capítulo único.

Dois anos haviam se passado desde aquele trágico acidente de carro, mas para Jimin, o tempo parecia ter parado naquele dia. Jungkook, seu namorado e o garoto por quem ele era apaixonado, partira de forma repentina e violenta, deixando um vazio imenso em seu coração.

Desde então, Jimin fazia questão de visitar o túmulo de Jungkook todos os dias. Ele levava flores frescas, uma para cada dia que passava, como se estivesse cumprindo uma promessa silenciosa de nunca deixar o amor deles ser esquecido. As flores, variando de cores e tipos, sempre refletiam algo que ele queria dizer a Jungkook naquele momento. Às vezes eram rosas vermelhas, outras eram margaridas brancas ou lírios amarelos, cada uma com um significado próprio.

Ele sempre parava diante da lápide, sentava-se em silêncio por um instante, olhando para o nome de Jungkook gravado ali, e começava a falar como se seu amado pudesse ouvir. Falava sobre seu dia, sobre as coisas que ele sentia falta, sobre os sonhos que tinham feito juntos. Ele também contava as flores que já havia jogado naquele túmulo. "Hoje são 730 flores, Jungkook", ele dizia, tocando delicadamente as pétalas antes de deixá-las sobre a lápide.

No começo, Jimin tinha contado as flores como uma forma de medir o tempo, de tentar manter a conexão com Jungkook, de algum jeito. Mas, com o passar dos meses, contar se tornou um ritual de cura. A cada flor depositada ali, ele sentia um peso a menos em seu peito, como se estivesse deixando para trás um pedaço da dor e trazendo à tona as memórias mais felizes de ambos.

Jimin sabia que, por mais que o tempo passasse e as flores se acumulassem, nunca poderia apagar a dor de perder Jungkook. Mas ele também sabia que, ao continuar com esse gesto diário, de algum modo, ele mantinha Jungkook vivo em seu coração, e isso fazia toda a diferença. As flores eram sua forma de amor eterno, um tributo silencioso, mas cheio de significado.

“Eu ainda te amo, Jungkook”, ele sussurrava enquanto se levantava, já sabendo que voltaria no dia seguinte, como sempre fizera.

Nos dias seguintes, o ritual de Jimin se tornava mais silencioso, mais introspectivo. A dor ainda estava lá, mas ele começou a perceber que, ao contar as flores, não estava apenas marcando o tempo, mas também aceitando sua perda de uma maneira que nunca imaginara ser possível. Cada flor era como uma promessa de que ele continuaria vivendo, de que continuaria seguindo em frente, mas sem deixar que o amor de Jungkook se apagasse.

Havia momentos em que ele ficava ali por horas, olhando para o túmulo, perdido em seus pensamentos. Ele lembrava das tardes passadas com Jungkook, do jeito como ele sorria, dos abraços calorosos e das risadas que compartilhavam, até das pequenas brigas bobas que tinham, mas que sempre terminavam com um beijo e um "eu te amo". Esses momentos, que antes pareciam tão comuns, agora se tornavam preciosos e inestimáveis em sua memória.

Um dia, ao levar as flores, Jimin notou algo diferente. Uma pessoa estava ali, sentada no banco ao lado do túmulo. Era uma mulher mais velha, com o olhar distante, mas ao mesmo tempo cheio de ternura. Jimin hesitou por um momento, mas algo dentro dele o fez se aproximar.

"Você está procurando alguém?" Jimin perguntou com a voz suave.

A mulher olhou para ele, seus olhos brilhando com uma mistura de saudade e carinho. "Sim, estou procurando meu filho", disse ela, e sua voz tremia um pouco. "Ele se chamava Jungkook."

O mundo de Jimin pareceu parar por um instante. Era a mãe de Jungkook, alguém que ele nunca havia tido a coragem de conhecer, alguém que compartilhava a dor da mesma perda, mas de uma maneira diferente. Sentou-se ao lado dela, sem saber exatamente o que dizer, mas sentindo a necessidade de compartilhar aquele momento de luto com outra pessoa que entendia a profundidade da saudade.

"Eu também... Eu também o amava", Jimin disse, as palavras saindo de sua boca mais como um suspiro. "Ainda amo."

