𝓑𝓪𝓵𝓪 𝓶𝓪𝓰𝓲𝓬𝓪
Capítulo 5
Evie resmungou, ainda com os olhos fechados, enquanto estendia o braço para desligar o despertador. Levantou-se, movendo-se lentamente, e foi tomar um banho para ajudar a despertar. Quando saiu do banheiro, vestiu a roupa que havia deixado separada na noite anterior: um suéter preto, sua inseparável jaqueta de couro por cima, uma saia de camurça caramelo e uma bota de cano longo. Finalizou o look soltando os cabelos e aplicando uma leve maquiagem.
Desceu para a cozinha e estranhou não encontrar Derek com sua expressão carrancuda de sempre. Franziu a testa por um instante, mas logo deu de ombros e, sem perder tempo, pegou uma maçã da fruteira e saiu de casa. Decidida a ir para a escola a pé, colocou os fones de ouvido e se deixou envolver pela calma da manhã, absorvendo a paz do momento.
Quando chegou à escola, viu Lydia e Allison conversando na entrada. Quando elas a viram, sorriram e acenaram, e Evie respondeu com um gesto amigável e um sorriso leve. Caminhou até seu armário, pegou os materiais que usaria durante o dia e se dirigiu à primeira aula.
Evie se sentou ao lado de McCall e abaixou a cabeça, concentrando-se nas anotações. Mas levantou os olhos quando o professor começou a distribuir as provas.
── Cara, você realmente precisa estudar mais. ── Stiles comentou, observando a nota de Scott com uma expressão preocupada.
── Se quiser, podemos te ajudar. ── Evie ofereceu, lançando um olhar de incentivo para o amigo.
Stiles acenou com a cabeça, concordando.
── Não. ── Scott respondeu de imediato, a voz firme. ── Vou estudar com a Allison depois da escola.
── Vai começar por reprodução humana? ── perguntou a híbrida, provocando-o e vendo seu rosto se tornar um tom avermelhado.
── Esse é meu garoto. ── Stiles exclamou, orgulhoso, e deu um tapinha amigável no ombro dele.
── Nós só vamos estudar. ── Scott tentou se defender, com a expressão de quem sabia que não conseguiria convencer ninguém.
── Se você for até a casa dela hoje e deixar essa oportunidade absurda passar, juro que mando castrar você. ── Stiles ameaçou, e Evie soltou uma risada divertida, atraindo olhares curiosos dos alunos próximos.
── Stiles! ── Evie o chamou, correndo em sua direção com um olhar divertido.
── Juro que não fiz nada! ── Stiles levantou as mãos em um gesto exagerado de rendição. Evie revirou os olhos, um sorriso brincalhão nos lábios.
── Eu sei. ── a híbrida respondeu, sua voz despreocupada. Stiles a olhou com uma expressão de curiosidade. ── Só quero uma carona para casa.
── Só isso? Nenhuma ameaça ou chantagem? ── ele disse, soltando uma risada nervosa. Evie assentiu, e ele sorriu de volta, aliviado. ── Então vamos lá.
Eles entraram no Jeep, e Stiles começou a sair do estacionamento. De repente, Derek apareceu na frente do carro, obrigando-o a frear bruscamente.
── Meu Deus! ── Stiles exclamou, com o coração acelerado pela surpresa.
Ela saiu do carro apressada, com a expressão marcada pela preocupação ao vê-lo caído na frente do veículo. Stiles, sem hesitar, foi logo atrás dela. Scott, que observava a cena de longe, aproximou-se com o semblante sério.
── O que aconteceu? ── Evie perguntou, a preocupação estampada no rosto.
── Atiraram em mim. ── Derek respondeu, a voz rouca e ofegante. Evie o sustentava com força, impedindo que ele desabasse para trás.
── Ele não parece bem. ── Stiles observou, com um semblante tenso.
