1º Cap- Férias.
As férias na mansão Malfoy nunca foram tão emocionantes quanto naquele ano. Audrey e Draco corriam pelos corredores labirínticos, repletos de móveis antigos que pareciam sussurrar histórias do passado, enquanto gritavam e se divertiam como nunca antes. As passagens secretas, há muito esquecidas, se revelaram como esconderijos ideais para seus jogos de pique-esconde, especialmente quando Pansy, Theo, Zabine, Crabbe e Goyle se juntaram a eles nas longas tardes de diversão.
A imponente sala de estar se transformou no cenário perfeito para brincadeiras como "duende cego" e "lobo uiva", enquanto o jardim da mansão, mesmo em dias de chuva, se tornava um paraíso. Sob o céu cinzento, Audrey e Draco corriam pelo Gramado Verde, rindo e dançando como se o mundo exterior não existisse.
Os lanches preparados pela Sra. Malfoy eram verdadeiras obras-primas culinárias. As crianças podiam saboreá-los sem preocupações, pois sabiam que o Sr. Malfoy só retornaria do Ministério da Magia quando já estivessem devidamente banhadas, jantadas e deitadas em suas camas.
O pequeno elfo da família, Dobby, trouxe ainda mais alegria às férias, contando histórias fascinantes e inventando brincadeiras quando as crianças já não sabiam mais o que fazer. Ele era um mestre na arte de se esconder, resultando em horas de busca pela mansão, onde a luz das velas dançava nas paredes, criando sombras que pareciam se mover.
Snape, surpreendentemente, se juntava às tardes de diversão sempre que estava livre de suas obrigações na escola. Enquanto a Sra. Malfoy e Dobby preparavam deliciosos quitutes para o chá da tarde, ele brincava com as crianças, criando laços e compartilhando momentos especiais que, à primeira vista, pareciam impossíveis para o professor severo.
Até Narcisa não conseguiu escapar da guerra de balões mágicos que eclodiu durante as férias. As crianças construíram fortalezas na grande sala, e em meio a gritos e risadas, até mesmo os adultos se deixaram levar pela diversão, rindo e se envolvendo em um mundo de pura alegria.
Uma das memórias mais marcantes para Audrey e Draco foi a tarde em que jogaram o jogo "serpente serpeante". Snape transformou temporariamente o jardim em um enorme castelo inflável, onde o chão escorregadio, as escadas móveis e as janelas trancadas acrescentaram emoção ao jogo. O objetivo era encontrar o maior número de brasões da Sonserina sem ser pego, e o vencedor receberia uma taça de prata transfigurada por Narcisa.
As risadas foram constantes, mas também houve tombos e algumas brigas entre as crianças. Pansy, determinada a vencer, lutava para se manter de pé enquanto Zabine a incentivava freneticamente:
— Vai, Pansy, levanta! — exclamou Zabine, observando sua parceira de equipe cair várias vezes ao tentar se reerguer. — Vamos, Snape está vindo!
— Está vendo que eu... — Pansy tentou argumentar, mas um novo tombo a deixou sem palavras.
Theo, percebendo a situação, não hesitou em intervir, afirmando que não deixaria ninguém para trás:
— Ninguém fica para trás! — disse ele, deslizando até a garota e puxando-a com firmeza para o outro lado da sala.
Com a ajuda de Theo, Pansy finalmente se levantou, enquanto Audrey e Draco riam da cena, suas faces coradas de tanto rir. Os dois patinavam elegantemente na espuma, escapando das serpentes mágicas e divertindo-se com as armadilhas dos amigos, que se esqueceram completamente de procurar os brasões. Por sorte, Dobby estava na equipe, e o elfo levava o jogo muito a sério.
Quando o crepúsculo começou a se aproximar e todos estavam exaustos, deitaram-se no chão do castelo inflável, seus corações ainda acelerados pela diversão. Snape e Narcisa decidiram que era hora de limpar a bagunça e colocar as crianças para dentro, onde poderiam se banhar antes do jantar.
Depois de um dia tão cheio, Audrey e Draco subiram para seus quartos, exaustos. A grande mansão sempre deixava Audrey com uma sensação de solidão à noite, mas decidiu não compartilhar o quarto com Draco para evitar brigas com Lúcio.
No meio da madrugada, enquanto a escuridão envolvia a mansão, Audrey acordou sonolenta e virou-se na cama, mas um susto a fez parar. Uma sombra estranha a observava do lado de sua cama. Com orelhas grandes como asas de morcego e olhos verdes, brilhantes como duas bolas de tênis, a criatura a encarava imóvel. Audrey ficou tão assustada que não conseguiu emitir um grito.
