𝒅𝒆𝒛𝒆𝒏𝒐𝒗𝒆. a profecia e a marca negra

DEZENOVE.   a profecia e a marca negra

Evie não conseguia dormir. A noite estava inquieta, e seus pensamentos estavam em turbilhão após a noite anterior. Havia acontecido tantas coisas nas últimas 24 horas que a corvina se sentia sufocada em seus próprios pensamentos. A única coisa que lhe trazia algum conforto eram as mãos quentes de Theo em volta dela enquanto ele dormia tranquilamente.

Ela se aconchegou mais no peito de Theo, observando o seu perfil adormecido à luz fraca da lua que entrava pela janela. Seus traços relaxados e a respiração suave contrastavam com a tempestade que rugia dentro dela. Evie passou os dedos gentilmente pelo cabelo dele, tentando se acalmar, mas as memórias das últimas horas não a deixavam em paz.

Levantando-se silenciosamente, ela olhou para Theo uma última vez. A cena tranquila contrastava com a agitação em sua mente. Decidida a encontrar alguma paz para a inquietação de seus pensamentos, ela pegou sua varinha e saiu do dormitório, caminhando pelos corredores silenciosos de Hogwarts em direção à torre de Astronomia. O castelo, geralmente cheio de vida e movimento, estava agora envolto em um silêncio profundo e quase sobrenatural. As paredes antigas pareciam observar cada passo dela, testemunhando a angústia e a determinação em seus olhos.

Evie se sentia inquieta por não saber o porquê de seus pais estarem ali com a caixa das relíquias de sua família, e ela só pensava no pior, é claro. Imaginava que seus pais se tornaram Comensais da Morte e que seus avós estavam mortos. Parte dos pensamentos de Evie podia ser verdade, mas o que ela ia fazer agora? O que aconteceria depois? Sua ansiedade estava lhe matando novamente.

O frio da noite a envolvia enquanto subia as escadas, cada passo ecoando na vastidão da torre. O ar fresco e cortante parecia perfurar sua pele, mas ela ignorou o desconforto. A lua cheia derramava uma luz prateada pelos corredores, lançando sombras dançantes nas paredes de pedra e criando um ambiente etéreo e misterioso.

Ao chegar ao topo, a torre de Astronomia parecia um mundo à parte. O céu noturno, salpicado de estrelas, parecia se estender infinitamente acima dela. A lua iluminava o espaço, lançando um brilho suave e frio sobre tudo. Ela se aproximou de um antigo baú escondido em um canto, coberto de poeira e teias de aranha. Com um feitiço rápido, Evie abriu o baú e vasculhou seu conteúdo, encontrando finalmente o livro antigo que procurava.

Ela sentiu um arrepio ao tocar a capa de couro envelhecido do livro de Corvino. Suas mãos tremiam levemente enquanto folheava as páginas amareladas, buscando desesperadamente alguma passagem que pudesse lhe trazer alívio ou esclarecimento. As palavras arcaicas que pareciam sussurrar segredos antigos, oferecendo um vislumbre do conhecimento que o autor possuía. No entanto, seu pressentimento de que algo não estava certo só aumentava.

De repente, uma voz fria e sibilante quebrou o silêncio da noite.

"Olá, Evangeline."

Evie congelou, o coração batendo descontroladamente em seu peito. Levantando os olhos lentamente, ela viu uma figura emergir das sombras, a luz da lua iluminando o rosto pálido e os olhos brilhantes de Lord Voldemort. Sua presença dominava o espaço, irradiando uma aura de poder e malevolência que fazia o ar parecer mais pesado.

"Eu não vim aqui para lutar," disse Voldemort suavemente, seus olhos fixos nos dela, como se estivesse tentando ler seus pensamentos. "Eu apenas quero conversar."