── Por que não está se curando? ── Scott perguntou, a ansiedade transparecendo em cada palavra.
── Não consigo. ── Derek gemeu, seu rosto contorcido de dor. ── A bala era diferente.
── Uma bala de prata? ── Stiles perguntou, com um sorriso sarcástico, mas logo recebeu um olhar irritado de Derek e Evie.
── Não, idiota. ── Derek retrucou, a voz fraca, mas carregada de exasperação.
── Esperem. ── Scott falou, seu tom de voz mudando para algo mais sério. Todos voltaram a atenção para ele. ── Foi isso que ela quis dizer quando disse que você só tinha quarenta e oito horas.
── Quem disse isso? ── Evie perguntou, encarando-o com os olhos estreitados.
── A pessoa que o atingiu. ── Scott respondeu, sua voz tensa.
Evie franziu a testa, absorvendo as palavras. Derek gemeu, e seus olhos começaram a brilhar com um azul intenso, uma luz ameaçadora que parecia prestes a explodir a qualquer momento.
── Precisamos tirá-lo daqui. ── Evie disse, ajudando Derek a se levantar com cuidado. ── Se isso for o que eu estou pensando, ele pode se transformar na frente de todo mundo.
Uma fila de carros começava a se formar atrás deles, e as buzinas irritadas de motoristas impacientes aumentavam a tensão do momento. Evie lançou um olhar de raiva para os veículos antes de voltar sua atenção para Derek, que estava lutando contra a dor.
Derek respirou fundo, a expressão de sofrimento misturada com determinação, e pediu a Scott que descobrisse o tipo de bala que haviam usado contra ele. Ele sabia que quem atirara era um caçador dos Argent - e isso só complicava ainda mais a situação.
── Estamos quase chegando ── Stiles disse, quebrando o silêncio denso que pairava no carro.
Evie, imersa em seus pensamentos, voltou à realidade, franzindo o cenho em confusão.
── Chegando onde? ── perguntou, olhando-o pelo retrovisor com uma expressão confusa.
── Na casa de vocês. ── Stiles respondeu, mantendo os olhos fixos na estrada.
── Quê? ── Derek virou-se rapidamente, a expressão torcendo de dor. ── Você não pode nos levar para lá.
── Não posso levar vocês para casa? ── Stiles questionou, levantando uma sobrancelha.
── Não quando não consigo me proteger. ── Derek disse, a voz rouca. ── Se algo acontecer, Evie não vai conseguir se proteger enquanto estiver preocupada em me defender.
── E se o Scott não encontrar a sua bala mágica? ── Stiles perguntou, enquanto parava o Jeep com um rangido de pneus. ── Você vai morrer?
── Não, ele não vai. ── Evie afirmou, a voz firme e desafiadora, os olhos roxos brilhando com um poder quase hipnotizante. Stiles piscou, surpreso, mas manteve o olhar nela. ── Posso retardar o efeito do veneno, mas só a bala vai curar.
── Liga o carro. ── Derek ordenou, a voz grave e imperiosa, mas com um leve tremor que denunciava sua fraqueza.
── Não acho que você deva ficar dando ordens na sua condição. ── Stiles respondeu, um fio de irritação misturado à preocupação. Evie fechou os olhos com força, controlando a vontade de gritar e voar para cima do garoto. ── Aliás, se quisesse, arrastaria seu rabo de lobisomem até o meio da estrada e o deixaria para morrer.
Evie respirou fundo, sentindo o ar entrar e sair de seus pulmões enquanto lutava para não perder a paciência. Mas o olhar que lançou a Stiles foi mortal, carregado de uma intensidade que falava por si só. Ele entendeu a mensagem sem precisar de palavras: não estava para brincadeiras.
── Ligue o carro. ── a Hale ordenou, a voz calmamente ameaçadora, fazendo Stiles estremecer.
