capítulo quatorze:-"Todas as cartas de amor são ridículas."
“Se você quiser alguém pra ser só seu é só não esquecer que eu estarei aqui.”
—Renato Russo.
———“Todas as cartas de amor são
Ridículas.
—Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
—Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
—As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.
—Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.
—Fernando pessoa(Todas as cartas de amor são ridículas.)
Jenna Ortega Point Of View
——Fez mais ou menos um mês desde que me mudei para estudar em Paris.
—Minha família as vezes me manda algumas cartas,fotos ou conversamos por facetime.
—Mason e Mikey as vezes me mandam mensagem ou fotos deles.
—E a Álvarez me mandava muitas cartas e obviamente eu lia todas e respondia todas também.
—Nós duas éramos como um casal dos tempos antigos.
—Mas claro,não estou reclamando.
—E nesse momento,eu estava no aeroporto com as pernas saltando levemente enquanto estava com as mãos no queixo enquanto pensava segurando a carta que ela tinha me mandado a algumas horas.
"Mais uma vez,Jenn,você não está esticando o braço o suficiente.
Estou bem aqui.
Sempre estive e sempre estarei.
Lembre-se:Sonhe,sonhe,sonhe,Jenna Ortega!"
—Com amor,sua eterna confidente."
—Eu sorri lendo e guardei no bolso.
—Merda,ela realmente rodou 1.429 km só pra me ver.
—E era isso que eu tanto amava nela,além de outros aspectos.
—Seu cabelo,seus olhos,o jeito brincalhão dela.
—E o sorriso dela. Aquele sorriso que me deixava louca.
—Sempre fazia questão de fazer alguma piada só para ter a chance de ver aquele sorriso maravilhoso que eu poderia passar horas admirando.
—Estou tão apaixonada que chega a me sufocar.
—Mas ela era tão importante pra mim que chegava a doer.
—Eu a queria cada dia mais.
—Ela não me cobre de pétalas de rosa e me leva para Paris nos finais de semana,mas quando corto meu cabelo, ela percebe.
—Quando me visto para sair à noite,ela me elogia.
—Quando choro,ela enxuga minhas lágrimas.
—Quando me sinto sozinha, ela me faz sentir amada.
—E quem precisa de Paris,quando pode conseguir um abraço?
—Meus pensamentos foram interrompidos quando ouvi aquela voz maravilhosa que me deixava nas nuvens.
—S/N:—Passa o celular.
—Me viro para ela e dou risada.
—Eu me levanto e pulo em seu colo e ela rapidamente me segura e nos abraçamos com força.
—Jenna:—Senti tanto sua falta. –Eu digo com a voz meio abafada por estar com a cara em seu pescoço e deixei algumas lágrimas caírem dos meus olhos.
—S/N:—Eu também senti muito sua falta. –Ela disse e eu notei sua voz embargada.
—Desci de seu colo e a olhei,ela estava absurdamente linda. Não somente naquele dia,é claro.
—Ela sorriu e me estendeu o buquê de girassóis.
—Eu prontamente aceitei e sorri como agradecimento,ela estava de mochila e segurava uma mala com rodinhas,eu agarrei sua mão e nos começamos a caminhar para fora do aeroporto.
—Jenna:—Você é maluca. –Ela deu risada.
—S/N:—Cara,para de questionar o meu ato de amor.
—Eu sorri e a olhei.
—Jenna:—Amor é?
—S/N:—E,amor. Pensei que soubesse. –Ela ri novamente.
—Nós duas saímos do aeroporto e pedimos um táxi.
—O táxi nos levou no endereço onde meu apartamento ficava.
—Eu abri a porta e dei espaço para a Álvarez.
—S/N:—Eu poderia ter me hospedado em algum hotel.
—Jenna:—Cala essa boca e entra.
—S/N:—Sim senhora. –Ela bateu continência e eu dei risada.
—Jenna:—Escuta,você pode tomar um banho,acredito que esteja cansada. então enquanto você toma banho eu vou ajeitar suas coisa pra você.
—S/N:—Faria isso mesmo?
—Jenna:—Se eu tô dizendo,é porque eu vou fazer.
—S/N:—Me engula,cavala.
—Jenna:—Você não me dá oportunidade.
—Assim que eu disse isso,vi ela ficar vermelha de vergonha,o que me fez rir.
—Eu amava deixar a Álvarez com vergonha.
—S/N:—Cala a boca,Ortega. –Ela disse e deu risada. Logo em seguida tirou as mochilas das costas.
—Eu mostrei a ela onde era o banheiro e lhe entreguei uma toalha reserva e ela caminhou até o banheiro. Foi questão de segundos até eu escutar o som do chuveiro então comecei a ajeitar suas coisas.
