3.08- THE RUSSIAN GATE
— A gente precisa admitir, é uma grande obra da engenharia. – Dustin falou, fascinado com o corredor em que andavam – Achei impressionante.
O Henderson não estava errado sobre o local. Apesar de ser um caminho extremamente longo, eram bem espaçosos e estruturados. Parecia totalmente seguro de se andar ali, o ar circulava com tanta facilidade que nem ao menos era necessário um ar condicionado.
Os fios elétricos provavelmente passavam por alguns daqueles grossos canos que se encostavam na parede, assim como água, esgoto e coisas do tipo.
— Do que você tá falando? Imagina se pega fogo. Não tem escadas, não têm saídas. Só tem um elevador que te prende no meio do caminho pro inferno. – O Harrington discordou
— Eu duvido que isso aqui pegue fogo. – Amberly comentou – Parecem tão seguros do que tão fazendo que a chance deve ser de um em um milhão.
— Mas as chances ainda existem, certo? – Steve perguntou – O que eles fariam se acontecesse?
Natalie negou com a cabeça, suspirando. Eram boas dúvidas, mas que nenhum deles poderiam responder. Com certeza aquele maldito lugar tinha um plano para fugir de um possível incêndio.
— São comunistas! – Erica exclamou – Vocês pagam pessoas, eles dão um jeitinho.
— Eles claramente não são burros. Olha esse lugar. – Natalie apontou em volta – Eles devem ter planos para tudo. – ela gesticulou, começando a contar nos dedos – Possíveis invasores, ataques dos Estados Unidos. Sair correndo de um incêndio deve ser fichinha.
Robin concordou com a cabeça.
— Para ser justa com os russos, não acho que esse lugar foi feito para andar. – Robin disse
— Só pessoas idiotas usam esse túnel para andar e, sim, estou falando da gente. – Natalie comentou
— Sério, pensem só. – A Buckley continuou – Desenvolveram o sistema perfeito de transporte de carga.
— Tiraram o deles da reta para não ficar suspeito. – Amber concordou – Tudo chega no shopping como se fosse uma simples entrega.
— Aí eles transportam de um lugar para o outro sem dificuldade. – Natalie comentou – Eles sabem que estão camuflados, afinal, quem suspeitaria disso?
Steve olhou para as garotas ao seu lado. Seu olhar parando no rosto de Natalie que quase beijou alguns minutos antes.
— Será que construíram o shopping só para transportar o veneno verde? – Steve perguntou
A Goodwin mais velha simplesmente concordou com a cabeça, sem olhar para o Harrington. Se lembrava da conversa que teve com Eleven no elevador.
Talvez, Jim Hopper estivesse suspeitando dos russos na cidade, por isso nenhum dos dois grupos sabiam onde ele estava.
Ainda assim algo martelava na cabeça de Natalie. “O de…” foi a última coisa que ouviu de Eleven. Demogorgon? Detetive? O que ela poderia falar?
— Duvido muito que seja algo tão bobo quanto veneno. – Dustin disse – Deve ser bem mais valioso.
— Como o que? – Amber questionou
— Como Promécio. – Dustin respondeu – Alguma coisa assim.
Tanto Robin, quanto Natalie concordaram com a cabeça. Amberly e Steve trocaram um olhar confuso.
— O que é Promécio? – O Harrington perguntou
— É o que o pai do Victor Stone usou para fazer os componentes biônicos do ciborgue. – A Buckley respondeu
Amber concordou com a cabeça, ainda confusa.
— Ah, claro. Claro… – A Goodwin mais nova desviou o olhar
A careta de desgosto no rosto de Erica Sinclair era óbvia.
— Vocês são tão nerdões que me dá vontade de vomitar. – Erica reclamou
Steve a encarou por um segundo.
— Não! Não me junta com eles, eu não sou nerd. Tá bom?
— Uau, Harrington. Esse medo de ser associado aos nerds é comovente. – Natalie ironizou – Você não tem muito o que fazer. Seu ciclo social é dividido entre nerds e crianças nerds.
Robin deu uma pequena risada, chamando a atenção de Natalie que olhou para ela.
— Relaxa, Nat. Ele só tá com medo de perder pontos com uma garotinha de dez anos. – A Buckley debochou
Natalie riu junto com Robin.
No entanto, Steve pareceu ofendido com as falas das garotas, já que ficou na defensiva quase no mesmo instante.
