3.10- DIMITRI IVANOV
Sentiu toda a dor de seu corpo a apertando de repente. Desde o tiro de raspão que levou no braço, até os cortes em seu rosto por causa dos estilhaços do vidro do restaurante. Seus ossos doíam, como se todo o local estivesse frio como o Alaska no inverno, mesmo estando em pleno verão.
Mal conseguia parar em pé. Suas pernas e braços tremendo. Natalie tentava segurar os soluços de choro dentro de seu próprio peito, mas era visivelmente impossível. Seu nariz e olhos vermelhos e molhados por conta do choro e o tremor em todo seu corpo entregavam que ela havia acabado de presenciar o pior momento de sua vida: a morte do seu pai.
Mal conseguiu raciocinar totalmente o que havia acontecido naquele maldito estacionamento, antes de ser jogada no meio do shopping novamente.
O choque tomava conta de seu corpo, junto com todos os outros sentimentos negativos que sentiu só naquela noite.
Mesmo depois de ver sua mãe possuída pelo Devorador de mentes, que voltou a assombrar as duas de Hawkins, e ver seu pai levando um tiro de um dos russos na sua frente, não esperava que iria se deparar com outra coisa que a surpreendesse, negativamente, de novo.
Mas ali estava ele. Ethan Colter, seu namorado que em algum momento ela achou que amava, parado no meio da praça de alimentação. Com uma arma apontada pra ela.
— Oh, por favor não me chame assim. Ethan. – ele debochou, seu sotaque agora era claro – Como americanos têm nomes tão ridículos? Sou Dimitri Ivanov.
— Nem ao menos seu nome é real. – Natalie o acusou
— Nem o seu, Zero. – Ethan rebateu
De certa forma, seu coração estava partido. Natalie poderia não amar Ethan, mas tinha um sentimento forte por ele.
— Alguma coisa nesse relacionamento foi real? – Se arriscou em perguntar
Ele riu. Não havia um pingo de remorso em seu rosto, nada de compaixão. Seu olhar que um dia fora amoroso, agora estava perdido em uma escuridão sem fim.
Ethan era visivelmente cruel.
— Nada. Nenhuma palavra. Nenhum beijo. – Ethan parecia outra pessoa – Arrisco dizer que a única coisa que você me fez sentir foi prazer sexual. Você é uma tola, mas é ótima na cama.
Ela respirou fundo, mordendo o lábio inferior nervosa. O gosto de sangue invadiu sua boca.
— Você é nojento. – ela declarou
— Se diminuir o impacto, acho que podemos concordar que essa falta de sentimento era mútua. – Ethan riu
Natalie fechou o punho, tentando parar de tremer.
— O que você quer? – Natalie perguntou, tentando soar o mais firme possível
— Sua cooperação. – O russo respondeu
— Minha cooperação? – Natalie perguntou, ironicamente – Depois do que acabaram de fazer lá fora?
— Reginald Goodwin era um empecilho no nosso caminho, mas não se desespere, não foi nada pessoal. Não com ele. – Ethan (ou Dimitri) respondeu – Fui designado para monitorar você e descobrir mais sobre seus poderes, descobrir se você seria útil para nossos experimentos.
Por algum tempo, Natalie pensou que a mentirosa daquele relação era ela. Escondia seus poderes, o mundo invertido, quem realmente gostava… Mas era ela quem estava sendo enganada aquele tempo todo.
A Goodwin negou com a cabeça.
— Vocês são cruéis. – Natalie disse
Ele abriu um sorriso maldoso.
— Nós? Quer recapitular um pouco, Zero? – Ele a chamou pelo seu número – Todas as pessoas que você matou até agora. Você fez um massacre lá embaixo.
— Porque vocês ameaçaram matar minha irmã e meus amigos! – Ela se defendeu
— Você é uma bomba relógio, Zero. Só esperando alguém ativar um botão para explodir e matar todos à sua volta. Veja só o tanto de sangue que há em suas mãos. – Ethan ainda apontava a arma para sua cabeça, na forma literal, Natalie olhou para seus braços ensanguentados. Seu olhar parou em seu número, percebendo o sangue todo em sua volta. – Vamos fazer a contagem? Posso garantir que estudei bastante sobre você. Os outros experimentos do laboratório Hawkins, que não foram poucas. Bárbara Holland. Reginald Goodwin. Todas aquelas pessoas que você matou durante a sua vida usando a desculpa que eles eram os vilões da sua história…
Natalie negou com a cabeça.
