𓂃 ⵌ capítulo três !

𓂃 ⵌ   𝕯𝖆𝖗𝖐 𝕱𝖆𝖙𝖊 . . .  】 !
ָ࣪ ˖ ▌. ݁ ٬٬ terceiro capítulo ⸒⸒ 🦇
a muralha de Gaara.
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❛ postado em 09/01/2025
3388 palavras | revisado.

. ݁ ٬٬ 𝐌𝐄𝐓𝐀 ִ ֗ ៵ʾ ▎20 votos
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Depois que Gaara saiu da sala de história, ele ainda teve mais dois horários de aula — matemática e inglês. Em ambas as aulas, o garoto se apresentou da mesma maneira: um olhar frio, palavras curtas e a mesma ameaça velada de quem estava disposto a fazer de tudo para não ser incomodado. Como esperado, ninguém ousou falar com ele. Seus olhos cortavam qualquer tentativa de interação com um desdém quase tangível.

Jasper foi a exceção, e ele sabia que isso era uma constante. O vampiro empata parecia incapaz de ficar longe dele, sempre presente em sua mente, mas, ao contrário dos outros, o observava sem medo. Gaara, no entanto, não se importava com isso. Ele estava tão absorto em sua própria raiva e confusão que sequer se incomodava com as tentativas de Jasper de se aproximar, embora sentisse sua presença, como uma sombra persistente ao seu redor.

Na verdade, Gaara gostava disso. Nenhuma conversa fútil, nenhuma tentativa de amizade falsa. Era assim que ele preferia — ignorado, não tocado. Ele não queria estar ali, mas sabia que essa era a única maneira de passar por tudo sem complicações.

Quando o sinal finalmente anunciou o fim da terceira aula, Gaara deixou sua carteira de lado e se levantou com a mesma calma ameaçadora de sempre. Ele não esperou por ninguém. No corredor, encontrou seus irmãos, Temari e Kankuro, que o esperavam perto da porta, suas expressões ligeiramente tensas, como sempre.

Sem palavras, os três seguiram em silêncio, dirigindo-se ao refeitório. Kankuro dava uma olhada cautelosa para Gaara, tentando parecer despreocupado, mas a tensão era evidente. Temari, por outro lado, tinha um olhar mais atento, como se sempre estivesse aguardando o próximo sinal de que algo poderia sair do controle.

No entanto, a quietude de Gaara parecia proporcionar uma estranha sensação de alívio para os dois. Não havia explosões de raiva, não havia sinais de que ele perderia o controle — ainda assim, todos sabiam que algo dentro dele estava se agitando.

O caminho até o refeitório foi silencioso, o som dos passos ecoando pelo corredor vazio enquanto os alunos se dispersavam para as suas respectivas aulas. Gaara se sentia como um estranho nesse mundo novo, um intruso em um lugar que não tinha escolha a não ser aceitar. Mas ele sabia que, por mais que tentasse se esconder em sua indiferença, algo estava se aproximando — e não era apenas o olhar do vampiro com olhos dourados.

Ao adentrarem as portas do refeitório, um silêncio imediato tomou conta do ambiente. As conversas cessaram abruptamente, e os olhares curiosos de todos os alunos seguiram os três irmãos Sabaku enquanto caminhavam pelo local. A sensação de ser observado era palpável, mas Gaara não se importou. Ele continuou seu caminho sem demonstrar emoção, indo diretamente para uma mesa vazia, o olhar frio e distante, como se estivesse isolado do resto do mundo.

Temari e Kankuro, por outro lado, estavam mais atentos ao que acontecia ao redor, mas também mantiveram a postura imperturbável. Eles caminharam para a fila do refeitório, pegando três bandejas e colocando os itens típicos: suco de laranja, um sanduíche de peito de frango e uma maçã. Nenhum dos dois parecia se importar muito com a comida, mas era o que tinham no momento.

Enquanto isso, Gaara permaneceu na sua mesa, observando em silêncio os outros alunos que ainda estavam ao redor, lançando olhares furtivos para ele. Sua presença continuava sendo uma anomalia para todos, e isso só aumentava sua sensação de desconforto. Mas ele não estava ali para interagir. Ele não queria fazer parte daquilo, não queria se misturar. O isolamento era o seu escudo, e estava decidido a mantê-lo.

