⠀⠀⠀┃𝐋𝐗𝐈𝐈 ꓽ fugir é a única opção.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝕾orrateiramente, Eric andava entre os carros que estavam estacionados em frente a um pequeno restaurante que ali havia, cobriu seu rosto com a touca de sua jaqueta fina e olhava de relance para as câmeras de segurança. Parou ao lado de um carro, um Dacia Sandero na cor cinza, pouco se importou com o modelo do carro, o que lhe importava era ele estar estacionado em um ponto cego das câmeras. Deu apenas um soco no vidro quebrando-o e abriu a porta do veículo, o alarme disparou mas manteve seu foco em fazer uma ligação direta, nunca pensou que precisaria daquilo algum dia de sua vida e esperava não precisar novamente. Quando enfim conseguiu ligar o carro e acelerou o mais rápido que pode, ouviu alguém gritar, provavelmente o dono do carro, porém não deu atenção a aquilo. Quebrou o alarme e o arrancou jogando-o para fora e apenas respirou fundo, estaria ferrado caso Sangyeon sonhasse com aquilo mas esperava que o mais velho lhe entendesse ao menos naquele momento.
A poucos metros do restaurante, Rine esperava por Eric, sentada em um ponto de ônibus vazio, ela estava nervosa e atenta, olhando para todos os lados para se certificar de que estava segura. Até que um carro cinza parou logo em sua frente, Eric abriu a porta do veículo e mesmo mancando, Rine tentou andar o mais rápido possível. Sentou-se no banco do carro e fechou a porta pondo o cinto logo depois enquanto Eric acelerou o veículo o mais rápido que podia.
⸺ Vamos voltar para casa de Sangyeon hyung, provavelmente encontraremos Juyeon hyung e Haknyeon hyung lá. ⸺ Eric explicou, e por sua entonação ficava ainda mais perceptível o nervosismo dele.
⸺ Fique tranquilo, eu estou bem. ⸺ Rine o olhava com preocupação, mesmo que sua perna doesse, estava mais preocupada com Eric do que consigo mesma.
⸺ Eu sinto o que você sente, e sei que um ferimento desses não é brincadeira. Eu deveria te levar a um hospital, mas vou tentar fazer algo diferente, espero que dê certo. ⸺ Eric tinha os olhos focados na estrada enquanto falava, e tentava se controlar para não apertar muito o volante, o carro estava rápido porém como era na via expressa não teria problemas com excesso de velocidade e precisava chegar o quanto antes em Seul.
Rine ficou em silêncio, temia que se dissesse algo pudesse deixá-lo ainda mais nervoso, então apenas encostou sua cabeça no vidro, olhando para as árvores na beira da estrada. Estava preocupada com Haknyeon, ele não parecia muito bem e como era mais humano do que vampiro Rine temia que algo ruim pudesse lhe acontecer, ela queria acreditar que Juyeon conseguiria conter Jaehyun e que conseguisse levar Haknyeon até um local seguro. Ela queria crer que Juyeon não seria um completo desgraçado e que iria ajudar Haknyeon, apesar de suas desavenças, mesmo que Haknyeon tivesse cometido alguns erros não significava que ele merecesse sofrer de tal forma.
A ruiva fechou seus olhos aos poucos, não conseguiria dormir de forma alguma, estava apenas tentando focar em um único pensamento no meio de sua mente barulhenta. Sua perna formigava e o ferimento doía tanto ao ponto de que não sentisse nada em todo o seu corpo além de dor. Tentava se manter firme e não entrar em desespero pois Eric precisava disso, ele precisava que Rine fosse o equilíbrio que ele não seria capaz de ter naquele momento. Era uma tarefa difícil, seria bem mais fácil se pudesse rolar no chão e chorar feito uma criança, entretanto precisava manter o controle de suas emoções.
Eric vez ou outra olhava para Rine, mesmo que sentisse parte das emoções dela, não conseguia sentir tudo, e naquele momento era como se ela isolasse sua própria dor para si mesma, Eric simplesmente não sabia o que se passava pela mente dela naquele momento, e aquilo o preocupava muito. Ligou na rádio do carro, ouvindo o noticiário que relatava o desaparecimento de uma jovem universitária, o caso foi encerrado quando encontraram a mulher já sem vida em um beco, com marcas de presas em seu pescoço.
