𝗰𝗵𝗮𝗽𝘁𝗲𝗿 𝘁𝗵𝗿𝗲𝗲 | um encontro na floresta.

CAPÍTULO TRÊS
── ❝um encontro na floresta.❞

Naquela manhã, Elliot acordou cedo, mais uma vez cumprindo a rotina que já começava a se estabelecer. Ele se espreguiçou na cama, sentindo a leveza de um novo dia, e logo se levantou. Sem pressa, escovou os dentes e desceu para a cozinha. O silêncio da casa era reconfortante, e ele se movia com facilidade, preparando o café da manhã com os ingredientes simples que havia encontrado na despensa.

Café, torradas e ovos. Era o básico, mas suficiente. Quando tudo ficou pronto, ele arrumou a mesa com calma, colocando pratos e talheres de forma simples. Depois, subiu novamente para seu quarto, pegou a toalha e foi para o banheiro. Tomou um banho rápido, sentindo a água quente relaxando os músculos, ainda um pouco tensos pela estranheza dos primeiros dias em Forks.

Quando saiu, se vestiu com a familiar combinação que já se tornara sua assinatura: uma camisa preta básica, calça de moletom cinza e um casaco velho também cinza, que ele carregava consigo desde os tempos em que morava em outro lugar. Finalizou o visual com seus All Star gastos, prontos para o que fosse acontecer naquele dia.

Ao descer novamente, encontrou Charlie já à mesa, tomando um gole do café, com aquele olhar cansado, mas satisfeito, típico de quem já estava acostumado com a rotina.

── Bom dia, pai ── Elliot disse, puxando a cadeira e se sentando.

Charlie sorriu e fez um gesto com a mão, como se dissesse "bom dia" de forma silenciosa. Ele estava sempre mais calado de manhã, ainda processando a noite de descanso antes de sair para mais um dia de trabalho na delegacia.

Depois de um tempo, quando o café já estava quase no fim, Elliot fez uma pequena pausa antes de falar.

── Hoje, eu estava pensando em dar uma volta pela cidade. Conhecer um pouco mais de Forks.

Charlie olhou para ele com um leve sorriso.
── Acho uma boa ideia. A cidade é pequena, mas tem suas particularidades. Você vai gostar.

Elliot fez um movimento afirmativo com a cabeça, mais por educação do que por real entusiasmo. Forks ainda parecia ser um lugar sem muitos atrativos, mas talvez fosse bom explorar um pouco, sentir o clima da cidade. Afinal, ele estava ali para ficar por um tempo, e um pouco de ar fresco não faria mal.

Eles terminaram o café da manhã em silêncio, e logo Elliot se levantou.

── Eu vou dar uma volta antes que comece a chover. ── disse ele, pegando as chaves de casa que estavam sobre a mesa.

Charlie acenou com a cabeça.
── Cuidado por aí, filho. Forks é tranquila, mas nunca se sabe.

Ele apenas sorriu e saiu pela porta, sentindo o ar úmido e fresco da manhã invadir seus pulmões. Era um começo de dia tranquilo, e talvez fosse o que ele mais precisasse.

Elliot saiu de casa e começou a caminhar pelas ruas tranquilas de Forks, com sua postura relaxada e despreocupada. O frio matinal, característico da cidade, logo começou a fazer efeito, e ele sentiu o ar gelado penetrar em sua pele. Mas não se importava. As mãos enfiadas nos bolsos do casaco cinza, ele respirava fundo, absorvendo o clima úmido que era tão diferente de tudo o que ele já havia conhecido antes.

A cidade era pacata, quase imóvel, e isso o fez se sentir ainda mais distante de tudo o que havia vivido até então. Não havia pressa nas pessoas, ninguém corria de um lado para o outro. Forks parecia fluir com a lentidão do tempo, como se as horas passassem mais devagar ali. O som de seus passos batendo no asfalto era o único ruído que quebrava o silêncio suave da manhã.

Ele passou pela pequena praça central, com algumas lojas abertas e poucos carros estacionados nas ruas. A fachada das construções era simples, quase rústica, mas tinha algo de acolhedor, uma tranquilidade que ele não sabia se conseguiria se acostumar, mas que, naquele momento, lhe parecia reconfortante.

