2.14- JUNKYARD

A noite caiu sobre os céus de Hawkins. Natalie estava com as crianças dentro do ônibus, com as paredes forradas com mais metais, para proteger todos eles. Fazia algum tempo que estava ali.

Não fazia ideia de que horas eram, mas sentia que estavam a muito tempo ali. O suor caia por sua testa, seus pés batiam contra o chão enquanto Natalie sentia suas mãos tremerem.

A ansiedade com o que poderia acontecer ao atrair dois demogorgons para um lugar cheio de crianças não deixava Natalie relaxar, sentia seu estômago revirar com a possibilidade de perder as crianças.

Sabia que se os mandassem embora com Steve, não iriam deixar ela sozinha. Nenhum deles iria. O que era irônico, porque ano passado todos ali – com excessão de Maxine Mayfield – a deixaram de fora no ano anterior. As crianças esconderam sobre o Mundo Invertido com medo dela se virar contra ele e Steve Harrington… Ele era um grande idiota, nem se ele soubesse e quisesse falar sobre isso com Natalie, ela iria querer falar com ele.

Nunca iria imaginar que passaria uma noite de domingo em um novembro frio em um ônibus com diversas crianças e com Steve. Isso seria um pesadelo para a antiga Natalie.

Não deixou de sentir certa culpa por aquilo estar acontecendo. Não conseguira mandar Steve de volta para casa quando ele aparecer na residência dos Byers, ele só havia se envolvido naquela confusão por ela não ter tirado ele da casa.

— Enfrentaram um desses antes? – Maxine perguntou, curiosa sobre as coisas que Lucas havia a contado

Steve estava sentado no chão do ônibus, brincando com o isqueiro.

— Enfrentamos. – Harry diz

— E sua irmã lutou com ele usando os poderes? – Max perguntou olhando diretamente para a morena, que assentiu – Por que fazer uma armadilha assim se pode "usar seus poderes"?

Natalie riu sem humor, claramente Maxine não acreditava em suas palavras. Apontou para o curativo sujo de sangue seco em seu braço.

— Meus poderes não funcionam direito quando estou cansada ou quando uso eles demais. – Natalie respondeu

— É e agora são dois. – Harry completamentou

Mesmo com a resposta, não deixou de fazer a mesma pergunta para si mesma. Arrastou todos eles para essa confusão, quando poderia fazer sozinha e parar eles com seus poderes. Seria fácil, certo?

Eram só dois…

— E vocês tem certeza absoluta que não era um urso? – Max perguntou novamente

Natalie entendeu que a paciência de Dustin chegou ao fim com a pergunta, quando ele encarou a ruiva com raiva.

— Merda, não seja idiota, ok? Não era um urso! – Dustin respondeu grosseiramente – Por que está aqui se não acredita em nós? Vá para casa.

Com a grosseria que ele a respondeu, claramente não foi só impaciência. Considerando os conselhos amorosos de Steve, fingir não se importar poderia ser comparado a aquilo.

Natalie fechou a cara quase no mesmo instante. Suas sobrancelhas franzidas enquanto encarava Dustin, irritada. Seus conselhos não valeram de nada para o rapaz? Era quase óbvio que aquela atitude só iria afastar mais Maxine.

Não era uma informação fácil de acreditar, Maxine estava no direito de fazer quantas perguntas quisessem, por mais bobas que fossem. Também tinha outro fator a colocar em jogo: estavam prestes a enfrentar uma coisa que poderia muito bem tirar a vida deles e Dustin estava tratando mal a garota. Considerando que aquela poderia ser sua última interação com Maxine, ele estava sendo muito rude.

A ruiva olhou para a Natalie incrédula, que abriu a boca sem saber o que falar. Levantando uma mão e dando de ombros.

— Credo, alguém tá de mal humor. – Maxine debochou, andando em direção as escadas, lugar que dava acesso para a parte de cima do ônibus onde Lucas estava olhando em volta – Passou do horário de dormir?

Ela subiu as escadas. Harrison bateu uma mão contra a própria testa, sabendo a burrada que Dustin havia feito. Pela reação da Max, se ele tinha alguma chance de ficar com ela, as chances se diminuíram para um total de zero.

