𝒕𝒓𝒆𝒛𝒆. teia de segredos.

TREZE.   teia de segredos.

Naquela tarde de domingo, o sol dourava as ruas de Hogsmeade enquanto o grupo de amigos se reunia após dias separados. Enquanto as meninas caminhavam animadas na frente, discutindo sobre as novidades nas lojas, os meninos seguiam mais atrás, observando atentamente os movimentos das três. Lorenzo e Draco trocavam olhares preocupados, ambos preocupados sobre o estado emocional de Theo e o impacto que isso poderia ter no relacionamento com Evie.

Avançaram pelo Beco Diagonal, até finalmente pararem na biblioteca preferida de Evie, ainda cedo demais para irem ao Caldeirão Furado. Evie, como sempre, foi a primeira a entrar.

"Pansy, querida, você não tinha que comprar mais penas?" , Helena questionou Pansy com um olhar cúmplice.

"Oh, verdade, Lena! Esqueci completamente das penas."

"Por que não vamos todos juntos?" , Draco perguntou às meninas.

"Sim, vamos! Theo, tudo bem você acompanhar Evie?" , Pansy respondeu.

"Claro, sem problemas." , O jovem Nott concordou com um pequeno sorriso.

Theo então entrou na biblioteca, ficando admirado toda vez que a via, pela imensidão de prateleiras e livros, ali era realmente o paraíso para Evie. Falando nela, Theo não a via em lugar nenhum. O jovem Nott caminhou até a mulher de cabelos grisalhos sentada atrás da bancada e perguntou sobre Evie.

"Oi, desculpa, mas você viu uma garota de tiara azul passar por aqui?"

"Ah, claro, a adorável Evangeline! Ela foi por ali, querido."

"Obrigado." , Theo realmente havia esquecido o quanto Evie ia a aquela biblioteca por semana.

Mesmo com a ajuda da gentil bibliotecária, Theo não via Evie em lugar nenhum. Foi então que ele desistiu de procurar e começou a examinar os livros nas prateleiras.

"Você sabe o que é mais interessante?", começou Evie, olhando ao redor do ambiente tranquilo. Theo se assustou com a chegada repentina de Evangeline, porém, mesmo assim, a observava, esperando por suas palavras. "Todos os tipos de livros que você imaginar estão aqui. Até mesmo livros trouxas."

"Isso é ótimo, Evie", respondeu Theo, com um brilho curioso nos olhos.

"Não é?", concordou ela, puxando Theo para um corredor mais isolado. "Onde está todo mundo?"

"Penas", explicou Theo, percebendo a confusão no rosto de Evie. "Pansy e Helena foram comprar mais penas, e os meninos foram com elas."

"Ah, entendi. A biblioteca não é muito o lugar deles."

"Para todo mundo, menos para você, étoile", disse Theo, sorrindo para Evie, que retribuiu o sorriso.

Enquanto passeavam pelo corredor, Evie pensava sobre a presença de Theo ali. "Você pode ir se quiser", disse ela de repente, deixando Theo confuso.

"O quê?"

"Sabe... Se você estiver entediado. Você sempre pode ir."

Theo franziu o cenho, sem entender a mudança repentina de tom. "Não, étoile. Estou bem aqui."

"Tem certeza?"

"Claro. Sua felicidade é o que importa", assegurou Theo, sorrindo e voltando a explorar os livros.

As palavras de Theo fizeram as bochechas de Evie corarem, mas ela sacudiu a cabeça para afastar seus sentimentos.

"Então... Alguma sugestão de leitura?"

"De verdade?"

"Por que não?"

Conforme Evie e Theo folheavam os livros, o silêncio confortável se estabeleceu entre eles, interrompido apenas pelo som suave das páginas virando. Evie ocasionalmente lançava olhares furtivos para Theo, tentando decifrar seus pensamentos enquanto ele examinava os títulos com interesse.