A mãe de Jungkook sorriu suavemente, como se pudesse compreender completamente o que Jimin queria dizer. "Eu sei, querido. Eu sei." Ela pausou por um momento, olhando para a lápide de seu filho. "Eu venho aqui todos os dias também, mas vejo que você já tem esse hábito. Continuar a visita é uma forma de manter o amor vivo. Meu filho, ele sempre dizia que o amor nunca acaba. Ele acreditava nisso."

Jimin sentiu um nó na garganta, mas ao mesmo tempo, uma sensação de alívio. Era como se aquelas palavras tivessem dado sentido a todo o sofrimento que ele sentia. Talvez o amor não acabasse. Talvez fosse apenas uma forma de manter-se presente, mesmo na ausência.

"A cada flor que você coloca aqui, você está mantendo a memória dele viva", a mãe de Jungkook disse suavemente. "E isso é o que ele faria. Isso é o que ele sempre quis."

Nos dias que se seguiram, Jimin passou a ir ao túmulo de Jungkook com a mãe dele, e juntos, começaram a contar as flores. Jimin sentia como se estivesse se aproximando ainda mais de Jungkook, não apenas através de suas próprias lembranças, mas também compartilhando-as com quem mais amava o garoto. E, de alguma forma, isso o confortava.

O número de flores aumentava a cada dia, mas o que realmente importava não era o número exato. Era o amor, persistente e imortal, que Jimin continuava a oferecer, dia após dia, em forma de flores, palavras e silêncio. O amor de Jungkook jamais morreria. Ele viveria em cada gesto, em cada flor, e principalmente, em cada memória compartilhada.

E Jimin sabia, com todo o seu coração, que aquele amor, que resistiu ao tempo e à distância, sempre seria a sua maior lembrança de Jungkook.

Os dias continuaram a passar, e o inverno chegou, trazendo com ele um frio que cortava o coração de Jimin. O vento gelado parecia levar embora as últimas peças de esperança que ele ainda carregava, mas ele continuava, incansável, a levar suas flores para o túmulo de Jungkook. Cada vez que ele se aproximava da lápide, o peso da saudade parecia aumentar.

Jimin percebeu que as visitas diárias não eram mais um alívio, mas uma forma de se prender ao passado, de manter vivo algo que já não estava mais ali. O vazio deixado por Jungkook parecia crescer com o passar do tempo. Cada flor que ele colocava no túmulo se tornava um símbolo de uma dor que não diminuía, mas se tornava mais profunda. Ele sabia que o tempo não traria Jungkook de volta, mas sua alma ainda se recusava a aceitá-lo.

Era como se as flores não tivessem mais o mesmo poder. Elas eram apenas flores, com seus perfumes e cores, mas não conseguiam preencher o buraco que Jungkook deixara. Jimin sentia o peso da ausência dele em cada pedaço de sua vida — no silêncio das manhãs sem as conversas despreocupadas com o namorado, nas noites vazias, sem o calor do corpo de Jungkook ao seu lado, nas memórias que começavam a se desfocar, como se estivessem sendo apagadas pela dor.

Algumas vezes, ele se perguntava se as flores realmente significavam alguma coisa. O que ele estava tentando fazer, afinal? Provar para o mundo que o amor deles era eterno? Ou tentar convencer a si mesmo de que, de alguma forma, o amor ainda estava ali, esperando para ser encontrado novamente? Mas, à medida que os dias passavam, Jimin sabia que o tempo não voltaria. Ele não podia voltar a ser o que era antes. Ele não poderia voltar a viver como se nada tivesse acontecido.

A dor se tornava cada vez mais insuportável. Cada visita ao túmulo parecia uma repetição vazia, uma tentativa de se apegar a algo que não voltaria mais. Ele se perguntava se as lágrimas que ele derramava eram suficientes, ou se elas estavam apenas levando-o mais fundo para um abismo de dor que parecia sem fim.

Um dia, ele se sentou ali, ao lado da lápide de Jungkook, com as flores em suas mãos, mas sem forças para colocá-las. Seus olhos estavam inchados, a dor visível em seu rosto. O vento cortante não o fazia mais sentir o frio, mas o peso do luto o esmagava. Ele não sabia quanto mais poderia aguentar.

"Eu ainda te amo", sussurrou para a pedra fria, a voz quebrada. "Mas não sei o que fazer sem você. Eu... não sei mais como viver sem você."

