. Há registros médicos na Alemanha, China e País de Gales descrevendo arrepios de pedras e terra, objetos voadores, móveis em movimento, batidas, ruídos estridentes, guinchos e até mesmo incidentes físicos como mordidas, cusparadas, apertões e socos — Audrey falou animadamente, seus olhos brilhando com fascínio. — Incrível.
O poltergeist se aproximou dela, sorrindo travesso.
— Conhece bastante sobre minha espécie, mocinha.
— Obrigada, acho tudo muito interessante — ela sorriu —. O senhor poderia nós deixar passar?
— Perguntando com esse jeitinho..... posso sim.
Pirraça estirou a língua e desapareceu, deixando as bengalas caírem na cabeça de Crabbe. Eles ouviram o zumbido de sua partida, fazendo os escudos de metal retinirem enquanto ele passava.
— Você foi ótima, Audrey — disse Draco, olhando para ela com um sorriso admirador. — Parece que Pirraça gostou de você.
— Parece que sim! — Audrey respondeu, rindo. — Acho fascinante tudo o que acontece com os poltergeists.
Leonardo Nott, o monitor da casa, interveio com uma expressão séria.
— É melhor nos apressarmos para os dormitórios antes que algo mais aconteça. Sigam-me.
E assim, o grupo continuou seu caminho pelas masmorras de Hogwarts, ainda rindo com a experiência inesperada com Pirraça.
— Vocês tenham cuidado com Pirraça —aconselhou Leonardo, quando voltaram para a caminhada. - O Barão Sangrento é o único que consegue controlá-lo, ele não dá confiança aos monitores. Chegamos.
Eles pararam junto a uma parede de pedra, lisa e molhada.
- Puro Sangue! - disse Leonardo, uma porta de pedra escondida na parede deslizou, é eles entraram.
A sala comunal se revelava como um aposento encantador, estendendo-se longamente sob a superfície terrestre. Suas paredes exibiam uma rusticidade charmosa, construídas com pedras que emanavam uma atmosfera acolhedora. Do teto pendiam correntes, sustentando delicadas luzes redondas de sobrancelhas esverdeadas que cintilavam suavemente, criando uma iluminação mágica e acolhedora.
O fogo crepitante dançava na lareira, imponentemente adornada por um console de madeira ricamente esculpido, destacando-se como um ponto focal artístico na sala. O calor do fogo irradiava pela sala, proporcionando um aconchego imediato aos recém-chegados.
Espalhados pelo aposento, havia sofás e poltronas de couro verde escuro, convidando os alunos a relaxarem após o longo dia. Almofadas bordadas com o brasão da Sonserina acrescentavam um toque de orgulho e identidade à decoração. Tapetes espessos e intricadamente desenhados cobriam o chão de pedra, abafando os sons dos passos e tornando o ambiente ainda mais confortável.
As estantes, repletas de livros antigos e pergaminhos, alinham as paredes, sugerindo um tesouro de conhecimento à disposição dos estudantes. Em um canto, uma mesa de estudo grande estava iluminada por um candelabro encantado, perfeita para as noites de estudo intenso.
Nas janelas, cortinas pesadas de veludo verde escuro pendiam, bloqueando a visão do lago negro, mas deixando entrar uma luz misteriosa que contribuía para a atmosfera enigmática da sala. O teto era abobadado, dando uma sensação de espaço e grandiosidade, e era decorado com pinturas que retratavam serpentes e cenas históricas da Sonserina.
Audrey e os outros primeiros anos ficaram maravilhados enquanto absorviam cada detalhe do ambiente. A sala comunal de Sonserina era um verdadeiro refúgio, um lugar onde poderiam se sentir seguros e à vontade.
Leonardo indicou às meninas a porta de seus dormitórios e, aos meninos, a porta dos deles. Finalmente, encontraram suas camas; sete leitos adornados com reposteiros de veludo verde escuro. As malas já estavam ali, trazidas magicamente. Exaustos demais para muita conversa, tomaram banho, vestiram seus pijamas e se entregaram ao conforto das camas. O cansaço os consumia, e logo todos estavam imersos em um tranquilo descanso.
— Comida de primeira, não foi? — comentou Draco para Audrey pelos reposteiros.
Audrey, envolvida pelo cansaço após a refeição farta, mergulhou em um sono profundo. No entanto, sua mente não descansou completamente, revelando-lhe um sonho vivo e peculiar.
Encontrava-se em uma sala escura, fria e úmida. Ao olhar para baixo, percebeu que estava usando o turbante do Professor Quirrell. O turbante parecia sussurrar em sua mente, suas palavras ecoando como um feitiço hipnótico.
— Você deve transferir-se para a Grifinória — o turbante sussurrava insistentemente. — É seu destino tornar-se uma espiã.
Audrey balançou a cabeça, tentando ignorar as palavras.
— Não vou — murmurou ela, tentando remover o turbante.
Mas, quanto mais ela tentava, mais pesado ele ficava. A pressão na sua cabeça aumentava, causando uma dor lancinante. Suas mãos tremiam enquanto lutava para se livrar do adorno. A dor era quase insuportável, e Audrey sentiu lágrimas de frustração escorrerem pelo seu rosto.
De repente, Harry Potter apareceu diante dela, rindo de seu esforço.
— Você nunca será uma verdadeira Sonserina — zombou ele.
A raiva de Audrey cresceu, e ela tentou gritar, mas sua voz parecia presa na garganta. Potter então transformou-se em Dumbledore, cujas gargalhadas ressoaram de maneira alta e fria, ecoando nas paredes da sala escura. O som era aterrorizante, e Audrey sentiu seu coração acelerar.
Subitamente, um clarão verde atravessou o espaço, e Audrey sentiu-se puxada para trás, como se estivesse caindo em um abismo sem fim. A escuridão a envolveu, e ela acordou abruptamente, coberta de suor e tremendo. Seu coração batia descompassado, e ela lutava para recuperar o fôlego.
Mudando de posição na cama, Audrey tentou acalmar-se. O sonho parecia tão real, tão vívido. Ainda impactada pelo estranho sonho, ela fechou os olhos novamente, tentando afastar as imagens perturbadoras. Ao acordar na manhã seguinte, as imagens do sonho desvaneceram-se, deixando apenas uma sensação residual de perplexidade e inquietação.
Assim como a lua guia a noite, a magia conduz esta jornada. 'Palavras são, na minha não tão humilde opinião, nossa inesgotável fonte de magia', como disse Alvo Dumbledore. Agradeço por explorar esses caminhos desconhecidos comigo. Se a magia desta história ressoou em você, vote, comente e compartilhe. Não seja apenas um espectador silencioso.
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