Depois de alguns minutos, Evie parou diante de uma prateleira e pegou um livro com capa empoeirada. "Acho que encontrei algo interessante", anunciou, mostrando o título a Theo.

"O que é?" ele perguntou, curioso, pegando o livro da mão de Evie para examiná-lo mais de perto." 'Sherlock Holmes: Um estudo em vermelho'? Isso parece incrível!"

"É um clássico trouxa", explicou Evie, sorrindo. "Mas é cheio de mistério e intriga. Acho que você vai gostar."

Theo devolveu o sorriso, sentindo-se animada com a sugestão de Evangeline. "Obrigado, étoile. Acho que vou levar este."

Theodore acompanhou Evie até a recepção da biblioteca, onde a gentil bibliotecária estava esperando para ajudá-los. Evie e Theo pagaram pelos livros e saíram da loja mágica, aproveitando o calor do sol que banhava as ruas de Hogsmeade. Para sua surpresa, os quatro amigos estavam esperando por eles do lado de fora da biblioteca.

"Oi, pessoal!", exclamou Evie, acenando enquanto se aproximavam.

"Finalmente vocês saíram daí!", brincou Draco, dando um tapinha amigável no ombro de Theo.

"Desculpem pela demora", disse Evie, sorrindo. "Tivemos que encontrar alguns livros para Theo."

"Desde quando Theodore lê?" , Lorenzo brincou e todos riram.
"Muito engraçado, Blackwood, muito engraçado."

Enquanto caminhavam pelas ruas movimentadas de Hogsmeade, cada passo parecia uma pequena aventura, repleta de risadas e trocas de histórias. Então, em um momento de calmaria, eles se encontraram um pouco afastados do restante do grupo, em uma rua menos movimentada.

Theo, com um sorriso amigável, comentou: "Está sendo um dia incrível, não é?"

Evie concordou, com a luz do sol pintando seu rosto delicado. "Sim, realmente. Hogsmeade sempre tem esse poder de nos fazer esquecer de todas as preocupações."

Enquanto falavam, algo mágico aconteceu. Evie tropeçou levemente em uma pedra solta na calçada e Theo, instintivamente, estendeu sua mão para ajudá-la a se equilibrar. Evie aceitou a ajuda, segurando a mão de Theo.

Por um breve instante, o mundo ao seu redor pareceu desacelerar. Eles sentiram um arrepio, uma corrente de eletricidade sutil, e algo mais profundo e inquietante. Os flashes do beijo que compartilharam vieram à mente, como lembranças enevoadas de um sonho. Sentiram o calor do toque e, mesmo que não falassem nada, suas expressões diziam muito.

O olhar de Theo encontrou o de Evie, e ali, sob a luz dourada da tarde, algo especial estava acontecendo. Era um momento simples, mas cheio de significado. Como se, naquele toque, pudessem sentir a intensidade da amizade e a sutil promessa de algo mais.

"Ei, acho que estamos ficando para trás", Evie sussurou, quebrando suavemente o momento, mas sem soltar a mão de Theo.

Theo assentiu, sorrindo. "Sim, vamos voltar para o grupo." Ele colocou as mãos nos bolsos, acompanhando Evie até o grupo de amigos que não estavam tão distantes dali.

No crepúsculo sombrio, as sombras dançavam pelas paredes imponentes, sussurrando segredos que se perdiam nos corredores elegantes. As tapeçarias pesadas, tingidas de tons sombrios, pareciam absorver a própria luz, criando um cenário que mesclava elegância e mistério. No ambiente sutilmente iluminado, onde as cortinas de veludo verde ocultavam mais do que revelavam, os destinos entrelaçados dos habitantes imortais se desdobravam, traçando linhas invisíveis em direção ao desconhecido.