Rine deu um suspiro, a quanto tempo vampiros existiam e nunca ligou os pontos para compreender aquilo? Mesmo sendo jornalista, deveria ser do tipo investigadora e não do tipo que revisa publicações em portais de fofoca, até ela mesma se sentia a parte mais sem graça daquela profissão. Rine nunca foi do tipo investigativa, era mais questionadora, havia se confundido na hora de escolher uma carreira, certamente jornalismo não era a sua praia. Abriu seus olhos vendo que aos poucos a paisagem mudava, de árvores e campos a prédios e casas, estavam perto e podia sentir o cheiro de borracha queimada típico de uma cidade grande.
De relance, olhou para Eric, ainda sério ele mantinha seus olhos na estrada. Rine achava estranho vê-lo tão quieto e tão sério, apesar de compreender a causa daquilo, ele também não poderia ficar saltitando de alegria no meio de toda aquela confusão, mas era esquisito para ela vê-lo daquela forma, lhe dava um aperto em seu peito, e a vontade de querer resolver tudo lhe afligia junto do sentimento de impotencia. O que poderia fazer para lhes ajudar sendo uma humana patética? Como poderia fugir da lua de sangue sendo apenas uma pequena lebre besta fugindo de imensos ursos polares? Nem mesmo uma toca para se esconder Rine tinha.
⸺ Se fossemos para o Brasil, Dawit iria nos encontrar? ⸺ Eric franziu o cenho ao ouvir a pergunta de Rine, a ideia não era ruim, o problema era ser um lugar tão óbvio.
⸺ Vocês tinham muita intimidade? Pelo que te conheço, nos primeiros três minutos de conversa você deve ter dito que era nipo-brasileira. ⸺ Rine bufou desanimada e cruzou os braços.
⸺ E a Europa, que tal?
⸺ Lá tem mais vampiros do que aqui, sem chance.
⸺ Oceania então? Em uma ilha bem remota!
⸺ Não acho uma boa ideia, lá tem guardiões também e eles são extremamente territoriais.
⸺ África!
⸺ Não posso pisar lá por conta do meu pai, ele fez umas coisinhas erradas antes de conhecer a minha mãe. ⸺ Rine se virou para Eric novamente, estava curiosa sobre a história do pai dele mas no momento o olhava a espera de alguma solução, algum lugar onde pudessem ir. ⸺ Talvez a melhor opção seja mesmo o Brasil.
⸺ Eu iria dizer Antártida, mas o meio da floresta amazônica talvez possa ser um bom esconderijo.
⸺ Podemos pensar melhor sobre isso depois. ⸺ Rine assentiu, e então voltou a olhar para a janela. Estranhamente reconhecendo aquela estrada vazia na qual eles seguiam.
Novamente algumas árvores tomavam o seu campo de visão, as folhas caídas no chão se levantavam quando o carro passava, era uma paisagem diferente de quando esteve lá, mas ao ver os imensos muros Rine soube que estavam chegando.
Ao parar o carro em frente aos portões pretos de ferro, Eric digitou a senha em uma máquina que tinha do lado do portão, que aos poucos se abriu. Entrou com o carro dentro daquele imenso cercado, as folhas das árvores estavam todas caídas sobre o chão, e os pássaros que estavam bebendo a água da fonte que havia em frente a aquela mansão voaram quando Eric parou o carro ali perto. Desceram do carro ambos ao mesmo tempo, porém antes que Rine ousasse sequer dar um passo, Eric lhe segurou em seus braços, a ruiva até pensou em protestar porém ao olhar para a porta da mansão e ver Changmin lhe olhar com seus olhos vermelhos, a ruiva apenas se encolheu nos braços de Eric.
⸺ Leve ela para o seu quarto, e tente deixar a porta trancada, o cheiro dela é tão forte que quase não consigo me controlar. ⸺ Changmin falou enquanto dava alguns passos para manter a distância de Rine e Eric.
⸺ Encoste nela e eu te mato. ⸺ Eric ameaçou, mas não perdeu tempo falando qualquer outra coisa, adentrou pela mansão e passou pela sala de estar como um vulto, indo o mais rápido possível para o seu quarto.
Subiu as escadas e entrou em um corredor entrando logo na primeira porta, ao adentrar no local, fechou a porta com o pé e mesmo no escuro, deitou Rine sobre sua cama, ligando a luz de um abajur logo depois. Abriu as janelas para arejar um pouco aquele quarto e em seguida, se virou para Rine, que até então estava calada.
⸺ Vou tentar falar com a minha mãe, tem um curandeiro que pode te ajudar. Fique aqui, e não saía. ⸺ Rine assentiu, e então Eric rapidamente saiu porta a fora.
Bastou sair do quarto para encontrar Kevin espiando no início do corredor, mantendo uma distância considerável.
