2.06- HALLOWEEN

Atenção, esse capítulo contém citação e descrição de assédio sexual, se tem algum tipo de gatilho com tal coisa leia até as reticências e pule para as próximas reticências.

Não leiam coisas que os deixam desconfortáveis ou dão gatilho.

Natalie encheu dois copos com o conteúdo vermelho alcoólico que estava na cozinha, virando um inteiro de uma vez. Nancy já estava lá algum tempo, mas não bebia.

A Wheeler analisava o líquido, tentando decifrar o que poderia ser aquilo.

— Nat, o que é isso? – Nancy perguntou

Antes que a Goodwin pudesse responder, um garoto passou por elas parecendo estar totalmente empolgado.

— COMBUSTÍVEL PURO!

Ele saiu correndo. Natalie fez uma careta confusa com a resposta, dando mais um gole na bebida que descia arranhando a garganta. Não era tão bom quanto parecia, muito pelo contrário, seu gosto lembrava o de álcool em gel com corante.

No entanto, era ótimo para ajudar a tirar da cabeça tudo o que havia acontecido no ano anterior, levando em conta que Natalie já estava um tanto alterada.

Nancy pegou um copo e tentou o virar.

— Nancy você já bebeu algo além de cerveja na vida? – Natalie perguntou – Se não, é melhor ir com calma.

Nancy terminou o copo que estava tomando, enquanto Natalie já enchia mais os seus e os tomava.

— Vou beber mais disso até acostumar, acho que estamos bebendo pelo mesmo motivo, você sabe... – Nancy fez alguns gestos se referindo aos acontecimentos anteriores

— Justo, seja feliz! – Natalie deu de ombros, se afastando com seu colo cheio

Nancy tomou alguns copos, até Steve ir até ela, a música tocava no fundo e Natalie balançava de um lado para o outro no ritmo com o copo na mão.

— Ou ou ou! Calma, Nancy! – Steve diz

— Vamos ser adolescentes idiotas hoje. – Nancy disse enchendo seu colo novamente – Não era esse o trato?

A Wheeler passou pelo Harrington com o copo na mão, o moreno balançou a cabeça negativamente antes de seus olhos se encontrarem com o de Natalie, que não estava muito longe dançando.

Ao perceber a admiração no olhar de seu namorado, Nancy balançou a cabeça, suas dúvidas sobre o relacionamento ser uma farsa por ambos os lados sendo tiradas de uma vez por todas.

Principalmente porque ver como Steve olhava para sua melhor amiga, não abalou Nancy nenhum pouco. Muito pelo contrário, a garota deu um pequeno sorriso.

Isso fez com que mais dúvidas aparecessem na mente de Nancy Wheeler, se realmente amasse o Harrington estaria com ciúmes, não deveria deixar aquilo acontecer ou achar qualquer coisa boa naquilo, certo? Mas Nancy não se sentia assim em relação a eles, sentia que em algum momento, ela que estava sobrando e isso não era uma coisa ruim, já que sua mente se encaminhou para outra pessoa enquanto os analisava e bebia mais: Jonathan Byers.

De repente, a angústia tomou conta de si mesma, a fazendo pegar um copo de quem nem ao menos conhecia para beber. Estava em um relacionamento sem amor, exatamente como sua mãe e Ted.

— Vocês não estão bebendo muito? – Steve perguntou para Natalie

— Bom, eu sei me cuidar. Você deve se preocupar com a Nancy. – Natalie respondeu, sua voz já meio alterada pelo décimo copo seguido que bebia – Ela nunca bebeu tanto assim, eu acho, o máximo que eu vi foram cervejas o que é bem diferente.

Steve desistiu de tentar argumentar contra, andando até Nancy que já estava em outro copo também. Ele tirou o copo da mão da Wheeler.

— Vai com calma, por favor. – Pediu Steve se referindo a quantidade de bebida que sua namorada tomava

— Adolescentes idiotas. – Repetiu Nancy – Me deixa beber em paz, Steve! Vai se divertir também!

A garota saiu irritada, adentrando pela casa. Steve suspirou cansado, claramente seria difícil controlar Nancy pra ela não passar mal após aquela noite, já que quanto mais tentava tirar a bebida dela, mais irritada ela ficava.

Steve se virou para onde Natalie estava, pedindo ajuda com o olhar. A Goodwin respirou fundo, antes de ir até ele.

— Segura meu copo. – Pediu o jogando em cima do Harrington, a garota correu atrás de Nancy que deixava seu copo no chão e entrava em um quarto sozinha, entrou em seguida, fechando a porta – Ei, tá tudo bem?

