𝘖𝘯𝘦❜ . . .𝖠 𝗉𝖾𝗊𝗎𝖾𝗇𝖺 𝖾𝗌𝗍𝗋𝖾𝗅𝖺 𝖽𝖾 𝗏𝗈𝗅𝗍𝖾𝗋𝗋𝖺.

❛⠀ VEILS\of fate  ۪  •
▬⠀ 2k de palavras⠀▬


CAPÍTULO UM ˖࣪ 𓂃 ⋆ A pequena estrela de volterra!
. . . ❛ Ele roubaria o luar da noite,
desafiaria o próprio destino,
para colocar cada raio de luz
aos pés do seu caminho.
❜ . . .



˖࣪ 𓂃 ⸸  - ( '𝓿. )ㅤ/Astrella não era uma criança comum — e talvez nunca houvesse sido. Desde os primeiros instantes de sua existência, ela desafiou as leis do natural.

Com menos de uma semana de vida, Astrella já falava, cada palavra carregada de uma clareza incomum para alguém tão jovem. Aos dois anos, sua presença era tão imponente quanto a de qualquer membro do clã Volturi, talvez até mais.

Embora tivesse a aparência de uma criança de oito anos, havia algo em seus olhos — um brilho inquietante. Ela não era apenas a filha de Aro. Ela era uma ameaça.
Seus dons logo se revelaram.

A descoberta não foi um momento de celebração, mas de puro caos. Durante uma das frequentes interações tensas com Caius, conhecido por sua falta de paciência, Astrella perdeu o controle.

O ar no grande salão pareceu congelar, apenas para no instante seguinte, se incendiar em uma explosão de fúria. As chamas que ela evocou dançaram em volta de seu pequeno corpo, indomáveis e perigosas, ameaçando reduzir Caius a cinzas.

Embora o perigo fosse real, Aro, com um olhar penetrante, observava não com medo, mas com orgulho. Para ele, aquilo não era um desastre, mas uma demonstração gloriosa do potencial de sua filha. Ela era um tesouro além de qualquer riqueza que ele tivesse acumulado ao longo dos séculos.

— Você é perfeita, minha pequena estrela — murmurou ele naquela noite, enquanto acariciava os cabelos dela.

Astrella apenas sorriu ela acreditou no seu pai que ela era de fato especial.
Agora, caminhando pelos corredores do castelo, Astrella era a própria personificação de um paradoxo.

Ao seu lado, Felix e Demetri seguiam em silêncio, como sombras obedientes. Haviam sido designados por Aro para protegê-la, embora ambos soubessem que, na maioria das vezes, era o mundo que precisava ser protegido dela.

A jovem andava rápido, quase ansiosa, como se cada passo a levasse para o único lugar onde realmente queria estar. Para ela, não havia dúvida de onde estava indo — direto para os braços de Athenodora.

Athenodora não era apenas uma presença no castelo; ela era um alívio. Enquanto o amor de Aro era intenso e imenso, quase esmagador, o de Athenodora era diferente. Era mais simples, mais humano.

Para Athenodora, Astrella era uma bênção inesperada, uma oportunidade que a eternidade nunca lhe havia dado antes.

Embora Caius, com sua impaciência típica, torcesse o nariz para a menina, ele nada dizia sobre o papel que sua esposa havia assumido. E Aro, mesmo sendo um pai profundamente protetor e meticuloso, via na ligação entre sua filha e Athenodora algo essencial, como uma peça do quebra-cabeça que completava o mundo de Astrella.

Quando Astrella cruzou o último arco e viu Athenodora no jardim interno, sua expressão logo se iluminou. O brilho em seus olhos, tão semelhante ao de Aro, carregava uma intensidade que poderia aquecer até os corações mais gelados.

— Mãe! — Astrella gritou com alegria.
Ela correu sem hesitação, os cabelos escuros esvoaçando atrás de si, até se lançar nos braços da mulher.

Athenodora a segurou com firmeza, curvando-se para envolvê-la em um abraço caloroso.

La mia bella preciosa — Athenodora sussurrou, com uma suavidade que raramente ousava demonstrar além de Caius.