— Você não faz ideia do que está falando. – Ela tentava convencer a si mesma que era invenção
— Quem será o próximo, Zero? Ayla Goodwin? Harrison… Amberly… Steve? – Dimitri disse – Olhe para suas mãos. Cheias de sangue e não é só de Reginald Goodwin.
As mãos de Natalie e seu vestido estavam completamente vermelhas, cheias de sangue. De seu pai e de todas aquelas pessoas que ela matou naquele dia.
— Você é um monstro. – era a voz de Ethan, quase sem sotaque russo
Aquilo a machucou. Ela sabia que não era mentira, sabia que havia matado inúmeras pessoas ao decorrer da sua vida. Mas ouvir isso de uma pessoa tão próxima, a machucou muito.
Ainda mais de uma pessoa que ela achava que a amava.
Mas ele não estava errado. Lembrava de abandonar Eleven desmaiada após ver um monte de crianças sendo mortas, não conseguia lembrar quem as matou. Barbara morreu em uma festa onde era para ela estar. Se ela não fosse uma medrosa que não soubesse nadar, Amber, Natalie e Barbara teriam ficado juntas até o fim da festa. Se tivesse se mexido ao invés de ficar encarando o laboratório, possivelmente teria chegado a tempo de salvar Bob e poupar Joyce Byers de todo aquele sofrimento.
Reginald Goodwin estava morto por causa dos russos que estavam atrás de Natalie. Ele morreu em seus braços.
Ethan… Dimitri estava correto. Se perguntava quem acabaria sendo sua próxima vítima.
— O único jeito de você ser útil é vindo com a gente. – Ethan falou
— Útil? Para transformar pessoas em máquinas mortíferas? – Natalie berrou de volta – Eu não vou com vocês.
— Você não entendeu, Zero. Ou você vem conosco, ou sairá daqui morta! – O loiro exclamou
Natalie sentia suas mãos tremerem, assim como o resto de seu corpo. A raiva tomava conta de si.
— Então me mata. Porque eu prefiro morrer do que contribuir e acabar com a vida das pessoas que forem ser testadas. – Natalie rebateu, o loiro riu debochado – O que está esperando? Atira.
A arma estava apontada para sua testa. Talvez fosse melhor acabar com aquilo de uma vez por todas.
Natalie deu um passo a frente.
— ATIRA! – ela o desafiou
Ethan arrumou a postura, mirando a arma para a testa de Natalie. Aquele seria o fim. O fim de seu sofrimento. O fim do sofrimento dos outros.
A Goodwin não fechou os olhos, não estava com medo de morrer.
— NÃO! – duas vozes em uníssono vieram distantes, saindo de dentro de um estabelecimento
Steve e Amberly colocaram as mãos para cima assim que todas as armas dos russos viraram para eles. Robin, Dustin e Erica saindo aos poucos de dentro do restaurante.
Natalie arregalou os olhos ao perceber que eles estavam se colocando em perigo tentando impedir que a matassem. Negou com a cabeça, sibilando um “corram.”, mas eles ignoraram.
— Ora, parece que temos companhia. – Ethan disse, sem tentar esconder seu sotaque – Matem eles.
As armas se destravaram. Steve puxou Amberly para trás dele, garantindo que protegeria ela e Dustin antes de qualquer coisa.
Natalie não teve tempo de reagir. As luzes do local oscilaram. Barulho de metal chamando a atenção de todos para atrás de Ethan.
O carro que estava em exibição para um sorteio se mexia sozinho. Todas as armas apontaram para Natalie, mas ela estava tão confusa quanto qualquer outro ali.
— Pare já o que estiver fazendo. – Ethan mandou
O loiro segurou seu braço com força a puxando para frente com brutalidade.
