3.01- BIRTHDAY

Natalie corria de um lado para o outro dentro do próprio quarto. Sua rotina estava completamente insana desde que as aulas, enfim, acabaram e ela conseguiu um novo emprego no shopping da cidade.

Não havia pedido demissão do emprego que tinha na lanchonete, muito pelo contrário. Quando abriram o shopping na cidade, as lojas do centro se fecharam aos poucos.

Natalie penteava seus cabelos com um pente de forma rápida e quase sem agilidade alguma já que a escova de dentes estava parada em sua boca, criando uma ardência em sua própria língua por causa da pasta.

Cuspiu o que estava em sua boca, virando-se em direção a janela ao ouvir um barulho no vidro. Natalie franziu o cenho ao ver Steve Harrington acenando para a mesma.

Usou seus poderes para abrir a janela do seu próprio quarto, terminando de se arrumar enquanto o Harrington entrava no mesmo. Ela se olhava no espelho até ele se aproximar.

— Tem que parar de entrar no meu quarto pela janela. – Natalie falou sem olhar para ele

— Eu sei, mas tenho medo do seu pai. – Steve admitiu

— Ele não morde, Steve. Só late. – Natalie falou – Por que não espera do lado de fora da casa, como uma pessoa normal?

— Por que assim eu não posso fazer o que eu vim fazer. – Steve disse

— O que veio fazer aqui? – Natalie perguntou

Steve parou de andar, Natalie ainda não o olhava.

— Achei que seria legal passar na casa da minha amiga para dar um feliz aniversário para ela. – Steve respondeu

Natalie arregalou os olhos. Ela sabia que era dia 24 de junho, tinha pedido para sair mais cedo do trabalho naquele dia por causa disso.

No entanto, ninguém mais sabia além dela que era a data real de seu aniversário. A morena se virou para o Harrington, vendo que o mesmo segurava um saco de presente.

Não deixou de abrir um largo sorriso.

— Como você descobriu? – Natalie perguntou, um tanto quanto animada

Steve deu um sorriso sem mostrar os dentes.

— Uma gatinha bêbada no Halloween. – Steve respondeu, aproveitando que fora a fantasia da garota para a elogiar nas entrelinhas

Natalie riu, levando as mãos ao rosto enquanto negava com a cabeça.

— Eu não deveria ter te contado a data. – Nat disse, um tanto envergonhada – Te falei muitas coisas?

— Essa foi a única que eu lembrei. – Steve esticou o presente – Pega.

Natalie mordeu o lábio inferior, se mexendo com as mãos para trás de forma animada.

Ela pegou o embrulho das mãos do Steve, praticamente pulando nele para o dar um abraço.

— Não acredito que se deu ao trabalho de comprar um presente para mim. – Natalie falou o soltando

Ela correu até sua cama e se sentou, tirando o papel de presente rapidamente de uma caixa. Steve se aproximou da ponta da cama, sorrindo ao ver a felicidade de Natalie ao tirar o livro de dentro da caixa.

Ela o olhou, seus olhos praticamente brilhando ao levantar ele.

— Carrie! – Natalie exclamou

— É o livro que você me indicou… Naquele dia na biblioteca. – Steve diz – Deixei ele guardado para quando tivesse a oportunidade de te dar ele… Tem mais coisa aí dentro.

Natalie deu um sorriso sapeca.

— Um spray da Farrah Fawcett? – Natalie brincou

Steve negou com a cabeça, Dustin e Harry haviam contado seu segredo para Nat.

— Melhor. – Steve falou

— Uh! Melhor. – Natalie brincou

Ela tirou de dentro da caixa um porta retrato com uma foto de Natalie e Steve na piscina dos Harrington em 1983. A foto que Jonathan tirou minutos depois de Natalie quase se afogar.

A primeira vez que Natalie ficou sem discutir com o Steve, ele passando um ar de tranquilidade enquanto os dois se encaravam perto um do outro. Talvez a amizade deles tivesse começado ali, se ele não tivesse perguntado como ela não sabia nadar.

— Eu pedi a foto para o Jonathan. Ele ainda tinha guardado. Foi uma das únicas que a gente não despedaçou naquele dia. – Steve explicou

Natalie riu.

— É, eu tô tão bonita nessa foto. Nem parece que eu quase morri nesse dia. – Natalie falou

Se forçou a continuar com um sorriso no rosto ao se lembrar que Barbara havia morrido naquele dia, minutos depois dessa foto.

Natalie se levantaria, mas Steve a parou.