Lá de cima, Aro observava a cena de longe, de pé junto à janela alta que dava para o jardim. Seus olhos vermelhos, habitualmente calculistas, estavam cheios de algo raro: ternura. Aquele era um lado de Aro que quase ninguém conhecia — o pai. Para o mundo, ele era um estrategista cruel, um manipulador mestre, mas para Astrella, ele era simplesmente “papai”.

E Aro adorava esse papel tanto quanto qualquer outro.

Os passos de Aro ecoavam pelo grande corredor. Ao seu lado, Caius caminhava com as mãos cruzadas atrás das costas, sua expressão fechada e altiva.

Para qualquer um que os visse, seria impossível imaginar o motivo de sua caminhada — um pai indo buscar sua filha e, ao mesmo tempo, um tio que não admitia o laço que, aos poucos, o prendia à menina.

Aro sabia que Caius nutria sentimentos contraditórios sobre Astrella. Seu irmão mantinha a postura dura, frequentemente implicando com a pequena estrela, mas Aro via além. Ele sempre via além.

Por trás do olhar frio e dos comentários mordazes, havia um afeto crescente que Caius jamais admitiria em voz alta.

— Essa criança já está mimada o suficiente sem que você a trate como a joia mais preciosa de toda a criação — resmungou Caius, o tom carregado de irritação forçada.

Aro apenas riu, aquela risada tipicamente falsa.

— Mimada, meu caro irmão? Ela é uma joia rara, e você sabe disso. Astrella é muito mais do que qualquer um de nós poderia imaginar.

Caius bufou, desviando o olhar como se não se importasse, mas Aro percebeu o jeito que ele acelerou os passos quando chegaram ao jardim interno, onde Astrella estava.

A menina estava sentada no chão, brincando com pequenas folhas que voavam ao redor de suas mãos como se fossem marionetes invisíveis. Assim que os viu,se levantou rapidamente, seu rosto iluminado por um sorriso que sempre desarmava Aro.

— Papai! — ela exclamou, correndo para ele.

Aro abriu os braços, se abaixando para recebê-la em um abraço apertado.

— Minha pequena estrela — ele disse, sua voz transbordando carinho.

Ele a ergueu no ar por um momento antes de colocá-la novamente no chão.
Caius, parado a alguns passos de distância, cruzou os braços e ergueu uma sobrancelha.

— E não tem nem o bom senso de me cumprimentar?

Astrella se virou para ele com os olhos estreitados.

— Você sempre implica comigo, tio Caius — respondeu, colocando as mãos na cintura.

— E com razão — retrucou ele, fingindo severidade. — Você já causou mais confusão neste castelo do que qualquer outro membro do clã. Sem mencionar aquele episódio com o fogo…

— Você mereceu — rebateu Astrella, cruzando os braços de maneira muito parecida com ele. — Foi culpa sua por ser rude.

Aro observava a interação satisfeito, vendo a dinâmica entre eles florescer de formas que Caius jamais admitiria.

— Rude? Eu? Impossível. — Caius deu um passo à frente e, antes que Astrella pudesse reagir, bagunçou os cabelos da menina em um gesto rápido e inesperado.

— Isso é tudo o que você faz tio Caius! Me provocar! — ela reclamou, tentando arrumar os fios escuros.

— E alguém precisa equilibrar o favoritismo exagerado de seu pai — disse ele, lançando um olhar para Aro.

— Seja como for, sei que no fundo você gosta de mim — respondeu Astrella sorrindo.

Caius revirou os olhos e virou-se, mas Aro viu o leve sorriso que surgiu em seus lábios enquanto caminhava de volta para o castelo.

Quando Athenodora apareceu novamente para se juntar a eles, Astrella correu novamente para ela, a abraçando com a mesma intensidade com que abraçava Aro. Ele observou a cena com orgulho, enquanto Caius parou à sombra de uma coluna, fingindo desinteresse, mas com o olhar atento à sua sobrinha.

Aro sabendo que sob a fachada de implicância, Caius já estava completamente conquistado por sua pequena estrela.

[...]

Já era noite, e a jovem Astrella estava em sua cama. O quarto estava mergulhado em um silêncio confortável. Ela puxou o cobertor até os ombros, ela estava lembrando da visita que sempre aguardava com ansiedade: seu tio Marcus.

