011 ;𝘰𝘭𝘥 𝘮𝘢𝘯.
A batida de "Delicate" soava nos fones de ouvido da Davis enquanto ela cantarolava baixinho a letra, deixando que suas mãos batessem no ritmo da música em sua mochila. Com um conjunto de academia roxo, Juniper esperava do lado de fora da casa dos Campbell sua carona. Johnny e Miguel a levariam ao dojô hoje, já que ela não tinha carro próprio e dependia se Ethan a maior parte do tempo.
Um som alto chamou a sua atenção, e ela pôde ver um carro preto com detalhes em amarelo, a logo do Cobra kai gravada dos lados. Sua boca abriu em um perfeito "o" quando o carro estacionou em sua frente, e quando o vidro abaixou ela enxergou o seu sensei e seu melhor amigo levantando os óculos escuros ao mesmo tempo, como se ensaiaram a entrada sincronizada.
─ Ei! Carro novo, Johnny? - A loira perguntou com um sorriso no rosto enquanto entrava no carro.
─ Estilo Cobra kai. - O Lawrence disse abaixando o óculos escuro novamente, tirando um risada da garota.
─ Ethan não vai ir hoje? - Miguel perguntou virando para olhar a loira, que já tinha um biquinho formando nos lábios.
─ Infelizmente. - Suspirou triste. - Agora ele 'tá se preparando pra assumir a empresa um dia. Problemas de gente rica.
─ Garota de sorte. - O sensei exclamou brincalhão no banco do motorista, fazendo os adolescentes se entre olharem antes de cair na risada.
─ Isso mesmo.
• • •
Juniper se encontrava sentada no tatame se aquecendo. O kimono branco já abraçava o seu corpo, a deixando mais confiante. Ao seu lado Falcão, Aisha e Bert olhavam para dois novatos, tentando escolher o apelido dos mesmos.
─ O quê acham? Trouxa um e Trouxa dois? - O de moicano perguntou enquanto analisava os dois, enquanto a Davis negava com a cabeça tentando não rir.
─ Estava pensando em "Mary-Kate e Asno". - Aisha deu a ideia, e dessa vez Juniper não segurou a risada, se juntando ao Moskowitz.
─ Me chamo Chris...
─ Falei que podia falar? - Falcão interrompeu o garoto antes dele terminar de falar. Juniper olhava a cena como um filme de comédia particular enquanto levantava.
─ Pessoal, eles estão brincando. - Miguel apareceu ao lado da loira, trocando um olhar cúmplice com a mesma.
─ Valeu. - O garoto chamado Chris agradeceu trocando um soquinho com o Diaz. Cedo demais.
─ E todo mundo sabe que é Traste e Mané. - O garoto terminou a fala, fazendo os amigos dele começarem a rir.
Juniper olhou ele enquanto ela sussurrou para ele sem emitir som: "Você é malvado". O Diaz apenas riu enquanto saia de perto da garota.
─ O Traste sou eu. - Um dos garotos disse para o outro, e a loira observava eles com um sorrisinho brincalhão.
Mas logo aquele sorriso caiu. O sino da porta ecoou pela sala, fazendo Juniper e os outros alunos olharem naquela direção. Um homem alto, e velho, entrou carregando uma mochila. Seu olhar vagava entre os alunos minuciosamente, como se estudasse eles.
─ Quem é? - Falcão perguntou olhando para Miguel, tendo a atenção da loira.
─ Não sei. - Miguel respondeu, indo na direção do homem quando ele contornou o tatame, e a Davis o seguiu. - Podemos te ajudar, senhor?
─ Não. - Respondeu o velho depois de olhar entre os dois alunos e soltar um sorriso maldoso. - Talvez eu possa ajudar você. - Quem ele pensa que é? A Davis pensou, deixando estampado em seu rosto a confusão.
─ Ei! - Johnny apareceu na sala.
─ Sensei... - Miguel tentou dizer enquanto as mãos atrapalhado, mas estava tão confuso quanto a loira ao seu lado.
Os mais velhos se olharam, e sem dizer nada o desconhecido passou do lado dos jovens para ir falar com o sensei. Miguel e Juniper não conseguiram identificar o que eles estavam discutindo, mas sabiam que tinha algo de errado.
• • •
─ Classe, temos visita. - Miguel e Juniper se entre olharam. - Este é o Sr. Kreese. Ele é só um observador. Finjam que ele não está aqui. Sr. Diaz, comande o aquecimento. - Sem delongas o garoto assumiu o posto do mais velho.
─ Em guarda! - Os alunos fizeram o que foi pedido. - Chute frontal. - Juniper esticou a perna do jeito que aprendeu, até mais agressiva do que antes. - Soco direto. - Ela fez o que foi mandado, e como estava de frente para o Kreese seu olhar cruzou com o do homem, fazendo seu estômago revirar com o mal pressentimento. - Dab lateral. - Miguel exclamou, fazendo os alunos rirem depois de realizarem a brincadeira. Mesmo desconcertada, a loira forçou uma risada ao ter o olhar de Aisha virado para ela.
─ O que foi isso? - Johnny perguntou confuso.