— Eu odeio ser controlada. – Nancy diz – Odeio mesmo! Eu quero aproveitar a festa, quero tentar ser uma pessoa normal pelo menos por uma noite! Esquecer do que aconteceu com a Barbie, mas parece que eu não posso.

— Eu te entendo. – Natalie se sentou no chão, ao lado de Nancy – É difícil, mas se afogar na bebida não vai te ajudar.

— É o que você está fazendo. – Argumentou Nancy

— Eu já estou acostumada a beber, você não bebe nada além de cerveja. – Natalie diz – Tanto que já bebi o triplo do que você bebeu e você continua mais alterada que eu.

Nancy negou com a cabeça, mesmo percebendo que sua amiga estava certa.

— Eu sei, mas eu quero autonomia para decidir se eu devo beber ou não. O Steve não está deixando eu decidir isso. Eu odeio ser controlada. – Nancy repetiu a última frase

— Ele tá tentando cuidar de você, não é para o seu mal, pode ter certeza. – Natalie diz – Ele tá tentando te ajudar.

Nancy ergueu seu olhar para Natalie, seus olhos se fixando nos da garota. A surpresa tomou conta da Wheeler, que já estava um pouco bêbada.

Abriu a boca, parecendo estar tanto surpresa quanto animada.

— Meu Deus, você tá apaixonada por ele. – A Wheeler disse

A frase fez com que Natalie não segurasse o riso que estava preso em sua garganta. Seus olhos se enchendo de lágrimas conforme gargalhava cada vez mais.

Natalie negou com a cabeça.

— Aí meu Deus, essa foi a maior idiotice que eu ouvi na minha vida. – Natalie disse ao conseguir parar de rir – Não, eu não estou apaixonada pelo Steve. Não estou apaixonada pelo seu namorado.

— Você tá sim, oh meu Deus, você está. – Nancy sorriu

O sorriso de Natalie desapareceu, a preocupação tomando conta em seu lugar ao perceber que Nancy acreditava mesmo no que estava falando.

— Garota, você está muito bêbada. Isso é realmente preocupante. – Natalie se levantou – Eu não estou apaixonada pelo Steve, pode ficar tranquila quanto a isso. Agora vamos voltar para a festa. – estendeu a mão para a garota a ajudando a levantar – Minha nova meta de vida é esquecer dessa conversa, pelo amor de Deus Nancy, você bêbada só fala merda. Aliás, nunca entre em um quarto sozinha depois de beber, doida.

Nancy riu enquanto ambas saiam do quarto onde estavam. Natalie assentiu para Steve, sinalizando que havia conversado com a Wheeler.

Deixando Nancy com seu namorado, Natalie foi para o meio da festa, procurando por Amberly que de repente havia sumido. Sem saber que sua irmã se encontrava do lado de fora da festa.

Amber encarava Billy, de braços cruzados. O Hargrove se aproximou da menina com um sorriso galanteador.

— Você tentou atropelar meu irmão mais novo. – Amberly o cortou antes que pudesse dar alguma cantada

O sorriso no rosto de Billy Hargrove tremeu, mas permaneceu ali com ele se fazendo de desentendido.

— Não sei do que está falando. – O Hargrove disse

— Ah, você sabe. Quatro garotos de bicicleta, vestidos de caça fantasmas e um zumbi estranho que você tentou atropelar hoje logo depois que saiu da escola. – Amber falou – Poderia ter matado eles.

— Como pode ter certeza que fui eu? – Billy perguntou – Eu não fiz nada.

— Você tá sendo falado o suficiente pelas duas escolas para meu irmão reconhecer você. – Amber respondeu – Da próxima vez que você se quer pensar em passar por cima daquelas crianças com aquele maldito carro, eu faço ela se tornar uma lata velha, entendeu? Vou destruir aquele carro até não ter mais como você o usar.

Billy riu debochado, colocando suas mãos nos braço de Amber que as olhou com nojo.

— Você não tem uma fama muito boa no colégio, Amberly. Vai querer a deixar pior? – Billy perguntou

— Você não tem uma fama na delegacia da cidade, William. – Amber o respondeu – Quer a deixar pior? Atropelar o filho do braço direito do delegado com certeza deixaria.

— Você não tem como provar que eu quem fiz isso. – Billy diz

— São cinco contra um, acha que qual das duas versões vão acreditar? – Amber perguntou – Agora me solta. – Billy não tirou as mãos do ombro de Amberly – Me solta!

As mãos de Billy Hargrove saíram dos ombros de Amberly Goodwin quando ele cambaleou para o lado após receber um soco na bochecha.