— Não sou eu. – Natalie murmurou
Natalie puxou seu braço para si mesma, o que foi fácil já que o sangue deixou escorregadio. Ao ver o carro sendo seguido do chão, ela pulou para o lado, batendo seu cotovelo e seu joelho e rolando para o lado.
Em questão de segundos o carro esmagou Ethan e os outros soldados russos. A tropa do Scoop estava em choque, assim como Natalie.
A Goodwin ergueu seu olhar. Eleven estava perto da grade, ofegante. Conseguiu ver Harry, Nancy, Jonathan, Lucas e o restante do grupo se aproximando rapidamente.
A mais velha suspirou aliviada. Eles estavam bem. Um pequeno sorriso surgiu em seu rosto, enquanto ofegava. Eleven deu o mesmo sorriso.
— Venham. – ouviu Nancy chamar aqueles que estavam no andar de cima
Enquanto a maior parte do grupo descia as escadas rolantes, Steve, Amber, Robin, Dustin e Erica corriam até Natalie.
— Aquele era o Ethan? – Robin perguntou, confusa
A irmã mais nova abraçou a mais velha rapidamente.
— Você está bem? – Amber perguntou – Nunca mais faz isso. Pensei que você fosse morrer.
Ao invés de sentir algum alívio por continuar viva, Natalie sentia um peso em suas costas. O peso da culpa da morte de Reginald.
Ela precisava contar para sua irmã o que havia acontecido. Eles precisavam saber.
Precisavam saber que Reginald foi morto em seus braços.
— Eu preciso falar com você e com o Harry. – Natalie respondeu, séria
— Depois. – Amber disse, a soltando e andando em direção a escada rolante
— Não… – mas não deu tempo de terminar, a mais nova correu em direção ao Harrison
Todos se cumprimentavam, Eleven estava andando meio carregada por Mike quando se jogou nos braços de Natalie em um abraço.
A morena fechou os olhos, tentando deixar se acalmar por um instante. Seu coração batia muito rápido, ainda sentia todas as suas emoções à sua volta.
— Obrigada. – Natalie sussurrou para Eleven
— Não podia deixar minha irmã morrer. – Eleven pareceu estar fraca
— Você jogou o carro igual a um Hotwheels! – Dustin pulou alegre
Erica andou até seu irmão.
— Lucas?
Lucas fez uma careta assim que viu sua irmã.
— Então era verdade. – o Sinclair mais velho disse acusatório, Natalie soltou Eleven, deixando Dustin a cumprimentar. A morena se virou para o Sinclair que ainda falava com sua irmã. – O que você está fazendo aqui?
— Pergunta para eles. – Erica apontou para os mais velhos – A culpa é deles.
— A culpa é do Steve. – Amber corrigiu
O Harrington abriu a boca indignado.
— Não entendi o que houve com o carro. – Robin comentou, confusa
— A El tem poderes. – Dustin explicou
Robin arregalou os olhos
— Como é que é? – A Buckley perguntou, mais confusa ainda
Amber deu de ombros.
— É, igual minha irmã. Você viu ela usar um monte de vezes. – Amber respondeu, com uma careta
— Ela joga coisas com a mente, presta atenção. – Steve resmungou
— Eu achei que fossem efeitos das drogas. – Robin disse
— Estavam usando drogas? – Harry perguntou
Ao ouvir a voz de seu irmão mais novo, Natalie se lembrou que deveria dar a notícia sobre Reginald para os dois. Como contaria para as duas crianças tão aliviadas por estarem vivas que seu pai biológico morreu por causa de uma irmã adotiva imbecil? Natalie não sabia.
Era assim que se sentia agora.
Zero nunca pertenceu aquela família, foi apenas uma intrusa que apareceu de repente. E essa intromissão destruiu uma família perfeita.
Todos os problemas que os Goodwin tinham eram culpa dela. Culpa de alguém que nem ao menos tinha o sangue deles.
Se Natalie nunca tivesse os encontrado na rua após fugir do laboratório… Reginald não estaria morto e Ayla não estaria com o devorador de mentes preso nela.
Uma lágrima escapou por seu olho de repente, sentiu os olhos de alguém sobre si. Steve a olhava preocupado, parecendo pronto para a consolar assim que abrisse brecha.
Erica apontou para Jane.