Natalie negou com a cabeça, enquanto encarava Dustin. Ela cruzou os braços, se levantando.

— Isso, mostra para ela que você não liga. – Steve apoiou Dustin, ainda sentado, um sorriso de lado sendo visível em seu rosto

— Eu não ligo. – Dustin falou, Steve piscou para o garoto percebendo que ele estava seguindo seus conselhos – Por que tá piscando, Steve? Para! Eu realmente não ligo.

— Mas deveria ligar porque você está sendo o maior babaca! – Natalie falou

Os três a olharam.

— Verdade. – Harry a apoiou

Dustin encarou Harry por um segundo, seus olhos dizendo um visível "Fala sério!".

— Onde já se viu tratar a garota assim? – Natalie perguntou – Qual é! Você é idiota?

— Natalie… – Dustin foi interrompido

— Não pode tratar ela mal só porque ela não sente o mesmo por você!  – Natalie diz – E se você estiver seguindo algum conselho ridículo do Steve… Me perdoe, mas isso é muita burrice! Principalmente para você, Henderson! Você é tão inteligente e tá caindo nesses conselhos horríveis do Harrington? Você tá afastando a menina, ao invés de demonstrar interesse. Eu não vou julgar ela se ela decidir cortar laços com você de uma vez!

— Desinteresse costuma dar certo, Esquentadinha. – Steve diz

Natalie riu com ironia. Ela estava claramente nervosa quando olhou para Steve.

— Só você acha isso, meu querido. – Natalie ironizou

— As meninas ficam loucas…

— Isso não da certo.

— Causa bem mais excitação.

— É ridículo.

O Harrington negou com a cabeça.

— Acho que eu tenho mais experiência em conquistar garotas que você, Natalie. – Steve diz

Natalie não conteve o riso debochado que saiu de seus lábios.

— Quer saber mais que eu, Harrington? – Natalie perguntou – Sou literalmente uma garota, caso ainda não tenha percebido.

— Pode acreditar, eu percebi. E… Você é diferente. – Steve respondeu com desdém

— Não me vem com essa de "você é diferente das outras garotas" porque só o que eu tenho de diferente são os poderes. – Natalie diz – Você só tá sendo babaca ao tratar a garota com desdém.

—  Já fiquei com muitas meninas para saber disso, Nat. – Steve disse – Sempre dá certo.

Natalie revirou os olhos.

— É, deu muito certo com a Nancy mesmo. – Rebateu Natalie irritada

Um silêncio se estabeleceu no local, Natalie mordendo o lábio inferior ao perceber o que havia acabado de falar. Steve desviou o olhar, claramente havia atingido seu ponto fraco.

Dustin olhava para os dois, Harry olhava pela janela. Um climão se fez presente dentro do ônibus.

— Peguei pesado, foi mal. – Foi a única coisa que Natalie conseguiu formular como um pedido de desculpas

— É… Climão. – Harry murmurou

Natalie limpou a própria garganta, desviando o olhar de Steve para a janela. Sua perna voltando a balançar, demonstrando a grande ansiedade que invadia seu peito.

— Estão demorando demais. – Natalie disse, de repente ficando inquieta

Steve se levantou ao perceber a garota se aproximar da porta do ônibus.

— Nat? – Harry perguntou, confuso

— O que você está fazendo? – Steve perguntou

Ela parou perto da porta, olhando para o Harrington.

— Vou chamar a atenção deles, se preparem para jogar o fogo quando eles aparecerem. – Natalie disse, Steve segurou seu braço quando iria abrir a porta – Precisamos atrair eles logo, não podemos ficar aqui a noite inteira e acho que ele gostou de mim.

Ele não a soltou.

— Tá brincando? Sair agora é quase um suicídio. – Steve falou

— Eu tenho poderes. – Argumentou Natalie

— Isso não te impede de ser morta. – Steve rebateu

— Não podemos ficar aqui esperando eles aparecerem por espontânea vontade, sabemos que eles são atraídos por sangue. É só eu tirar o curativo. – Natalie explicou

— É perigoso. – Steve disse

— Eu preciso fazer isso. – Natalie falou

— Não custa nada esperar mais um pouco.