— Tem mais uma coisa. – Ele disse

A boca de Natalie se abriu ao ver um colar de pérolas – provavelmente falsas – em um saquinho.

Ela havia comentado com Steve, Robin e sua irmã a alguns meses sobre querer comprar um colar daquele, mas estava sem coragem de gastar. Seu Impala 67 parava no mecânico toda semana, não por culpa dela, mas as peças já estavam velhas e dando defeitos.

Se levantou em um pulo, abraçando Steve.

— Meu Deus, Steve! – Natalie exclamou

Ele deixou a mão direita nas costas da morena.

— É falso… – Steve balbuciou envergonhado

— Você me deu justamente o que eu queria. – Natalie disse empolgada – Deve ter deixado todo seu salário na loja, não precisava…

A voz de Natalie se perdeu, ela estava claramente feliz com o presente. Steve deu um pequeno sorriso.

— Natalie, eu preciso… – Steve foi interrompido por batidas na porta

— Nat? Tá acordada? – Era a voz de Hopper – Quero que tenha uma conversa com Eleven.

Natalie suspirou cansada.

— Encosta naquela parede e fica em silêncio. – Nat pediu ao Steve, apontando a parede da porta

Destrancou a mesma, usando seus poderes para criar a ilusão que não tinha mais ninguém ali com ela.

— Quem tava com você? – Eleven perguntou

— Ninguém. – Natalie respondeu, cruzando os braços – Bom dia… O que estão fazendo aqui a essa hora?

— Precisava sair de casa antes do Mike chegar. – Hopper falou

Natalie olhou para Eleven confusa, que deu de ombros.

— Ele tá doido com o Mike, não sai do pé da Eleven. – Reginald explicou no fim do corredor

— Pode, por favor, explicar para a Eleven que não pode ficar sozinha com um garoto no quarto fechado. – Hopper falou

Natalie segurou um riso nos próprios lábios, olhando disfarçadamente para Steve no canto do quarto que parecia querer rir.

Eleven olhou para dentro do quarto de Natalie, procurando para quem ela estava olhando.

— Hopper, o pai é você. – Natalie falou

— Ela não me escuta! – Hopper diz

— Você quer o que? Que eu fale sobre sexo com ela? – Natalie perguntou

— Não! – Jim respondeu no mesmo momento

Eleven olhou para Natalie.

— O que é sexo? – A mais nova perguntou

A gargalhada de Natalie foi genuína ao ver Hopper ficar desesperado com a pergunta, a ponto de jogar a chave da viatura em cima de sua escrivaninha e levar uma mão a testa.

Eleven parecia confusa ao extremo.

— Não é nada! – Jim disse – Natalie!

A mais velha levou alguns minutos até parar de rir totalmente, se abaixando um pouco até ficar perto de Jane Hopper.

Eleven jogou a cabeça para trás, impaciente.

Mal poderia acreditar no que estava prestes a fazer. Nunca imaginaria que em algum momento da sua vida iria precisar ter um assunto desses com Eleven.

Ela tinha 13 anos, nessa idade Natalie estava fugindo do laboratório.

— Eleven, eu sei que é chato ouvir isso e ficar ouvindo o Hopper reclamando por você querer fechar a porta e ficar sozinha com o Mike no quarto, mas tem que respeitar o que ele está mandando. – Natalie disse – Se ele quer a porta aberta, deixe a porta aberta.

— Por que? – Eleven perguntou

Zero suspirou, olhando para os lados em busca do que falar para a mais nova entender. Seus olhos pararam em Steve, que deu de ombros.

— Bom, Eleven… As vezes… Quando duas pessoas ficam sozinhas em um quarto fechado, elas podem fazer coisas que não são apropriadas a se fazer com a idade que você tem. – Natalie respondeu, de forma embolada

— Coisas inapropriadas?

—É, um menino e uma menina juntos de porta fechada podem… Bem… Eles podem se beijar ou fazer coisas que são apenas para adultos. – Natalie fala – E, acredite, nem Hopper, nem você e nem eu queremos que você faça essas coisas ainda. Então, para sua segurança, é melhor obedecer o Hopper.

Eleven assentiu, um sorriso irônico nos lábios de quem iria esquecer o conselho no minuto seguinte.

— Vou falar com o Harry. – Eleven praticamente ignorou, saindo do quarto de Natalie e descendo as escadas

Natalie negou com a cabeça.

— Obrigado. – Hopper falou

— Não vai adiantar.

— O que?

