eleven; condemned to love
chapter eleven
❪ condenados ao amor. ❫
─── ELA SE FOI.
Amáris disse novamente, com a voz falha. No momento, Tommy não moveu um músculo. Ele não disse nada, estava apenas sentado quieto.
─── Era para mim. ─── ele finalmente disse virando-se para olhar para a mulher.
Seus olhos estavam vermelhos de tanto chorar e quase pareciam estar sangrando. Amáris sentiu profundamente a dor dele.
─── Tommy, não é sua culpa ─── falou com a voz quase inaudível.
─── Aquela merda era para mim! ─── ele gritou. Amáris se assustou, mas não recuou, porque ela não estava com medo. ─── Grace levou um tiro por mim.
Sua voz estava fraca e falhando. Ela sabia que era para ele, mas isso não queria dizer que a culpa é dele.
─── Eu deveria estar morto, não ela! ─── Thomas gritou pela segunda vez.
Parecia estar à centímetros de um colapso.
─── Tommy ela se foi agora e não há nada que possamos fazer para mudar isso. ─── a morena tentou o acalmar, se aproximando.
─── Não era para ser assim, eu deveria estar morto. Eu deveria... ─── murmurou, suas mãos passavam pela cabeça, enquanto lágrimas brotavam em seus olhos.
─── Mas você não está, ok? E agora precisa ser forte para se vingar. ─── Amáris disse, chorando e abraçando ele fortemente ─── Por ela, Thomas.
─── Por ela ─── sussurrou o Shelby.
Uma semana havia se passado e Thomas ainda parecia estar desolado. A casa Shelby estava silenciosa e ninguém parecia mostrar outra emoção. Tommy nunca havia demonstrado emoção na frente de Amáris ou de qualquer outra pessoa. Naquela semana, ele bebeu muito devido a quantidade de dor que estava sentindo.
A Whitemoore não o visitou durante a semana inteira, queria dar a ele espaço e tempo. Ela apenas o observava de longe, até decidir finalmente encontrá-lo depois de dias.
Era noite quando a mulher chegou à casa dele. Bateu levemente na porta algumas vezes, mas ninguém a respondeu. Ela girou a maçaneta da porta e a abriu, em seguida, entrou na casa, vendo como tudo estava quieto. Amáris chamou por Thomas, mas não obteve resposta. Sua voz apenas ecoou por toda a casa.
A jovem andou aqui e ali no primeiro andar procurando por ele, mas não em nenhum lugar.
Ela estava procurando mais quando ouviu o som de vidro quebrando. Ela correu escada acima, de onde o som veio, até chegar em um quarto. Ela abriu a porta rapidamente, encontrando ali, Thomas sentado no chão com sangue em suas mãos. Havia pedaços do copo quebrado por toda parte. Ele estava um pouco bêbado.
─── Thomas! ─── ela gritou, correndo até o mesmo e agarrando sua mão.
O Shelby não disse nada, apenas a observou enquanto estava desesperada. Amáris correu para o banheiro dele e trouxe curativos e duas toalhas; molhada e seca. Ela voltou até ele e o ajudou a sentar na cama, logo pegando a toalha para limpas seus pequenos cortes. Ele estremeceu, mas a mulher soprou um pouco de ar para acalmá-lo, colocando em seguida os curativos.
─── Thomas, não faça mais isso com você mesmo, ok? ─── ela disse colocando o curativo de volta na gaveta.
Ao se virar, viu o homem acendendo um cigarro. Ela caminhou até ele com raiva, agarrando a coisa em sua mão e jogando no lixo próximo.
─── Você não pode fumar, ok? Você irá queimar até as cinzas se fumar tanto! ─── ela rosnou.
Ele novamente não disse nada e continuava a olhando nos olhos. Amáris notou que ele parecia estar cansado, de tudo, de lutar. Ela pegou o cobertor e o ajudou a se deitar.
─── Estarei lá em baixo se precisar de mim, ok? Por favor, descanse um pouco ─── Whitemoore murmurou, aconchegando-o no lençol.
Ele não fez nada e também não disse nada, exceto que olhava para a mesma. Ela encontrou seu olhar e naquele momento tudo que queria era nunca mais deixá-lo. Aqueles lindos olhos azuis gelados, nos quais uma pessoa poderia se apaixonar tão facilmente. O mesmo na qual ela se apaixonou.
Amáris suspirou profundamente e foi até a varanda do cômodo em busca de um pouco de ar. Nada estava indo bem neste momento. Ela queria contar à Tommy sobre o que estava acontecendo com George, mas talvez seria melhor se ele estivesse fora disso. A morena tentava miseravelmente se manter forte, mas ela sabia que a qualqurr hora iria desmoronar em pedaços.
Amáris saiu da varanda e voltou para o quarto. Abrindo um pouco a porta, ela observou Tommy já sentado em sua cama, olhando para fora. O Shelby sentiu a sua presença e olhou para a porta. Whitemoore caminhou até ele e sentou-se na cadeira ao lado da cama.
─── Thomas, eu preciso te falar uma coisa.
Ela suspirou. Ele olhou nos olhos dela e assentiu.