Elliot continuava caminhando sem destino, sem pressa de chegar a lugar algum. O som da natureza ao redor, as árvores que cercavam a cidade e o farfalhar das folhas eram quase hipnotizantes. Ele achou curioso como, apesar de ser uma cidade pequena, havia algo mágico em como tudo parecia estar imerso naquela névoa constante, como se o próprio ar carregasse segredos.

Olhou para o céu nublado e se perguntou, mais uma vez, o que o futuro reservava ali. Talvez Forks fosse o começo de algo novo, ou talvez fosse só mais um capítulo na sua vida, um daqueles que ele não conseguiria lembrar em detalhes depois de algum tempo. Mas por enquanto, ele só queria aproveitar aquele momento de calmaria, sem se preocupar com nada, só caminhando pelas ruas com as mãos nos bolsos e o pensamento vagando.

Talvez, depois de um tempo, ele começasse a gostar daquele lugar.

Após um tempo andando pelas ruas de Forks, Elliot se deparou com uma pequena trilha que adentrava a floresta. A trilha não era muito visível, mas ele percebeu a abertura entre as árvores, o caminho sendo delineado apenas por um estreito de terra batida. Ele sabia que aquilo era uma ideia absurda, um tanto quanto estúpida, mas algo dentro dele o impulsionou a seguir em frente.

"É assim que as pessoas são assassinadas nos filmes", pensou Elliot, quase rindo de si mesmo. Mas a ideia de explorar aquele lugar, de descobrir o que havia além da trilha, parecia desafiadora de uma maneira que ele não podia resistir. Afinal, Forks era uma cidade pequena e silenciosa demais para qualquer coisa interessante acontecer, e o impulso de quebrar essa monotonia era forte demais para ignorar.

Com um suspiro e um sorriso irônico, ele deu um passo à frente e entrou na trilha. À medida que adentrava a floresta, o som do mundo exterior foi diminuindo até se tornar quase inexistente. O som de seus próprios passos era abafado pela espessura da vegetação ao redor. O ar estava mais úmido, e o cheiro de terra molhada e folhas apodrecidas preenchia suas narinas, algo refrescante e terroso ao mesmo tempo.

As árvores ao seu redor eram enormes, com troncos grossos cobertos de musgo, quase como se as próprias árvores tivessem uma história para contar, mas de alguma forma mantivessem seus segredos bem guardados. O ambiente era densamente verde, com a luz do dia mal conseguindo atravessar o denso manto de folhas acima de sua cabeça, criando um efeito sombrio e misterioso.

Ele parou por um momento para olhar ao redor, sentindo uma leveza em sua respiração enquanto absorvia o ambiente ao seu redor. Era como se ele tivesse entrado em um outro mundo, isolado e intocado. As árvores, o musgo, o silêncio... Tudo parecia vivo de uma forma diferente aqui, como se a floresta tivesse uma presença própria, uma energia silenciosa que o envolvia.

Apesar de saber que estava sendo imprudente, uma sensação de curiosidade tomou conta de Elliot. Ele queria ver até onde a trilha o levaria, se havia algo mais ali, algo além daquele silêncio, além daquela paz perturbadora. O que mais poderia estar escondido naquela floresta sombria e misteriosa?

"Bem, nada como fazer algo um pouco idiota para apimentar o dia", pensou, dando outro passo na trilha, cada vez mais imerso na floresta verde.

Depois de caminhar por algum tempo, Elliot encontrou um tronco caído, coberto parcialmente por musgo, mas ainda seco o suficiente para servir de assento. Ele olhou ao redor, admirando a paisagem silenciosa e imponente da floresta. Sentar ali, cercado apenas pela natureza, era algo que ele não fazia há muito tempo — ou talvez nunca tivesse feito antes.

Ele suspirou, inclinando-se para frente e apoiando os cotovelos nos joelhos, deixando sua mente vagar. Seus pensamentos acabaram voltando para sua antiga vida, aquele mundo que ele havia deixado para trás. Não era uma vida perfeita, mas era a que ele conhecia.