Após pegarem as bandejas, Temari e Kankuro se aproximaram de Gaara. Temari colocou uma das bandejas na frente dele com um gesto firme, sem fazer cerimônia.

── Você precisa comer ── ela disse com uma voz calma, mas que não admitia discussão. Ela se sentou ao lado dele, enquanto Kankuro se sentava ao lado de Temari, colocando sua própria bandeja na mesa.

Gaara olhou para a comida, mas não fez nenhum movimento. Seus olhos permaneciam distantes, ainda absortos em seus próprios pensamentos. A presença dos outros ao seu redor não fazia diferença. No entanto, algo em sua mente o lembrava de que ele ainda precisava manter uma aparência, ainda precisava passar por esse jogo.

── Você não vai comer? ── Temari perguntou, um tom de preocupação em sua voz, mas também uma certa frustração, como se já esperasse essa reação.

Gaara não respondeu de imediato. Seus olhos continuaram fixos na bandeja, a maçã brilhando sob a luz do refeitório. Finalmente, com um suspiro leve, ele pegou o sanduíche de peito de frango e deu uma mordida, sua expressão ainda inabalável. Não estava com fome, mas precisava agir como qualquer outro aluno, pelo menos por enquanto.

Os três permaneceram em silêncio enquanto a sala de refeitório voltava ao normal, mas o peso do olhar de todos ainda pairava sobre eles. Para Gaara, tudo o que ele queria era que a atenção se dissipasse, que ninguém o olhasse mais. Mas, no fundo, sabia que isso não aconteceria tão cedo.

Enquanto os três comiam em silêncio, Temari e Kankuro trocaram olhares rápidos, tentando encontrar alguma maneira de aliviar a tensão que sempre pairava sobre Gaara. Depois de alguns momentos, Temari falou, tentando quebrar o silêncio de maneira tranquila.

── Você está indo bem até agora, Gaara ── ela disse, a voz suavizada pela preocupação. ── Só mais três aulas, e então podemos ir para casa. Apenas aguente mais um pouco.

Kankuro concordou com um aceno de cabeça, mais impessoal, mas com um leve sorriso tentando disfarçar o desconforto. ── Sim, você já passou por mais do que isso. Só temos que passar o resto do dia, depois podemos voltar e relaxar.

Gaara, porém, não parecia se deixar afetar pelas palavras dos irmãos. Ele levantou os olhos, lançando um olhar vazio para ambos antes de pegar a maçã e dar uma mordida, sem pressa. Sua expressão era a mesma de sempre: indiferente, distante, como se o resto do mundo não passasse de uma massa sem importância ao seu redor.

── Isso vai se repetir amanhã ── ele respondeu, sua voz baixa e desinteressada, como se falasse de algo inevitável, uma rotina que ele já aceitava sem emoção. ── O ciclo vai ser o mesmo. Não muda.

Temari e Kankuro trocaram mais um olhar, a frustração e preocupação se misturando em seus semblantes. Sabiam que Gaara não via sentido nas palavras que eles diziam, mas não conseguiam deixar de tentar. Aquele garoto, o irmão que eles tanto tinham medo, estava perdido em sua própria dor, em seu próprio mundo. E era como se, por mais que tentassem ajudá-lo a se integrar, ele se recusava a sair da fortaleza que ele mesmo construíra ao redor de si.

── Você tem razão ── Temari disse, tentando encorajar Gaara com um sorriso suave. ── Mas amanhã, talvez, a gente consiga passar mais rápido. O que importa é que estamos juntos. Só um dia de cada vez.

Kankuro, que até então ficara em silêncio, olhou para Gaara e, com uma leve risada, completou: ── E amanhã, quem sabe, podemos achar algo interessante para fazer depois da escola, né?

Mas Gaara apenas deu de ombros, como se nada disso importasse. Ele sabia que o único interesse de seus irmãos era tentar amenizar sua dor, mas ele estava além disso. No fim, ele estava ali apenas porque não tinha escolha, e o amanhã, para ele, era tão vazio quanto o hoje.

O momento de calmaria entre os irmãos Sabaku foi abruptamente interrompido quando uma garota morena se aproximou da mesa. Ela tinha olhos verdes brilhantes, um sorriso largo e um corpo que chamava atenção. Era evidente pelo seu caminhar confiante e a forma como os outros alunos a observavam que ela era popular naquela escola, a típica garota que todos conheciam e desejavam se aproximar. Não que isso fizesse diferença para os irmãos Sabaku. Para eles, esse tipo de status social era irrelevante.