As palavras saíam de sua boca como um eco, um grito silencioso no vazio que parecia engolir tudo. Ele sabia que Jungkook nunca ouviria, que o amor que um dia havia sido tão forte agora se desvanecia na tristeza de um adeus não dito.

Jimin se levantou lentamente, as flores caindo de suas mãos, não mais como uma oferta, mas como uma última tentativa de se apegar ao que restava. Ele não olhou para trás quando se afastou. As flores ficaram ali, no túmulo de Jungkook, mas para Jimin, o amor que ele tinha se tornado algo impossível de alcançar.

E naquele dia, ele percebeu que o amor de Jungkook não poderia mais curá-lo. Ele já não sabia como manter a memória de Jungkook viva em si, porque a saudade, a dor e a perda estavam consumindo o que restava de sua alma.

Ele continuou indo ao túmulo, mas as flores que ele levava não eram mais um sinal de amor, e sim de uma tentativa inútil de preencher um vazio que jamais poderia ser preenchido. E talvez, no fundo, Jimin soubesse que, ao final, ele teria que aprender a viver sem Jungkook, mesmo que isso significasse perder um pedaço de si mesmo para sempre.

Os anos passaram, mas a dor de Jimin não diminuiu. Ela se transformou, talvez, em algo mais pesado e constante, algo que se tornara parte dele, como uma sombra que não o deixava. As lembranças de Jungkook, embora desbotadas com o tempo, ainda estavam vivas em sua mente, como flashes de momentos felizes e tristes que se misturavam.

Jimin continuava a ir ao túmulo de Jungkook todos os dias, sem faltar. Ele ainda levava flores, como se isso fosse a única coisa que ele poderia fazer por ele. E, mesmo sabendo que o amor de Jungkook não poderia mais curá-lo, ele não sabia como parar. Era uma necessidade silenciosa, uma promessa que ele nunca quebraria.

A cada visita, ele ainda contava as flores que colocava na lápide. A cada número, ele sentia que uma parte de seu luto era confirmada, uma parte do amor que nunca se apagaria. “Hoje são 2.555 flores, Jungkook”, ele dizia baixinho, com a voz cansada, mas firme.

O tempo parecia estar se esticando diante dele, como uma estrada longa e sem fim. A dor, embora mais familiar, ainda o cortava. Mas ele não podia deixar de contar as flores, como se isso fosse, de alguma forma, mantê-lo conectado com o passado, com o amor que ainda queimava dentro de seu peito.

Jimin já não acreditava mais que, de alguma forma, Jungkook poderia voltar. O que ele sabia agora era que, ao contar as flores, ao ir todos os dias ao cemitério, ele estava, de alguma maneira, honrando o amor deles. Estava mantendo vivo algo que não podia ser apagado, não importava o quanto o tempo passasse.

E então, em silêncio, Jimin se tornou parte daquela rotina. Mesmo com as lágrimas que teimavam em cair, mesmo com o peso de um amor imortal que lhe custava cada pedaço de sua alma, ele ainda ia. E contava. Porque, para ele, esse amor não tinha fim, nem explicação. Ele ainda amava Jungkook da maneira mais pura e dolorosa possível, e as flores, simples e efêmeras, eram sua maneira de manter esse amor, de alguma forma, vivo.

Jimin sabia que, anos depois, talvez ainda fosse assim. Ele continuaria a levar flores, continuaria a contá-las, porque o amor dele por Jungkook não precisava de mais nada. Ele continuaria a visitá-lo, dia após dia, flor por flor, porque, no fundo, Jimin sabia que, enquanto houvesse amor e flores, ele nunca realmente perderia Jungkook.

O inverno seguinte chegou com uma intensidade que parecia coincidir com o peso que Jimin carregava no peito. O frio cortante parecia refletir a dor persistente que, como uma sombra, o acompanhava todos os dias. Cada visita ao túmulo de Jungkook era como um lembrete de que o tempo, apesar de passar, não diminuía a saudade. A cada novo amanhecer, Jimin sentia como se estivesse começando tudo de novo, como se as cicatrizes de sua alma ainda estivessem frescas, abertas, e o amor que ele tinha por Jungkook fosse o único fio que o impedia de se perder completamente.