— Claro que não! Só estou dizendo que eu não sei de nada desse tal Prometeu. – O Harrington se defendeu
— Promécio. Prometeu é um titã da mitologia grega. – Natalie falou, erguendo o olhar para Steve, percebendo que ele já estava a olhando antes – Ele foi castigado por Zeus depois que roubou o fogo dos deuses, se não me engano da Hestia, para ajudar o irmão a criar o ser humano. Aí quando ele usou esse fogo no ser humano, garantiu que seríamos superiores aos outros animais. Zeus não gostou nadinha já que o fogo era exclusivo dos deuses e pediu a Hefesto que o acorrentasse na Cordilheira do Cáucaso onde uma águia ia bicar seu fígado todos os dias.
Steve deu um pequeno sorriso. Ele adorava quando Natalie falava sobre o que ela entendia para eles, o que acontecia frequentemente quando ela estava nervosa.
A menina fechou a boca, com um sorriso mínimo. Estava um tanto quanto envergonhada por falar tão rápido um assunto que não tinha nada a ver com o que falavam antes.
— Nerd. – Repetiu Erica
— A questão é: devem estar usando aquele líquido verde para fazer alguma coisa. – Dustin falou
— Ou carregar alguma coisa. – Robin concordou
— Como uma bomba? – Amberly perguntou – Uma nuclear?
Natalie abaixou o olhar novamente, pensativa. Não achava que os russos seriam tão burros a ponto de usar uma bomba nuclear nos Estados Unidos. Era óbvio que tinham potencial para construí tal armamento, mas deveriam saber dos riscos.
Pelo tanto de caixotes que tinha naquele lugar e o tanto do líquido verde, deveriam estar carregando alguma coisa. Se tudo aquilo fosse para uma bomba nuclear atingir os Estados Unidos inteiro, o mundo estaria fadado ao fim. O país é um dos maiores do mundo, para acertar ele completamente, precisariam de uma bomba gigante.
Se atingissem uma área tão grande de primeira, a explosão afetaria inúmeros quilômetros ao redor do país, talvez a maior parte do mundo só com a onda de choque aquilo causaria.
Os russos deveriam estar planejando algo maior. Talvez pior. Talvez algo como…
Os olhos de Natalie se arregalaram.
Um portal, provavelmente.
— Que ótimo! Estamos indo direto para uma arma nuclear. – Steve ironizou
— Mas se estão construindo algo, por que aqui? – Robin perguntou – Por que em Hawkins? – Amber pareceu perceber o perigo que estavam enfrentando, já que olhou para Natalie quase no mesmo momento – Gente, sério! Na melhor das hipóteses somos uma pausa pro banheiro no caminho da Disneylândia.
Dustin e Steve pararam de andar aos poucos, se reunindo com Amber e Nat um pouco atrás de Robin e Erica que continuaram a andar.
Os quatro se entreolharam, todos com a mesma preocupação no olhar. Suspeitando da mesma coisa.
— Será que os russos sabem? – Dustin sussurrou
— Daquilo? – Steve perguntou
— Eu acho bem possível. – Amber respondeu
— Nat? – Dustin perguntou
— Da última vez que conversei com a El, ela ia alertar sobre alguma coisa que começa com “de”. – Zero respondeu
— Demogorgon? – Steve sussurrou
— Devorador de mentes… – Dustin cochichou
— Que merda, sempre essa porra. – Amber reclamou
— Então, tá conectado? – Steve perguntou
— Acho que tá. – Amber respondeu
— As crianças estão em perigo, fora dessa base. – Natalie resmungou
— Nós estamos em perigo dentro dessa base. – Amber sussurrou – Mas como eles sabem?
— Não sei, mas é…
— Possível.
Os quatro concordaram com a cabeça, preocupados.
Erica e Robin se viraram um pouco a frente.
— Com licença, mas tem algo que queiram compartilhar com a turma? – A Buckley perguntou
Todos olharam para Natalie que deu um passo à frente. Talvez fosse o momento para explicar às garotas sobre suas suspeitas. Revelar a elas sobre seus poderes.
— Na verdade… – Antes que pudesse falar, o rádio que Erica carregava na bolsa começou a fazer barulho – O rádio!
Todos correram até a Sinclair, se abaixando ao redor delas perto do radiozinho que fazia barulho. Prestando atenção, deixaram ele na mão de Robin.
