3.04- RUSSIAN CODE

Natalie desceu as escadas devagar, conseguia ouvir o barulho de seus irmãos tomando o café da manhã.

— Bom dia. – Ela disse

Eles não a responderam, fazendo com que Natalie franzisse o cenho.

Ela se abaixou para amarrar seu Alll star branco, olhando um corpo caído por debaixo da mesa. Reggie estava de bruços com o peito sangrando.

Natalie se levantou assustada, sua mão tremia ao chegar perto de seus irmãos.

— O que aconteceu? – Zero perguntou assustada

Quando seus irmãos viraram a cabeça em sua direção, a morena praticamente deu um pulo para trás ao ver seus olhos totalmente brancos.

Ayla apareceu de repente, a segurando pelo pescoço e a empurrando contra uma parede. Então, ela acordou.

Ao se sentar na cama, não conseguia controlar a respiração que estava claramente ofegante.

Os pesadelos que tinha sobre o Mundo Invertido ficavam cada vez mais frequentes.

Cada vez mais reais.

Tomou um banho, deixando a água quente cair em sua cabeça. Seu corpo relaxou durante o tempo que ficou embaixo da água.

Ao colocar seu uniforme, um vestido amarelo. E seus All Star brancos, como era de costume usar, Natalie foi a frente do espelho e prendeu seus cabelos. Escovou os dentes, passou seu perfume e seu desodorante e, então, desceu escada abaixo.

— Bom dia! – Reginald falou assim que a viu

— Bom dia, pai. – Natalie disse, se controlando para não soltar o suspiro de alívio que estava preso em seu peito

A garota pegou sua mochila na sala, organizando tudo o que estava dentro dela.

— Não vai comer? – Amber perguntou

Natalie negou com a cabeça.

— Estou sem fome. – A mais velha respondeu

— Come logo e para de graça. – Harry falou

Natalie deu uma risada nasal, indo até a mesa e se sentando ao ver ovos com bacon ali. Era uma das únicas coisas que Reggie sabia fazer sem bagunçar toda a cozinha.

— Cadê a mãe? – Natalie perguntou – Ela não ia voltar ontem?

— Recebi uma ligação dela, de madrugada. – Reggie respondeu – Vai ter que passar mais alguns dias no emprego novo. Ganhar hora extra…

— Ah… – Natalie não escondeu a decepção na própria voz, se virando para seu irmão – E o Dustin? Como ele está?

Harry abriu um sorriso animado.

— Ele voltou ontem! – Falou o mais novo – Mas não posso falar muita coisa sobre sua volta e o tempo que ele passou fora, ele me disse que quer contar as novidades pessoalmente para vocês – apontou para as irmãs – e Steve.

— Novidades? – Amberly perguntou – Qual é a novidade? O bostinha criou alguma coisa nova?

— Vocês vão descobrir… – Harry respondeu

Amberly olhou para sua irmã mais velha, que deu de ombros.

O que será que aconteceu com o Dustin que o fez guardar tanto mistério?

O telefone tocou. Natalie parou de comer, se levantando para atender.

— Alô. – Mike falou

— Harry é para você. – Natalie disse

— NÃO! É com você mesma que eu quero falar, Nat. – O Wheeler disse

Natalie franziu o cenho, mandando Harry se sentar.

— Não é com você não, Harry. – Natalie disse – O que quer comigo, Mike? Fez alguma coisa para a El ou para meu irmão?

— Sim! Quer dizer, não! – Ouviu o Mike reclamar – É o Hopper!

— O Hopper? – Natalie perguntou

— Ele me ameaçou! – Mike respondeu

Natalie gargalhou com a resposta, não se conteve com a notícia nova. Sabia que o Jim estava desesperado com a proximidade dos dois mais jovens, mas ameaçar o Mike? Era demais.

— Ele te ameaçou? – Natalie brincou

— Eu tô falando sério, ele quer que eu me afaste da El a todo custo! – Mike exclamou – Tive que mentir para não encontrar com ela.

O sorriso nos lábios de Natalie sumiu.

— Mentiu para a Eleven?

— Disse que minha avó estava doente.

— Você mentiu para ela para não encontrar com ela?

— Sim.

Natalie bufou.

Por que os homens resolviam tudo com mentiras? Custava só falar a verdade?