Os olhos dele se arregalaram, e, sem hesitar, deu partida no carro, a mão tremendo levemente no volante. Enquanto dirigia, o som agudo do celular ecoou pelo carro, cortando a tensão no ar.
── Você encontrou? ── Derek perguntou, pegando o celular da mão de Stiles, que o entregava.
── Como posso achar a bala? Tem um milhão delas! ── Scott sussurrou do outro lado da linha, a frustração evidente em sua voz. ── Essa casa é como um supermercado de armas!
── Se você não achar a bala, eu vou morrer, está bem? ── Derek falou, a voz rouca e carregada de urgência.
Imaginando que a situação já estava indo longe demais, a híbrida revirou os olhos no banco de trás, a impaciência tomando conta.
── Começo a achar que não seria má ideia. ── Stiles murmurou, com um misto de sarcasmo e nervosismo.
Evie, sem qualquer delicadeza, arrancou o celular das mãos do lobisomem, com uma expressão irritada.
── Pensa nisso: o alfa te desafiou contra a sua vontade. ── começou ela, a voz fria e incisiva. ── Ele vai fazer isso de novo, e da próxima vez, mate-o ou vai morrer. Então, lobinho, se quiser ficar vivo, vai precisar de nós ── a voz dela era uma máscara de calma, mas a ameaça estava clara. ── Digo "nós" porque, se o Derek morrer, eu vou embora e você vai ficar sozinho, largado à própria sorte, lidando com o alfa e os caçadores. Encontre a bala, McCall.
Ela finalizou a ligação sem esperar resposta e entregou o celular para Stiles com um sorriso inocente, mas que não enganava ninguém. Em seus olhos, havia um brilho de frieza e determinação, um reflexo de sua força inata, capaz de tudo para proteger quem amava.
── Ela consegue me dar mais medo do que você. ── Stiles murmurou para o lobisomem ao seu lafo, a voz quase inaudível.
Stiles dirigiu até a clínica veterinária. Evie ajudou Derek a sair do carro, enquanto o garoto magricela abria a porta e verificava a mensagem que Scott havia enviado.
── Acônito nórdico azul significa algo para vocês? ── Stiles perguntou, virando-se ligeiramente na direção deles.
── É uma espécie rara de acônito. ── Evie explicou, com uma expressão séria. ── Ele precisa trazer a bala para nós, e rápido.
Eles entraram na clínica, e Evie pediu para Derek tirar a camisa e deitar na mesa. Com um movimento rápido, ela começou a recitar o feitiço, a mão sobre o ferimento, emitindo uma luz roxa que iluminava o ambiente de forma sobrenatural. Stiles e Derek a observavam, pasmos e sem palavras.
── Stiles, pede para Scott andar rápido. ── Evie avisou, a voz urgente. ── O feitiço não dura muito tempo.
Derek inclinou a cabeça para o lado e vomitou um jato de sangue negro, o som abafado e grotesco.
── Meu Deus! ── Stiles exclamou, o nojo evidente em seu rosto. ── Que diabos é isso?
── É o corpo dele tentando se curar. ── Evie respondeu, os olhos dela se preenchendo com uma angústia crescente, o desespero começando a transparecer.
── Bem, não está indo muito bem. ── Stiles comentou, com a feição ainda contorcida pelo nojo e a voz tensa, quase um sussurro de frustração.
── Stiles. ── McCall o chamou, entrando na sala com uma expressão de urgência.
Um suspiro de alívio escapou dos lábios de Evie ao vê-lo, como se o peso de minutos de angústia finalmente começasse a diminuir.
── Conseguiu? ── Derek perguntou, sua voz fraca e entrecortada.
Scott tirou a bala do bolso e a entregou para o lobisomem.
── O que vai fazer com isso? ── Stiles perguntou, a inquietação e o medo transparecendo em seu olhar, os dedos inquietos se movendo no ar.
── Eu vou... ── Derek começou, mas a palavra morrendo em sua garganta.