Todos ouviam o rádio falando, Robin acompanhava recitando junto com a voz. A loira abriu um sorriso, assim como Amberly que já sabia que a garota havia detectado.
— É o código. – A Buckley disse
— Sem chance! – Amberly comemorou – Você é demais, sabia?
Natalie podia jurar ter visto o rosto de Robin se enrubecer, mas não comentaria sobre isso até tudo se resolver.
— Então, o local que vem a transmissão é de… – Dustin começou
— Perto. – Robin concordou – E o que nós sabemos da transmissão é que…
Amberly deu um pulinho.
— Ela chega na superfície. – Amber completou
Robin sorriu sem mostrar os dentes, seu olhar se cruzando com o de Amberly. A Buckley desviou o olhar, olhando pra cima.
— Podemos nos comunicar com o Hopper. – Natalie comentou, se levantando – Vamos.
Eles continuaram a andar por mais algumas horas, se escondendo as vezes quando ouviam algum som diferente.
O corredor parecia não ter fim. Foi ao ver não tão longe alguns russos que souberam que estavam perto. Se esconderam atrás de alguns armários até eles saírem de perto.
— Eu ainda vou infartar. – Amber sussurrou
— Essa foi por pouco. – Robin disse
— Muito pouco. – Dustin concordou
— Silêncio. – Natalie pediu
A voz de uma mulher falando em um alto falante era uma das únicas coisas identificáveis naquele momento, apesar de inúmeras vozes masculinas em russo também.
Estavam no centro da base, isso poderiam ter certeza. Diversão soldados andavam de um lado pro outro. Quase no mesmo instante, Natalie começou a usar seus poderes ilusórios para que não desconfiassem dos adolescentes e crianças ali.
Provavelmente estavam atrás do russo que tentou a levar até lá, já que o elevador voltou sozinho. Não sabia se eles imaginavam que ela estava ali ou não, mas deveriam saber que agora ele estava morto.
Todos estavam escondidos atrás de caixotes quando alguns russos passaram por eles. Natalie engatinhou até uma curva, tentando achar a sala de comunicação.
— Primeiro andar ao noroeste. – Erica sussurrou
Natalie virou a cabeça para ela.
— O que?
— A sala de comunicação. – Erica repetiu
— Você tem certeza? – Amber questionou
— A porta abriu por meio segundo e eu vi um monte de luzes, máquinas e essas coisas. Lá dentro. – A Sinclair respondeu
Os mais velhos trocaram um rápido olhar.
— Pode ser um monte de coisa diferente. – Amber comentou
— Eu sei o que eu vi, tá? – Erica rebateu
Natalie e Steve se entreolharam. A dúvida no olhar dos dois se confiavam ou não no que a mais nova falava.
O Harrington passou a mão um pouco abaixo do nariz da Goodwin, limpando o sangue que escorreu.
— O que você acha? – o garoto perguntou em um sussurro
Natalie travou por alguns segundos, conseguindo sentir a respiração de Steve em seu próprio rosto.
— Eu não sei… – a morena praticamente gaguejou, se virando para Robin – O que acha?
A Buckley deu de ombros.
— Eu topo arriscar. – Robin respondeu
A Goodwin mais velha assentiu.
— Certo, vamos até onde Erica falou. Afinal, o que é um pedido para quem está cagado né? – Natalie disse
Steve negou com a cabeça, suspirando em seguida.
— Todos de acordo? – Amber perguntou
Dustin e Erica concordaram com a cabeça. Todos se viraram para Steve, o garoto olhou em volta por alguns segundos e, então, concordou.
— Tá, vamos rápido, bem abaixados. Tá bem? – Steve perguntou
Todos assentiram.
— Beleza, no três. – Natalie respirou fundo – Três.
Steve foi o primeiro a sair, todos o seguindo abaixados. Apesar de Natalie usar seus poderes, não podiam bobear. Os russos poderiam esbarrar com eles ou as duas garotas poderiam desconfiar do sobrenatural.
O grupo parou atrás de alguns caixotes, olhando ao redor. Natalie chamou Steve pelo ombro, fazendo mímica para que ela fosse na frente e ele fosse atrás de todos, cobrindo assim o grupo inteiro até a sala de comunicação.
Natalie abriu espaço pelo corredor, usando seus poderes para despistar os guardas. Todos seguiam ela.