— Claro que custa! Imagina só quantas pessoas podem morrer com eles a solta! Quantas pessoas que não tem nada a ver com isso!

— Você pode se tornar uma delas.

— Eu tenho que ir lá fazer alguma coisa, não posso ficar sentada esperando, Harrington!

Steve negou com a cabeça fechando os olhos e os abrindo quase no mesmo momento.

Ele largou o braço de Natalie, dando alguns passos para trás.

— Quer saber? Quer ir lá fora? Pode ir! Quer sair do ônibus e se suicidar assim? Vai! Não é problema meu. – Steve voltou a se sentar no chão – Eu não estou nem aí.

Natalie abriu a boca, sua voz quase falhando por um momento. Era como se algo tivesse apertando o fundo de sua garganta, uma extrema decepção tomando conta de seu corpo ao ouvir o que o Harrington dissera.

— Ótimo! – A Goodwin disse, sem demonstrar a clara decepção que invadia seu peito

Steve a olhou, escondendo a preocupação que era visível em seu olhar.

— Ótimo… – Ele murmurou, se arrependendo quase no mesmo momento de deixar Natalie sair

A Goodwin abriu a porta, olhando para as crianças.

— Fiquem atentos. – Natalie disse

Fechou a porta com seus poderes, cuidando para não pisar na gasolina. A última coisa que queria era ser explodida junto dos demogorgons.

Olhou para cima do ônibus, onde Lucas e Max olhavam confusos para a garota fora do ônibus.

— O que ela tá fazendo? – Ouviu a voz de Lucas perguntar, Max dando de ombros dem seguida

— Assim que virem uma daquelas coisas se aproximando, entrem no ônibus! – Natalie mandou

— Por que você tá aí fora? – Lucas perguntou em seguida, não obtendo resposta – Nat!

Ele foi ignorado.

Natalie se afastou um pouco do ônibus, fechando os olhos assim que começou a desfazer o curativo em seu braço. O sangue seco grudado no esparadrapo foi puxado junto com o curativo, acarretando em uma dor quase imediata ao fazer o ferimento voltar a sangrar.

A menina olhou ao redor, esperando as criaturas reaparecerem.

Tanto Harry quanto Steve olhavam pela janela do ônibus com preocupação. A confiança que Natalie tinha em sobreviver não fora passada para nenhum dos dois, que temiam que algo acontecesse com ela.

Dustin olhou de Natalie para Steve, abrindo a boca um tanto surpreso.

— Saquei o que tá rolando! – Dustin exclamou animado

O Harrington fez uma careta.

— Do que você tá falando? – Steve perguntou

— Você tá afim da Natalie. – Dustin respondeu com obviedade na voz

Steve arregalou os olhos.

— O que? Claro que não! – O Harrington negou – Enlouqueceu, pirralho?

— "Vai! Não é problema meu. Eu não estou nem aí!" – Dustin repetiu as palavras de Steve – Claramente um flerte!

— É, só que deu errado porque ela foi e agora você não para de a olhar com medo de perder ela. – Harry disse

Ele não saia de perto da janela, focado no que sua irmã estava fazendo.

— Isso não tem nada a ver! – Steve disse para os garotos

— Você tá fingindo que não se importa mesmo se importando! Faz parte dos seus conselhos amorosos! Você tá afim dela! – Dustin disse, batendo uma palma de forma alegre

— Não seja idiota, Dustin. Eu não estou afim dela. Só não achei que ela fosse burra o suficiente de ir lá fora com aquelas coisas a solta..  – Steve parou de falar de repente, olhando para o lado de fora

O braço da garota sangrando atrairia os demogorgons até ali, assim como ela, achou que aquilo aconteceria mais rápido.

— Estão vendo eles? – Harrison perguntou com a voz mais alta que o normal

— Não! – Lucas respondeu da parte de cima – Espere, tô vendo eles! Estão juntos! A esquerda!