— Por que não contou a verdade? – Natalie perguntou

— O Hopper me mataria! – Mike respondeu

— É, boa sorte. Se estava com medo de perder ela, pode apostar que vai. Porque eu tenho certeza que ela não vai gostar de saber que mentiu. – Natalie fala

— Não conta para ela! – Pediu Mike

— Não vou contar, mas é bom ir atrás e pedir desculpas, porque eu não vou encobrir você e se machucar ela, eu mesma te mato. – Natalie desligou o telefone

Reggie abriu a boca surpreso.

— Desde quando você ameaça crianças? – o pai perguntou

— Desde que eu conheci o Harry. – Natalie respondeu

Harry jogou a cabeça para o lado, concordando.

— Ela tem um ponto! – Amber diz

— Vocês me odeiam ou o que? – Harry perguntou

— O que. – As duas responderam juntas

— Vou ir trabalhar, até mais tarde família. – Natalie disse, roubando um bacon de sua irmã e saindo correndo

A Goodwin saiu apressada para pegar seu carro no mecânico, demorou alguns minutos até conseguir pegar e pagar ao homem.

Dirigiu até o estacionamento do shopping, o deixando perto da entrada para andar um pouco menos. Não podia negar, trabalhar com público era, no mínimo, estressante.

Estava ficando cansada e tinha quase certeza que suas dores de cabeça diárias vinham daí.

Era por volta das onze horas quando Natalie viu Dustin entrar pela porta do restaurante que trabalhava. Com seu típico boné.

— Dustin! Quanto tempo! – Natalie exclamou

— Oi, Nat! Achei que iria me visitar ontem. – Dustin falou – Tenho novidades.

— Harry contou que teria, está com fome? – Natalie perguntou

Quando o Henderson assentiu, ela comprou um hambúrguer com fritas para ele. Pagando com seu próprio dinheiro, ela o esperou comer enquanto atendia mais pessoas que estavam na fila.

— Isso aqui tá muito bom. – Dustin diz

— Já foi dar um oi para o Steve? – Natalie perguntou – Posso estar errada, mas ele com certeza é um dos que mais sentiu sua falta nesse tempo fora.

— Tô esperando para você vir junto. – Dustin respondeu

— Espera aí, então. – Natalie disse

A garota entrou na cozinha. Indo para um canto afastada, a garota fechou seus olhos usando seus poderes de ilusão para fazer um “clone” de si mesma.

As luzes piscaram por um momento e então pararam. Dustin olhava para a ilusão que estava no balcão do atendimento, até sentir Natalie colocar a mão em seu ombro.

— Vamos. – Sussurrou

— Você…? – Dustin apontou para ela e sua versão ilusionista

— Tenho poderes, no momento você está falando com uma garota ruiva com tranças e olhos verdes. – Natalie diz – Só quem eu quero vê que sou eu, então, vamos logo que eu preciso voltar a trabalhar.

Os dois andaram até o andar debaixo do shopping, ela o levou até a sorveteria. Ficando na porta ao ver ele andar até Robin e Amber.

— Oi, eu sou o Dustin. – O Henderson disse para Robin

— Eu sou a Robin. – A Buckley respondeu

O mais novo se virou para a Goodwin.

— Oi Amber! – Dustin diz

— Dustin. – Amber o cumprimentou

— Ele está aí? – Dustin perguntou

— Ele quem? – Robin perguntou

A porta se abriu quase no mesmo segundo, um Steve sorridente saindo pela porta dos fundos com pulos.

— HENDERSON! – Steve exclamou, ambos os garotos riram animados. Natalie se aproximou de seus quatro amigos, conforme Steve ia até Dustin. – ELE VOLTOU!

— EU VOLTEI! Conseguiu um emprego!
– Dustin falou

— Eu consegui um emprego!

Os dois fizeram o toque especial que inventaram em Dezembro passado. Natalie sorriu animada, assim como Amber. Por mais que a Goodwin mais nova não quisesse admitir, sentia falta do Henderson.

Robin olhou de Steve para Natalie e Amber.

— De quantas crianças vocês são amigos? – Robin perguntou

O sorriso no rosto de Steve e Amber sumiram, Natalie riu.

— Bom, se contar com você… – Natalie provou a Robin, recebendo um revirar de olhos como resposta

— É uma pergunta séria. – Robin falou

— Dustin, Lucas, Harry, Max, Will, Mike e E… Jane. – Natalie contou – Sete. Sete crianças.