Sem dificuldade, a morena abriu a porta da sala de comunicação assim que alcançaram o andar superior. Abrindo a porta deixou que as crianças entrassem, saindo do caminho assim que Amber e Steve apareceram.
O coração de Natalie parou por um instante ao se virar e perceber um russo sozinho mexendo em uma das máquinas.
Assim que o homem se virou, tirando os fones de ouvido que usava para escutar o rádio, Natalie deu um passo à frente puxando Erica e Dustin para trás, os protegendo com seu corpo.
Robin estendeu uma mão quando o homem ameaçou pegar a arma, recitando o código russo para ele. A careta no rosto do homem fez com que todos percebessem que ele não estava entendendo nada do que a Buckley dizia.
O russo olhou em direção de Natalie a analisando por um momento. Seu rosto se encheu de pavor.
— Ты... Ноль!. – ele disse a encarando
Ele levou a mão até a arma, Natalie deu um passo à frente pronta para usar seus poderes quando um grito assustou todos da sala.
Steve correu até o guarda russo. Amberly puxou as crianças para a parede, fechando os olhos imaginando que a mais nova briga que Steve se meteu iria acabar resultando em sua morte.
Um empurrou o outro. A arma que estava na mão do russo assustado caiu no chão quase no mesmo instante. Natalie correu até ela, pegando a pequena pistola e a deixando engatilhada.
Nesse meio tempo, Steve desviou de um soco, sendo jogado na mesa do console em seguida. O Harrington fez o homem perder o equilíbrio com uma cotovelada em sua barriga. Natalie mirou a arma no russo, prevendo o contra-ataque que ele daria no seu amigo, mas Steve foi mais rápido. O garoto pegou um objeto da mesa, batendo-o contra a cabeça do russo, o desacordado.
Natalie abaixou a arma em total choque. O homem estava apagado e Steve estava em pé, não o contrário. Abriu a boca, deixando uma pequena risada sair enquanto seu amigo ajeitava o cabelo.
— CARA! Você conseguiu! – Dustin comemorou – Você ganhou uma briga!
Steve sorriu.
— É! Como conseguiu esse milagre? – Natalie perguntou, com um sorriso satisfeito no rosto
O olhar de Steve se encontrou com o dela, ambos sorrindo. Ele conseguiu ver o orgulho no olhar dela ao falar aquilo, mesmo que estivesse sendo irônica.
— É, acho que o mundo vai acabar mesmo. – Amber caçoou
Robin se aproximou de Natalie devagar.
— Ele não entendeu o código? – A Goodwin perguntou
— Não, mas ele falou algo diferente. – Robin respondeu – “Ты... Ноль”. Quer dizer: “Você… Zero!”
Natalie arregalou um pouco o olhar, se virando para sua irmã que estava com o mesmo semblante assustado.
— E o que que tem? – Natalie disfarçou
— Ele te chamou de zero. – Robin falou – Por que o russo te chamou de Zero?
A Goodwin deu de ombros, sem saber o que falar. Não sabia como despistar Robin.
— Deve ter me confundido com alguém. – Natalie disse – Ou tá usando outro código.
Dustin andou até o guarda russo, tirando o cartão de acesso dele. Graças a esse ato do Henderson, a atenção caiu sobre ele.
— O que você tá fazendo? – Erica perguntou
— Garantindo nossa passagem de volta. – Amber respondeu pelo Dustin
— Isso vai nos tirar daqui. – O Henderson concordou
— Querem andar tudo de novo? – Erica perguntou, em choque
Natalie negou com a cabeça com uma pequena risada. Ela se aproximou de Steve que os encarava de longe.
— Você tá bem, Steve? – Natalie perguntou
— Nunca estive melhor. – O Harrington respondeu
— Imagino. Acho que nunca vi você ganhar uma briga antes. – Admitiu a Goodwin – Achei até… Estranho.
Steve deu uma risada fraca.
— Achei que ele ia atirar em você. – Steve comentou
— Eu achei que ele ia te dar uma surra. Que bom que estávamos errados. – Natalie brincou, os dois ficaram em silêncio por alguns instantes – Você não é moreno.
O Harrington deu uma pequena risada.
— O que? – Steve perguntou
— Sempre achei que você fosse moreno, mas com a iluminação desse lugar percebi que seu cabelo é loiro escuro. – Natalie respondeu – Puxado pro caramelo.