—Eu comecei a colocar as coisas que a Álvarez tinha trago nos espaços que sobraram e dei risada de alguns samba calções da Álvarez que era de desenhos. Certeza que era coisa da mãe dela. Ou dela mesma.
—Jenna:—Você tem uma cueca do frajola,S/N?–Perguntei assim que ela saiu do banheiro com os cabelos molhados e um conjunto de moletom.
—S/N:—Ai,me deixa.
—Terminei de ajeitar suas coisas e olhei para ela.
—Jenna:—Já liberaram o porte de armas?–Ela me olhou confusa.
—S/N:—É o que,Ortega?
—Jenna:—E esse pistolão aqui?–Tento pegar no meio de suas pernas mas ela se afasta dando risada.
—S/N:—Você é insuportável.
—Dou risada e ela se senta na cama e eu encosto minhas costas na cabeceira da cama e coloco meus pés no seu colo.
—S/N:—Hora da conversa agora. –Ela segura meus pés e inicia uma pequena massagem.
—Jenna:—Você tá cansada,deixa pra amanhã.
—S/N:—Não to cansada pra você.
—S/N:—Pode falar,eu tô aqui com você. Ao vivo e a cores dessa vez. –Ela sorri.
—Eu suspirei e coloquei a mão no rosto depois tirei e olhei para ela.
—Jenna:—Sou importante?
—S/N:—Óbvio,muito.
—Jenna:—Você fala isso pra me deixar melhor ou realmente eu sou importante?
—Ela olhou para mim e pegou nas minhas mãos e eu a olhei.
—S/N:—Você,Jenna Ortega é mais do que importante.
—S/N:—Você é importante pra mim,para os nossos amigos,pra sua família.
—S/N:—Todos nós.
—S/N:—Então quando você fala que não é importante me machuca muito.
—Eu abaixei a cabeça e logo depois a olhei novamente.
—Jenna:—Então por quê não me sinto importante?
—S/N:—A ansiedade ela faz com que a gente as vezes pense coisas que não são verdade.
—S/N:—Toda vez que sua mente te diz que você não é importante,não é verdade.
—S/N:—Você é importante. O que você pensa é importante. Seus sentimentos são importantes. Sua vida importa.
—S/N:—Você é importante pra mim. Quero que saiba e eu te direi todos os dias se for preciso.
—S/N:—Você é importante.
—Eu sorrio um pouco e abaixo a cabeça.
—Jenna:—Eu tô passando por uma crise existencial do caralho.
—Jenna:—As vezes tenho insônia por causa dos estudos também..e..eu..merda,eu tô péssima.
—Jenna:—Eu tô mal,e é chato porque lutei tanto pra sair daquele poço ruim que eu criei.
—S/N:—Jenn,nem todos os dias vamos estar bem,radiante e feliz todos os dias.
—S/N:—Vai ter aqueles dias que vamos estar tristes e pensando coisas ruins.
—S/N:—Mas quando você perceber vai ver que é só um dia ruim,e não uma vida ruim.
—S/N:—Tá tudo bem não estar bem as vezes.
—S/N:—E não vou dizer pra você que vai ficar tudo bem porque não sei se vai ficar. Mas eu vou estar aqui ainda que as coisas não acabem bem.
—Eu olhei para os meus dedos e até que eu não aguentei e me joguei em seus braços e ela prontamente me segurou enquanto eu chorava.
—Ela me apertou em seus braços e eu chorei como uma criança.
—S/N:—Tá tudo bem. Eu estou aqui. Pode chorar o quanto quiser,eu vou te segurar até o fim.
—E ela realmente fez.
—Me segurou.
—Até o fim.
—Ficamos alguns minutos abraçadas.
—E,porra,eu realmente precisava daquilo.
—Ela era o lugar onde eu não me sentia sozinha.
—E eu poderia ser quem eu quisesse com ela,poderia remover as barreiras que eu mesma criei e poderia ser eu mesma.
—Eu poderia chorar o quanto eu quisesse e ela sempre estaria lá pra me segurar.
—Depois de tudo aquilo,eu tinha jogado um pouco de água no rosto e tomei um pouco de água também.
—Depois de algumas horas,eu terminei de me tomar banho e me arrumar porque bateu um pico de energia na s/n e ela quer me levar pra sair.
—S/N:—Você tá extremamente linda. –Sorrio e me viro para ela.
—Jenna:—Você também tá extremamente linda. –Ela sorri.
—S/N:—Melhor,Tu es très belle(Você é muito bonita).
—Jenna:—Merci(Obrigada.)
—Nós duas demos risada.
—S/N:—Melhor?