— Ela mandou a soltar. – Natalie disse segurando sua própria mão esquerda que estava vermelha após o soco que deu em Billy

Amber arregalou os olhos.

— Meu Deus... – A mais nova murmurou

— Vamos entrar. – Natalie mandou puxando sua irmã pela mão – Me desculpa por deixar você sozinha, achei que estaria se divertindo e não com um pervertido tentando algo com você.

— Ele não estava tentando nada, eu juro. – Amber falou – Nós só estávamos conversando e...

— Não tenta se justificar, eu não estou dando bronca nem nada, ele é um babaca. – Natalie diz – Você nem queria vir, eu te arrastei para cá... Droga, me desculpa.

— Não se desculpe... – Amber foi interrompida novamente

— Não, você vai embora. – Natalie disse ao avistar Jonathan entrando na festa – Não vai ficar aqui com aqueles palermas.

— E você vai ficar? – Amber perguntou

— Acho que eu provei que sei me cuidar, não acha? – Perguntou Natalie – JONATHAN!

O Byers a olhou, parecendo estar perdido.

— Nat...

— Que bom que você veio! – Abraçou seu amigo – Vai ficar por muito tempo?

— Estou seriamente pensando em ir embora... – Jonathan admitiu – Quanto você bebeu?

— Ótimo! – Natalie ignorou a pergunta – Pode levar Amber embora por favor?

Jonathan olhou para Amber, que parecia pedir para sair dali tanto quanto ele.

— Claro, você vem também? – Jonathan perguntou

— Vou ficar mais um pouco. Obrigada John. – Natalie deu um abraço em Amber – Cuidado na hora de sair, qualquer coisa me grita. Beijos, amo vocês.

Natalie deu meia volta, andando novamente até a cozinha. Jonathan franziu o cenho ao ver a garota procurando por algo na geladeira.

Amber negou com a cabeça.

— Ela tá muito estranha. – Amberly diz – Nunca vi ela beber tanto.

Antes que o Byers pudesse responder, outra pessoa se aproximou deles. O nariz um tanto vermelho, parecia abalado.

— Jonathan. – Steve o chamou assim que o viu – Pode levar Nancy embora, por favor?

— Por que você não vai levar? – Amber perguntou

— Ela acabou de terminar comigo, com certeza não iria querer ir embora comigo...

— Ela não iria querer ou você não iria querer levar? – Amber perguntou

— Eu só preciso pensar um pouco lá fora e ela não está em condições de ficar sozinha. – Steve respondeu – Jonathan...

— Vou levar ela embora. – Concordou o Byers

— Obrigado. – Steve diz, antes de sair pelos fundos da festa

(...)

Amber e Nancy haviam ido embora com Jonathan a algum tempo, Natalie continuava na festa, dançando e bebendo com algumas das líderes de torcida.

Quando cansou, pegou uma garrafa de bebida qualquer na geladeira. Saindo de dentro da casa ao ver Billy entrar e ir em sua direção.

Natalie deu alguns goles na garrafa quase cheia, Billy no seu encalço.

O punho esquerdo da garota estava dolorido. Já havia brigado com outras pessoas a ponto de sair no soco, mas nunca havia sido tão doloroso como daquela forma.

Ela tinha usado força demais, provavelmente o álcool que estava em seu corpo havia um certa culpa nisso.  O quintal lateral estava vazio.

Olhou para trás ao perceber que o garoto que havia socado estava a seguindo.

— Você deu um belo gancho de esquerda. – Billy Hargrove comentou

Natalie se virou, sentindo todo o ódio voltando a seu corpo. Ela deixou a garrafa no chão.

— Vai conhecer o de direita se não sair de perto de mim. – Natalie falou

— Precisa fechar o punho melhor se quiser machucar de verdade ou vai acabar quebrando a mão. – Billy deu de ombros, fingindo não escutar a ameaça.

Natalie o olhou desacreditada.

— Qual é a sua, Hargrove? – A Goodwin perguntou

— Te achei interessante. Tommy comentou que você é uma das garotas "mais difíceis da cidade". Um tanto estranho, já que tem uma beleza exuberante. – Billy falou, ficando confuso quando Natalie riu

— Então uma hora eu sou uma puta e outra difícil? Fale para Tommy se decidir o que eu sou, para eu poder fazer meu papel direito. – Natalie ironizou, já sabia o que Billy queria. O galã da cidade correndo atrás da garota que não dá a chance para ninguém.

— Você realmente é diferente... – Billy foi interrompido

— Olha só, eu não sou um clichê, Billy. – Natalie disse – Não sou diferente das outras "vacas" – Fez aspas com as mãos – dessa cidade a quem tanto crítica, a única diferença é que eu sei expressar minha opinião. Sim, eu ouvi como chamou as garotas daqui na lanchonete e esse é o motivo pelo qual eu nunca te daria uma chance.