— Não vai adiantar, nada do que eu falar vai adiantar. – Natalie diz – Proibir só vai dar mais vontade nela de te desobedecer.

— Ah, que ótimo! – Hopper reclamou

— Tenta conversar com os dois e não se preocupar tanto. Se for para ela transar com o Mike…

— Não! Nem brinca com isso!

— Se for para ela fazer isso, vai fazer em qualquer lugar, com a porta aberta ou fechada. Ensina ela ao invés de proibir, Hopper. – Natalie falou

O olhar de desgosto do Jim era visível.

— Você é igualzinha sua mãe. – Jim disse – Vou atrás da Eleven.

E ele andou até as escadas.

Ao sentir o sangue começar a descer pelo seu nariz, fechou a porta, a Goodwin suspirou aliviada. Steve rindo o mais baixo que conseguia enquanto se aproximava dela.

Passou a mão, limpando o sangue que descera pelo seu nariz.

— Então, não se pode ter meninos no quarto? – Steve brincou

Nat revirou os olhos, um sorriso brincalhão no rosto.

— Você invadiu meu quarto.

— Você me escondeu aqui.

Nat andou até Steve, com um suspiro.

— Isso foi apavorante. – Natalie falou

— É, foi uma conversa bem estranha. – Steve concordou

— Coloca estranha nisso. – Natalie diz – Toda semana ele trás a El aqui em busca de conselhos meus, as vezes tô mais perdida que eles.

Steve concordou com a cabeça, molhando os lábios enquanto olhava para Natalie.

— Nat… Já que hoje é seu aniversário, por que nós não saímos para comemorar? – O Harrington perguntou

Natalie assentiu.

— Sim. Ethan e eu vamos no clube mais tarde, quer vir com a gente? – A Goodwin perguntou

O sorriso que Steve tinha no rosto se desfez com a menção do namorado dela.

— Não. Acabei de lembrar que eu preciso trabalhar. – Steve respondeu

Desde o fim das aulas, Steve estava determinado a falar sobre seus sentimentos para Natalie. Mesmo com ela namorando. Não queria esconder para sempre o que sentia por ela.

Não queria continuar a ser só o melhor amigo dela.

Tinha um pouco de esperança dela sentir o mesmo e decidir largar o namorado para ficar com ele. Nunca havia dado certo essa conversa.

Ou eles eram interrompidos, ou ela citava Ethan e tirava a coragem do Harrington.

— Vai dar carona para minha irmã? – Natalie perguntou

— Vou. – Steve respondeu

— Me leva junto? Meu carro tá no mecânico. – Natalie falou

A garota guardou o papel de presente, deixando o livro e a foto em cima da cabeceira e pegando o colar.

— Quando ele não está no mecânico, Nat? – Steve perguntou – Claro que te dou carona.

— Só que vai ter que sair pela janela com cuidado, tem dois policiais na minha casa. – Natalie respondeu

— Tranquilo, sou como um ninja. – Steve brincou

A garota riu, se virando e andando até ele.

— Obrigada de novo, Steve. – Natalie parou em frente a ele com o colar em mãos – Me ajuda a colocar?

Steve assentiu, segurando o colar em mãos. Natalie jogou os cabelos para o lado, os segurando no canto. Ela fechou os olhos conforme ele se aproximava com o colar. Ele não conseguiu evitar dar uma pequena olhada para os lábios da amiga enquanto se aproximava do rosto dela para passar o colar pelo seu pescoço.

Sentiu seu coração latejar mais forte quando seus olhos se encontraram. Natalie com um olhar profundo sobre Steve conforme as respirações de ambos se cruzavam.

Ele fechou o colar, sem desviar seu olhar.

Antes que qualquer um deles pudesse falar alguma coisa, a porta foi aberta:

— Acho que deixei minhas chaves… – os jovens adultos deram um pulo para trás quando Hopper parou de falar – Steve?

— STEVE HARRINGTON? – Ouviram a voz de Reginald no fim do corredor

Hopper cruzou os braços, encarando os jovens de forma séria. Steve fechou os olhos com receio.

— Ah, Reggie! Você vai querer ver isso! – Hopper falou da porta

Amber saiu do próprio quarto ao ouvir o grito do pai, vestia o uniforme da Scoops Ahoy. Começou a rir assim que viu seu pai correndo até o quarto de Nat.

Harry e Eleven subiram em seguida, cochichando uma fofoca.