Antes que pudesse terminar a frase, seu corpo vacilou, e ele desabou, a bala escapando de suas mãos e deslizando pelo chão em direção ao ralo. Evie e Stiles se lançaram em direção ao homem, seus rostos preenchidos de pânico, tentando acordá-lo. Scott, com os olhos arregalados e as mãos tremendo, esticou-se na tentativa de alcançar a bala perdida.
Depois de algumas tentativas frustradas de reanimar Derek, Stiles, fechou as mãos em punho e desferiu um soco no rosto dele. Eles soltaram um suspiro de alívio ao vê-lo acordar, os olhos arregalados pela surpresa e a dor.
── Eu consegui. ── Scott disse, erguendo a bala com os olhos brilhando em alívio.
── Me dê isso. ── Evie falou, a voz firme e fria, enquanto ajudava Derek a se levantar.
Ela quebrou a bala com os dentes, o som seco preenchendo o espaço, e despejou o pó sobre a mesa. Um feitiço murmurante escapou de seus lábios, e uma luz roxa brilhou brevemente, iluminando o ambiente com um tom sobrenatural.
── Com certeza vai doer. ── a híbrida avisou, com a voz inexpressiva, mas os olhos atentos ao rosto do lobisomem, observando-o se preparar para a dor.
Derek soltou um grito que preencheu o ambiente, profundo e agonizante, reverberando na sala. Ele caiu de joelhos, as mãos pressionando a ferida enquanto a dor contorcia seu rosto.
── Isso foi incrível! ── Stiles exclamou, com os olhos brilhando de admiração.
── Você está bem? ── Scott perguntou, mas a pergunta parecia mais um reflexo de sua própria ansiedade do que um real interesse.
── Exceto pela dor agonizante? ── Derek respondeu, o tom sarcástico tão seco que parecia uma faca cortando o ar.
── Ele está ótimo. ── Evie disse com um leve sorriso, mas os olhos dela continuavam observando Derek, buscando sinais não-verbais que pudessem indicar algo. ── A habilidade de ser sarcástico é um bom sinal de saúde.
── Certo, nós salvamos a sua vida, agora vão nos deixar em paz. ── Scott falou, tentando manter a voz firme, mas uma ponta de exasperação se infiltrava em suas palavras. Evie arqueou a sobrancelha, um sorriso desafiador começando a se formar em seus lábios. ── E se não nos deixar, vou até o pai da Allison e vou contar tudo para ele.
── E o que acha que o pai dela vai fazer quando descobrir que você também é um de nós? ── Evie questionou, a voz fria e o olhar penetrante. ── Te convidar para um almoço em família no final de semana? Não seja idiota.
Derek, que até então observava a cena em silêncio, finalmente falou, sua voz grave cortando o silêncio.
── Você vai mesmo confiar neles? ── o Hale se virou para Scott, os olhos penetrantes e desafiadores. ── Acha que podem ajudá-lo?
Scott hesitou por um instante, o olhar desviado para o chão antes de responder com um tom que tentava disfarçar a dúvida.
── Eles são mais legais que vocês! ── Scott respondeu, forçando um sorriso que não chegava aos olhos.
Derek se aproximou um pouco mais, a expressão endurecendo enquanto suas palavras saíam com um tom de desafio.
── Sim, vou lhe mostrar como são legais. ── Derek falou, um brilho de ironia nascendo em seus olhos.
── Como assim? ── Scott perguntou, franzindo a testa e sentindo a inquietação crescer dentro dele.
Derek nada respondeu, apenas saiu da clínica com passos pesados e rápidos. Ela o agarrou pelo casaco e o puxou com força, levando-o para fora em direção ao carro.
Ele os levou até a clínica onde Peter estava internado há anos.
── O que estamos fazendo aqui? ── Scott perguntou, a voz carregada de incerteza.
── Vamos mostrar o quão legais eles podem ser. ── Evie disse, a voz baixa, mas carregada de um desafio ameaçador.