Corvino Darker Vaillant estava parado - pela terceira vez no dia - na frente das grades arcaicas, observando Elóide e Antoine. Apesar de ainda ser um mistério para os avós de Evie como o homem de olhar gélido à frente deles permanecia vivo durante anos, eles permaneciam com um semblante calmo e tranquilo como se tudo alguma hora fosse se resolver em um passe de mágica.

"Então... Vai ficar parado aí durante quantos anos?" , questionou Elóide em um tom de sarcasmo. "Não sei se percebeu, mas esses dois velhos aqui não irão passar dos 80."

"Não fale besteiras, El." , Antoine disse surpreso, já que seu objetivo com certeza seria viver mais do que 80 anos.

"Mas é como dizem, coisas ruins não morrem cedo, não é?" , A Vaillant disse mais uma vez, insultando o homem mais velho.

"Pare com isso, quer matar a gente?" , Antoine puxou Elóide rapidamente e sussurrou em seu ouvido. Corvino suspirou pesadamente, já farto daquela situação. Porém, ele deveria esperar mais alguns minutos para a sua grande e única surpresa. E ele iria se divertir como nunca na vida.

Enquanto a noite avançava e as sombras se intensificavam, a mansão Malfoy vibrava com uma tensão palpável. Corvino observava o cenário, seus olhos astutos capturando cada detalhe. Os minutos se esticavam, mas finalmente, um murmúrio inquietante percorreu o corredor. Um som suave, quase imperceptível, como se o próprio castelo estivesse sussurrando segredos ocultos. De repente, uma figura emergiu das sombras. Uma presença imponente, envolta em mistério, que fez Corvino erguer uma sobrancelha com interesse. Elóide e Antoine, por sua vez, observavam a cena com uma combinação de curiosidade e apreensão.

"Finalmente decidiram se juntar a nós." A voz de Corvino, grave e carregada de significado, ecoou pelo corredor. A figura avançou, revelando-se aos poucos na penumbra. "Antoine, Elóide, permitam-me apresentar-lhes alguém de quem talvez já tenham ouvido falar." Corvino falou, seu sorriso malicioso indicando uma revelação iminente.

O impacto da revelação pairou no ar, enquanto os avós de Evie processavam a informação. O nome ecoava no silêncio, uma conexão entre passado e presente, traçando linhas que se entrelaçavam em direção a um destino incerto.

Charlie e Lolie, agora plenamente revelados, observavam Antoine e Elóide com uma mistura de calma e determinação. O silêncio que se seguiu foi preenchido apenas pelo crepitar distante da lareira e pelas sombras que dançavam nas paredes. Elóide foi a primeira a quebrar o silêncio, sua voz carregada de incredulidade. "Minha filha... Isso é algum tipo de brincadeira de mau gosto?"

Lolie, com seu olhar penetrante, respondeu de maneira fria e calculada: "Não é uma brincadeira, mamãe. Estamos aqui com um propósito, um propósito que Corvino entende muito bem."

Corvino permanecia com seu sorriso enigmático, observando a reação de seus convidados. Antoine, por sua vez, tentava processar a magnitude do que acabara de ser revelado.

"O que vocês querem?" indagou Antoine, sua expressão tensa.

Charlie tomou a palavra, sua voz revelando uma calma desconcertante. "Estamos aqui para discutir uma parceria. Uma aliança que pode garantir o futuro que todos almejamos... Para proteger nossa família."

Elóide, ainda incrédula, questionou: "O quê?! Vocês estão loucos se acham que isso poderá resolver alguma coisa... Acham que seu 'Lord' pode protegê-los."

"Porque compartilhamos inimigos comuns, Elóide." Charlie respondeu, sua postura inabalável. "E, ao contrário do passado, estamos dispostos a fazer o que for necessário para proteger nossos interesses e o futuro desta família... Para proteger nossa Evie."

Corvino, satisfeito com a tensão que pairava no ar, interveio. "O mundo mágico está em constante mudança, e não podemos ignorar a necessidade de nos adaptarmos. Essa aliança é uma oportunidade, uma chance de garantir que os Vaillant prosperem, independentemente do que o futuro nos reserve."