Os dois sorriram novamente.
— Puxa, acho que você descobriu meu segredo. – O Harrington brincou
O sorriso na face do rapaz fez a barriga da Goodwin se encher de borboletas. Ela mordeu o lábio inferior, olhando para o chão em seguida.
Estava determinada. Decidida que iria terminar com o Ethan assim que o visse novamente, se saíssem vivos de lá.
— Steve, eu… – Ela iria contar isso a ele, mas foi interrompida
— Gente! – Robin chamou o grupo fazendo com que todos a olhassem – Tem algo lá em cima!
Todos a seguiram pela escada rapidamente. Era um corredor bem pequeno que passava apenas um de cada vez.
Quanto mais se aproximavam, mais Natalie reconhecia o lugar. Da pequena visão que teve ao usar seus poderes antes de entrar ali. Ela não estava errada.
Assim que se aproximaram do vidro, perceberam o grande painel de controles com diversos homens e mulheres com roupas especiais de proteção. As máquinas todas ligadas criando uma fenda.
Uma fenda que dava acesso ao mundo invertido. Os russos estavam abrindo o portal novamente. A mão de Natalie tremeu por alguns segundos, seu rosto pálido e olhos arregalados.
Estava acontecendo de novo.
A arma que segurava por um momento vacilou em sua mão. Todas as mortes de crianças, desaparecimentos de pessoas, os experimentos… Tudo voltando a tona pela terceira vez seguida.
Era visível a animação no rosto dos cientistas e russos que trabalhavam juntos. O lugar era todo escuro e só a máquina realmente chamava a atenção, junto com o portal.
Zero respirou fundo, se afastando do vidro, ignorando as vozes de Steve e Dustin que resmungavam perto de si.
— Precisamos dar o fora e avisar o Hopper ou meu pai. – Natalie afirmou, receosa
Ela se afastou, sendo seguida pelo resto do grupo.
— Todo ano essa droga volta. – Amber reclamou
O grupo inteiro voltou para a sala de comunicação, Erica e Robin estavam claramente perdidas.
— Não entendi, vocês já viram isso? – Robin perguntou enquanto desciam as escadas
— Algumas vezes. – Natalie respondeu
— Não exatamente. – Amber tentou disfarçar
— Sim ou não? – Robin perguntou
— Você só precisa saber que é muito ruim. – Dustin respondeu – Ruim tipo… O fim da raça humana.
A Buckley franziu o cenho confusa.
— Não precisa assustar ela desse jeito. – Amber falou para Dustin
— Pera aí, como vocês sabem disso? – Robin perguntou
— Eu sei disso porque… – Natalie foi interrompida por Erica
— Steve! – A Sinclair exclamou – Cadê seu amiguinho russo?
Todos olharam na direção onde o russo estava caído anteriormente, várias sirenes dispararam. Natalie correu até a porta, percebendo o russo apontando para eles.
Ela fechou a porta novamente, usando seus poderes para tranca-la.
— Corram! Vamos! Pra cima de novo! – Natalie mandou
Vários xingamentos eram ouvidos enquanto eles corriam pela base russa, passando por alguns cientistas e soldados. Tentaram ir por um caminho, mas outros soldados apareceram, então deram a volta.
Foram para o piso inferior de onde estavam trabalhando, percebendo um grande penhasco ao redor do portal. Era um lugar sem saída
— VAMOS! – ouviu a voz de Amber
Todos voltaram a correr, exceto Natalie. As luzes se apagaram por alguns instantes e, então, os russos começaram a voar da plataforma para o grande buraco em volta do portal. Eles atiraram contra a Goodwin algumas vezes.
Levou algum tempo até perceberem que os tiros não a afetavam porque era apenas uma ilusão. A verdadeira garota deu a volta novamente, continuando a correr atrás de seus amigos.
Deu as costas andando ao contrário com a arma carregada em suas mãos, usando a pistola que havia roubado do russo para atirar em direção a alguns soldados que ainda os seguiam.
Tentaram disparar contra ela, mas a força sobrenatural impediu que qualquer bala saísse das armas. Esticando os braços, Natalie jogou todos para trás. Ela voltou a correr, passando por uma porta em seguida.
Steve esperou ela entrar para fechar a porta de metal e a segurar. Os russos vieram logo atrás, fazendo força para abrir a porta.