Steve voltou a olhar a janela.

— Tá vendo ele? – Dustin perguntou

— Não. – Steve respondeu

Natalie olhou em volta, em específico para a esquerda. Sabia que eles estavam por ali, Lucas havia acabado de falar. Por que não iam até ela?

— Por que vocês não mordem a isca? – Natalie perguntou em um tom baixo

Dustin notou a inquietação de Steve quando ele pegou o taco com pregos.

— Não estão caindo na armadilha. – Harry reclamou – Será que não estão com fome?

— Talvez eles tenham enjoado de comer sempre do mesmo. – Steve diz indo até a porta

— Steve, o que está fazendo? – Dustin perguntou confuso

O garoto de cabeleira extravagante entregou o isqueiro para Dustin.

— Se preparem. – Alertou o Harrington antes de sair do ônibus

Max desceu para o andar debaixo, olhando Steve pela janela.

— O que ele está fazendo?

— Variando o cardápio.

Natalie ergueu uma mão, esperando para usar seus poderes contra o Demogorgon que ainda não aparecera quando Steve surgiu ao seu lado.

Uma pequena careta apareceu em seu rosto.

— Achei que não estava nem aí. – Natalie ironizou

— Eu também achei que não… – Steve resmungou

— O que veio fazer aqui fora? – a Goodwin perguntou

— Mudar um pouco o cardápio deles. – O Harrington respondeu – Talvez tenham enjoado de vaca.

Natalie riu com ironia, tentando aliviar a tensão que estava presa em si mesma

— Está me chamando de vaca, Harrington? – Ela ironizou, usando a fala do garoto para implicar com ele

Steve arregalou os olhos quase no mesmo instante, percebendo o que Natalie poderia entender com sua frase.

— Não foi isso que eu quis dizer! – Steve se defendeu

— Eu tô brincando, entendi que eles podem não me querer mais por já terem… levado um pedaço. – Natalie disse de maneira nervosa, a sombra de dois animais grandes como cachorros aparecendo pela neblina – Psi, Psi… – Natalie o chamou como se fosse um animal doméstico, estalando os dedos

— Vem amigão, hora do jantar. – Steve disse, segurando o taco com firmeza

Natalie sentia seu pulmão indo para cima e para baixo conforme sua respiração ficava mais tensa com os animais se aproximando.

Não estava com medo de se machucar, estava com medo que machucassem as crianças dentro daquele ônibus. Que machucassem o garoto que estava com um taco cheio de pregos ao seu lado.

— Eu pego o Dart e você o outro. – Natalie sussurrou

— Qual é qual?

— Não faço ideia.

— NAT! STEVE! CUIDADO! – Lucas gritou da parte superior do ônibus

— ENTRA NO ÔNIBUS, LUCAS! – Natalie mandou virando um pouco o rosto para observar o Sinclair

Nesse momento ela percebeu o porquê dele pedir para tomarem cuidado. Mais Demogorgons em fase de crescimento apareceram no local, por outras direções.

Harry levou a mão a boca, com medo do que poderia acontecer.

— Merda! – Natalie exclamou, olhando em sua volta

Sem perder tempo, usou seus poderes para levantar o Demogorgon que lhe atacara anteriormente. Jogando outro para trás, Steve se preparava para bater em Dart, quando mais um deles apareceu.

Natalie usava seus poderes contra as criaturas. Virou a mão, seu nariz sangrando, o pescoço de um deles se partiu ao meio. Antes de morrer, o Demogorgon chiou, um barulho agonizante que chamou a atenção daqueles que os cercavam.

Natalie parou três Demogorgons com seus poderes, suas sobrancelhas para baixo, canalizando sua raiva e seu medo para usar seus poderes. Não viu que um se aproximou dela, correndo como um lobo selvagem. Olhou para o lado quando ele pulou em sua direção.

O taco de Steve acertou-o em cheio antes que pudesse encostar em Natalie. A morena soltou a respiração que nem ao menos sabia que estava prendendo, olhando para Steve aliviada.