— O que diabos está acontecendo aqui? – Reggie perguntou

— Pai! Eu posso explicar… – Natalie respondeu

Tanto Natalie quanto Steve estavam vermelhos como os mais maduros tomates. Os risos de Amber e das crianças eram ouvido por todos.

— Eu quero ouvir essa explicação. – Reggie falou ao cruzar os braços

Natalie e Steve trocaram olhares nervosos.

— Então, ela tinha um garoto no quarto enquanto me falava que eu não poderia ter um? – Eleven perguntou

Hopper arregalou os olhos.

— Péssimo exemplo, Natalie. – Jim falou

— Eu sou maior de idade e não é nada do que vocês estão pensando! – Natalie se defendeu

— Não mesmo, a gente… – Steve foi interrompido

— Você não tava namorando com o loiro oxigenado? – Reginald perguntou

— Eu tô namorando com ele! Vocês estão entendendo tudo errado! – Natalie respondeu

— Tá namorando um e beijando outro? – Hopper perguntou, incrédulo

A alma de Reginald pareceu sair e voltar do corpo do homem.

— Eles estavam se beijando? – O pai da Goodwin perguntou

— Não estávamos não! – Steve respondeu quase no mesmo momento

— O Ethan é corno! Eu sabia! – Amber comemorou

— Não nos beijamos. – Natalie falou para Reggie

— Não? – Reggie perguntou

— Não! – Steve e Natalie responderam em uníssono

— Então o que ele está fazendo aqui? – Reginald perguntou

— Eu vim buscar Amber para irmos trabalhar. – Explicou Steve

— No quarto da Natalie? – Reggie implicou

— Parece que o príncipe encantado entrou pela janela errada, hein? – Harry brincou

As risadas de Eleven e Amber aumentaram.

— É e a princesa não está feliz com o drama que acarretou o resgate. – Amberly disse

Natalie revirou os olhos, mirando sua irmã com raiva.

— Cala a boca, Popeye. – Zero falou

— Uh, essa doeu. – Harry disse

— Não fala assim com a sua irmã. – Reggie brigou

— Pai! – Natalie reclamou

— Tudo bem, pai. Eu tava mesmo curiosa para quando isso iria acontecer. – Amber apontou Natalie e Steve

Steve mexeu nos cabelos algumas vezes.

— Não aconteceu nada! – Exclamou o Harrington

— Então, por que invadiu o quarto de Natalie pela janela? – Hopper perguntou, curioso

Natalie estava visivelmente nervosa, tentando encontrar as palavras certas para explicar o que estava acontecendo. Steve, por outro lado, estava claramente desconfortável e parecia procurar uma saída daquela conversa.

Steve olhou para Natalie, ele era o único que sabia a data comemorativa que era dia 24 de junho.

A garota suspirou.

— Steve está aqui, porque…

— Eu comprei um presente para ela e não aguentei esperar até mais tarde para entregar. – O Harrington falou

Harry fez uma careta com a informação, parando de rir. Steve havia sido fofo, não engraçado.

Natalie apontou o colar em seu pescoço.

— Ele estava me ajudando a colocar quando o Hopper chegou, abrindo a porta do meu quarto sem autorização. – Natalie falou

— Por que comprou um presente para ela? – Reggie perguntou

— Porque ela comentou comigo que queria e como eu sou um ótimo amigo, decidi comprar. – Steve respondeu

Eleven riu.

— Ok, isso é  romântico. Steve, você assistiu a quantas comédias românticas para chegar até esse momento? – Amber provocou

— Não era minha intenção parecer romântico, só... – Steve não conseguiu completar o que iria falar, olhando nervoso para Natalie – Eu não pensei direito.

Harry não resistiu à oportunidade de implicar com o Harrington.

— E você pensa? – O Harrison perguntou

— Podem parar, os dois. – Natalie mandou para os irmãos

— Eu ia gostar do Mike entrar pela janela. – Eleven diz

— Não ia não. – Hopper negou

— Ah, o Dustin vai adorar saber disso aqui quando voltar. – Harry disse empolgado

Natalie negou com a cabeça.

— Pai, eu prometo que não há nada acontecendo entre nós. Eu namoro, você sabe. – Natalie diz – Steve é meu amigo, e ele só estava me dando um presente, nada demais.

Reggie negou com a cabeça.

— Tudo bem, eu vou fingir que isso aqui nunca aconteceu para preservar o resto de saúde que eu ainda tenho. – Reginald falou – Vamos tomar café. Você vem, Harrington?

— Vou.

Ele parou Steve quando o mesmo deu um passo a frente.