Conforme seus olhos se acostumavam com a escuridão, Audrey reconheceu a criatura: era Dobby, o pequeno elfo doméstico da família Malfoy. Ele estava ali parado, com uma expressão ansiosa e um brilho de preocupação em seus olhos.
— Dobby? O que é isso? — sussurrou ela, sentando-se na cama. O elfo fez uma reverência tão exagerada que seu nariz pontudo e fino tocou o tapete.
— Dobby precisa falar com a senhorita — disse ele, a voz trêmula. — É difícil para Dobby...
Audrey acendeu o abajur e coçou um dos olhos, tentando entender a gravidade da situação.
— Por que não se senta? — ela sugeriu sonolenta, mas logo viu os olhos do elfo se encherem de lágrimas.
— Sentar... a senhorita Snape está me convidando para sentar? — Dobby exclamou, engasgando. — Esta é a segunda vez esta noite que convidam Dobby para se sentar...
A compaixão inundou Audrey ao ver a tristeza de Dobby. Ela sempre tinha pena dele, especialmente ao notar as punições que sofria.
— Dobby, o que aconteceu com suas orelhas? — perguntou, preocupada.
— Dobby... Dobby teve que... se castigar, senhorita Audrey... — ele balançou a cabeça, desolado. — Harry Potter é valente, já enfrentou tantos perigos... mas... mas Dobby teve que alertá-lo... mesmo que tivesse que prender as orelhas no forno depois...
O elfo soluçou, e Audrey sentiu um nó no estômago.
— O que você está falando, Dobby? Meu lugar é em Hogwarts, e o de Harry também.
— Não, não — Dobby guinchou. — Vocês dois são muito bons, ajudam a todos. Mas se voltarem para Hogwarts, encontrarão um perigo mortal... coisas começarão a ser reveladas...
— Dobby, que perigo mortal? — Audrey perguntou, a ansiedade crescendo em sua voz. — Dobby, se há algo do gênero, a escola toda está em risco!
— A senhorita é realmente brilhante... — Dobby sussurrou, admirado. — Está preocupada com os outros em vez de si mesma... Mas há uma trama, uma trama terrível! Que fará coisas inesperadas acontecerem em Hogwarts, minha senhorita.
Um arrepio percorreu a espinha de Audrey ao ouvir aquelas palavras. Uma profecia? Era a segunda vez que ouvia sobre isso.
— O que você quer dizer com 'profecia', Dobby? E quem são esses que não querem que vençamos? Se Harry é tão importante, por que você está me alertando? Isso tem algo a ver com Lord Voldemort? — a curiosidade e o medo dançavam em sua voz.
Dobby hesitou, ponderando se deveria revelar mais. Finalmente, com uma expressão triste, ele falou:
— Dobby não pode dizer mais nada... é perigoso, muito perigoso. Mas, por favor, senhorita Audrey, mantenha-se atenta. Se algo acontecer a Harry Potter, a senhorita também estará em perigo. Dobby só quer proteger a senhorita. Ele se preocupa muito com a senhorita e Harry Potter.
O elfo fez outra reverência exagerada antes de desaparecer, deixando Audrey sozinha com seus pensamentos inquietantes. Sentindo um nó no estômago, ela decidiu que precisava agir.
Após um momento de hesitação, Audrey deixou seu quarto e seguiu pelo corredor, iluminado apenas pela luz fraca das velas que dançavam ao ritmo do vento frio e úmido. As sombras nas paredes pareciam observá-la, sussurrando segredos que aumentavam a sensação de perigo iminente. Parou diante do quarto de Draco, hesitou um pouco, mas a urgência a fez abrir a porta.
Draco estava esparramado na cama, perdido em um sono profundo, quando Audrey se aproximou silenciosamente. O ar da noite estava pesado, e ela sentia a urgência pulsando dentro de si. Com determinação, ajoelhou-se ao lado dele e o sacudiu suavemente pelos ombros.
— Audrey? — murmurou Draco, a voz sonolenta, os olhos lutando para se abrir. — O que aconteceu?
— A câmara secreta de Salazar Slytherin está prestes a ser reaberta — ela disparou, a adrenalina fazendo suas palavras saírem rápidas e entrecortadas. — O monstro que habita lá será solto. As pessoas vão ser petrificadas... talvez até morram!
A expressão de Draco mudou, um lampejo de alerta iluminando seu rosto enquanto ele piscava, tentando acordar completamente.
— O quê? — ele questionou, os sentidos agora aguçados. Audrey repetiu a mensagem alarmante. — Como você sabe disso?
— Tive um pesadelo — mentiu Audrey, uma parte dela hesitando em expor Dobby, que apenas tentava protegê-los.
— Parece que nunca vamos ter paz enquanto Potter estiver na escola — Draco comentou, um sorriso cínico surgindo em seus lábios. — Que monstro é esse?