Evie o encarou desconfiada, mas tentando esconder o medo que ameaçava dominá-la. "Não tenho nada a conversar com você," ela respondeu, a voz firme apesar do tremor interno que sentia. Ela segurava sua varinha com força, pronta para se defender, mas incapaz de afastar o pavor que a envolvia.

Voldemort deu um passo à frente, as sombras ao seu redor se movendo como se fossem uma extensão de sua própria escuridão. Ele levantou as mãos em um gesto de rendição, embora seu sorriso cruel indicasse que ele estava longe de ser inofensivo.

"Sua família, Evangeline. Seus pais, Theodore, Draco... seus avós. Todos estão sofrendo por causa de escolhas que não fizeram. E eu posso libertá-los."

"Libertá-los?" Evie sentiu seu coração apertar. "E o que você quer em troca?"

"Quero que você se junte a mim," disse ele calmamente. "Se você se tornar uma de meus Comensais da Morte, eu libertarei todos eles. Seus pais serão perdoados, Theodore e Draco serão libertos da Marca Negra, e seus avós serão salvos da morte.

Evie balançou a cabeça, lágrimas de frustração e desespero nos olhos. "Eu nunca me juntaria a você. Não depois do que você fez com todos…"

Voldemort riu baixinho, um som sem humor. "Você acha que sabe a verdade sobre seus pais… Vou lhe mostrar a verdade" Ele ergueu a varinha e, antes que Evie pudesse reagir, uma série de imagens se desenrolou diante de seus olhos.

A primeira visão foi de seus pais em uma cela escura e úmida. As paredes de pedra estavam cobertas de musgo e umidade, e a luz fraca de uma tocha tremeluzente lançava sombras sinistras sobre suas expressões de dor e sofrimento. Suas roupas estavam rasgadas, e seus corpos mostravam sinais de tortura. Hematomas e cortes marcavam suas peles, e o som de seus gritos de agonia ecoava em sua mente, fazendo seu coração doer. Comensais da Morte os rodeavam, rindo e zombando de seu sofrimento, enquanto ameaçavam com varinhas erguidas. O terror nos olhos de seus pais era insuportável para Evie.

Em seguida, a visão mudou para Theo. Ele estava amarrado a uma cadeira de madeira, suando e ofegando enquanto era interrogado. Seu pai, Darius Nott, que estava ali, com um sorriso cruel nos lábios, fazendo ameaças veladas sobre o que aconteceria se ele não cooperasse. As paredes da sala estavam escuras e abafadas, criando uma atmosfera de desespero e claustrofobia. Theo estava visivelmente abalado, tentando manter a compostura, mas as lágrimas brilhavam em seus olhos. Ele tremia de medo e exaustão, mas não desistia. A dor e o medo em seu rosto eram insuportáveis para Evie.

Finalmente, ela viu seus avós. Presos na masmorra da mansão Malfoy, estavam fracos, à beira da morte. As masmorras eram escuras e úmidas, cheirando a mofo e desespero. Seus corpos magros e debilitados mostravam os efeitos do cativeiro prolongado. Suas roupas estavam esfarrapadas, e seus rostos estavam marcados pela dor e pela fome. O desespero nos olhos deles era insuportável. Eles estavam encurralados, sem esperança de salvação, apenas aguardando um fim trágico. O silêncio desesperado da masmorra era quebrado apenas pelo som de suas respirações fracas e pelo gotejar constante de água das paredes.

Evie sentiu as lágrimas escorrerem pelo rosto. A pressão de salvar aqueles que amava a estava esmagando. Ela sabia que não podia confiar em Voldemort, mas as visões de seus entes queridos sofrendo eram insuportáveis. Ela estava diante de uma escolha impossível.

"Eu... eu não posso," sussurrou, a voz quebrada. "Não posso trair a confiança deles assim."