⸺ A sua namorada cheira muito bem.
⸺ Ela não é minha namorada ⸺ respondeu impaciente. ⸺ me de seu celular, preciso fazer uma ligação.
⸺ Ela é quase a sua namorada ⸺ piscou para o mais novo, lhe estendendo seu celular logo depois.
Eric ignorou a piadinha de Kevin e ao segurar o aparelho, rapidamente digitou o número de sua mãe, já estava preparado para ouvir um imenso sermão assim que ela atendesse, porém ela era a única que poderia lhe ajudar naquele momento.
⸺ Onde você esteve?! Por que ficou tanto tempo sem me ligar?! ⸺ A mulher gritou tão alto que Eric até afastou um pouco o celular, e até mesmo Kevin ouviu as perguntas dela.
⸺ Eu estava ocupado, eu prometo que vou explicar tudo mais tarde! Mas agora eu preciso de ajuda, preciso do contato daquele curandeiro que te ajudou quando eu nasci…
⸺ Sohn Youngjae! O que você fez?! ⸺ A mulher novamente gritou alto, provavelmente até Rine que estava dentro do quarto teria ouvido aquilo.
⸺ Eu não fiz nada! Mas a Rine está machucada e eu não posso levar ela a um hospital!
⸺ Ah, então o nome da sua namorada é Rine?
⸺ Ela não é minha namorada! Eu só preciso do contato desse curandeiro o mais rápido possível!
⸺ Tudo bem, tente manter a calma, ou isso pode prejudicá-la ainda mais ⸺ ouviu sua mãe mexendo em algumas coisas, e enquanto isso pediu a Kevin para pegar um papel e uma caneta.
Enquanto a mãe de Eric dizia o contato do curandeiro, Kevin anotou em um papel velho que encontrou na sala de estar, e após encerrar a ligação, Eric pediu para Kevin ligar ao curandeiro pois ele próprio não estava se sentindo muito bem. O mais novo voltou para o quarto e sentou-se sobre sua cama ao lado de Rine, viu que ela estava agora com os olhos fechados, e seu corpo estava encharcado pelo suor. Segurou a mão dela e deitou-se ao lado dela, abraçando-a, sentiu as mãos dela rodearem seu corpo suavemente, aquilo lhe deu uma tranquilidade maior, apesar de ainda estar preocupado com ela.
Não viu o tempo passar enquanto estava ali com ela, era como se estivesse em transe enquanto olhava para a janela, vendo a grama verdinha do lado de fora, os dias estavam passando, e a lua de sangue estava cada vez mais próxima. Eric queria acreditar que conseguiria dar conta de Dawit, e que finalmente poderia ser feliz ao lado de quem amava, mesmo que sentisse um certo pesar por não poder ter Haeun, sua pequena filhinha que perdeu em sua primeira vida, sabia que aquela era a melhor opção.
Ouviu o som da porta se abrir e levantou-se subitamente, ficando um pouco tonto ao fazer aquilo tão rápido, sabia que estava mais fraco por Rine estar machucada. Ao olhar para a porta aberta, viu Kevin dar espaço para um homem muito bem vestido, com cabelos falsamente tingidos em um tom de vermelho escuro, se perguntou se realmente aquele era o curandeiro que sua mãe havia mencionado, afinal esperava um senhorzinho de idade com cabelos grisalhos e não um homem alto de aparência até jovial usando vestes pretas.
⸺ Seus amigos não me parecem muito bem com a presença dela, estão todos com olhares famintos. ⸺ Com uma voz calma e grave, o curandeiro lhe dirigiu a palavra, andando em direção a cama onde Rine estava.
⸺ Ela é uma sangue puro. ⸺ Eric respondeu, o curandeiro abriu sua mala, mostrando as mais adversas bugigangas que ali guardava. De fato aquele homem era mesmo o curandeiro mencionado por sua mãe.
⸺ Imaginei que fosse, trabalho em hospitais a anos, já aprendi a identificar uma pessoa quando é sangue puro, é só notar se alguém na rua fica a encarando descaradamente. Mas sinto que tem algo de diferente nela, ela não é daqui, certo? ⸺ Eric apenas balançou a cabeça em concordância, ele puxou a coberta que cobria Rine, mostrando a perna dela que estava machucada. ⸺ Acho melhor acordá-la ⸺ sugeriu, ainda tirando algumas coisas de sua mala e as colocando sobre a cama.