— Quem é Jane? – Robin perguntou

— Uma das crianças. – Natalie respondeu, dando de ombros – E as novidades?

— Tem novidades? – Steve perguntou para Dustin

— Tenho muitas coisas a contar para vocês, você vem, Amber? – Dustin perguntou

— Depois você me conta, se Steve sair, eu não posso sair. – Amber respondeu, apontando para a irmã – Seu nariz tá sangrando!

Natalie limpou o nariz com um papel que Robin jogara para ela, enquanto Steve pegava sorvete para Dustin.

O casal de amigos foi com Dustin até o lado de fora da sorveteria.

— Eu tô namorando. – O Henderson falou

— O que? – Natalie perguntou, em choque

— Tá falando sério? – Steve perguntou e Dustin assentiu – Eu ia falar “finalmente” mas considerando que Natalie só foi namorar com dezoito anos, acho que você foi até que cedo.

Natalie deu um tapa no braço de Steve, arrancando uma risada do mesmo. Dustin franziu o cenho com a reação deles, mas logo deu de ombros.

— Montamos várias coisas juntos no acampamento. – Dustin diz

— Perfeita para você. – Natalie concordou com a cabeça

— Não é? – Dustin diz

— E é gata? – Steve perguntou

— Mais gata que a Phoebe Cates. – Dustin respondeu

Steve negou com a cabeça.

— Impossivel! Mais gata que a Phoebe Cates? – O Harrington perguntou – Não.

— E inteligente também.– Dustin respondeu – E ela não liga que minhas pérolas ainda estejam nascendo. Ela disse que é melhor beijar sem dentes.

A careta que Natalie fez a impediu de disfarçar a reação com a fala. Por mais que estivesse feliz com o amigo finalmente dando certo no amor, aquilo era um pouco… Nojento?

Steve a olhou, sem reação.

— Uau, eu tô orgulhoso. Isso é… Legal. Nossa, que legal. Isso é até… romântico. – O Harrington disse

— Bem romântico… – A Goodwin murmurou

Dustin saboreava o sorvete.

— Você pode mesmo comer o quanto quiser? – O Henderson perguntou

— Sim, eu posso só não é muito bom para mim, sabe? Tenho que manter a forma para as meninas. – Steve respondeu

Natalie sorriu.

— E tá funcionando? – Robin perguntou

— Ignora ela. – Steve diz

— Ela parece legal. – Dustin fala

— Ela não é. – O Harrington diz

— Ela é sim. – Natalie concorda com Dustin

— Então, cadê os outros cabeças ocas? – Steve perguntou

— Eles me abandonaram ontem. – Dustin respondeu

Natalie arregalou os olhos surpresa com a resposta.

— Não! – Steve reclamou

— No meu primeiro dia, acredita? – Dustin perguntou

— Até o Harry? – Natalie perguntou

— Ele foi embora com o Will, não quis esperar eu e Suzie conversarmos. – Dustin respondeu – Mike e El foram namorar e Lucas e Max… Não acreditaram em mim quando falei dela.

— Que babacas. – Natalie disse – Por que todos os adolescentes são tão babacas?

— Juro por Deus. – Dustin fala – Mas eles vão se arrepender quando não puderem compartilhar da minha glória.

Natalie fez uma careta, se aproximando do ouvido de Steve.

— A solidão deixou ele maluco de vez. – Sussurrou com os lábios perto do ouvido dele

Com o quase contato, Steve sentiu-se arrepiar. Era bizarro para o Harrington como um simples contato da respiração da garota tão perto de si mexia com ele.

Dustin franziu o cenho.

— Que glória? – Steve perguntou para Dustin, tentando ignorar o arrepio

Dustin se aproximou dos dois.

— Ontem a noite, estava tentando falar com Suzie e… – O Henderson olhou para os lados, abaixando o tom de voz – Eu interceptei uma comunicação secreta russa.

Natalie se afastou um pouco, arregalando os olhos. Como que ele conseguiu interceptar uma comunicação russa? A União Soviética ficava literalmente em outro continente.

— O que? – Steve perguntou

— Eu interceptei uma comunicação secreta russa. – Dustin respondeu, ainda em um sussurro

— Fale mais alto! – Steve pediu

— EU INTERCEPTEI UMA COMUNICAÇÃO SECRETA RUSSA. – Dustin gritou

Natalie olhou em volta, percebendo que o grito do Henderson chamou a atenção de todos a sua volta. Se esforçou para não dar um tapa no rapaz, abrindo um sorriso amarelo para todos.