Elliot nunca teve amigos de verdade. Conhecia muita gente, era popular o suficiente, mas todas as conexões pareciam superficiais, baseadas mais na sua reputação do que em algo genuíno. Ele era o garoto que as pessoas admiravam de longe, ou que tinham medo de irritar, mas nunca alguém com quem realmente quisessem construir uma amizade.

Quanto ao amor, ele nunca chegou perto disso. Nunca se apaixonou, nem sequer sentiu algo que se aproximasse disso. Porém, já tinha passado noites com algumas garotas e garotos, experiências que ele encarava com um misto de curiosidade e tédio. Eram encontros sem significado, momentos que preenchiam o vazio, mas nunca traziam algo mais profundo.

Na escola, também nunca foi o aluno exemplar. Suas notas eram medianas na melhor das hipóteses, mas ele conseguia se virar, sempre arranjando um jeito de passar de ano sem esforço excessivo. Isso era suficiente para ele, nunca precisou ser o melhor em nada, só o bastante para evitar problemas maiores.

Enquanto estava ali sentado, perdido em suas lembranças, Elliot percebeu o quanto tudo aquilo parecia distante agora. A vida que ele tinha antes parecia quase irreal, como se pertencesse a outra pessoa. E talvez fosse isso. Talvez ele estivesse mesmo começando uma nova versão de si mesmo, deixando para trás tudo o que conhecia para descobrir quem ele realmente era.

O vento frio da floresta passou por ele, trazendo uma estranha sensação de paz. Pela primeira vez em muito tempo, ele não sentiu o peso de expectativas, olhares ou julgamentos. Apenas o silêncio, o verde ao redor e sua própria companhia.

Elliot fechou os olhos por um momento, respirando fundo. Talvez fosse bom recomeçar, mesmo que ele ainda não soubesse como. Por enquanto, ele só queria ficar ali, perdido em seus próprios pensamentos, sem pressa para voltar.

Elliot estava tão imerso em seus pensamentos que nem notou o estranho que se aproximava, os passos leves e quase inaudíveis parecendo se fundir com os sons sutis da floresta. Foi apenas quando uma voz suave e controlada soou que ele percebeu que não estava mais sozinho.

── Um lugar curioso para alguém como você estar, não acha? ── a voz era calma, mas carregava uma intensidade que imediatamente chamou a atenção de Elliot.

Levantando os olhos, ele encontrou o olhar do garoto à sua frente. Elliot franziu a testa, desconfiado. O estranho era jovem, talvez com sua idade ou um pouco mais velho. Sua pele era pálida, quase translúcida, e parecia refletir a pouca luz que passava pelas árvores, dando-lhe uma aparência etérea. Os cabelos castanho-avermelhados estavam perfeitamente desarrumados, como se ele tivesse acabado de sair de um ensaio fotográfico. E os olhos... Os olhos dourados, incomuns e hipnotizantes, pareciam carregar séculos de histórias, como se enxergassem muito mais do que ele era capaz de perceber.

Quando seus olhares se cruzaram, Elliot sentiu algo inexplicável. Era como se um fio invisível o ligasse àquele garoto. Por um momento, o mundo ao redor pareceu desaparecer, e tudo o que restou foi a estranha sensação de familiaridade, como se eles já se conhecessem, como se suas almas tivessem se encontrado antes. A conexão era desconcertante e inegável, mas ao mesmo tempo, completamente inexplicável.

O garoto permaneceu parado por um instante, estudando Elliot com um olhar que parecia tanto curioso quanto cauteloso. Então, ele finalmente quebrou o silêncio.

── Meu nome é Edward Cullen. ── Sua voz era tão controlada quanto sua postura, mas havia um tom de sinceridade em suas palavras.

Elliot piscou algumas vezes, tentando se livrar da estranha sensação que ainda pairava no ar. Ele arqueou uma sobrancelha, um sorriso sarcástico surgindo em seu rosto.