Voldemort deu um passo adiante, sua presença imponente a dominando. Seus olhos vermelhos brilhavam com uma intensidade quase hipnótica, e sua voz era sedutora, quase gentil. "Não se trata de traição, Evangeline. É um sacrifício. Você estará salvando vidas, dando-lhes uma chance de viver sem medo, sem dor. Pense nos seus avós, presos na mansão Malfoy, à beira da morte. Pense em Theo, em Draco. Eles precisam de você."

Evie sentiu seu coração apertar ainda mais. A imagem de seus avós, magros e debilitados, quase mortos, estava gravada em sua mente. Eles eram sua família, seu sangue. Como ela poderia permitir que sofressem daquela maneira? E Theo, sempre tão forte e corajoso, agora amarrado e torturado, seus olhos cheios de dor e determinação. Draco, tão orgulhoso, humilhado e espancado por seu próprio pai.

Ela tentou afastar a visão, mas a voz de Voldemort continuava a penetrar seus pensamentos. "Você tem o poder de acabar com o sofrimento deles," ele continuou, suas palavras fluindo como veneno doce. "Uma pequena marca, um simples gesto, e todos eles serão livres. Seus pais, seus avós, Theo e Draco. Todos poderão viver em paz."

As mãos de Evie tremiam enquanto ela olhava para Voldemort. A tentação de ceder era quase irresistível. A ideia de ver seus entes queridos livres da dor e do sofrimento era um alívio que ela desejava mais do que qualquer coisa. Mas, ao mesmo tempo, ela sabia que ao se juntar a Voldemort, estaria traindo tudo pelo que eles lutaram, toda a confiança que depositaram nela.

"Não confio em você," disse ela, sua voz tremendo. "Você é um monstro. Não vou me unir a você."

Voldemort suspirou, quase como se estivesse desapontado. "Evie, minha querida, não seja tão teimosa. Pense em quanto sofrimento você pode evitar. Pense em suas próprias palavras. Você sabe que isso é a única solução."

Evie olhou para suas mãos, tentando encontrar alguma força dentro de si. "Eu não posso... Eu não posso fazer isso," repetiu ela, mas sua voz estava cheia de dúvida.

Voldemort se aproximou ainda mais, sua presença quase a sufocando. "Você pode, e você vai. Pela sua família, pelos seus amigos. Eles não merecem sofrer mais."

Ela sentiu uma onda de desespero tomar conta de seu coração. As palavras de Voldemort, embora manipuladoras, ressoavam com uma terrível verdade. O sofrimento de sua família era insuportável, e a possibilidade de acabar com ele era tentadora. Ela olhou para a marca escura na mão de Voldemort, imaginando-a em seu próprio braço. A ideia a enchia de medo, mas também de um estranho senso de propósito.

"Eu... Tudo bem," disse ela finalmente, a voz quebrada.

Voldemort sorriu, um sorriso frio e triunfante. "Muito bem, Evangeline. Você fez a escolha certa."
Ele ergueu a varinha e, com um movimento suave, começou a desenhar a Marca Negra no braço de Evie. Ela sentiu uma dor aguda, como se sua pele estivesse sendo queimada, mas manteve-se firme, suas lágrimas caindo silenciosamente. A marca se formou, negra e sinuosa, simbolizando a escuridão que agora fazia parte dela.

Nesse momento, Theo, sentindo a ausência de Evie no quarto, acordou com um pressentimento sombrio. O quarto estava escuro, apenas a luz fraca da lua entrava pela janela, criando sombras inquietantes nas paredes.

“Evie?” Theo sussurrou, passando a mão pela cama e não encontrando Evangeline em lugar nenhum. A sensação de vazio ao seu lado intensificou sua preocupação. “Evie?” ele chamou novamente antes de se levantar bruscamente da cama.

Seus olhos se fixaram na escrivaninha de Evie. Seu casaco e sua varinha que estavam ali, sumiram. Ele se aproximou mais um pouco, seu coração acelerando com cada passo, e viu um pequeno bilhete com a caligrafia mais bonita que ele já viu na vida. Seus dedos tremeram levemente enquanto pegava o bilhete.