"O que você quer?" , Elóide perguntou.

"As relíquias da nossa família, Elóide. Elas serão importantes para proteger o futuro da nossa família."

"Sim, mamãe, você precisa dizer onde escondeu. Lord Voldemort prometeu nos proteger se entregarmos a ele."

"E você acredita nisso, minha filha?" , Antoine questionou.

"É o único jeito."

O crepúsculo sombrio testemunhava a dança complexa de lealdades, enquanto o destino traçava caminhos inesperados. O que estava por vir, entrelaçando os destinos de Charlie, Lolie e os avós de Evie, permanecia obscurecido pela incerteza.

Após o longo dia em Hogsmeade com os amigos, Evie chegou em seu dormitório e deixou seus novos livros em cima da cama enquanto se preparava para dormir. Depois de um banho revigorante, ela decidiu folhear o livro antigo sobre as famílias mais famosas de Hogwarts e seus objetos mágicos.

Chegando perto do final do livro, uma foto antiga capturou a atenção de Evangeline. Ela virou o livro na horizontal para visualizar melhor a fotografia e percebeu que uma das moças usava um medalhão prateado oval, com estrelas gravadas em sua superfície.

"Onde eu já vi isso?", Evie pensou alto, intrigada.

Continuando a leitura, o livro explicava que aquele medalhão pertencia a Evangeline Orpington, que foi Ministra da Magia de 1849 a 1855. Nele, segundo a crença, havia informações secretas da família Orpington e seus sucessores.

Evie olhou novamente a fotografia, forçando sua mente a lembrar onde havia visto aquele medalhão.

"Não... Não é possível", sussurrou Evie, pulando da cama e indo até seu armário de roupas. "Onde está a caixa..."

Com pressa, Evie tirou algumas roupas da última prateleira, procurando a caixa antiga que havia encontrado há algumas semanas.

"Aqui está você!", exclamou, sorrindo ao encontrar a caixa. Ela pegou a pequena chave que estava presa em seu colar de estrela e abriu a caixa rapidamente.

Como Evie imaginava, o colar de Evangeline Orpington estava lá dentro. Agora, se ele era tão importante que Evie não podia nem sequer imaginar, ela guardaria como sua vida. Mas Evie não conseguia deixar sua curiosidade de lado; é claro que ela abriria o medalhão.

Ela o pegou com cuidado, virando lentamente o medalhão para o lado. Observou o fecho em sua lateral e puxou com cuidado. O medalhão abriu com naturalidade, revelando apenas um pequeno espelho no interior dele.

"Nossa, que impressionante", murmurou Evie. "Você tem sorte de ser tão bonito."

Evangeline sorriu, mas no momento em que Evie estava prestes a fechá-lo, o espelho dentro do medalhão transmitiu a imagem de sua avó.

"Vovó?"

"Evie, minha estrela, sinto muito por envolvê-la nisso. Se você estiver lendo esta mensagem, significa que eu e seu avô fomos capturados por eles... Você sabe quem... Por favor, não conte a ninguém, nem mesmo aos seus pais; eles não sabem desse segredo. Isso é muito importante para nossa família e para o mundo bruxo. Com esse medalhão e a poção, quem os tiver poderá ser indestrutível. Portanto, em hipótese nenhuma deixe à vista para ninguém... Não confie em ninguém. Te amo, minha Evangeline."

Ao final da mensagem, Evie já estava se debulhando em lágrimas, temendo pelo destino dos avós. Ela tinha tantas perguntas... Como ela não podia contar aos seus pais? Isso não estava certo. Algo grande estava acontecendo debaixo de seu nariz, e ela estava determinada a descobrir.

Com a caixa de volta debaixo do chão de madeira, Evie pegou sua varinha e pronunciou as palavras "Wingardium Leviosa", movendo seu armário de lugar sem esforço algum.

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