── Edward Cullen? ── repetiu, o nome soando familiar. Elliot inclinou a cabeça levemente, conectando as peças. ── Ah, então você é o cara.

Edward franziu o cenho levemente, mas não disse nada, esperando que Elliot continuasse.

── O famoso ex-namorado que largou Isabella e sumiu. ── O tom de Elliot era provocador, e o sorriso no canto de sua boca indicava que ele estava se divertindo com a situação.

Edward permaneceu impassível, embora um brilho sutil tenha passado por seus olhos.

── Vejo que minha reputação me precede ── respondeu Edward, com uma calma que parecia quase ensaiada.

Elliot o encarou por mais um momento, ainda desconfiado. A estranha conexão que sentira não fazia sentido, e algo sobre Edward parecia... diferente. Não apenas por sua aparência impecável, mas por algo mais profundo, algo que Elliot não conseguia identificar.

── Então, o que exatamente você está fazendo por aqui, Cullen? ── perguntou Elliot, cruzando os braços e observando o garoto com mais atenção.

Edward apenas sorriu, um sorriso enigmático que não entregava nada, mas ao mesmo tempo parecia saber tudo.

Edward manteve o sorriso enigmático, dando um leve aceno de cabeça como se considerasse a pergunta de Elliot trivial.

── Apenas dando uma volta ── respondeu, sua voz carregando um tom casual que não convencia.

Elliot estreitou os olhos, claramente cético. Ele cruzou os braços e lançou a Edward um olhar carregado de sarcasmo, como quem diz: "Claro, porque esse é o lugar ideal para um passeio."

── Certo... Vou fingir que acredito ── murmurou Elliot, balançando a cabeça com um sorriso irônico.

Edward inclinou a cabeça levemente, os olhos dourados estudando Elliot como se estivesse tentando decifrá-lo.

── Você não vai se apresentar? ── perguntou Edward, sua voz calma, mas com uma curiosidade genuína.

Elliot deu uma risada curta e seca, claramente não impressionado.

── Elliot Swan ── respondeu, direto, antes de dar um passo à frente e acrescentar com um tom provocador: ── O irmão da garota que você abandonou, no caso.

Edward manteve sua expressão neutra, mas havia algo em seu olhar que mudou por um breve instante — uma sombra de arrependimento ou talvez de compreensão.

── Então, você é o irmão de Bella ── disse Edward, como se estivesse processando a informação. Sua voz tinha uma leve mudança de tom, quase imperceptível.

Elliot arqueou uma sobrancelha, esperando mais, mas Edward apenas ficou em silêncio, o que só aumentou a curiosidade e a irritação de Elliot.

── É, sou. E, honestamente, estou tentando entender o que você viu de tão interessante na Itália que te fez deixar minha irmã daquele jeito ── disse Elliot, sem rodeios, enquanto cruzava os braços novamente, seu tom carregado de ironia.

Edward desviou o olhar por um instante, como se ponderasse sua resposta, mas não disse nada imediatamente. Elliot percebeu que estava diante de alguém que não era fácil de decifrar, e isso só o deixava mais intrigado e desconfiado.

Edward permaneceu parado, os braços cruzados e a expressão impassível, mas seus olhos dourados mostravam um leve brilho de confusão e curiosidade.

── Eu pensei que você e Bella não tivessem contato ── disse Edward, finalmente quebrando o silêncio. Sua voz era calma, mas havia uma leve acusação ali. ── Ela me disse que vocês não se conheciam. Que nunca haviam sequer conversado.

Elliot arqueou uma sobrancelha, surpreso, antes de soltar uma risada baixa e sarcástica.

── Ela disse isso, é? ── perguntou, balançando a cabeça em descrença. ── Olha, não vou mentir, Bella e eu não somos exatamente melhores amigos. Na verdade, antes de vir pra cá, eu mal sabia o que ela gostava de fazer além de... sei lá, respirar.

Edward permaneceu em silêncio, esperando que Elliot continuasse, e ele o fez.

── Mas isso não significa que eu não possa me preocupar com ela ── disse Elliot, com um leve dar de ombros. ── Ok, talvez eu me preocupe só um pouquinho. E, pra ser honesto, me preocupo mais com Charlie. Não que seja muito, mas, sabe... um mínimo de noção.

