𝗳𝗼𝘂𝗿 ── 𝙯𝙤𝙢𝙗𝙞𝙚𝙨 𝙝𝙖𝙩𝙚𝙨 𝙧𝙚𝙝𝙚𝙖𝙧𝙨𝙖𝙡𝙨
⋆ Ꮺ ❜🩰 𝐃𝐄𝐀𝐃 𝐆𝐈𝐑𝐋 𝐖𝐀𝐋𝐊𝐈𝐍𝐆
❛걷는 죽은 소녀 𓂅
❪ 𝘀𝘂-𝗵𝘆𝗲𝗼𝗸 ❫ ⵌ all of us are dead 𝗳𝗮𝗻𝗳𝗶𝗰𝘁𝗶𝗼𝗻 *☽ *˚˛✩
❝ i always knew that science teacher was maaaaadly insane ❞
★ em certo momento do capítulo, jisoo menciona sobre sua professora as obrigar a seguir uma dieta rigorosa por conta da proximidade da apresentação, então aviso de possível gatilho para transtornos alimentares.
O SINAL PARA o almoço havia soado alguns minutos depois do retorno de I-sak para a sala de aula, finalmente liberando os demais alunos para que pudessem espalhar livremente os últimos acontecimentos pela escola.
Jisoo seguiu o fluxo de alunos, sentando-se em uma mesa vazia no refeitório, servindo-se apenas com um punhado de salada e arroz. A estudante não estava com muita fome e não pretendia demorar muito comendo, ansiava por sua fuga da escola o mais rápido possível.
Pescando o alface embebido em molho caesar, Jisoo levou a comida a boca, desanimada. Os barulhos das vozes dos demais alunos gritando todos ao mesmo tempo fez com que sua cabeça latejasse. A bailarina apoiou a testa na mão, dando mais uma garfada em sua refeição simples antes de enfiar a mão na bolsa de ginástica, revirando o bolo de roupas e produtos para cabelo até que conseguisse encontrar seu celular escondido no fundo.
A professora de inglês provavelmente estava ocupada demais cuidando da zona causada por Hye-ju – assim como todos os demais professores – para que tivesse tempo de vistar os alunos no refeitório. Mas mesmo que de fato descobrissem sobre sua pequena mentira em sala de aula, Jisoo não dava a mínima.
Abriu o grupo criado pelas outras bailarinas que também dançavam em seu estúdio. As relações entre elas costumavam ser... turbulentas, como qualquer coisa no mundo do balé. Ser bailarina era estar imerso em uma constante competição, não havia formas de escapar ou você aceitava sua derrota e se entregava de bandeja, ou você lutava com unhas, dentes e sangues pela vitória.
Não haviam muitas mensagens, mas a maior parte delas era sobre todas já estarem no estúdio, esperando apenas por Jisoo para que começassem enquanto se alongavam. Estalando os dedos da mão esquerda, a bailarina bloqueou o celular novamente, concentrando-se em terminar sua salada e seu pote de arroz com uma rapidez com potencial para lhe causar uma indigestão.
Teria tempo para queimar todas as calorias ingeridas durante sua caminhada até o local do ensaio, portanto não teria que aguentar uma bronca de sua professora sobre como deveriam se manter em forma com a data da apresentação tornando-se tão próxima.
Com a bolsa no ombro, Jisoo carregou sua bandeja apressadamente, quase esbarrando em On-jo – que a essa altura já havia retornado, causando tumulto em sala de aula mais uma vez. Em sua corrida contra o tempo, a bailarina não sem preocupou nem em ao menos pedir desculpas, por mais que essa não fosse uma atitude que On-jo já estivesse esperando dela. A Hwang, no entanto, pode ouvir I-sak resmungar sobre como ela era mal educada e se achava melhor do que todo mundo. Algo que não pode negar, mas ao contrário de Na-yeon, Jisoo não se achava superior a todos; ela simplesmente era. Não precisava ficar reafirmando seu status de maneira irritante a todo instante como ela.