— Sai por onde entrou, depois abro a porta para você. – Reggie disse

— Pai! – Natalie reclamou

— Se ele entrou, consegue sair. – Reggie diz – Vocês têm cinco minutos para aparecer lá embaixo.

Os mais velhos desceram com Eleven e Harry, deixando Natalie, Steve e Amber para trás. A mais nova deu um sorriso.

— E então, Steve, você planejou subir pela trepadeira ou estava apenas esperando a janela estar aberta? – Amber provocou

— Vai tomar no cu. – Natalie xingou

Amber saiu correndo até seu quarto.

— Não se esqueça da escada da próxima vez, viu?

Natalie negou com a cabeça quando ela fechou a porta do próprio quarto.

— Desculpa por isso. – Natalie falou

— Tudo bem. – Steve andou até a janela

— Consegue mesmo descer por aí ou quer que eu use meus poderes? – Natalie perguntou

— Eu consigo, como disse, sou um ninja. – Steve brincou com a situação

Ele passou para o outro lado da janela.

— Te vejo lá embaixo. – Natalie disse

(...)

Natalie e Amber andavam juntas pela área de serviço do shopping, a mais nova acompanhava Zero até o banheiro onde iria se trocar para ir trabalhar.

— Mas vocês…

— Eu não trai ninguém. – Natalie disse

— Eu não te culparia se tivesse traído. – Amber falou – Principalmente porque é com o Steve e ele é bem mais bonito que o Ethan.

Natalie revirou os olhos.

— Não fala assim! – Natalie falou em tom de repúdio – Nem de homem você gosta, não sei do que você tá falando de beleza deles…

— Eu sou lésbica, não cega. – Amber disse – Fora que foi muito romântico isso de entrar para a janela para te dar um presente, não acha?

A mais velha deu de ombros.

— Foi um gesto de amigo. – Natalie disse

Amberly riu.

— Natalie, você tem que acordar para a vida. – Amber falou – Que homem que só vê a garota como amiga invade o quarto dela em uma manhã para dar um presente sem ser uma data importante?

Natalie jogou a cabeça para trás.

— O Steve.

— E quantas vezes o Ethan te deu algum presente que você falou que queria comprar? – Amber perguntou

Natalie entrou na cabine do banheiro, bufando enquanto se trocava. Amber ficou do outro lado da porta.

— Ethan não é um namorado ruim, se é o que está tentando dizer, ok? – Natalie disse – Vamos sair hoje a tarde.

Amber deu de ombros.

— Quem tem que saber se ele é um bom namorado é você. – Amberly falou ]m– Tá dando meu horário, eu preciso ir.

— Beleza, eu passo lá na Scoops depois. – Natalie falou

Amber riu, lembrando das escapadas que a irmã dava do restaurante que trabalhava, deixando um clone feito pelos seu poderes lá e descendo para ficar conversando com seus amigos.

Robin nunca entendeu como ela continuava a ter um emprego se ficava mais lá com eles do que no restaurante.

— Até depois. – Amberly falou

Foram horas de trabalho pela manhã, o shopping era novidade na cidade, então estava desde a hora da abertura completamente lotado. Natalie agradeceria a Deus (se acreditasse nele) por ter horas em haver e poder sair do restaurante mais cedo.

Assim que deu a hora do almoço, Natalie bateu o cartão e se trocou no banheiro do shopping. Quando saiu de dentro do local, organizando as roupas em sua mochila, sorriu ao ver Ethan.

— Oi amor. – Ethan falou enquanto se aproximava

— Oi! – Natalie o cumprimentou, o puxando para um rápido beijo – Veio de moto ou de carro?

— Carro. – Ethan disse

— Aí, graças a Deus! Preciso esticar as pernas. – Nat disse

— Esse lugar tá lotado, ein. – Ele falou, passando o braço pelo ombro da garota

— Sempre está, tô ficando acabada. – Natalie admitiu

Ethan riu, a olhando com admiração.

— Não, você está linda. – Ethan falou

Nat sorriu envergonhada.

— Obrigada, você também não é de se jogar fora. – Brincou a garota

— Vou levar isso como elogio. – Ethan falou

— É o máximo que vai conseguir vindo de mim. – Nat disse brincalhona

— Ainda assim, ouvir que não sou de se jogar fora da garota mais linda do país, é um motivo para me orgulhar. – Ethan falou com um sorriso bobo no rosto

Pararam em frente ao carro do loiro, ele abriu a porta do passageiro e fechou assim que Natalie se sentou. Dando a volta e entrando.