Ela se aproximou da mesa com um sorriso radiante, como se estivesse fazendo uma grande conquista ao falar com os novos alunos.

── Oi, pessoal! ── disse ela com uma voz doce, mais voltada para Gaara. ── Eu sou a Emília. Eu só queria dar as boas-vindas a vocês e, claro, dizer que é muito bom ver rostos novos por aqui.

Ela parecia genuinamente amigável, até mesmo se inclinando levemente na direção de Gaara, como se tentasse se aproximar dele. Mas, para surpresa dela, Gaara não respondeu com o mesmo entusiasmo. Ele olhou para ela com um olhar vazio, frio, que imediatamente deixou claro que ele não estava interessado em qualquer tipo de aproximação.

Antes que ela pudesse dizer mais alguma coisa, Gaara, com a voz grave e carregada de ameaça, cortou qualquer tentativa dela de ser simpática.

── Se você tiver amor à sua vida ── ele disse, suas palavras afiadas como lâminas ── sairia daqui agora e nunca mais ousaria nem sequer olhar para mim.

O tom de Gaara era tão sombrio e direto que fez o sorriso de Emília murchar instantaneamente. Ela hesitou por um momento, surpresa pela resposta tão brutal. Mas logo se recompôs, tentando manter sua postura confiante, embora visivelmente desconcertada pela frieza do garoto.

Temari e Kankuro observavam a cena com um misto de desconforto e satisfação silenciosa. Eles sabiam que Gaara não estava interessado em fazer amigos e que ele preferia manter os outros à distância, mas a forma como ele falava sempre era um pouco chocante para quem não o conhecia. No fundo, estavam aliviados por ele afastar a garota. Ela parecia ser exatamente o tipo de pessoa que eles temiam que tentasse manipular ou se aproveitar dele.

Emília, com um olhar ligeiramente frustrado, finalmente deu um passo atrás, tentando recuperar a compostura.

── Uau, tudo bem, sem necessidade de ser tão rude ── ela disse, tentando forçar um sorriso, mas claramente desconcertada. ── Só estava tentando ser amigável. Boa sorte por aí, então.

Ela se afastou, deixando os irmãos Sabaku sozinhos novamente. Gaara não parecia nem um pouco abalado, como se o encontro nunca tivesse acontecido. Ele voltou a olhar para a comida na frente dele, indiferente ao que havia acabado de ocorrer.

Temari suspirou, olhando para Kankuro com um leve sorriso. ── Eu não sei por que me surpreendo, mas, se você perguntar, ele definitivamente fez o que parecia certo.

Kankuro deu uma risada baixa, balançando a cabeça. ── Ele sempre faz isso, não é? Só não esperava que fosse tão rápido.

Gaara, por sua vez, não disse uma palavra. Para ele, tudo estava no lugar certo, na sua bolha de indiferença, onde ninguém poderia tocá-lo ou fazer com que se importasse.

Kankuro, ainda com uma leve risada nos lábios, se inclinou para Temari e sussurrou, seu tom mais discreto, mas ainda claramente surpreso.

── Eu estou realmente impressionado. Gaara se controlou. Não matou a garota.

Temari olhou para o irmão com um sorriso sutil, mas seus olhos estavam atentos. ── Sim, ele está começando a aprender que não precisa reagir da forma extrema o tempo todo ── ela respondeu com um tom de voz mais suave, como se tentasse dar apoio a Gaara, mesmo sem ele saber.

Gaara, no entanto, havia escutado claramente as palavras de Kankuro. Ele não virou a cabeça ou deu qualquer sinal de que estava prestando atenção, mas, internamente, ele sabia que o comentário era mais do que verdadeiro. Ele havia se controlado, sim, mas não porque ele não quisesse fazer nada. Na verdade, foi uma escolha calculada. Ele tinha suas razões para agir assim, razões que ele não explicava nem para os irmãos.

Gaara fingiu que não escutara nada, como de costume. Continuou comendo, alheio ao que estava acontecendo ao seu redor. Para ele, o que importava era manter o controle — não para agradar a ninguém, mas porque ele sabia o que aconteceria se perdesse sua calma. E a garota, com todo o seu sorriso e simpatia fingida, não merecia mais do que a frieza que ele lhe havia dado.