Deixando a bandeja suja em uma pilha próxima a lixeira, Jisoo saiu do refeitório, seguindo rumo a sala de aula para buscar sua mochila. Sua carga curricular diária estava oficialmente encerrada, lhe deixando livre para poder treinar até alcançar a perfeição da sequência de fouettés que Odile deveria performar. A Hwang não era uma desistente. Não conhecia ninguém com mais determinação do que si mesma e quando colocava algo na cabeça, não havia nada que a fizesse mudar de ideia. Jisoo insistiria até conseguir realizar o movimento com maestria, não importava o quanto lhe custasse para isso.
Sua caminhada pela escola foi marcada por diversos estudantes que aproveitavam o horário do almoço para visitarem seus amigos de outras classes, ou então intimidar os alvos mais frágeis e propensos a não revidarem no caso dos diversos bullies que rondavam os corredores do Colégio Hyosan.
Em poucos minutos Jisoo alcançou sua sala de aula, passando direto pelos escassos estudantes que haviam ficado por lá e jogando sua mochila de tonalidade clara nas mochilas. Aproveitando que já possuía tudo que precisava, a adolescente pegou novamente o celular – dessa vez escondido na cintura da saia xadrez do uniforme – ligando para uma de suas companheiras de balé, que atendeu no segundo toque.
— Hwang. – Kim Young-seo era uma das mais velhas do estúdio de balé onde dançavam e talvez por isso fosse a pessoa mais próxima de "companheira" que Jisoo tinha, tratando-a quase como uma irmã mais nova e agindo como sua tutora. — É bom que você e essa sua bunda pálida já estejam virando a esquina, nem todo mundo aqui é desprovida de horários e responsabilidades além do balé igual a você.
— Que boca mais imunda, Young-seo. – a bailarina brincou, enquanto começava a descer o lance de escadas dando pulinhos. — Não se preocupe eu já estou me livrando da esc-
Jisoo não foi capaz de finalizar sua frase completamente, com seu tornozelo machucado cedendo sob o peso de seus pequenos saltos enquanto descia as escadas, o pé da jovem virou completamente deixando-a desequilibrada e ocasionando uma queda feia de onde estava. Seu corpo magro rolou pelo restante dos degraus, embolado em meio as mochilas, parando apenas quando já estava novamente no chão plano do corredor. Seu celular havia voado para longe de seu alcance, mas ela podia ouvir Young-seo perguntar o que havia acontecido pela caixa de som do aparelho.
Por alguns momentos, Jisoo apenas permaneceu deitada onde estava, sem forças o suficiente para erguer seu corpo e retomar seu caminho. Como se sua situação já não pudesse ficar pior, a bailarina ouviu o som de passos lentos e despreocupados seguidos por um assobio fino, a dor em seu tornozelo se atenuou quando percebeu de quem se tratava.
A cara feia de Yoon Gwi-nam adentrou o campo de visão da Hwang, que revirou os olhos com força. A morena decidiu apenas ignora-lo, permanecendo na mesma posição e fingindo não notar mais sua presença.
— Caiu igual a uma sacola de merda, não é Hwang? – ele se agachou na frente da jovem, um sorriso de escárnio decorando seu rosto. — Não foi muito delicado para uma bailarina.
— Eu não caí. – Jisoo obviamente sabia que ele não caiu em sua mentira, mas decidiu mantê-la da mesma forma. — Estou apenas descansando. Ou pelo menos estava até seu bafo fedido me interromper.
Dito isso, a mesma forçou os braços para cima, sentando-se no chão e começando a arrumar suas coisas como se Gwi-nam tivesse repentinamente se tornado invisível a seus olhos.
— Você se acha tão superior a ponto de ter coragem de falar assim comigo? – ele ralhou, aproximando-se de Jisoo, que já estava de pé, com a cara fechada. — Esqueceu de com quem está falando?
— Eu falei sério sobre o bafo. – a bailarina empurrou o peito do Yoon, afastando-o de si mesma com o rosto que transparecia um tédio descomunal. — E é justamente porque sei com quem eu estou falando que você não me da medo. Preste atenção agora e veja se consegue fazer seu cérebro de ervilha absorver alguma coisa: você é só um capanga idiota, quase como um bobo da corte. Não impõe respeito em ninguém. Para falar a verdade é bem patético.