— É só uma brincadeira nossa! Vocês sabem, né? Crianças. – Natalie diz – Ele interceptou uma comunicação secreta russa e eu uma de Marte! – Ela riu em falso – Desculpa pelo grito tão alto!

A morena se virou para Dustin novamente, fechando a cara.

— Tá maluco em gritar assim? – Ela perguntou, incrédula

— É, foi o que eu pensei que você tinha dito. – Steve resmungou – O que isso significa?

— Significa, Steve. Que nós. – Dustin apontou para si mesmo, Steve, Natalie e Amber – Podemos ser heróis. Verdadeiros heróis americanos.

Natália deu de ombros.

— Nós já somos heróis. – Natalie disse – Salvamos esse lugar duas vezes.

— Mas ninguém sabe disso, salvar o país de russos do mau vai deixar nosso nome marcado na história! – Dustin exclamou

Steve abriu um sorriso, enquanto Natalie ainda estava de cara fechada.

— Gostei. – O Harrington falou

— O que te garante que são malvados? – Natalie perguntou – Pode ser, só uma conversa normal…

— São russos, Natalie. – Dustin respondeu, como se fosse óbvio – Estão em guerra com nosso país.

Natalie riu ironica.

— Não é como se os Estados Unidos fosse santo. – Natalie falou

Dustin a encarou incrédulo com o que ela estava dizendo. Os russos eram claramente os errados naquela guerra, para o garoto. Como ela poderia ter uma opinião diferente daquela?

Steve a encarava também.

— O que está dizendo? – Dustin perguntou

— Estou dizendo que eu não confio mais no governo americano desde que eles me transformaram em um monstro. – Natalie respondeu, séria

O olhar de Dustin disse tudo o que Natalie precisava ouvir para entender que ele a entendia, agora. Era óbvio que ela não confiava no governo por causa do que fizeram com ela, Eleven e todas as crianças no laboratório.

Steve colocou a mão no ombro de Natalie.

— Você não é um monstro. – O Harrington disse

Natalie não o olhou, sabia que aquela negação não era verdadeira. Ela era um monstro. Poderia fazer coisas tão cruéis como o que o devorador de mentes fez no ano anterior.

Só bastava ela querer…

— Se o governo americano consegue fazer coisas tão cruéis com crianças daqui, imagina com a população de fora? – Natalie falou – Fora que nada de bom vem do nacionalismo, o nazismo está aí de prova. Precisamos duvidar do governo algumas vezes, toda história tem dois lados. Não estou falando que a Rússia está certa, só que não podemos colocar ela como vilã quando os dois países atacam o tempo inteiro.

Dustin concordou com a cabeça.

— Mas… Se for algo ruim, podemos nos tornar grandes herói americanos. – Dustin diz – Você vai poder fazer o que quiser na faculdade. – Ele disse para Natalie e se virou para Steve – E você vai poder pegar todas as meninas que quiser e mais.

Natalie revirou os olhos.

— Mais? – Steve perguntou

— Mais.

— Eu gosto de mais… – Steve disse – E aí qual o truque?

— Não tem truque. – Dustin fala – Só quero ajuda.

— Para que? – Steve perguntou

— Traduzir. – Dustin respondeu

Natalie suspirou se levantando da cadeira.

— Posso tentar ajudar depois, mas agora eu tenho que trabalhar. – A Goodwin disse

— Fala sério, Nat! – Dustin reclamou – Quando conseguirmos traduzir, você vai ficar rica, nem vai precisar trabalhar.

Natalie negou com a cabeça.

— Enquanto não conseguirmos isso, eu preciso trabalhar porque sou pobre. – Natalie diz – Daqui uns anos vai entender isso. Tchau Dustin, tchau Popeye.

A garota deu meia volta e andou em direção a escada rolante. Ela voltou ao trabalho, tentando esquecer que o Dustin havia pedido ajuda. Aquilo era loucura.

Se conseguissem traduzir, o que não era uma certeza se iria dar certo, o que iriam fazer? Ir até o governo? Até Hopper? Até o doutor Owens?

Com certeza seriam mortos no meio do caminho.

Passou cerca de uma hora, já era de tarde quando Maxine e Eleven apareceram no restaurante que Natalie estava trabalhando.