Porém, o fato de que ele não havia seguido com suas tendências mais violentas era algo que ele reconhecia, mesmo que não o admitisse em voz alta. Talvez, em algum lugar, Gaara estivesse começando a mudar, mesmo que de forma sutil, um passo de cada vez. Mas, no fundo, ele sabia que isso não significava que tudo tinha sido resolvido. Ele ainda estava longe de ser alguém "normal".

Kankuro olhou para Gaara, um pouco desconcertado pela calma com que ele reagiu, mas sabia que ele preferia não falar sobre isso. Em silêncio, os três terminaram suas refeições, o ambiente ao redor deles voltando à sua rotina normal, como se nada tivesse acontecido. Gaara, mais uma vez, era um enigma para os outros, mas isso nunca o incomodava.

Na mesa dos Cullens, a conversa havia mudado de direção, mas os olhares ainda estavam fixos nos irmãos Sabaku. Eles tinham ouvido tudo o que aconteceu, incluindo o breve comentário de Kankuro sobre Gaara se controlando. Edward, que observava atentamente, tinha uma expressão séria, como se estivesse ponderando algo importante.

── Vocês acham que Gaara realmente seria capaz de matar alguém? ── Edward perguntou, sua voz baixa, mas carregada de curiosidade. Ele estava tentando ler Gaara, entender a verdadeira natureza dele, algo que, até então, parecia quase impossível.

Jasper, que estava mais atento às emoções ao redor, manteve os olhos fixos no garoto ruivo, mas não respondeu de imediato. Ele ainda sentia aquela ligação estranha com Gaara, algo que ele sabia ser mais do que um simples instinto. Algo muito mais profundo, uma conexão que ele mal compreendia.

Emmett, tentando quebrar o clima denso que se formava ao redor da mesa, deu uma risada. ── Eu diria que ele é um psicopata em potencial. Olhem para ele — um cara com uma expressão permanentemente assassina e um controle emocional de um mestre. Acho que ele seria capaz de qualquer coisa se fosse provocado.

Rosalie lançou-lhe um olhar repreensivo. ── Não brinque com isso, Emmett. Ele é só um humano, mesmo que seja... bem, diferente. ── Ela virou-se para Edward. ── Mas, honestamente, algo me diz que ele não é tão simples quanto parece. Eu não sentiria essa tensão se ele fosse apenas um 'garoto rebelde'.

Edward franziu a testa, ainda observando Gaara com um olhar fixo, como se tentasse penetrar em sua mente.  ── Eu também não consigo sentir muito. As partes da mente dele são... difusas. Como se algo estivesse tentando bloquear as minhas leituras.

Jasper, mais uma vez, sentiu a presença de Gaara de maneira mais intensa. ── Ele é diferente, isso é certo. Mas não acho que seja só por causa de sua personalidade difícil. Há algo mais nele, algo... mais sombrio.

Emmett fez um gesto exagerado com as mãos, dando um sorriso maroto. ── Bom, se ele for mesmo um psicopata, ele pode ser um ótimo companheiro. Sempre tem algum drama na nossa vida, mas pelo menos não teríamos que lidar com aquele 'drama adolescente' do tipo, 'ai, não tenho amigos'.

Rosalie bufou, mas não disse nada. Ela sabia que Emmett apenas estava tentando aliviar o clima, como sempre fazia, mas sentia que havia algo muito mais sério acontecendo com o garoto.

Edward, que já havia analisado todos os aspectos, voltou sua atenção para Jasper, com um olhar que dizia que ainda havia muito a ser descoberto sobre Gaara. ── Vamos ter que ficar de olho nele. Algo não está certo. E essa ligação que você sente... não é algo simples.

Jasper assentiu lentamente, seus olhos voltando para Gaara, que parecia alheio a tudo ao seu redor, imerso em seu próprio mundo. A tensão na mesa dos Cullens persistiu, uma sensação de que o destino dos dois lados estava de alguma forma entrelaçado, e os irmãos Sabaku eram apenas a ponta do iceberg. O que quer que fosse, algo grande estava por vir, e nenhum deles sabia o quão profundo o mistério de Gaara realmente ia.