— Você tá bem? – Ele perguntou

— Déjà vu. – Natalie respondeu

Não deixou de se lembrar de quando Steve fez a mesma coisa na casa dos Byers no ano anterior, se não precisasse correr para longe naquele momento, com certeza sorriria para o Harrington.

Eram muitos Demogorgons para se lutar, mesmo com seus poderes e com o taco de Steve, não conseguiriam deter todos eles.

Estariam mortos em menos tempo do que imaginavam, caso não entrassem no ônibus. Steve pulou por cima de um capô de um carro, enquanto Natalie correu para o lado oposto. Quanto mais conseguia se concentrar, mais morriam com seus poderes. Quanto mais morriam, mais apareciam.

As crianças gritavam da porta do ônibus, percebendo o que estaria prestes a acontecer com o casal se ficassem lá fora por mais tempo. Natalie não reparava muito em Steve ou sem sua luta, sua cabeça a convencia que se ele não estivesse gritando de terror estaria bem.

Fora derrubada por um demogorgon, que subiu em cima dela. A baba de sua boca quase caindo em Natalie com as garras fincadas em seus dois braços, a garota se concentrou, jogando-o para cima. Natalie pegou um metal qualquer, quebrado e enferrujado e o espetou na cabeça do demogorgon assim que ele caiu de bruços no chão.

Seu sangue espirrou para todos os lados, sujando parte das pernas e braços da garota. Ela jogou o metal para longe, o chiado de agonia que o animal soltou, atraindo a atenção de seus irmãos.

Natalie estendeu uma mão, fazendo com que um carro levitasse e fosse jogado em cima de três Demogorgons ao mesmo tempo. Abaixou assim que percebeu uma das criaturas pulando em sua direção. Mais uma vez a mesma coisa, ao se levantar, estava pronta para ser atacada mais uma vez quando sentiu uma mão puxar seu pulso e foi praticamente arrastada para dentro do ônibus.

Fora jogada dentro do ônibus pelo Harrington, caindo sentada no chão do automóvel, percebendo que mais Demogorgons apareciam. Steve entrou em seguida, Natalie fechando a porta do ônibus com seus poderes. A porta não fora o suficiente, os demogorgons tentavam entrar do mesmo jeito, as barricadas tremiam e eram furadas pelas garras das criaturas.

Steve segurava a placa em frente a porta, o terror no olhar das crianças era visível.

— Será que eles tem Raiva? – Max perguntou amedrontada

Natalie não se permitiu rir da fala da garota, estava desesperada demais. Seu plano havia dado errado, as crianças estavam em perigo.

— Eles não podem entrar, não podem! – Lucas falava

— Vamos todos morrer. – Harry reclamou

Dustin pegou seu Walkman.

— Tem alguém aí? Mike? Will? Amber? Alguém? – Dustin perguntou, as garras perfurando outros lados do ônibus – Merda! Estamos no ferro-velho e vamos morrer!

Max foi para a parte de trás do ônibus, levantando o olhar para a saída onde a escada estava. Um grito de horror saiu da boca da garota ao ver a criatura com a cabeça aberta como uma flor no local.

— MAX! – A morena gritou

Natalie correu até lá no mesmo momento, seus poderes sendo usados para derrubar o Demogorgon do ônibus. Ela subiu as escadas.

— NATALIE? – Steve gritou

— Natalie, o que você tá fazendo? – Dustin perguntou

Mesmo com gritos de protestos vindo das crianças e do Steve, ela subiu. Ficando com parte do corpo para fora, vendo a parte de cima do ônibus. Natalie ergueu dois demogorgons, quebrando todos os ossos que conseguiu de ambos e os jogando para trás.

Ficou pendurada quando o ônibus sacudiu de forma violenta, seus braços apoiados no teto do ônibus e suas pernas sem alcançar as escadas, já que não a procurava com o olhar. Um Demogorgon subiu no ônibus, andando em sua direção prestes a atacar.

Os segundos seguintes pareceram passar como horas para Natalie, quando seu ato em meio a uma situação desesperada foi gritar:

— PARA TRÁS!