Ele dirigiu até o clube de Hawkins. As pessoas que não estavam no ar condicionado do shopping, estavam lá, aproveitando a piscina. A maioria crianças.

Natalie vestiu o biquíni e iria pegar Sol. Não iria se arriscar em entrar na piscina, já que não sabia nadar. Não arriscaria de novo.

Depois da aula experimental de natação que teve com o Hargrove, o que relembrou a ela o porque ela o odiava, ela decidiu continuar sem saber nada. Afinal, para que ela precisaria aprender aquilo se em Hawkins só tinha um rio que ninguém podia entrar para nadar?

Ethan e ela andavam pelo clube de mãos dadas até Karen aparecer com Holly.

— Oi Nat, quanto tempo! – Karen Wheeler falou

— Oi tia Karen. Oi Holly, adorei as bóias. – Natalie disse abraçando a criança

— Obrigada. – a mais nova falou

— Ela ainda não aprendeu a nadar, logo logo não precisará mais delas. – Karen diz – Por que não vai brincar, filha?

Holly assentiu, saindo a procura de suas amigas. Natalie sorriu ao ver a criança.

— Eu amo crianças. – Natalie fala

— Ela te adora também. O Mike também. – Karen fala – Como você está? Não te vi mais lá em casa.

— Eu tô sem tempo para ir lá. Imagino que Nancy também, mas nós encontramos toda semana lá em casa. – Natalie falou

— Que bom. Como tá o namoro? – Karen perguntou

Natalie sorriu, olhando para Ethan que parecia desconfortável em estar socializando com outra pessoa.

— Está ótimo, não poderia estar com alguém melhor. – Natalie disse

Karen olhou para o loiro.

— Valorize ela, viu? É uma boa pessoa. – Karen disse – Nancy não sai da casa de Jonathan, parece que nasceram grudados.

— Eu imagino. – Natalie comentou – Eles se amam muito. Muito mesmo!

Karen riu, assentindo.

— Foi muito bom te ver, querida. Assim que se encontrar com a sua mãe, fale pra ela que estou com saudades, tudo bem?

A Goodwin assentiu, vendo Karen se distanciar. Ethan segurou um riso.

— Constrangedor. – Ethan falou.

— O que?

— Encontrar amigos dos pais na rua e ter que conversar. – Ethan disse

— É, pois é. – Natalie concordou

Ela não achava ruim conversar com os adultos, muito pelo contrário. Mas não queria causar intriga, estava feliz com o próprio aniversário.

Os dois ficaram conversando em cadeiras por alguns minutos, até Natalie ver Holly correndo ao redor da piscina. Sem as bóias.

Nat tirou os óculos escuros que usava.

— Karen não disse que a Holly não sabia nadar? – Natalie perguntou

Antes que Ethan pudesse responder, a criança caiu na parte funda da piscina comunitária. Natalie se levantou, correndo em direção à piscina. Seu namorado foi mais rápido, passando por ela e pulando na água. Puxando Holly para cima.

Nat tirou Holly da água a colocando no chão.

— Você está bem? – Natalie perguntou, a garota concordou – Você nos assustou! Não fique correndo ao redor da piscina sem suas bóias! Cadê a sua mãe?

Holly se levantou, andando rapidamente até Karen do outro lado da piscina. A mãe de Nancy não tirava seus olhos do salva vidas.

Natalie negou com a cabeça com o desdém de Billy sobre a situação. Provavelmente ele nem viu Holly cair, já que secava Karen com os olhos sem nem tentar disfarçar.

— Babaca. – Natalie reclamou se virando para seu namorado em seguida

— Me ajuda a sair? – Perguntou Ethan com um sorriso no rosto

— Claro. – Natalie segurou o braço do loiro, sendo puxada para dentro da piscina. Ela sentiu seu corpo mergulhar, antes de Ethan segurar sua cintura a deixando com parte do corpo para fora da água. Ela riu. – Você endoidou? Eu não sei nadar!

— Eu sei, mas estou aqui para te segurar. – Ethan disse com um sorriso

Natalie sorriu, não perdendo a oportunidade de dar um beijo caloroso no rapaz. Nem a água da piscina poderia apagar a faísca de paixão que existia ali.

O apito de Billy foi ouvido.

— SEM PEGAÇÃO NA PISCINA! – Ela ouviu o grito do Hargrove

Ela riu enquanto parava de beijar Ethan. Parecia que tudo em Hawkins depois de muito tempo.

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