─── Eu sei que tudo está difícil, mas eu só não quero que você desista, tá? ─── ela gesticulou as mãos trêmulas ─── Não importa se você me ouvir ou não, eu te peço para que seja forte. Mesmo que eu não esteja aqui ou outra pessoa, por favor, você tem que ficar forte pela sua família... ou Grace.
Thomas começou a ficar confuso pelo que ela estava dizendo. Ele sabia que algo não estava certo. Sabia que ela estava escondendo algo. Algo que a estava consumindo de dentro para fora.
─── Está escondendo algo. ─── O homem alegou.
Amáris parou de repente e virou na direção dele, o encontrando parado, próximo dela. Sua respiração falhou um pouco e ela encolheu os ombros.
─── Eu não estou escondendo nada de ninguém. ─── ela disse balançando a cabeça levemente, quase em modo defensivo.
─── Você está. ─── ele sussurrou.
Seu batimento ficou acelerado e ela se sentia agora prestes a ter um ataque cardíaco. O Shelby estava muito perto e ela podia sentir o cheiro de cigarro, uísque e perfume masculino. Por um momento, pensou que fosse sair de sua lucidez.
─── Já disse, eu não estou escondendo nada.
Ela se levantou, dirigindo-se até a porta e logo agarrando a maçaneta para abrir a porta, mas Thomas pressionou a mão na mesma e a empurrou, fechando-a de volta. Seus braços estavam presos ao lado dela, a deixando sem saída.
─── O que você está escondendo de mim? ─── rosnou dessa vez.
─── Eu não estou escondendo nada. ─── ela rosnou de volta.
Tommy não desistiria tão facilmente. Estava cansado de pessoas que mentiam, então, pegou os braços da mulher e os prendeu na posta, acima de sua cabeça. Em seguida, trouxe seu rosto para mais perto. A tensão preencheu a sala imediatamente. Era como se ambos estivessem prestes a perder o controle. Amáris nem tentava se mover porque já sabia o resultado.
─── Tommy, por favor. ─── a morena fechou os olhos por um breve momento.
Ela não queria isso agora. Não estava correto. Ele estar tão próximo assim não era certo. Percebendo o quão desconfortável ela parecia, Thomas deu um passo para trás. Ela abriu os olhos e o encarou, sendo retribuída pelo mesmo. As palavras não saíram, mas parecia que eles estavam conversando através de seus olhos.
Amáris respirou fundo e abriu a porta para sair. Ela o amava, bastante, mas não poderia ficar perto dele. Não assim e não agora. Sua respiração estava ficando perturbada e ela estava fazendo o possível para voltar ao ritmo. O ar estava lá fora estava frio e deixava suas bochechas vermelhas. Ela se virou para a casa e viu Tommy do lado de fora encostado na parede. Um arrepio estranho percorreu sua espinha quando ela encontrou seu olhar. Se virou ao seus ouvidos captarem passos se aproximando dela e logo após sentiu a presença do Shelby atrás.
─── Temos que ir para o estaleiro de Brimingham. ─── ele disse rapidamente.
─── Por quê? ─── ela perguntou claramente.
─── Encontrar algumas pessoas. ─── contou com as mãos nos bolsos.
Amáris sabia que algo estava errado. Sua voz soava desconfortável e estranha. Não era a voz fria que ele sempre mantém. Então, ela se certificou de que estava com a arma e caminhou com ele até o carro. Quando ambos estavam prestes a entrar, Arthur, John e Michael surgiram do nada.
─── Indo para as docas? ─── Arthur perguntou.
─── Estamos indo. ─── John disse colocando o palito na boca e andando até o carro.
Whitemoore pegou seu carro e Tommy sentou ao lado, enquanto os irmãos estavam no carro do mesmo. Esse era um momento que a mulher realmente não queria ficar sozinha com o Shelby. Entretanto, todo o passeio foi tranquilo. Ninguém se atrevia a dizer algo.
Durante o trajeto, Amáris pensava em como Thomas havia chegado perto dela hoje. Como eles estavam respirando o mesmo ar e sentia seu corpo derreter sob o olhar dele. Em como ele a prendeu contra a parede.
"Não, não, cale a boca", pensou consigo mesma. Sua mente estava em branco novamente, mas não por muito tempo. Ela notou que estava passando pelo mesmo beco em que havia sido sequestrada. Lembrou-se do acordo que fez com George. Se sentia atordoada e seu coração apertou quando ela se lembrou disso. Estava inquieta e o homem ao lado sabia disso.
─── Você está bem aí? ─── ele perguntou olhando para ela.
─── Estou bem. ─── ela disse sem encará-lo.
Eles logo chegaram ao cais e o local estava vazio. O tempo estava sombrio, fazendo a água ali parecer escura. Eles eram os únicos no cais. Os uivos do vento podiam ser ouvidos em todos os lugares. Amáris colocou a mão perto de seu casaco para se certificar de que estaria próxima de sua arma. Um som de baque veio do canto e todos olharam para o lugar, vendo um grupo de homens armados andando em direção a eles. A mulher os reconheceu.