Franziu o cenho confusa, sua respiração ficando mais acelerada ao perceber que o Demogorgon parou de andar a sua direção, dando alguns passos para trás.

Ele a obedeceu.

Nat o jogou para fora do ônibus, localizando a escada e descendo o mais rápido que conseguiu. O ônibus continuava a balançar com força, uma ilusão aparecendo no teto do ônibus como se ele fosse totalmente fechado.

Deu um pulo para o meio do ônibus quando a garra de um dos demogorgons quase acertou seu tornozelo. Natalie pisou nessa garra, fazendo-o fazer um barulho de dor.

O ônibus parou de balançar de repente, Harry correu até uma janela, vendo os demogorgons correndo pra longe.

— Você assustou eles! – Harry exclamou animado

— Não acho que tenha sido isso… – Natalie falou

Eles começaram a sair do ônibus.

— Então o que houve? – Lucas perguntou

Natalie deu de ombros.

— Steve os assustou? – Dustin perguntou

— Com certeza não foi isso. – Respondeu a morena

— Estão indo a algum lugar. – Steve disse

O olhar de Natalie se encontrou com o de Steve, os dois com o mesmo pensamento na cabeça:

Seguir aquelas coisas.

— Meu Deus, você tá sangrando. – Maxine disse ao olhar para os braços de Natalie

A morena franziu o cenho, olhando para seu braço que anteriormente estivera com um curativo. Além da mordida, alguns furos e arranhões feito pelos demogorgons eram visíveis.

— Merda… – Natalie reclamou

Provavelmente iria precisar de pontos naquele lugar, gemeu de frustração só de pensar em mais gastos que teria com o hospital.

— É melhor te levar para o hospital. – Max disse

— Não, temos coisas mais importantes a fazer agora e a menos que conheçam algum hospital solidário o suficiente para não me cobrar para passar, não tenho como ir até ele. – Natalie falou

— Você tá com uns machucados feios. – Lucas falou – Tem certeza que não quer ir pro hospital?

— E eu vou explicar isso como? – Natalie perguntou – Fui atacada por demogorgons, não posso chegar lá e exigir que me atendam sem uma explicação. Além de tudo eu sou pobre, agora vamos voltar ao que importa!

Ela mexia os braços rapidamente, como se estivesse completamente bem.

— Você não ta com dor? – Max perguntou confusa

Harry olhava preocupado.

— Provavelmente o excesso de adrenalina no corpo dela tá impedindo ela de ter dor nesse momento. – Harry explicou – Nat só vai sentir dor quando o corpo parar.

— Então é melhor não pararmos tão cedo. – Natalie murmurou

A morena deu alguns passos a frente.

— O que fazemos agora? – Max perguntou

Natalie ignorou a pergunta, tomando a frente e indo em direção aos trilhos de trem. Uma forma de andar pela floresta, sem se perder e tentar localizar os demogorgons.

— Vamos atrás dela. – Steve respondeu

Oiii, faz tempo que não apareço com notas finais por aqui, mas hoje decidi aparecer por alguns motivos específicos...

Hoje é meu aniversário!!!

Meus planos eram fazer uma maratona, mas isso nunca dá certo porque as pessoas ficam com preguiça de comentar e acaba com meu engajamento, então fiquem felizes com a atualização de hoje, porque era para eu demorar mais algum tempo para atualizar. Inicialmente eu só ia lançar mais uma atualização quando terminasse de escrever a segunda temporada nos meus rascunhos.

Quem quiser ler mais sobre a Natalie, tenho um livro de Oneshot canons e headcanons no meu perfil chamado “YEARBOOK”!

Além disso, no perfil da bossyladies tem um super crossover entre, em modéstia parte, as três melhores fanfics de Stranger Things da plataforma. Se chama “Hold The Black Side”, com Oneshots headcanons de como seria se a Natalie, a Louise Henderson e a Andrea Hopper (conrzd) existissem no mesmo universo. Passem lá, vocês não irão se arrepender!

Daqui para frente são altas emoções e cenas que passam de gargalhadas para choro em um piscar de olhos... É isso, até o próximo capítulo!

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