Eric foi até Rine, olhou para ela por alguns segundos, pensando em como acorda-la. Segurou uma das mãos dela, e suavemente acariciou seus cabelos, enquanto sussurrava por seu nome. Rine se remexeu um pouco, lentamente abriu seus olhos e por um momento não reconheceu onde estava, deu um leve pulinho sobre a cama ao ver aquele homem estranho tirando alguns equipamentos hospitalares de sua mala, e assustada Rine olhou para Eric pelo olhar implorando por uma resposta.
⸺ É o curandeiro que ajudou no parto da minha mãe, ele mistura técnicas humanas com magia, não se preocupe ⸺ beijou carinhosamente o topo da cabeça de Rine, e sentiu ela segurar sua mão um pouco mais forte.
⸺ Você sabe que eu tenho medo de agulhas. ⸺ Rine sussurrou, Eric tinha um olhar preocupado, se ele pudesse estar no lugar dela, lhe dava uma aflição imensa vê-la naquela situação.
⸺ Feche os olhos, e pode apertar a minha mão caso sinta dor. ⸺ Rine lembrou-se de quando Eric estava machucado e havia dito aquilo a ele, sentiu o carinho através das palavras dele e lhe dava um imenso aconchego por mais que soubesse que sentiria dor. Um sorriso leve tomou os lábios de Rine e ela apenas assentiu, sentiu novamente um beijinho delicado dele em sua testa, porém foram interrompidos quando ouviram Kevin pigarrear.
⸺ Deixe a porta fechada, Juyeon disse que está vindo com Haknyeon, eu vou aguarda-los lá embaixo. Vou pedir para os rapazes saírem, não sei se todos eles vão ter muito autocontrole.
⸺ Certo, obrigado, hyung. ⸺ Kevin deu apenas um aceno com sua cabeça, fechando a porta ao sair. Rine respirou fundo tentando se manter tranquila, porém sentiu seu corpo tremer ao ver uma agulha imensa, e rapidamente fechou seus olhos.
O curandeiro pôs suas luvas, como tinha anos e anos de estudos sabia aplicar uma anestesia local, por mais que o corte fosse grande, aparentemente não era profundo. Rine apertou a mão de Eric quando sentiu a dor da agulha da anestesia entrando em sua pele, porém aos poucos a dor foi cessando.
⸺ Ela perdeu muito sangue, mas não acho que foi tão grave. ⸺ O curandeiro explicou, enquanto tirava o pano que estava enrolado onde havia o corte. Pode ver as marcas de dentes na perna dela, porém não eram marcas tão profundas, até um lobo selvagem teria feito um estrago maior, quem dirá um lobisomem. ⸺ Ele não queria matá-la, isso é como se fosse apenas um arranhão, mesmo que seja profundo ⸺ explicou, começando a limpar o ferimento.
⸺ Se ele não queria matá-la, por que fez isso? ⸺ Eric perguntou enquanto prestava atenção em cada gesto do curandeiro, e podia sentir os apertos de Rine em sua mão.
⸺ Esse lobo branco é amaldiçoado, se ele a matasse, teria uma maldição a mais em suas costas. ⸺ Eric franziu o cenho pensativo, e até ficava alegre em saber que aquele maldito estava pagando pelo que fez no passado, mas ainda assim estava vivo ali para lhe infernizar.
⸺ Então ele fez isso com o propósito de me desafiar?
⸺ Eu não sei, por mais que eu saiba de muitas coisas não sou vidente. ⸺ Eric revirou os olhos com a resposta torta do curandeiro, e apenas não murmurou algum xingamento pois sabia que provavelmente o mais velho contaria a sua mãe e a última coisa que Sohn queria era que sua mãe aparecesse ali no meio daquele caos.
Ficaram em silêncio, o curandeiro após limpar o ferimento de Rine, começou a dar alguns pontos onde fosse necessário, e logo após, colocou algumas folhas semelhantes a hortelã por cima dos ferimentos, junto de uma pasta de cor marrom levemente transparente. Depois de pronto, ele pegou uma gaze e enrolou na perna dela, enfim terminando o curativo.
⸺ Amanhã ela já estará melhor, coloquei uma pomada que acelera a cura, mas não acho que ela consiga correr por longas distâncias então tente deixá-la de cama por uns três dias ⸺ explicou ao terminar de enfaixar a perna de Rine, ela aos poucos abriu seus olhos, deixando um suspiro escapar por seus lábios. O curandeiro por um momento olhou para Rine, e franziu o cenho, com os olhos cerrados, analisando-a atentamente.
⸺ O que houve? ⸺ Eric perguntou, preocupado.