Evie e Derek entraram no local, seus passos firmes e decididos, e seguiram até o quarto onde Peter estava. Ela se aproximou do Hale mais velho, a expressão suavizando enquanto ela beijava sua testa com ternura.
── Quem é ele? ── Scott perguntou novamente, a ansiedade crescendo em sua voz.
── Meu pai. ── Evie respondeu, sua voz baixa, mas firme. ── Peter Hale.
── Meu pai. ── Evie respondeu, ficando ao lado de Derek, os braços cruzados e o olhar sombrio. ── Peter Hale.
── Ele é como vocês? ── Scott perguntou, a voz tensa, com uma mistura de curiosidade e receio. ── Um lobisomem?
── Ele era. ── Derek respondeu, a voz impassível e distante, como se tocasse em um passado que preferia esquecer. ── Agora, mal é humano. Há seis anos, eu e minha irmã estávamos na escola. ── Ele fez uma pausa, os olhos sombrios desviando para um ponto fixo na parede, como se tentasse se ancorar em algo real para evitar ser arrastado para as lembranças. Evie fechou os olhos, as imagens da casa em chamas surgindo em sua mente com uma força avassaladora, como se ainda pudesse ouvir os gritos. ── Nossa casa pegou fogo. Onze pessoas ficaram presas lá dentro. Ele foi o único sobrevivente.
── Por que tem certeza de que eles causaram o incêndio? ── Scott perguntou, a voz tingida de incerteza, mas com um traço de teimosia.
── Eles eram os únicos que sabiam sobre nós. ── Derek respondeu, a voz impassível, mas a raiva em seus olhos era evidente, queimando com uma intensidade que não podia ser contida. ── E se você conhece a verdade, sabe que eles não deixam ninguém escapar.
── Então eles tinham um motivo. ── Scott tentou argumentar, a dúvida clara em seu tom, como se ainda procurasse uma razão que pudesse justificar aquilo.
── Qual? Diga o que justifica isso. ── Evie interrompeu, sua voz fria e cortante como uma lâmina. Com um movimento brusco, ela virou a cadeira em que Peter estava, revelando a cicatriz em seu rosto. ── uma marca cruel, o vestígio de um inferno que ele vivera.
── Eles dizem que só matam adultos, e só se tiverem certeza absoluta. Mas havia pessoas normais na nossa família naquele incêndio. ── Derek vociferou, a raiva pulsando em suas palavras, mas seus olhos continuavam impassíveis, como se a dor já não tivesse mais poder sobre ele.
── Nos chamam de monstros, quando na verdade, eles são os verdadeiros monstros. ── Evie disse, a frieza em sua voz tão intensa que parecia congelar o ar ao redor. ── É o que eles fazem. E é o que Allison vai fazer. ── virou-se para o McCall, seus olhos penetrantes e frios. ── Enquanto ela se mantiver longe e não fizer nada de ruim contra meu pai, Derek e eu, estará segura... Caso contrário, não vou hesitar em matá-la.
A voz da enfermeira interrompeu abruptamente, cortando o silêncio pesado que se instaurou na sala.
── Como entraram aqui? ── a enfermeira perguntou, seus olhos percorrendo os presentes com uma expressão de indignação misturada com preocupação. ── Esse lugar é restrito!
── Usando a porta. ── Evie respondeu com um sorriso desafiador, seus olhos lançando faíscas.
Derek lançou a ela um olhar de repreensão, mas seu rosto continuava impassível, impenetrável.
── Já estamos de saída. ── Derek falou, com uma calma que beirava a indiferença.
Evie saiu na frente, seu passo determinado e apressados, como se nada pudesse detê-la. Derek puxou Scott, que estava paralisado, o olhar fixo em Peter e a expressão marcada por uma preocupação que se misturava com o medo e a confusão.
Obrigada por ler.
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