—Jenna:—Sim. Obrigada por..sempre estar aqui pra mim, significa muito.
—S/N:—Relaxa,eu sempre vou estar aqui pra você.
—Ela me deu um beijo na testa e eu sorri.
—Maldita,não era muito longe da minha boca. Era só descer um pouco mais.
—Enfim,quer dizer..
—Eu e a Álvarez passamos a tarde inteira bebendo algumas doses,nós dançamos até nossos pés doerem.
—E,merda,me senti viva.
—Toda vez que eu estava com ela me sentia viva.
—Acho que é a Álvarez e o seus efeitos.
—Eu tirei meus saltos e andei descalça pela as ruas de Paris,e s/n segurou meus saltos até que paramos em um parque que estava sem ninguém por estar de madrugada.
—Nos sentamos no gramado enquanto observamos o lago.
—Jenna:—A vida é difícil pra caralho. –Eu murmurei.
—S/n concordou com a cabeça.
—S/N:—E.
—S/N:—A VIDA É DIFÍCIL PRA CARALHO! –S/n gritou e eu a olhei.
—Jenna:—S/n,estamos na rua.
—S/N:—E aí?não tem ninguém.–Ela sorriu.
—S/N:—Vai,fala.
—Jenna:—E..–Eu falei meio sem jeito e ela deu risada.
—Jenna:—Porra!–Falei um pouco mais alto e s/n sorriu e se levantou.
—S/N:—É CONFUSO PRA CARALHO!–Ela gritou e me olhou.
—E logo entendi o que ela queria que eu fizesse.
—Gritasse minhas frustrações ao lado dela.
—E assim eu fiz.
—Me levantei e parei ao lado dela.
—Jenna:—EU ME SINTO INSUFICIENTE!
—S/N:—EU ME SINTO SOZINHA MESMO AO REDOR DE MUITA GENTE!
—Jenna:—SINTO QUE NUNCA VOU SER FELIZ DE VERDADE!
—S/N:—ME SINTO VAZIA!
—Jenna:—TENHO MEDO DO AMOR!
—S/N:—EU QUERIA VOLTAR A SER CRIANÇA!
—Eu me senti aliviada.
—Porra,como me senti aliviada.
—Gritar pro mundo o quanto eu estava frustrada era muito bom.
—Jenna:—A gente nem tá mais xingando. –S/N deu risada.
—S/N:—E, tem razão.
—S/N:—VAI SE FODER,MUNDO! –S/n gritou e depois sorriu.
—Jenna:—VAI SE FODER!–Dei risada.
—S/N:—EU TENHO MUITO ORGULHO DA MARAVILHOSA E LINDA,JENNA ORTEGA!
—Jenna:—Ah,não que isso,sem ser cafona. –Ela deu risada.
—Eu me aproximei dela e ela me abraçou de lado e deu um beijo no topo da minha cabeça.
—Ficamos lá vendo o lago por alguns minutos até que eu me afastei e a gente se olhou.
—Eu olhei para aqueles olhos castanhos cintilantes que eu tanto amava.
—Esse estúpido,vazio e maravilhoso olhar castanho.
—Tenho certeza de que ela sentiu nos meus olhos por aproximadamente 5 segundos que eu tinha muito a dizer.
—Mas não disse.
—No momento,já não pensava mais em nada,até que tomei coragem e a puxei pela a camisa que ela usava e juntei nossos lábios em um beijo apaixonado.
—Acho que ela ficou em um pouco de choque,mas tudo melhorou quando ela retribuiu o beijo.
—Eu estava beijando ela.
—Depois de anos.
—Eu finalmente estava beijando ela.
—Nosso primeiro beijo foi em Paris e em um parque vazio com alto risco da gente ser assaltada.
—Mas estava perfeito.
—Tudo com ela era perfeito.
—Mas nosso momento acabou quando o a falta de ar se fez presente e nos afastamos.
—S/n tinha um olhar perdido e eu esboçava um pequeno sorriso.
—S/N:—Isso..foi..errado. –Ela admitiu e eu olhei para ela.
—Jenna:—Foi maravilhoso.
—S/N:—Você..você me disse pra esquecer..
—Ela disse enquanto me olhava com os olhinhos confusos e eu franzi o cenho.
—Jenna:—Esquecer o que?
—S/n não disse nada e apenas me abraçou de lado e eu a abracei de volta.
—E assim que voltamos pra casa parece que tínhamos nos tornado estranhas ou sei lá.
—Não sei se fiz algo de errado ou se a Álvarez ainda tá processando o que aconteceu.
—Mas é,acho que fiz merda.
Continua.
A Álvarez voou 1.429 km só pra ver a morena,não aceitem menos que isso.
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