⸺ Curioso, vocês dois tem mais em comum do que podem imaginar. ⸺ Tanto Eric quanto Rine tinham expressões curiosas em seus rostos, de uma forma tão explícita que o curandeiro até riu fraco. ⸺ E mais até do que eu imaginei, são de fato almas gêmeas.
⸺ Está tão na cara assim? ⸺ Rine perguntou, vendo o homem apenas assentir enquanto guardava suas coisas. A ruiva fez um leve biquinho, se sentindo uma grande pateta por nunca ter notado aquilo, mesmo que o conceito de almas gêmeas não fossem o mesmo que o do mundo humano, estava claro que em qualquer conceito Eric era sua metade.
Entretanto, de repente a porta do quarto foi subitamente aberta por Sangyeon, seus olhos amarelados queimavam de raiva, até mesmo sua respiração acelerada indicava o quão furioso ele estava. Como Eric ousava trazer um curandeiro até ali? Todos eram mentirosos e aquilo tudo era apenas uma lorota para Sangyeon, que se pudesse mataria todo e qualquer curandeiro que cruzasse seu caminho depois de ter sido enganado por um mago daquela espécie imunda.
⸺ Saía daqui antes que eu mate você ⸺ ordenou entre os dentes, mesmo que pudesse dar uma resposta afiada, o curandeiro apenas guardou seus pertences e saiu porta afora sem dizer nada ao passar por Sangyeon, que agora direcionou seu olhar furioso para Eric. ⸺ Como ousa trazer alguém aqui sem me informar? Ainda mais esses magos trambiqueiros!
⸺ Magos trambiqueiros? Eu só estou vivo aqui porque aquele cara salvou a mim e a minha mãe! Não deixe seu preconceito te cegar, hyung!
⸺ Cale-se! ⸺ gritou, com uma fúria tão grande que até mesmo Rine se surpreendeu. ⸺ Você sempre foi um moleque teimoso, se tomasse conta dela direito ela não estaria aqui. Então me ouça, não saía dessa casa e não traga mais ninguém aqui, se ela morrer por você me desobedecer novamente, a culpa será sua. ⸺ Sangyeon usou um tom tão cortante e áspero que Eric sentiu aquilo lhe atingir em cheio, sem esperar uma resposta, o Lee mais velho fechou a porta com força mais uma vez.
Eric estava irritado com as palavras do mais velho, Sangyeon nunca iria lhe entender, sempre seria tratado como uma criança que não sabe se virar sozinha, e por mais que quisesse poder fugir com Rine, temia que Sangyeon tivesse razão e isso a colocasse em perigo, não era hora para ser inconsequente mas sim para ser analista. Rine o puxou lentamente para mais perto, beijando a bochecha dele e tocando suavemente os cabelos bagunçados do mais novo, Eric voltou a se deitar ao lado dela, abraçando-a e escondendo seu rosto na curvatura do pescoço dela, deixando alguns beijinhos delicados pelo local.
⸺ Se Sangyeon falar com você dessa forma novamente, eu vou dar uma voadora nele. ⸺ Eric riu fraco, segurando-a um pouco mais forte.
⸺ Ele tem razão, noona. ⸺ Rine se virou para Eric, séria, olhando-o em seus olhos agora castanhos.
⸺ Ele não tem, e ele vai se ver comigo se te destratar novamente. ⸺ Rine estava seria, e por mais que Eric soubesse que ela realmente falava sério, um sorriso se formou em seus lábios, e sem titubear, roubou um beijinho rápido dela, rindo ao vê-la com as bochechas ruborizadas.
⸺ Eu não ligo, tendo você aqui comigo já está ótimo. ⸺ Rine revirou os olhos, mas decidiu tentar trazer mais leveza ao momento então também roubou um beijinho dele, vendo-o ficar boquiaberto logo depois. ⸺ Faz de novo?
⸺ Não!
⸺ Então eu faço. ⸺ Um sorriso travesso surgiu nos lábios de Sohn, que ficou por cima de Rine, enchendo o rosto dela com beijinhos enquanto ela tentava de forma falha se esquivar dele.
No final, as risadas de ambos apenas cessaram quando Eric a beijou mais profundamente, naquele momento tudo parecia mais tranquilo apesar de tudo que havia acontecido anteriormente, ainda tinham suas preocupações, mas juntos conseguiam manter o controle para levar tudo de forma mais leve. Ao menos, por enquanto.
Capítulo novo para vocês hehe e fiquem atentos aos detalhes 🌚
Enfim, espero que tenham gostado! Sentem o dedo na estrela e deixem comentários cheirosos! Até a próxima e bye 😼
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