Para Astrella, Marcus era um mistério. Ele não era tão exuberante quanto Aro, nem tão implacável quanto Caius. Havia algo diferente nele. A calma que ele transmitia era muito boa. Todas as noites, ele vinha se sentar ao lado de sua cama e contava uma história.

Às vezes, eram lendas antigas; outras vezes, histórias de lugares que ela jamais talvez veria. Ele falava com uma serenidade agradável.

— Durma bem pequena — ele disse naquela noite, depois de terminar mais um conto sobre as constelações que ela tanto adorava.

Assim que Marcus saiu, o quarto mergulhou novamente no silêncio.

Astrella se virou de lado, seus olhos fixos no teto. As constelações que brilhavam suavemente acima dela eram sua maior paixão. Cada pequena estrela pintada no teto foi colocada ali a pedido de sua "mãe dois", como gostava de chamar Sulpicia.

Sulpicia tinha chegado em sua vida há pouco mais de um ano, e para Astrella, ela foi de certa forma uma surpresa inesperada — mas agradável.

Ela ouviu conversas aqui e ali, palavras sussurradas sobre como Sulpicia era a parceira de seu pai. Eles haviam se separado há muito tempo, mas agora estavam juntos novamente.

A princípio, Astrella não sabia como se sentir sobre isso. Mas logo ficou claro que Sulpicia não apenas aceitava a existência dela, como a abraçava completamente.

Com o tempo, a mulher se tornou muito mais do que apenas "a parceira do pai". Sulpicia era divertida e tinha um jeito de fazer Astrella rir até seu rosto doer. Ela criava pequenos momentos de alegria. Foi Sulpicia quem sugeriu as constelações no teto, dizendo que toda criança precisava de algo mágico para olhar antes de dormir.

Astrella lembrava de uma noite em que pegou seu pai e Sulpicia conversando no salão principal. A forma como Aro a olhava fez o coração de Astrella se aquecer. Ela via a felicidade em ambos, e isso a fazia feliz também. Não queria que seu pai fosse sozinho.

Com esses pensamentos reconfortantes, Astrella fechou os olhos, seus cílios longos descansando contra suas bochechas. O brilho suave das constelações iluminava seu rosto enquanto ela, finalmente, se entregava ao sono

[...]

Pela manhã, Astrella seguia sua rotina. Não era exatamente comum, afinal, nada na vida de uma filha de Aro poderia ser chamado de "normal". Assim que acordava, fazia suas higienes matinais com disciplina e, em seguida, aguardava Jane. A pequena Volturi sabia que Jane nunca atrasava, e sua chegada era sempre pontual.

Jane, como sempre, entrou no quarto sem dizer uma palavra, carregando o vestido que havia escolhido. Seus movimentos eram ágeis, eficientes, e seu rosto mantinha a expressão de uma pedra. Astrella observava a mulher com curiosidade, como sempre fazia.

— Você nunca sorri, sabia? — disse a menina de repente, inclinando a cabeça enquanto Jane ajustava o vestido em seus ombros.

Jane ergueu uma sobrancelha sem desviar totalmente o olhar do que fazia. Sua voz soou baixa, mas carregada de um sarcasmo que não se preocupava em
disfarçar:

— E por que eu faria isso?

Astrella bufou, cruzando os braços.

— Porque eu sou incrível, claro. E todo mundo gosta de mim — retrucou com confiança.

Jane finalmente ergueu o olhar para encará-la, os olhos vermelhos fixando nos da garota. O sorriso que surgiu em seus lábios não era gentil, mas afiado.

— Ah, sim. Todos adoram você — disse Jane, o tom tão doce quanto falso.

— Especialmente quando você decide incendiar os corredores porque não conseguiu o que queria.

Astrella abriu a boca, ofendida, mas antes que pudesse responder, Jane ajeitou o laço vermelho em seus cabelos com um gesto preciso.

— Pronto. Está linda. Como sempre, claro. Agora, vamos. Não tenho o dia inteiro para passear por aí — continuou Jane, já se virando para sair do quarto.

Astrella segurou a mão de Jane, sem perder o embalo. Enquanto caminhavam pelos corredores, a menina insistia:

— Aposto que consigo fazer você sorrir de verdade um dia. Não esse sorriso esquisito e assustador. Um sorriso de verdade, tipo... feliz.