Edward inclinou a cabeça, como se estivesse tentando entender o raciocínio de Elliot.

── O ponto é ── continuou Elliot, apontando um dedo no ar, como se estivesse dando uma lição ── até alguém como eu, com a fama que me precede, tem mais noção do que você parece ter.

Edward piscou, surpreso pela sinceridade brutal de Elliot. Ele abriu a boca para responder, mas nada saiu. Era raro alguém falar com ele daquela forma, e o mais estranho era que ele não sentia vontade de contra-atacar.

Elliot cruzou os braços novamente, seu olhar firme, mas não totalmente hostil.

── Então, qual é a sua, Cullen? Você aparece do nada, depois de sumir e deixar minha irmã completamente fora de si, e agora está dando voltas pela floresta como se nada tivesse acontecido?

Edward desviou o olhar por um momento, seus olhos fixando-se em um ponto distante na floresta, como se estivesse escolhendo cuidadosamente suas palavras. Mas, pela primeira vez, ele parecia incerto.

Edward lutava internamente com as palavras que deveria usar, mas nada parecia suficiente para explicar a situação. Era complicado. Muito mais do que Elliot poderia imaginar. Como ele poderia dizer ao garoto à sua frente que, em menos de meia hora, sua vida tinha virado de cabeça para baixo porque acabara de encontrar algo que ele nem sabia ser possível?

Elliot Swan era seu verdadeiro companheiro.

O vínculo era palpável desde o momento em que seus olhares se cruzaram, algo que Edward nunca experimentara antes. E, por ironia cruel do destino, Elliot era o irmão de Bella, a garota que ele havia abandonado de forma abrupta. Isso só tornava tudo mais difícil.

Edward sabia que precisava conquistar a confiança de Elliot, precisava encontrar uma maneira de aproximar-se dele sem assustá-lo ou piorar a má impressão que já parecia ter causado. A conexão entre eles era inegável, tão poderosa que Edward não conseguia imaginar sua vida sem Elliot, mesmo que tivessem trocado apenas algumas palavras até agora.

Era absurdo, irracional, mas ele sentia isso profundamente em sua alma. Elliot tinha que ser dele. Não havia alternativa.

Mas, como era típico de sua sorte, parecia que o destino não estava interessado em facilitar as coisas. Elliot já não ia com a cara dele, e não era difícil entender o porquê. Edward não tinha sido exatamente um exemplo de responsabilidade quando se tratava de Bella.

── Olha... ── começou Edward, finalmente quebrando o silêncio. Sua voz soava quase hesitante, algo raro para ele. ── Eu sei que você tem toda razão para não gostar de mim. Eu cometi erros... grandes erros, e sei que Bella ainda está sofrendo por minha causa.

Elliot permaneceu em silêncio, mas o olhar de ceticismo em seu rosto deixou claro que ele não estava disposto a deixar as coisas passarem tão fácil.

── Mas o que aconteceu entre mim e sua irmã é... complicado ── continuou Edward, tentando manter a compostura. Ele precisava de mais tempo, precisava encontrar um jeito de explicar o que nem ele mesmo entendia completamente. ── E eu não estou aqui para causar problemas.

Elliot cruzou os braços e inclinou a cabeça, observando Edward como se tentasse decifrá-lo.

── Complicado? ── ele repetiu, com um tom carregado de sarcasmo. ── Essa é a melhor desculpa que você tem? Porque, sinceramente, não está ajudando a sua causa.

Edward suspirou, frustrado, mas manteve a calma. Ele sabia que seria difícil conquistar Elliot, mas estava determinado a tentar. Afinal, ele não tinha escolha.

Edward respirou fundo, organizando os pensamentos enquanto tentava encontrar as palavras certas para responder. Ele sabia que não podia contar toda a verdade, mas também não queria mentir descaradamente para Elliot.