— Sua-
— Faça a nós dois um favor e guarde sua opinião sobre tudo isso para si mesmo. – Jisoo checou as horas no celular. — Não tenho tempo para ficar aqui te ouvindo patinar em afirmações sobre sua masculinidade ou sei lá o que. Se te ajuda a superar sua posição miserável, vá em frente, mas não me envolva nisso. Ah merda eu vou me atrasar.
Jisoo tornou a passar a alça da bolsa de ginástica pelo ombro ossudo e ereto, voltando a sua caminhada para fora da instituição, ainda com os olhos grudados no celular. Apenas quando finalmente saiu do amplo edifício que se estendia por todo o terreno da escola e era dividido em tantas salas que ela mal poderia contar e teve certeza se que Gwi-nam não a havia seguido, a bailarina finalmente guardou o celular, dando uma rápida olhada por cima dos ombros apenas para conferir e tirando o discman da bolsa.
Com os fones de ouvido ajustados sobre suas orelhas, ela escolheu uma das fitas antigas de Lee Gwang-jo, um cantor de balada famoso dos anos 80 que seu pai costumava ouvir enquanto cozinhava. Logo, a melodia de "You're Too Far Away to Get Close To" começou a tocar, enquanto Jisoo atravessava o vasto gramado da parte externa do Colégio Hyosan.
O local estava repleto de grupos de amigos e casais se reunindo em pedaços da grama, sentados em lençóis estendidos sobre o verde vibrante. Algumas pessoas preferiam usufruir da própria companhia e sentavam-se sozinhas debaixo de uma árvore com um livro, ou deitavam em espaços desocupados para se aquecer sob a luminosidade sol brilhante. A bailarina não era uma grande apreciadora de dias completamente ensolarados. Não planejava conseguir marcas de expressão antes dos 30 e sabia que nem mesmo sua genética milagrosa seria capaz de evitar que sua pele degradasse em caso de muita exposição aos raios UV.
Aquilo também fazia parte de ser uma bailarina. A aparência. Na dança, esse era um dos pontos mais importantes. O balé é uma arte visual, as pessoas buscam beleza e é beleza que ela precisa oferecer e isso vai muito além de simplesmente concretizar todos os movimentos com uma perfeição fria. Seu corpo, rosto, postura, tudo precisa ser lapidado com o corte firme de uma navalha. Não era algo a se ter alguma escapatória.
Sua mente estava nebulosa em pensamentos, mal prestando atenção ao mundo ao seu redor. Portanto, Jisoo não percebeu a figura que caminhava em sua direção até sentir a música que ecoava por seus fones se encerrar em um rompante. Com os olhos como duas estacas de aço, a jovem encarou duramente o estudante corajoso – ou simplesmente burro – o suficiente para puxar seus fones.
Su-hyeok segurava um sorriso pequeno, nada abalado pelo olhar ameaçador da Hwang, que cruzou seus braços como se esperando que ele se explicasse.
— Por que está com sua mochila? – havia sido para aquilo que ele tinha interrompido sua música?
— Resolvi levar meus livros para passear. – ela deu de ombros, mas logo completou ao ver a expressão confusa se formar no rosto do estudante. — Estou fugindo da escola, não é óbvio?
— E por que você faria isso? Não tivemos nem metade das aulas de hoje ainda.
— Por que eu não faria isso? – ela retrucou puxando do elástico da saia sua caixa de cigarros e acendendo um. — Os professores estão preocupados demais com o "caso Hyeon-ju" para perceberem que uma cabeça aqui e ali está faltando. Além disso, eu poderia usar o tempo das aulas para ensaiar, algo que realmente vai ajudar no meu futuro.
— Não ficou nem um pouco preocupada com o que aconteceu com ela? – ele arqueou uma das sobrancelhas.
— Sempre soube que o professor de ciências era maaaaluquinho. – ela deu ênfase no adjetivo, um sorriso insano se abrindo em seu rosto angelical ao mesmo tempo em que ela dava uma tragada no cigarro que carregava entre os dedos. — E Hyeon-ju é apenas mais uma babaca da gangue de bullies que os professores fingem não saber da existência. Não desejo que ela seja dopada por um professor tarado, mas também não posso dizer que lhe desejo coisas boas.