Jane soltou uma risada curta, quase amarga.

— Boa sorte com isso. Vai precisar de um milagre.

Astrella fez um bico, mas não desistiu.

— Quer apostar? Eu sou muito boa em fazer as pessoas gostarem de mim.

— Talvez você devesse gastar essa habilidade em alguém mais fácil, como mestre Caius — respondeu Jane, com o tom de ironia.

— Ele gosta de mim! Só não admite. Igual a você — retrucou Astrella, estreitando os olhos.

Jane parou por um instante, como se ponderasse a resposta, mas então apenas continuou andando.
Na cozinha, enquanto o desjejum era preparado, Astrella fez mais uma tentativa:

— Vou fazer você sorrir no meu aniversário. Aposto que até o tio Caius vai sorrir.

Jane ergueu uma sobrancelha, lançando um olhar que parecia dizer “boa sorte com isso”.

— Quando esse dia chegar, me avise. Quero ver esse milagre com meus próprios olhos — respondeu com sarcasmo.

Apesar do tom cortante, Astrella não conseguiu evitar um sorriso. Por trás de toda aquela dureza, ela sabia que Jane não era tão indiferente quanto parecia.

Astrella estava inquieta. A ausência de Felix e Demetri, seus guardas fiéis, era algo que ela notou imediatamente. Eles sempre estavam ali. Agora, Jane parecia ocupar esse espaço, permanecendo por mais tempo que o habitual.

Isso a deixava intrigada. Enquanto bebia sua taça de sangue, ela saboreava pequenos pedaços de scone — uma combinação que ela própria declarou perfeita.
Mas o desconforto crescia. Algo estava fora do lugar. Quando o som de passos ecoou pelo corredor e Alec apareceu com o seu semblante calmo, Astrella decidiu que era hora de questionar.

— Onde estão Felix e Demetri? — perguntou ela sem rodeios.

Jane, que até então parecia distraída ajustando a fita vermelha em seu próprio pulso, ergueu os olhos com o seu tom gelado.

— Em uma missão.

Astrella franziu o cenho, sua expressão se fechando em desagrado.

— E quando voltam? — insistiu, impaciente.

Jane suspirou, como se a conversa estivesse exigindo mais de sua paciência do que deveria.

— Quando terminarem o que Aro lhes pediu.

Havia algo no tom de Jane que irritava Astrella profundamente, como se tudo o que dissesse fosse um lembrete de que ela não tinha controle sobre o que acontecia ao seu redor A jovem Volturi bufou, cruzando os braços, a contrariedade evidente em seu rosto.

— Eles sempre fazem o que meu pai manda — murmurou, mais para si mesma do que para os outros.

— Como todos nós, minha pequena estrela — retrucou Jane com um meio sorriso que não alcançava os olhos, carregado de ironia.

Antes que Astrella pudesse continuar sua pequena rebelião verbal, Alec interveio, sua voz cortando o clima com a calma que sempre carregava.

— E o que vamos fazer hoje, senhorita Astrella?

A menina piscou, surpreendida pela pergunta repentina, e por um momento pareceu considerar suas opções. Então, seus olhos brilharam com determinação.

— Quero praticar piano.

Jane arqueou uma sobrancelha, inclinando levemente a cabeça como se analisasse a ideia.

— Piano? Não prefere algo mais... destrutivo? — sugeriu ela.

— Não hoje. — Astrella sorriu — Mas quem sabe depois?

Alec riu baixo, algo que se assemelhava a diversão genuína. Jane por outro lado, deu de ombros, já se movendo para acompanhar a garota enquanto ela caminhava decidida para a sala onde o piano de cauda negro repousava.

O piano um presente de Aro, era uma obra de arte, com sua madeira preta brilhando. Gravuras  adornavam suas bordas. Quando Astrella tocava suas teclas, o som não era apenas música; era como se o castelo, com suas paredes de pedra fria e histórias milenares, ganhasse vida. Cada nota ecoava pelos corredores com uma melodia suave.

[...]

O dia passou em um piscar de olhos. Alec e Jane seguiram Astrella por todos os cantos assumindo o papel de seus guardiões na ausência de Felix e Demetri. Embora diferentes, os irmãos cumpriram sua tarefa com precisão: Jane vigilante, Alec o calmo...
















Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top