— Por aqui! – Dustin exclamou
A porta fez barulho, o Harrington quase foi jogado para frente.
— Meninas! Ajudem! – Steve pediu
Zero correu até a frente da porta, esticando uma mão.
— Sai daí, eu seguro. – Natalie falou
— Você não vai aguentar sozinha. – Steve falou
— Eu aguento por tempo suficiente até a gente sair daqui com o Dustin. – Natalie afirmou
O olhar do Harrington foi para Amberly, buscando a opinião da irmã mais nova de Natalie. A morena assentiu.
A confusão no rosto de Robin era clara, Erica já estava dentro das tubulações quando Steve saiu de perto da porta.
Natalie esticou os dois braços, utilizando seus poderes para segurar os russos do outro lado enquanto fugiam.
— Aqui! Venham logo! – Dustin chamou
Zero virou o olhar para ele, percebendo que os mais velhos estavam o obedecendo. Suspirou aliviada, iriam conseguir fugir.
As luzes piscaram.
De repente, uma bala atravessou a porta, passando de raspão pelo braço esquerdo de Natalie. O susto fez com que ela desse um pequeno grito, a porta se abriu por alguns instantes. Os poderes de Natalie vacilaram.
Steve correu de volta a porta, a segurando com seu próprio corpo. Amber foi até Natalie.
— Você está machucada? – A mais nova perguntou
— Não, fujam logo. – A mais velha das irmãs falou
Mas Robin correu até a porta segurando-a também, assim como Amber. Natalie negou com a cabeça, abaixando os braços, indo para o lado dos amigos e fazendo força para segurar a porta sem seus poderes.
Dustin os encarava.
— Venham! – O Henderson chamou
— Não dá, Dustin! – Amber falou
— Precisa ir logo. Vamos ficar bem se vocês estiverem longe daqui! – Natalie afirmou
— Vai logo Dustin. – Robin praticamente implorou
Dustin estava em completa dúvida, não sabia se ia ou não ia. Não queria deixar seus amigos para trás, mas sabia que não adiantaria ficar ali.
— Fujam logo! E trás ajuda! – Steve exclamou – Entendeu?
Dustin fez uma pequena careta.
— Eu nunca vou esquecer vocês! – O Henderson prometeu
— VAI LOGO! – Os quatro gritaram ao mesmo tempo
O cacheado entrou no tubo. Precisou de alguns segundos para conseguirem abrir a porta, jogando os adolescentes contra o chão.
Os soldados russos entraram gritando e apontando suas armas. Natalie ergueu as duas mãos como se estivesse se rendendo enquanto levantava, ficando em frente a seus amigos que estavam caídos no chão atrás de si.
Um dos soldados ordenou alguma coisa enquanto encarava Natalie, mesmo parecendo mais um xingamento. Os outros adolescentes falavam juntos, tentando se desculpar.
— Zero. – O soldado russo pronunciou a palavra com seu sotaque
Natalie o encarou. Eles sabiam quem ela era, abriram um portal novamente, provavelmente libertaram monstros que estavam presos e estavam atrás dela.
Por algum motivo, os russos queriam ela. E ali estava ela, parada em frente a eles depois de invadir sua base secreta.
— Que tal a gente conversar? – Natalie sugeriu
O homem riu. Um homem com jaleco, parecendo um cientista, entrou com uma seringa na sala. Ele foi na direção de Natalie. A garota usou seus poderes para jogar a seringa para longe.
Alguns soldados apontaram a arma para Natalie, que as tirou de mira com seus poderes. Um deles foi erguido no ar e usado como escudo humano.
A Buckley deu um pequeno grito de susto, tendo sua mão segurada por Amberly.
Foi quando um dos cientistas agarrou Natalie por trás, injetando um líquido em sua veia. Levou alguns segundos para a visão da garota ficar turva, as vozes de seus amigos desapareceram aos poucos e, então, ela desmaiou.
Oii, decidi que não vou ficar escrevendo as cenas onde a Natalie não aparece, apenas uma ou outra vou escrever. Porque como a história tem o foco nela, acho que se for escrever sobre os outros personagens vai ficar sobrecarregado/confuso.
Mas depois que eu terminar esse livro, vou colocar algumas cenas do Harry e da Amberly no livro de One Shots para quem quiser ler ter a oportunidade.
Até o próximo capítulo!!!
Ps: não me matem viu?
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