Natalie arregalou os olhos surpresa ao ver a morena ali.

— Max? El? – Natalie perguntou – O que estão fazendo aqui? Hopper deixou você sair?

Eleven negou com a cabeça, um sorriso sapeca nos lábios.

— Mike mentiu para ela. Na cara dura! – Max contou – Decidimos sair juntas para nos divertir. Sabe, para animar ela.

— Vem junto com a gente? – Eleven perguntou

Natalie mordeu o lábio inferior pensativa.

— Eu não sei não, o Hopper… – Nat foi interrompida

— Tenho certeza que ele não vai ligar se você estiver junto. – Max falou

Natalie sorriu.

— Vou entrar no horário de almoço, esperem aí. – Natalie pediu

Natalie correu para bater o cartão e saiu da cozinha em seguida, as três garotas saindo andando pelo shopping.

O primeiro lugar que decidiram ir foi na loja de roupas. As roupas que Eleven usava geralmente eram escolhidas por Hopper, a garota queria escolher por si só.

Material girl tocava ao fundo enquanto as três garotas olhavam as roupas expostas e nos cabides. Natalie se aproximou de Eleven enquanto ela olhava uma camisa azul.

— É bem bonita. – Natalie comentou

— Gostou desse? – Max perguntou para a amiga

Eleven fez uma careta.

— Como eu sei se gostei? – A Hopper perguntou

— Experimenta a roupa, vê se ela combinou com você. – Natalie respondeu – Com você, ouviu? Não com Hopper, Mike, Eight, Max ou eu. Com você.

Eleven abriu um grande sorriso. A garota pegou várias roupas pela loja, entrando no vestiário. Ela saia com a roupa, se olhando no espelho.

Max e Natalie sorriam com a menina, que colocou uma boina amarela no meio da cabeça. A Maxine arrumou a boina para a lateral da cabeça das duas.

Enquanto Eleven se trocava novamente, Max correu até uma sessão de roupas e voltou com uma calça boca de sino jeans e uma camisa colorida e a entregou para Natalie experimentar.

A Goodwin riu, esperando Eleven sair com a nova roupa para entrar em seguida. Antes de entrar pôde ver Eleven brincar com o cinto da nova roupa, que fazia um barulho engraçado.

Ao se trocar, Max e Eleven bateram palmas para as roupas que a Mayfield havia escolhido para a Goodwin.

Natalie tirou a roupa em seguida, a deixando separada para comprar depois. Eleven experimentou uma roupa parecida com a primeira, com uma saia.

As garotas rodaram a Eleven na frente do espelho para ela ver o que acontecia quando girava com aquela saia.

Nat segurou a Jane quando a mesma quase caiu. As três garotas com um grande sorriso em seus rostos. A Goodwin pegou uma máquina de fotografar antiga de Jonathan, que o mesmo havia a dado no começo do ano, de dentro da mochila tirando uma foto de Eleven e Max quando ambas experimentaram um óculos de Sol.

Natalie pagou os óculos para as meninas, mas Max não deixou a garota pagar pelas roupas. As três saíram com diversas sacolas.

— Eu tô tão feliz que poderia dar um grito. – Eleven diz

Natalie riu.

— Como assim?

— Gritos felizes. – Eleven diz como se fosse óbvio, Max arregalou os olhos

Pela reação de Max, Natalie entendeu que tipos de gritos Eleven estava falando.

— Não, não faz isso. – Natalie diz – Não é o que você tá pensando…

— Então… – Eleven fez uma careta – O que são gritos felizes?

— De onde você tirou isso, El? – Natalie perguntou

— A Max disse..

— Nada. – Maxine a interrompeu – Só tava jogando conversa fora.

A Goodwin avistou uma loja conhecida pelas garotas que iam até lá.

— Por que não vão tirar algumas fotos? – Natalie perguntou – Eu pago. Entra aí, El. – Eleven e tirou na loja, mas Natalie segurou Max – Gritos felizes? Você e o Lucas…?

— Não! Pode apostar que não! Juro que não! Ainda não. – Max negou – É, só… Billy não é muito discreto quando vai com garotas para casa. Podemos tirar as fotos e não falar mais disso? Obrigada.

Ela entrou com El, as duas se trocaram e começaram a tirar diversas fotos. Chamaram Natalie, fazendo ela se trocar e entrar com elas para tirar foto também.