Ele não contava mais os dias com a mesma certeza que antes. Alguns dias eram apenas nevoentos, outros, mais claros, mas todos passavam com uma lentidão que parecia não ter fim. A dor não era mais algo de apenas um luto recente. Ela estava se tornando uma parte dele, entrelaçada com suas próprias memórias. Ele sabia que não poderia mais voltar no tempo, que não poderia reviver os momentos ao lado de Jungkook, mas se a dor se tornasse o preço para manter esse amor, ele pagaria, todos os dias, sem hesitar.

Jimin continuava a levar suas flores. Alguns dias, eram lírios brancos, com pétalas delicadas que caíam ao toque, como se também quisessem se despedir suavemente. Em outros, rosas vermelhas, como se cada uma fosse um último suspiro de um amor ainda tão forte em seu peito. Ele passava longos minutos olhando para a lápide, tocando o nome de Jungkook gravado nela, como se tentasse sentir de alguma forma a presença dele ainda ali, através da pedra fria e do vento que sopravava.

E todos os dias, como uma promessa silenciosa, Jimin ainda contava as flores que deixava. Às vezes, com a voz rouca, outras vezes, apenas em seus pensamentos, ele sussurrava os números, como se isso fosse uma forma de manter uma conexão, de fazer com que, de algum jeito, Jungkook ainda estivesse ali, observando-o, esperando que a dor que ele sentia fosse diminuindo, mesmo que de forma imperceptível.

"Hoje são 4.212 flores, Jungkook", ele dizia, um pouco mais cansado, com os olhos um pouco mais apagados, mas com a mesma intensidade no coração. Cada número que ele dizia parecia uma confirmação de que a dor nunca realmente se iria, mas também de que ele estava persistindo, resistindo, vivendo.

Ao longo dos anos, Jimin se viu deixando de ser apenas aquele garoto perdido no luto. Ele aprendeu, com o tempo, a carregar o peso da saudade de uma forma que o tornava mais forte, mais inteiro. Não era mais sobre entender a ausência de Jungkook, mas sobre encontrar uma maneira de levar a ausência como parte de si mesmo, como algo que, por mais doloroso, não o impediria de seguir em frente.

No entanto, a cada flor que ele colocava no túmulo, a cada número que ele contava, algo dentro de Jimin ainda acreditava que, se ele fosse persistente o suficiente, se mantivesse o amor vivo de todas as maneiras possíveis, quem sabe, um dia, ele sentiria Jungkook de novo, de algum jeito, em algum lugar. Até aquele momento, ele sabia que não poderia deixar de fazer o que fazia todos os dias — contar as flores, falar com ele, fazer o amor viver através de um gesto simples, mas eterno.

E, em seu coração, Jimin sabia que enquanto houvesse flores, enquanto houvesse esse amor imortal, ele jamais perderia Jungkook. Ele sabia que a dor poderia mudar de forma, mas o amor nunca se apagaria. Ele contava as flores, dia após dia, como uma promessa de que Jungkook ainda estava lá, nos pequenos gestos, nas memórias silenciosas e no amor que Jimin continuaria a carregar, eternamente.

E Jimin sabia que amaria somente Jungkook até o fim da sua vida. Por mais que o tempo passasse e as flores se acumulassem, o vazio de sua ausência nunca poderia ser preenchido por outro amor. O que ele e Jungkook tinham era único, profundo, e eterno. A cada visita ao túmulo, a cada flor que ele deixava, Jimin sentia que parte de si permanecia ali, com Jungkook, no silêncio de um amor que não morria. Ele sabia que, enquanto vivesse, carregaria consigo o nome de Jungkook, o sorriso, a risada, o toque. E mesmo quando o peso da saudade fosse insuportável, ele sabia que seu coração pertenceria a Jungkook, para sempre, sem jamais se desviar.

O amor deles não era algo que o tempo poderia corroer. Jimin entendia, agora, que o amor verdadeiro transcende até a morte. Não importava o quanto o mundo mudasse ao seu redor ou o quanto ele fosse forçado a seguir em frente, Jimin nunca deixaria de amá-lo. E assim, com as flores em suas mãos e a lembrança de Jungkook em sua alma, ele continuaria a visitá-lo, a contar as flores, a manter o amor vivo, até o último suspiro de sua vida.

Porque, para Jimin, o amor por Jungkook era eterno, imortal, e nada, nem mesmo o tempo, poderia separá-los.

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