Billy negou com a cabeça.

— Você nunca ofendeu a nenhuma delas? Natalie, tenho certeza que você não é a puritana que acha que é. – O Hargrove falou

— Claro que ja, já xinguei algumas, mas não sou hipócrita igual a você que chama todas as garotas de vacas e depois quer ficar com todas elas. – Natalie disse – Pelo jeito que você estava falando, eu realmente achei que você preferia outra coisa.

Natalie deu um passo para trás, tentando pegar sua bebida, quando cambaleou para trás quase caindo por uma forte tontura que a atingiu de repente.

Billy a segurou para não cair, um sorriso ladino em seu rosto como se tivesse acabado de ganhar a chance que tanto queria.

A mão que estava na cintura da garota a apertou com mais força, a puxando para um beijo. Natalie não conseguiu ter reação alguma quando Billy encostou seus lábios no dela, sua língua adentrando sua boca com fervor.

Quando Natalie percebeu o que estava acontecendo, o empurrou com força dando um tapa em seu rosto.

A vontade de chorar invadia seu peito ofegante enquanto usava seu próprio braço para limpar sua boca. Sentia-se suja. Sentia que iria vomitar. Naquele momento, Natalie queria tirar sua boca fora.

O sorriso ladino no rosto de Billy, de repente já não despertava mais raiva em Natalie e sim nojo. Tristeza. Olhar para ele a fazia querer chorar.

— Fique longe de mim. – Ela mandou ao ver que ele iria se aproximar, Natalie jogou a garrafa na direção do Hargrove – Fica longe de mim, porra!

Não o acertou, mas a raiva com qual jogou a garrafa fez com que Billy parasse.

Se arrependeu profundamente em não ter ido embora com Amberly.

(...)

Natalie deu a volta na casa, indo para o quintal dos fundos, que dava acesso a outra rua. Outro lugar que a levaria embora sem passar pelos amigos do Hargrove.

Sentou-se na calçada ao ver Steve sentado sozinho.

— Tudo bem? – Steve perguntou

— Por que tá sozinho? – Natalie perguntou de volta

— Nancy terminou comigo. – Steve respondeu simples

Uma raiva fora do comum invadiu o peito de Natalie com tal frase, Nancy estava bêbada, da última vez que a vira a menina mal conseguia falar direito e, após Nancy terminar com ele bêbada, ele a deixou na festa.

— E aí você deixou ela sozinha lá? Caralho, Steve ela tava bêbada para caralho, inventando coisa para caralho. Aí ela bêbada te dá um pé na bunda e você larga ela sozinha lá com ela mal conseguindo raciocinar direito? Sabe quais as chances disso dar merda, de fazerem alguma coisa com ela? – Natalie perguntou – Você não se importou em deixar ela lá só porque ela terminou com você? Você foi muito babaca.

Steve suspirou indignado, se levantando da calçada. Não estava indignado pela bronca que levará sem precisar, mas porque a bronca que a Nat lhe deu provava uma coisa: Ela não acreditava que ele tinha mudado de verdade.

— Você ainda acha que eu sou um babaca? – Steve perguntou

— É o que você tá mostrando agora, não é? – Natalie respondeu – Mudanças não vem do dia para a noite.

Steve olhou para cima desacreditado.

— Se quer saber, eu pedi para o Jonathan a levar embora. – O Harrington respondeu, dando alguns passos para se afastar, não queria discutir com Natalie.

O arrependimento tomou Natalie por completo, ela julgou errado. Harrington havia pensado em Nancy antes de sair de lá.

A morena se levantou rapidamente, tentando ir até Steve.

— Ei, Steve! Espera, me... – Os sentimentos misturados de Natalie a fizeram parar de repente, toda a bebida que havia tomado tentando se vingar dela, se remexendo em sua barriga. A garota se aproximou de uma moita e, ao perceber que ela iria vomitar, Steve correu até ela, segurando seu cabelo.

Sentiu suas pernas enfraquecerem conforme colocava parte do que tinha comido e bebido para fora.

Após tossir um pouco, Natalie limpou sua boca que – na opinião dela – provavelmente estava suja de vômito.

Steve passou seu braço pelo ombro da amiga, a ajudando a permanecer de pé.

— Eu acho que já deu a hora de você ir embora também. – Ele disse – Vamos.

Natalie não contestou. Seguiu o garoto até seu carro, a sensação ruim entre seu pescoço e a boca de seu estômago permanecendo até ela sentar novamente.