— Essa é a El? – a Sinclair perguntou
— Quem é El? – Robin perguntou
Nancy olhava para Robin confusa.
— Desculpe, quem é você? – A Wheeler perguntou
Robin olhou para Nancy.
— Sou a Robin, amiga da Nat e da Amber. Trabalho com ela e Steve. – A Buckley se apresentou
— E eles não usaram drogas, os russos drogaram eles. – Natalie explicou
Mal dava tempo de respirar antes da próxima pergunta ser feita:
— Russos? Então a El ouviu certo? – Jonathan perguntou
— Eles eram russos? – A Mayfield perguntou, apontando para os soldados caídos
— Alguns eram. – Erica respondeu
— Seu namorado…? – Harry apontou para Natalie
— Russo atrás de uma experiência do governo americano. – Nat murmurou
Lucas mexeu as mãos.
— Do que estão falando? – Lucas perguntou
— Não ouviram o alerta vermelho? – O Henderson rebateu
— Sim, mas não entendi nem a metade do que você falou. – Mike disse
Ao olhar para o lado, Natalie percebeu que Eleven estava um tanto alheia à conversa. Parecendo passar mal.
— Merda de bateria! – Dustin reclamou
— Quantas vezes eu te avisei da bateria fraca? – Steve deu uma bronca
— É, mas deu tudo certo né, Steve? – Dustin se defendeu
— Tudo certo? Nós quase morremos! – Erica exclamou
— Erica tem razão. – Amberly apontou para a criança
— Mas nós não morremos! – Dustin disse
— Só foram drogados. – Harry rebateu
Natalie saiu da rodinha da conversa ao perceber Eleven se afastando. A garota mancava, se afastando devagar.
A mais velha tocou em seu ombro antes de parar aí seu lado, percebendo que a menina suava frio.
— Jane, você está bem? – perguntou Zero
— Minha perna… – a voz de Eleven saiu em um sussurro
— O que tem sua…
Antes que Natalie completasse a frase, a mais nova perdeu as forças indo em direção ao chão. Tentou segurar ela, mas o susto a fez perder as forças, a levantou junto para o chão.
— El! El! – Natalie se virou para o grupo que se aproximava – ME AJUDEM!
O desespero tomou conta de Natalie, que agora estava sentada no chão com Eleven entre suas pernas.
A Hopper gemia de dor enquanto os outros se reuniam em volta.
— O que aconteceu com ela? – Erica perguntou
— Ela reclamou da perna. – Natalie respondeu, olhando para Jonathan e Nancy – O que aconteceu com ela?
O casal se aproximou da mais velha, puxando a calça da garota e revelando um curativo. O Byers desfez o curativo.
— Cuidado. – Nancy alertou
Amberly deu um pequeno grito assustado ao ver algo mexer na perna de Jane. Eleven gemeu de dor segurando o pulso de Natalie.
Mike estava ao lado de El. Todos entraram em choque ao ver o machucado.
Aquilo que estava dentro da perna da garota chiou, fazendo com que ela desse um grito estridente de dor. Natalie tentava não tremer, tentava não demonstrar tanta preocupação, mas as lágrimas já estavam descendo por seus olhos e se misturando com o sangue seco em sua pele.
Não queria perder a garota também.
— O que é isso? – Erica perguntou
— Tem alguma coisa aí dentro! – Mike respondeu
— Ai meu Deus. – Dustin disse
A coisa se mexeu, fazendo Eleven voltar a gemer de dor enquanto segurava o braço de Natalie e de Mike.
— Falem com ela. – Jonathan falou se levantando – Deixem ela acordada!
O Byers mais velho saiu correndo.
Natalie mexeu no cabelo de Eleven, tentando tirar de seu rosto enquanto Dustin e Mike conversavam com ela, tentando a manter acordada.
O medo de perder Eleven invadia seu peito. Era como ver sua irmã mais nova morrendo aos poucos em sua frente. Talvez estivesse sendo medrosa demais, mas depois de ouvir tudo aquilo de Ethan… Seu medo estava se tornando cada vez mais real.
Todos falavam um por cima do outro, desesperados.