Jasper sentiu o momento exato em que Gaara virou os olhos em sua direção. O olhar do garoto era indiferente, como sempre, mas havia algo mais nessa vez. Um vazio profundo, como se não houvesse nada além de uma parede de gelo entre ele e o resto do mundo. Era difícil para Jasper suportar a frieza de Gaara, especialmente porque ele sabia, de alguma forma, que aquilo não era tudo o que Gaara era. Ele sentia a dor oculta, as sombras em sua mente, mas o que mais o atingia era o modo como Gaara o olhava.

A ligação que ambos compartilhavam estava ainda mais forte agora. Apesar de Gaara tentar esconder suas emoções, Jasper conseguia sentir a tormenta que se passava dentro dele. Mas, ao mesmo tempo, o olhar de Gaara, vazio e desinteressado, o fazia se sentir distante, como se o que eles estavam compartilhando fosse apenas uma ilusão, algo que não podia ser tocado.

Gaara não demonstrou nem um pingo de surpresa ou curiosidade ao ver Jasper, mas Jasper sentiu como se estivesse sendo examinado, como se, por um momento, Gaara soubesse exatamente o que ele estava pensando. E, paradoxalmente, isso apenas aumentava o desconforto de Jasper. Ele sabia que Gaara não queria isso, não queria ser "lido" dessa forma. A barreira que Gaara erguera ao redor de si era espessa, quase impenetrável.

Com um suspiro baixo, Jasper desviou o olhar, sabendo que sua tentativa de enviar um pouco de calma para Gaara não tinha funcionado. Nada parecia penetrar a muralha emocional que ele construíra. Ele sabia que o garoto era complicado, mas havia algo em seu interior que fazia Jasper querer entender, querer ajudar. Ele sentiu uma onda de frustração misturada com uma sensação de impotência.

Emmett, que estava observando a troca silenciosa entre eles, soltou um comentário brincalhão, tentando aliviar o clima. ── Acho que Gaara tem um olhar que poderia matar, se fosse usado corretamente.

Rosalie deu um olhar reprovação, mas Jasper nem sequer reagiu à piada. Ele estava demasiado imerso na sensação de desajuste que sentia vindo de Gaara. A ligação ainda estava lá, mas, ao mesmo tempo, parecia como se fosse um fio delicado prestes a se romper. Jasper não sabia o que fazer com isso, mas uma coisa era certa: ele não poderia simplesmente deixar que Gaara se perdesse, não quando sentia que o destino deles estava de alguma forma entrelaçado.

Jasper ficou ali, perdido em seus pensamentos, observando Gaara à distância. O olhar frio e indiferente do garoto ainda estava gravado em sua mente. Ele sabia que Gaara estava longe de ser fácil de entender. Mas, mesmo com todas as barreiras e a resistência do garoto, algo dentro de Jasper não podia ignorar a sensação de conexão entre eles.

Ele é meu companheiro, pensou Jasper, a certeza crescendo em seu peito. Eu nasci para amá-lo.

Isso não era algo que ele poderia simplesmente deixar de lado. Jasper sabia que, apesar da fachada de indiferença de Gaara, ele estava escondendo algo muito maior — um turbilhão de sentimentos, um abismo de dor e solidão. E, de alguma forma, isso o chamava. Ele não podia ignorar a ligação que sentia, o desejo de ir mais fundo, de ajudar Gaara a superar os fantasmas do passado, a escuridão que o consumia.

Eu tenho que me aproximar dele. Eu não posso deixar isso escapar.

Jasper sabia que seria difícil. Gaara não parecia disposto a se abrir para ninguém, e muito menos para ele. Mas, como seu companheiro, ele sentia que era sua responsabilidade — seu destino, talvez — ajudar Gaara a lidar com suas emoções e, quem sabe, encontrar algum tipo de paz.

Com um suspiro, Jasper se levantou da mesa, seu olhar ainda fixo em Gaara. Ele sabia que ainda era cedo, que o caminho à frente seria cheio de obstáculos. Mas uma coisa ele tinha certeza: ele não iria desistir. Gaara era seu, e ele faria o que fosse necessário para conquistá-lo, para ajudá-lo a se encontrar em meio à tempestade que o consumia.

Enquanto observava Gaara se afastar, Jasper sentiu uma onda de determinação se formar dentro dele. Ele sabia o que tinha que fazer. E, mesmo que fosse difícil, ele não desistiria. Gaara seria dele, de uma maneira ou de outra.

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