── Olha, as coisas entre mim e Bella ficaram difíceis ── começou ele, escolhendo as palavras com cuidado. ── Minha família precisou se mudar. Meu pai... Carlisle, ele é médico, e recebeu uma transferência para outro hospital. Foi uma situação repentina, e eu achei que seria melhor para Bella seguir em frente sem mim.

Elliot arqueou uma sobrancelha, seu olhar deixando claro que não estava totalmente convencido.

── E agora vocês estão de volta? ── perguntou, cruzando os braços.

Edward assentiu, mantendo sua expressão séria.

── Sim. As circunstâncias mudaram, e minha família decidiu retornar para Forks.

Elliot bufou, balançando a cabeça.

── Certo, mas isso não explica porque Isabella teve que ir para a Itália com a tal de Alice. Você tem alguma ideia do que estava acontecendo?

Edward hesitou por um instante, mas manteve a calma.

── Para ser honesto, eu não sabia de nada até vê-la lá ── admitiu, sua voz carregada de sinceridade. — Eu não fazia ideia do que ela e Alice estavam planejando. Quando percebi que Bella estava na Itália, foi... uma surpresa, para dizer o mínimo.

Elliot estreitou os olhos, avaliando Edward. Ele não sabia se acreditava na explicação, mas uma coisa era clara: havia muito mais acontecendo do que Edward estava disposto a compartilhar.

── Surpresa, é? ── Elliot murmurou, sarcástico. ── Parece que você e minha irmã têm o talento de transformar a vida em um grande drama.

Edward esboçou um pequeno sorriso, mas não disse nada. Ele sabia que qualquer comentário agora só pioraria as coisas.

── Bom, Cullen, vou fingir que acredito em você... por enquanto ── disse Elliot, descruzando os braços e voltando a enfiar as mãos nos bolsos do casaco. ── Mas se eu descobrir que você está mentindo ou ferrando mais ainda a cabeça da Bella, eu juro que você vai se arrepender.

Edward o observou com um brilho curioso nos olhos. Ele sabia que Elliot estava apenas começando a baixar a guarda, mas isso já era algo. Mesmo que o caminho para conquistar sua confiança fosse longo, Edward estava disposto a percorrê-lo. Afinal, ele não tinha outra escolha.

Elliot deu um longo suspiro, ajustando o casaco enquanto olhava para Edward.

── Bom, Cullen, acho que vou seguir meu caminho agora ── disse ele, de forma casual, mas com um tom de encerramento. ── E, para deixar claro, vou fingir que isso aqui nunca aconteceu.

Edward inclinou a cabeça, o leve sorriso ainda em seus lábios, mas seus olhos observavam Elliot com intensidade.

── Por quê? ── perguntou ele, curioso, embora soubesse a resposta.

Elliot balançou a cabeça e deu uma risada curta.

── Porque seja lá o que for isso entre você e Isabella, eu não quero estar no meio desse drama todo. Já tenho o suficiente para lidar sem adicionar mais complicações à minha vida.

Edward assentiu lentamente, mas o sorriso não desapareceu.

── Entendido ── disse ele, com a voz calma.

Elliot olhou para ele mais uma vez, como se estivesse avaliando se deveria dizer mais alguma coisa, mas acabou decidindo não prolongar a conversa. Ele apenas deu um pequeno aceno de cabeça antes de se virar e começar a caminhar de volta pela trilha.

Edward permaneceu onde estava, os olhos dourados acompanhando cada passo de Elliot até que ele desaparecesse entre as árvores.

Mesmo quando o som dos passos de Elliot se dissipou, o sorriso permaneceu no rosto de Edward. Ele sabia que conquistar aquele garoto não seria fácil, mas algo em seu íntimo lhe dizia que valeria a pena.

── Custe o que custar ── murmurou Edward para si mesmo, antes de se virar e desaparecer rapidamente na floresta.

Enquanto isso, Elliot seguia de volta para a cidade, tentando apagar a interação com Edward de sua mente, mas a sensação estranha e inexplicável daquele encontro persistia. Ele não sabia por que, mas tinha a sensação de que aquilo não terminaria ali.

o que acharam do primeiro encontro do Elliot com Edward?

3796 palavras.

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