— Olha, não tá tão ruim assim. – Robin tentou ajudar, fazendo Natalie e Eleven levantarem seus olhares para ela, assim como os outros – Tinha uma goleira no meu time de futebol, Beth Wildfire, deram um carrinho nela e o osso todo saiu uns 15 centímetros para fora. Foi bizarro.
Amber negou a cabeça, tremendo ainda olhando para o ferimento.
— Robin. – Steve a chamou
— Oi.
— Não tá ajudando! – O Harrington exclamou
— Desculpe. – Robin pediu
Jonathan voltou rapidamente com um facão, uma colher de pau, alguns papéis e luvas.
— Olha, El. – Jonathan a chamou – Isso vai doer para caramba, tá?
— Tá legal. – Eleven disse, chorosa
— Toma, morde. – Jonathan entregou a colher de pau para Natalie, que colocou na boca da garota – É pra dor.
O braço de Natalie tremia como o aperto de Eleven. Todos a olhavam, esperando sua reação antes de Jonathan tentar tirar a coisa de dentro da perna dela.
A Hopper assentiu.
— Pode começar. – Mike falou
Natalie sentiu mais lágrimas descerem do seu rosto com os gemidos de dor da Eleven sendo tapados com a colher de pau conforma a faca rasgava parte de sua perna.
O sangue da garota começou a escorrer.
— Acho que vou vomitar. – Harry reclamou
— Puta merda. – Amber resmungou
Todos falavam alguma coisa.
— Jonathan… – Nancy disse
— Calem a boca! – O Byers pediu
Jonathan jogou a faca no chão, a coisa estava mais visível agora e se remexida dentro da perna de Eleven. A agonia era visível na garota, já que além da cara de dor, ela suava muito.
Natalie apertou seus olhos, desejando trocar de lugar com a garota. Se ela estivesse com eles durante aquele tempo, Eleven estaria passando por isso?
Zero abriu seus olhos quando os gritos de Eleven se intensificaram. Jonathan estava com os dedos dentro da ferida, tentando remover o bicho de dentro dela, sem sucesso.
Ele procurou mais rápido, mas não conseguia alcança a coisa dentro de Eleven. A garota cuspiu a colher de madeira, voltando a gritar.
— JONATHAN, PARA! – Natalie mandou
O Byers tirou os dedos da ferida, olhando para Natalie. Ela se desvencilhou de Eleven, pedindo para Amber tomar seu lugar e foi para perto de sua perna.
— Vou fazer isso, está bem? – Nat perguntou
Entre gemidos de dor e angústia, Eleven disse:
— Sim.
Natalie esticou a mão perto da ferida de Eleven, sua mão tremia como nunca antes. Fechou os olhos, se concentrando. Precisava conseguir usar seus poderes. Precisava livrar Jane Hopper daquela dor.
O nariz de Natalie Goodwin começou a sangrar, ao abrir os olhos percebeu a coisa parando de se mexer. Jane voltou a gritar com mais força. Sua cabeça latejava com o esforço que precisou fazer para seus poderes voltarem a funcionar, pelo menos por alguns minutos.
Os gritos de Eleven se misturaram com os de uma Natalie cansada e machucada e, de repente, o vidro perto do grupo se estourou. Todos tentaram se defender dos cacos, assustados.
Natalie ofegava e tremia, segurando o animal com seus poderes e puxando a mão para mais alto.
Usando seus poderes, ela conseguiu arrancar o animal de dentro da perna da Hopper. Eleven suspirou aliviada, mesmo com dor. Todos encaravam o animal que flutuava perto deles.
A mão de Natalie tremeu quando, com um pequeno grito, jogou ele para longe. A criatura se arrastou para mais longe, antes de ser pisoteada.
Ao levantar seu olhar, a Goodwin mais velha viu Jim Hopper, Joyce Byers e um baixinho careca, que tinha quase certeza que se chamava Murlay, se aproximarem.
Natalie poderia estar aliviada com o grupo enfim reunido, mas não conseguia sentir alívio por eles estarem ali. Não quando seu pai não estava junto. Não quando sua mãe não estava ali.
Não quando eles ainda estavam em perigo por causa de um portal que os russos decidiram reabrir.
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