— Não sei — Audrey admitiu, a frustração borbulhando.
— Certo... quando ele vai ser solto?
— Eu não sei, Draco.
Draco franziu a testa, ajeitando-se na cama. Ele soltou uma risadinha, um tom de incredulidade na sua voz.
— Você é maluca, Audrey... louca, problemática, um ímã para confusão. — Ele bocejou e a olhou novamente. — Amanhã você vai para a casa dos Weasley, certo?
Audrey assentiu, o peso de suas preocupações claramente visível em seu semblante.
— Vai contar a ele?
— Bem... — ela suspirou, hesitando ao ponderar suas palavras. — Ele meio que já sabe, mas não tem todos os detalhes. Ele percebe que algo ruim está por vir, mas não sabe exatamente o quê.
Draco riu, balançando a cabeça em descrença.
— Mais uma aventura suicida do Potter em que você enlouquecerá tentando ajudar... — Ele se virou, fazendo espaço para ela na cama. — Quer dormir aqui?
— Mas... seu pai não vai brigar com você?
— Claro que não. Ele nem vem ao meu quarto, a menos que seja para brigar comigo. — Draco deu um sorriso travesso. — Vou sentir sua falta quando você for para a casa dos Weasley. Estas foram as melhores férias de todas!
— Também vou sentir sua falta, loirinho — respondeu Audrey, sentindo o cansaço finalmente a alcançar. — Sempre estive sozinha com o Scar. Ele brincava comigo, mas não é a mesma coisa, sabe? Gostei muito de passar as férias aqui. Sua mãe é adorável, e a comida dela é deliciosa!
— Fico feliz em ouvir isso, ruivinha. Até a mamãe se divertiu conosco nessas férias.
Audrey riu suavemente, lembrando-se dos momentos alegres que compartilharam.
— O Morcegão também... Nunca tive ninguém para brincar além do Scar e dele... Não havia crianças da minha idade. Foi muito divertido. Foram as melhores férias.
— Eu entendo, e concordo com você. — Draco fechou os olhos, acomodando-se ao lado dela.
Enquanto a noite envolvia a Mansão Malfoy em um manto de silêncio, Audrey fechou os olhos, tentando afastar os pensamentos sombrios que a assombravam. No entanto, ao adormecer, ela foi tragada por um pesadelo angustiante.
Ela se viu em Hogwarts, mas o ambiente estava imerso em trevas. Corredores vazios ecoavam com passos silenciosos e murmúrios sussurrantes. O ar estava pesado, carregado com a promessa de um perigo iminente.
Audrey caminhava pelos corredores obscuros, seu coração martelando freneticamente no peito. Sabia que algo terrível estava prestes a acontecer, mas não conseguia descobrir o que era. De repente, uma figura sombria emergiu das sombras, seus olhos brilhando com uma malícia perturbadora. Era uma criatura indescritível, uma amalgama distorcida de pesadelo e realidade, que se aproximava lentamente, emitindo um som arrepiante que fazia os pelos na nuca de Audrey se arrepiarem. A criatura sussurrou em uma língua incompreensível: "A herdeira... você e a chave... o poder... sangue, me dê seu sangue..."
Ela tentou correr, mas suas pernas pareciam grudadas ao chão, incapazes de obedecer ao seu comando. Encurralada, indefesa diante da escuridão que se aproximava, Audrey soltou um grito sufocado, sendo então arrastada de volta à realidade.
Ofegante e coberta de suor, ela olhou ao redor do quarto, percebendo que tudo estava como deveria ser. Um sorriso surgiu ao ver Draco dormindo profundamente, mas a inquietação a consumia. Algo sinistro estava à espreita, esperando para ser revelado.
꧁༒☬É 𝖕𝖗𝖊𝖈𝖎𝖘𝖔 𝖒𝖚𝖎𝖙𝖆 𝖆𝖚𝖉á𝖈𝖎𝖆 𝖕𝖆𝖗𝖆 𝖊𝖓𝖋𝖗𝖊𝖓𝖙𝖆𝖗 𝖓𝖔𝖘𝖘𝖔𝖘 𝖎𝖓𝖎𝖒𝖎𝖌𝖔𝖘, 𝖒𝖆𝖘 𝖎𝖌𝖚𝖆𝖑 𝖆𝖚𝖉á𝖈𝖎𝖆 𝖕𝖆𝖗𝖆 𝖉𝖊𝖋𝖊𝖓𝖉𝖊𝖗 𝖓𝖔𝖘𝖘𝖔𝖘 𝖆𝖒𝖎𝖌𝖔𝖘☬༒꧂
꧁༒☬𝕽𝖎𝖉𝖉𝖑𝖊☬༒꧂
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