Em seguida, as garotas foram até uma loja de sapatos. Eleven calçou o salto mais alto que tinha, se equilibrando em Natalie e Max pra tentar andar.

Jane caiu, soltando altas gargalhadas juntamente com Max e Nat. Algumas garotas com a idade parecida com as de Eleven olhou para elas, claramente julgando-as.

Se não estivesse com seu uniforme de trabalho, Natalie com certeza mostraria o dedo do meio para aquelas crianças.

As três voltaram a andar pelo shopping, Natalie comprando um lanche para cada uma delas. Elas comeram, vendo as mesmas garotas que julgaram elas conversando com alguns garotos no meio do shopping.

— Ah, isso vai ser engraçado. – Natalie falou ao ver Eleven a mirando

A Hopper usou seus poderes para fazer o suco na mão de uma delas explodir e molhar todas elas. As três saíram correndo enquanto riam.

— O que eu falei? – Max perguntou para Eleven – A vida é mais que…

— Garotos idiotas. – Eleven concordou

Natalie riu.

— Muito bem. – Natalie disse – Agora eu preciso voltar ao trabalho, então vou deixar vocês. Mas se quiserem tomar sorvete, podem ir lá e pegar o que vocês quiserem. Digam para a Amber ou para o Steve que eu os pago depois.

Elas sorriram.

— Obrigada, Nat. – Eleven disse abraçando a amiga

— Por nada! – Natalie fala – Nos vemos outro dia. Ah e não liguem para os garotos, eles costumam ser bem idiotas, mas eu sei que não é por mal. Pelo menos não eles.

Ela saiu andando de volta para seu serviço.

Na sorveteria, Robin tentava descobrir o código secreto junto com Amber e Dustin enquanto Steve estava no balcão de atendimento.

— Ei, Caramelo! – Amber chamou Steve – Conseguimos a primeira frase.

— E qual é? – o Harrington perguntou

— “A semana é longa”. – A Goodwin respondeu

— Ah… Legal… – Steve se virou, com os sorvetes de Max e Eleven – Aqui um de morango e um de creme com granulado e chantilly extra.

As duas pegaram as casquinhas.

— Obrigada. – Ambas agradeceram

— Natalie falou que te paga depois. – Max avisou

Steve reprimiu um sorriso.

— Claro… – Ele disse, olhando para Eleven em seguida – Sabia que esse sabor é o favorito da Nat? Creme.

— Eu sei, li o diário dela uma vez. – Eleven diz – Ela gosta de sorvete de creme, colares, anéis e acha seu cabelo idiota bonito.

Max riu.

— Meu cabelo idiota? – Steve franziu o cenho – Pera aí, você pode vir ao shopping?

Eleven e Maxine se entreolharam rindo e então saíram correndo da sorveteria.

— Quer trocar? – Max perguntou, ambas trocando de sorvetes

As duas saíram do shopping, encontrando com Mike, Lucas, Will e Harry.

Os quatro conversavam quando Max e Eleven se aproximaram deles.

— Ah, mas que surpresa agradável.  – Max reclamou

Harry colocou a mão em frente a boca, tentando esconder o riso quando Mike derrubou a bicicleta.

Elas tinham descoberto a mentira.

— O que você está fazendo aqui? – Mike perguntou para Eleven

— Nem eu esperava por essa. – Harry disse para Will

Os três estavam discutindo

— Então por que me trata que nem lixo? – Eleven perguntou para Mike logo após perguntar se ele achava que ela era seu bichinho de estimação

— O que? – Mike perguntou

— Disse que sua vó estava doente. – A Hopper respondeu

— Ela tá doente! – Mike disse

— É, super doente. – Lucas afirmou

— É, viemos para fazer compras, não para a gente, mas para ela. Para a vovó. – Mike mentiu

Harry negou com a cabeça.

— E a gente veio comprar um presente para você. – Mike contou – Mas só tenho 3,50 então é difícil.

— É tudo muito caro. – Lucas diz

— Você mente. Por que você mente? – Eleven perguntou, Mike olhou em volta antes de Eleven se aproximar dele – Um pé na sua bunda.

Max e Harry abriram a boca surpresos, antes das garotas darem meia volta e irem até o ônibus que havia acabado de chegar.

Mike ficou parado surpreso de maneira negativa, no estacionamento.

(...)