─── Merda. ─── sussurrou a jovem.
Os Blinders a olharam. Enquanto ela se encontrava estática, logo após, sacando sua arma.
─── Quem são eles? ─── John perguntou.
─── Homens Hughes. ─── respondeu Thomas.
Os grupos rivais pegaram suas armas e pouco depois, os tiros se fizerma presente, havia começado em menos de um segundo. Um homem veio correndo até Amáris, mas como esperado ela se abaixou e atirou na cabeça dele. Outro cara apareceu e a morena pegou sua arma e jogou na direção da água.
Ela agarrou a cabeça dele e a empurrou na madeira, vendo o sangue espirrar pela lateral. Whitemoore respirou fundo e olhou os Shelbys, vendo John lutando com um homem que estava agarrando seu pescoço. Ela correu até o que estava se aprpximando e puxou o braço do mesmo, agarrando a arma e atirando bem no meio do crânio. Ela olhou para Tommy que estava chutando um cara com força no peito. Havia outro cara querendo acabar com o Shelby.
─── Merda. ─── sussurrou ela, e decidiu correr em direção à ele, mas foi impedida por um bandido que lhe deu um soco, fazendo seu lábio se cortar e sangue escorrer.
─── Filho da puta. ─── sibilou, chutando-o.
John e Arthur socaram aquele cara até que ele desse seu último suspiro. Amáris olhou para trás e viu o cara perto de Thomas.
─── Tommy, cuidado!
Ele olhou para ela, mas já era tarde. O cara bateu na cabeça dele com a parte de trás da arma e em seguida o chutou pelas costas fazendo seu corpo cair na água funda e escura.
─── Não, não, não. ─── Amáris gritou e correu em direção ao final da doca de madeira, jogando-se na água.
Por estar escuro, nada era claramente visível, porém, ela podia ver superficialmente um corpo se afogando. A mulher nadou em direção ao fundo e pôde ver seu amado. Uma leve luz caiu sobre seu rosto ajudando-a a encontrá-lo.
Thomas estava se afogando, sua vista estava borrada e tudo o que ele podia ver era alguém vindo como um anjo, abraçando-o e logo depois tudo ficou escuro. Amáris segurou firmemente seu corpo e pegou impulso em direção à saída.
Eles nadaram até chegar ao topo, onde os irmãos correram até ambos e os puxaram para sair. Ela tossiu e foi à beirada até o corpo deitado de Thomas ── que estava com os olhos fechados e parecia não estar respirando.
─── Não, isso não ─── ela sussurrou e encostou o ouvido no peito dele.
Ela não ouvia nada. Nem uma única batida do coração. Amáris sentiu que poderia morrer naquele momento, seu peito se apertando de forma dolorosa.
─── Não, Tommy, não. ─── ela gritou bombeando seu peito.
Ele não deu sinal de vida . Amáris sentiu seu mundo parar. O som de Arthur gritando e John falando eram apenas murmúrios agora. Ela não podia perdê-lo, ele era tudo que ela sempre quis. Lágrimas desceram de seus olhos, enquanto segurava o rosto dele.
─── Não.
Ela gritou abalada, dando socos em seu peito enquanto se recusava a acreditar que tinha o perdido. Batendo em seu peito novamente, ela sentiu seu corpo estremecer, parando de repente ao ouvir uma tosse. Amáris seguiu o olhar até o rosto de Thomas, que agora estava acordado, mas fraco. Arthur e John o observaram com os olhos arregalados.
─── O que? ─── ele disse em sua voz profunda.
Amáris sentiu a imensa vontade de lhe dar um tapa, mas invés disso, ela soltou um grito e o abraçou apertado. Calor preenchendo seus corações frios, quando ele a abraçou de volta.
─── Você quase nos pegou irmão. ─── disse Arthur.
Tommy soltou um gemido e colocou as mãos no peito ap tentar se levantar. O grupo o levou até o final do cais e o fez sentar no banco. Whitemoore finalmente deu uma olhada nos arredores, obsrrvando todos os corpos dos bandidos mortos no chão. Ela encarou Thomas, que já a encarava com uma leve expressão calorosa no rosto.
A jovem deu-lhe um leve sorriso e sentou-se no banco. Ele olhava atentamente para os lábios dela; que mesmo feridos, ainda pareciam atentadores. O Shelby sentia que estava prestes a desistir de seu controle, queria ceder e beijá-la. Seu corpo estava molhado devido à água, mas Thomas estava focado em só querer senti-la, beijá-la e abraçá-la. Amáris levou a mão levemente até a bochecha dele e examinou o corte que ele tinha ali.
Eles não deixaram o olhar um do outro e nem sequer queriam. Raios eletrizantes, borboletas no estômago e a sensação de queimação percorriam por ambos corpos. Imploravam para ter um ao outro desde o primeiro dia em que se conheceram. Naqueles breves minutos não havia dor, não havia mais nada de importante. Thomas soube que ela era tudo o que ele poderia desejar. E ele estava certo disso apenas agora.
Ambos condenados ao amor.
sumida né?
tá aí o cap novo, espero q gostem.
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