“Teddy, não estava me sentindo muito bem e fui respirar um pouco. Me encontre na Torre de Astronomia caso acorde e não me encontre ainda.

E.”

Em pânico, ele correu pelos corredores de Hogwarts, o bilhete ainda amassado em sua mão. Cada passo ecoava ensurdecedoramente na quietude do castelo, como um lembrete de sua pressa e desespero. Seu coração batia descontroladamente, e o medo apertava seu peito como um vício. O castelo estava envolto em silêncio, mas seus passos ecoavam de maneira ensurdecedora em sua mente. Cada degrau que subia parecia aumentar a sensação de urgência, o pressentimento de que algo terrível estava prestes a acontecer.

Quando chegou ao topo, a visão que o aguardava fez seu sangue gelar. Evie estava de pé, com o braço estendido, enquanto Voldemort desenhava a Marca Negra em sua pele. A luz da lua iluminava a cena com um brilho pálido, fazendo tudo parecer irreal, como um pesadelo do qual ele não conseguia acordar. A visão fez seu coração parar por um instante, e ele sentiu uma onda de desespero e impotência.

"Evie!" gritou Theo, sua voz carregada de desespero e medo. Ele correu em direção a ela, mas a distância parecia interminável, e cada passo parecia mais pesado do que o anterior. Voldemort, percebendo o avanço de Theo, lançou um feitiço que o empurrou para trás com força, impedindo-o de se aproximar.
Theo viu a expressão de dor e arrependimento no rosto de Evie, lágrimas correndo livremente. Ela tentou se soltar do aperto firme de Voldemort em seu braço, mas era inútil. A Marca Negra destacava-se sinistramente em sua pele pálida, um símbolo da terrível escolha que fora forçada a fazer.

"Evie," murmurou Theo entre dentes, lutando contra a sensação de impotência que o consumia. "Você vai pagar por isso," prometeu ele com uma voz carregada de determinação, embora seu coração estivesse dilacerado pela angústia.
Voldemort riu, um som frio e sem humor. "Ora, Theodore. Você deveria estar grato. Sua mente agora está tranquila como a brisa suave... Mostre um pouco de gratidão pelo que sua namorada fez por você."

A raiva fervente cresceu dentro de Theo, misturada com uma dor profunda. "Etoile..." murmurou ele, seu coração partido pelas consequências devastadoras da situação.

“Me desculpa, Theo…” Evie chorava descontroladamente, sentindo o peso esmagador das emoções sombrias de Theo e o desespero de seus avós, a mágoa de seus pais, e o sofrimento de Draco. Ela sentia como se o mundo inteiro estivesse sobre seus ombros, sabendo que a decisão forçada que tomara tinha consequências que nunca imaginara.

“Eu te amo, Evie. Eu vou resolver isso...” Theo tentou acalmá-la, mas suas próprias lágrimas estavam prestes a cair. Ele sabia que a Marca Negra havia mudado tudo, mas não podia deixar Evie enfrentar isso sozinha.

Voldemort apertou ainda mais o braço de Evie, um sorriso cruel em seus lábios. "Agora, ela é minha, Theodore."

Com um movimento brusco, Voldemort desapareceu com Evie, deixando apenas um vazio gélido na Torre de Astronomia. Theo caiu de joelhos, sentindo-se esmagado pela impotência e pelo desespero. Ele deixou escapar todas as lágrimas guardadas por tanto tempo, seu corpo tremendo com a intensidade de suas emoções.
“Eu prometo a você, Evie,” sussurrou Theo, olhando para o céu noturno, sentindo uma determinação sombria crescer dentro dele. “Eu vou te salvar, custe o que custar.”