— Você não está totalmente errada. – ele meneou com a cabeça. — Mas ainda não consigo não me sentir mal em pensar nas coisas que ele possa ter feito com ela.
— Eu não tenho tempo para pensar nisso, então acabamos por aqui? – ela perguntou recolocando seus fones, apenas para que estes fossem puxados para baixo novamente. — Quem você pensa que é?
— Passar tanto tempo com os fones nos ouvidos faz mal para a audição. E isso... – ele se aproximou para pegar o cigarro que Jisoo segurava entre os dentes. — Também. Quer dizer, não para a audição. Apenas de um modo geral.
— Meu irmão já tentou fazer o trabalho de me explicar os malefícios do cigarro não se preocupe e o resultado foi que eu não dou a minima. – ela pegou-o de volta, dando uma tragada rápida antes de apontar para a figura pequena da presidente de turma, que caminhava logo à frente enquanto carregava um livro escolar. — E a Nam-ra também passa o tempo inteiro com aqueles fones de rico enfiados nas orelhas, o que acha de redirecionar sua palestra educacional para ela? Eu estou insanamente atrasada, adeus.
Jisoo recolocou seus fones no lugar. A música que tocava antes já havia se encerrado e uma nova já estava pela metade. A morena viu Su-hyeok dar uma risada de lado, seus ombros largos se movendo discretamente, antes de seguir seu conselho e ir falar com a Presidente. Hwang pensou em como ele era esquisito, apesar de um tanto bonitinho. Mas sua mente logo retornou para a coreografia que deveria estar treinando, tão imersa em sua própria rigidez e com a voz de Lee Gwang-jo dominando todos os seus sentidos, a bailarina andava de cabeça baixa para fugir dos raios solares, sem perceber o caos que se formava ao seu redor.
Ao menos até ser bruscamente puxada pela cintura, desviando de um rapaz baixo e de cabelos bem aparados que correra inconsequentemente em sua direção. Antes que pudesse dar um grito em resposta, porém, ela percebeu que ele não era o único a agir daquela maneira. O olhar aflito no rosto do rapaz que a havia puxado evidenciava que algo estava errado.
— Que porra foi essa?
— Nada bom. – Su-hyeok respondeu, antes de agarrá-la pela mão e começar a correr em direção ao prédio principal.
Após o choque inicial ter passado, Jisoo puxou seu fones para o pescoço, percebendo que Nam-ra, com um olhar tão assustado quanto o dela, estava agarrada junto a outra mão do rapaz, correndo junto a eles. As princesas de gelo da classe 2-5 finalmente estavam deixando suas barreiras de chumbo sucumbirem e pela primeira vez por entre aqueles corredores, elas demonstraram reações humanas.
(2365 palavras não recusadas)
★ ━━ cheguei a conclusão que o hobby da jisoo eh chamar as pessoas de bafudas and i think she's iconic for that. porém eu só percebi que ela já tinha chamado a na-yeon desse jeito no cap passado depois que eu já tinha escrito o parágrafo inteiro e não quis mudar porque gostei do jeito que ficou então perdão.
☆ ━━ não sei se to pesando muito a mão no quesito monólogos sobre ser uma bailarina, mas a jisoo se cobra MUITO em relação ao balé e pensa que precisa ser perfeita em absolutamente tudo e isso acaba refletindo muito na vida dela e nas consequências que isso trás (ela cair da escada porque fudeu o tornozelo ensaiando e não quer aceitar isso). mas caso esteja ficando muito apenas nisso, me deixem sabem pra eu poder melhorar!!
★ ━━ feliz dia dos namorados para vocês com mais uma interação a jisoo com o suhyeok, nem mesmo uma otaria igual a ela consegue resistir ao charme dele. o cara realmente tem o borogodo.
☆ ━━ com esse capítulo eu finalmente encerro o primeiro arco da fanfic. o próximo arco sera inteiro focado no apocalipse e se eu fosse vocês dormiria de olho aberto, nunca se sabe em qual capitulo eu vou resolver matar a jisoo. pode ser o próximo ou então no vigésimo. eu sou doida maluca clinicamente insana pirada lunatica criminosa de guerra the next virgin mary & i am never going to die não esperem nada de mim.
★ ━━ vejo vocês na parte dois.
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