— Tá, posso ouvir agora? – Natalie perguntou

Ela ouviu o código russo que Dustin havia captado, com uma grande careta no rosto.

— Não entendeu nada, né? – Amber perguntou

— Com certeza não. – Natalie respondeu

— Por isso anotamos no quadro a tradução que conseguimos até agora. – Robin diz

Os cinco foram para a salinha restrita aos funcionários da Scoop Ahoy, vendo a tradução.

“A semana é longa. O gato prateado se alimenta quando o azul e amarelo se encontram no oeste.”

Steve fechou a sorveteria enquanto todos saiam.

— Isso não pode estar certo. – Steve diz

— É, realmente é um código. – Natalie murmurou, entrelaçando seu braço ao do rapaz enquanto andavam – Sem sentido? Talvez para nós, que não sabemos o significado.

“É, eles realmente parecem um casal” ouviu a voz de Eleven.

Ao soltar o braço de Steve, Natalie se virou para trás vendo Eleven parada observando eles. Ela não estava no shoppin, ela estava usando seus poderes.

Assim que Natalie olhou, Eleven sumiu. A Goodwin negou com a cabeça.

— Um código super secreto. – Dustin diz

— Estão forçando a barra. – Steve diz

— Não acho. – Amber falou – Com certeza não diriam “Lance mísseis na casa branca, no pentágono e…” sei lá! “...nas torres gêmeas!”

— Pois é… – Robin concordou

Steve franziu o cenho.

— Vocês três acreditam nisso? – Steve perguntou

— Sim. – Natalie respondeu – Não deixariam tão na cara se não fosse algo secreto, justamente por medo de ser interceptado.

— Minha tradução está certa. – Robin diz – Isso eu tenho certeza.

— Isso confirma o que o Dustin está nos falando o dia todo. – Amber falou – Tem algo a ver com russos do mau.

— É, russos do mau. – Dustin concorda

— E como deciframos o código? – Amber pergunta

— Robin pode traduzir o resto, aí tentamos achar um padrão. – Natalie responde

— Era justamente o que eu ia dizer! – Robin concordou

Natalie parou de andar ao ver Steve perto de um cavalinho que tinha ali iara as crianças subirem em cima.

— O que foi, Popeye? – A Goodwin perguntou, confusa

— Tem uma moeda? – Steve perguntou

— Eu acho que você não cabe em cima desse cavalinho. – Natalie respondeu em tom de piada

Steve negou com a cabeça.

— A música. – O Harrington respondeu simples – Moeda!

Natalie jogou uma moeda em direção ao Steve, os dois se abaixando perto do cavalinho enquanto colocavam a moeda ali.

— Querem ajuda para subir aí, bebês? – Robin brincou

Natalie fez um sinal de silêncio para Robin. A música do cavalinho era reconhecível para ambos.

— Dá pra calarem a boca e escutarem? – Steve perguntou

A Goodwin balançou a cabeça de acordo com o ritmo da música assim que eles ficaram em silêncio, o mesmo da gravação.

— Dustin, a música. – Natalie falou gesticulando com as mãos algumas vezes

O Henderson ligou o gravador novamente. Ali Natalie teve certeza, era a mesma música.

— Não entendi.  – Robin disse

— Nunca achei que diria isso, mas, caramba, Steve! Você é um gênio! – Natalie exclamou

— É a mesma música. – Amber disse em choque

Robin arqueou as sobrancelhas.

— Talvez tenham cavalos assim na Rússia. – A Buckley argumentou

— Um “Indiana Flyer”? – Steve perguntou

— Então, não veio da Rússia? – Amber perguntou

As coisas se tornaram mais preocupantes naquele momento.

— O código não veio da Russia. – Natalie respondeu – Veio daqui.

Os russos estavam em Hawkins.

Por que estavam em Hawkins?

Oi!!! Como estão?

Vi no capítulo anterior muitas ameaças a minha pessoa e não entendi o porquê...

Calma pessoal, o que tá ruim, com certeza vai piorar.

Essa temporada é mais curtinha, mas eu tô conseguindo usar ela para desenvolver os relacionamentos da Natalie que eu não consegui na primeira e na segunda temporada.

Próximo capítulo terá um pouco mais da parte da história do Harry, mas não tanto. Talvez eu coloque algumas cenas dele no yearbook para não ficar confuso aqui.

Beijos, até o próximo capítulo.

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