Evangeline mal conseguia respirar quando observava a Marca Negra em seu braço. A dor ardente queimava como fogo, mas era o peso de sua decisão que realmente a consumia. Ela sentiu-se traída por suas próprias escolhas, mas também desesperadamente consciente do sofrimento que seus entes queridos enfrentavam. As lágrimas escorriam livremente por seu rosto, testemunhando a dor emocional que a acompanhava enquanto Voldemort a levava embora.

Em um segundo, Evangeline e Voldemort aparataram para a mansão Malfoy. A transição abrupta a deixou tonta, mas a visão que se desdobrou diante dela a deixou sem fôlego. Lutando para manter a compostura, Evie sentiu a marca pulsar em seu braço como uma ferida viva, uma presença sinistra que parecia se insinuar em cada fibra de seu ser. Era uma marca indelével de sua escolha, uma aliança involuntária com as trevas que agora a seguia como uma sombra constante. A sensação de queimação era aguda, mas havia algo mais profundo e penetrante do que a dor física: o tormento emocional.

Era uma mistura tumultuada de culpa, medo e determinação. Evie nunca imaginara que suas escolhas a levariam a tal extremo, comprometendo não apenas sua própria segurança, mas também a integridade daqueles que mais amava.

Seus olhos se arregalaram ao ver seus avós presos e seus pais amarrados de maneira humilhante, como se estivessem em exibição em um circo de horrores. Evangeline sentiu o peso de sua escolha aumentar quando seus olhares se encontraram. Ela viu o desespero nos rostos familiares, misturado com o alívio momentâneo ao vê-la, mas também com o horror do que estava acontecendo.

Voldemort bufou com impaciência e fez um gesto com a mão para que os Comensais da Morte libertassem a família de Evie. As cordas que prendiam seus entes queridos desapareceram magicamente, mas o trauma permaneceu estampado em seus rostos. A mãe de Evie foi a primeira a falar, com a voz embargada pelo choro contido:

"Evie...", murmurou, estendendo as mãos trêmulas em sua direção.

"Minha estrela...", seu pai murmurou com os olhos marejados, expressando uma mistura intensa de alívio e preocupação.

"Evie...", a voz trêmula de sua avó ecoou, os olhos fixos no braço de Evangeline onde a Marca Negra brilhava como um sinal de sua ligação com Voldemort. "O que você fez?"

A pergunta da avó perfurou o coração de Evie como uma adaga afiada. Ela sabia que não havia palavras para explicar ou consolar naquele momento. A culpa e a determinação se misturavam dentro dela enquanto ela lutava para encontrar as palavras certas.

Enquanto enfrentava seus familiares libertados, o olhar acusador de sua avó perfurava seu coração como uma lança de gelo. A dor misturada com o alívio nos rostos de seus pais e a tristeza silenciosa nos olhos de seu avô a deixavam atordoada. Um nó crescente se formava em sua garganta, uma mistura de remorso e justificação se entrelaçando dentro dela.

Uma voz interior sussurrava palavras reconfortantes, insistindo que ela fizera o que era necessário. Que sua escolha, por mais dolorosa e indesejada que fosse, oferecera uma chance de vida sem o domínio opressivo dos Comensais da Morte e de Voldemort sobre aqueles que amava.

Suspirando pesadamente, Evie se afastou de sua família, sentindo o peso da responsabilidade e do sacrifício que agora a definiam. Cada passo em direção a Voldemort era como atravessar um abismo entre dever e desejo, entre o que era certo e o que era inevitável. Ela parou ao lado de Voldemort, cujo riso ecoava pelo salão, uma cacofonia de triunfo e perversidade.

"Contemplem, a nossa solução. Evangeline Vaillant." A voz de Voldemort era um sussurro áspero, carregado de um orgulho cruel. Evie ergueu o olhar para seu mestre, encontrando seu olhar frio e calculista. Ela sabia que não havia retorno. O pacto que selara com a Marca Negra a ligava irrevogavelmente a esse destino sombrio, onde cada vitória viria com um custo terrível. A sua profecia.

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