A menina fechou os olhos, apoiando a cabeça no vidro da porta do carro enquanto Steve dirigia para longe da casa da Tina.

Natalie abriu os olhos quando sentiu que estava um pouco melhor, percebendo que Steve estava indo em direção oposta a de sua casa.

— Onde você tá indo? – Perguntou Nat com a voz um tanto quanto embargada

— Eu tô te levando para casa. – Steve responde

— Esse não é o caminho da minha casa, Steve. – Natalie falou

— Não, não sua casa, minha casa. – Steve respondeu, Natalie fez uma careta o olhando desconfiada, sua mão indo até a porta do carro prestes a abri-la. – O que você tá fazendo?

— Fugindo. – Disse Natalie – Isso é praticamente um sequestro.

— Sequestro? Nat, se eu te levar para sua casa e seu pai ver você no estado que você tá, ele vai matar nós dois. – Steve disse

Natalie ficou em silêncio, pensativa. Reginald era legal, mas odiava quando os adolescentes bebiam demais, era um dos policiais que sempre chegavam para acabar com festas com sons muito altos ou coisas do tipo.

A única vez que Natalie chegou meio alterada em casa, ele fez uma lista dos riscos de beber em festas na adolescência e entregou para a menina.

— Você tem razão. – Natalie concordou

— Só... Não dorme, a gente já tá chegando. – Steve diz

— Por que? Não quer me carregar para dentro da casa? – Brincou Nat

— Natalie, eu nunca vi você tão bêbada quanto está agora. – Admitiu Steve – Você precisa tomar banho.

— Tá bom, não sabia que meu pai estava no carro comigo. – Resmungou Natalie

Assim que estacionou o carro em sua garagem, Steve ajudou Natalie a descer do carro e abriu a porta para eles entrarem.

A casa estava em silêncio total, algumas coisas do garoto jogadas pelo chão. Nenhum sinal dos Harrington mais velhos no local.

— Me desculpa por brigar com você. – Nat pediu assim que eles entraram

— Tudo bem, eu também desconfiaria de mim. – Steve diz – Só... Achei que você confiasse em mim, que nós nos tornamos amigos... Isso explica as tentativas de fuga quando tento iniciar algum assunto com você.

— Nós somos amigos, cara. – Natalie disse dando um sequinho no braço do amigo – Fica tranquilo que não é por isso que eu fujo, eu só tenho medo de você ficar me perguntando sobre as coisas envolvendo o laboratório.

— Eu percebi que você não gostava de falar sobre o assunto quando você evitava falar sobre seus poderes quando eu perguntava sobre. – Steve diz

— Não gosto de falar disso porque são assuntos que deixariam as pessoas que eu amo em perigo, todos vocês. – Natalie diz sua voz mostrava o quão bêbada estava

Steve olhou para a garota confuso.

— Você me ama? – O Harrington perguntou confuso

— Sim, eu amo meus amigos. Você é meu amigo. – Natalie respondeu com um sorriso

Steve deu um pequeno sorriso, em questão de duas horas havia descoberto duas coisas: Nancy não o amava, aparentemente, de nenhuma forma e Natalie o amava, ele era realmente amigo dela.

— Vocês sabem o que tem que saber, tem coisas que nem meus pais sabem. Como data do meu aniversário. – Natalie diz – Eu falava que não sabia, mas é claro que eu sei, só nunca contei. Sempre que eu fazia aniversário, estando no laboratório, BUM! Eles faziam novos testes pela idade estar avançando um pouco, era uma boa forma de marcar de um em um ano. Não sabia como eram comemorados os aniversários aqui fora e depois que eu falei que não sabia quando era meu aniversário, já não tinha como voltar atrás para avisar que eu fazia aniversário dia 24 de junho. Bem... Eles comemoravam no dia que me adotaram mas...

— Nat! – Chamou Steve – Você tá contando coisas que não contaria se estivesse sóbria. Vou separar uma roupa para você tomar um banho gelado e ir dormir.

Enquanto o Harrington subia as escadas, estava determinado a parar de ouvir ela falar, já que sabia que estava contando coisas que não falaria normalmente. Ela mesma falou. Não queria ser invasivo.

No entanto, uma coisa ficou na cabeça dele, sua data de aniversário e a informação que só ele sabia quando era.

Ao pegar uma roupa em seu guarda roupa, desceu correndo para o andar debaixo. Ao olhar na sala, Natalie estava no sofá, dormindo. Não aguentou esperar ele chegar.

Riu baixo antes de a pegar no colo para a levar ao andar de cima. Steve a deixou dormir em seu quarto, levando uma coberta para dormir no sofá da sala.

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