─ É brincadeira. - O Diaz disse. - Falta quase um ano pra próxima regional. - Tentou se explicar, mas o semblante irritado do sensei fez a animação dele sumir.
─ É. Além disse, a gente já manda bem. -O de moicano afirmou olhando para a loira, que desviou o olhar para o sensei preocupada.
─ É mesmo? Então sabem tudo. Não há mais nada a aprender? - Com a fala do sensei, Aisha soltou uma risada, recebendo a atenção de todos na sala. - Qual é a graça, Srta. Robinson? - Johnny ficou de frente para a garota, que tentava parar de rir.
─ Desculpa, você não ia entender. - A de cabelos curtos disse.
─ Tente.
─ É um cobra-do. - Os alunos seguravam a risada, fazendo o sensei olhar para eles irritado.
─ O que é um cobra-do? - Como resposta, a classe começou a imitar um som de cobra. - Silêncio! - Johnny gritou olhando para os alunos. - Amanhã cinco da manhã. Esquina da Fulton com a Raymer. Quem não for está fora da equipe. - Apontou para Juniper, como se avisasse para levar o Ethan, e prontamente ela assentiu nervosa. - Classe dispensada.
Johnny e Kreese saíram do cômodo, deixando os alunos mais preocupados com o que o sensei estava tramando. Juniper apenas olhava na direção em que o desconhecido estava, imaginando quem ele seria. Ela tinha certeza que ele era problema.
• • •
No dia seguinte os alunos se encontraram em um espécie de obra, ou pelo menos era parecido. Juniper estava ao lado de Aisha, ajudando ela a mexer a massa grossa de cimento, enquanto Ethan ia adicionando o conteúdo dos sacos pesados. Mesmo estando lá a poucos minutos, ela pedia socorro a cada movimento que seus braços faziam, sentindo os músculos quase pararem devido ao cansaço.
─ Não coloquem muita água. Tem que ficar grosso. - Johnny dizia ao lado das garotas, recebendo um olhar mortal da loira.
─ Por que estamos fazendo cimento? - Miguel perguntou olhando para o sensei, dando uma oportunidade para a loira parar por alguns segundos e tirar o suor da testa.
─ Sem perguntas. - Respondeu ao Diaz. - Continuem mexendo. Entendeu, Davis? - Mesmo ser olhá-la ele avisou, escutando um resmungo irritado da garota antes dela voltar a mexer o cimento.
Alguns minutos depois uma buzina alta ecoou pelo lugar, chamando a atenção dos alunos. Era um caminhão branco enorme. Com algumas palavras com o motorista, Johnny recebeu a chave do mesmo, fazendo os alunos se entre olharem com receio.
─ Acham que podem relaxar porque ganharam o regional? - Johnny dizia olhando para os alunos em frente ao caminhão. - Tenho novidades. Ganhar um campeonato não significa nada! Um campeão treina sempre. Vocês precisam avançar, senão vão ficar estagnados onde estão. - Parou o olhar por breves minutos em Miguel e Juniper. - Como o cimento ali. Se o tambor não girar, o cimento vai endurecer e ficar parado. Querem que isso aconteça com vocês?
─ Não, sensei!
─ Ótimo. Então entrem ali e girem ele. - Johnny disse, fazendo os alunos ficarem confusos e começarem a cochichar entre si.
─ Sensei, desculpa pela brincadeira. - Aisha tentou.
─ Aprendemos nossa lição. - O de moicano continuou a fala dela.
─ Entrem! - A fala dos alunos não adiantou, pois Johnny desceu a escada que dava acesso ao tambor.
─ Sensei, isso parece perigoso. - Juniper soltou analisando o caminhão na frente, e Ethan concordou.
─ Só os gases... - Miguel se juntou a loira.
─ Silêncio. - A fala não veio do sensei, mas sim do Kreese. - Este homem os levou ao topo da montanha, e vocês o questionam? - O velho andou para ficar no centro, tendo a atenção da classe vidrada no mesmo. - Olhe só para vocês. Olhe só para todos vocês. Não acredito que esse bando de frouxo competiu na regional. E ainda ganhou! - Vagou entre os alunos, até ficar de frente para Juniper, fazendo ela desviar o olhar. - É um milagre! E quem é responsável por esse milagre? Johnny Lawrence. - Apontou para o sensei. - O melhor estudante da história do Cobra kai. Meu aluno. - Ela sabia. Juniper olhou entre os dois com mais receio que antes. Aquele era o mesmo cara que bateu no seu pai anos atrás.
─ Foi sensei do sensei? - Falcão perguntou.
─ É isso ai. - Virou para olhar o Lawrence. - E nunca treinei um aluno mais casca-grossa na minha vida. Então se sabem o que é bom para vocês, é melhor ouvirem cada maldita palavra que ele diz. - Olhou para a classe.
─ Eu vou lá, sensei. - Miguel deu um passo a frente, logo sendo acompanhado pela loira. Falcão, Ethan e Aisha vieram atrás dela, com outros seguindo o exemplo dos colegas.
─ Oh, merda! - O Diaz exclamou ao olhar dentro do tambor, e a Davis ao seu lado franziu o nariz enojada.
─ Eu odeio vocês. - Comentou enquanto prendia o cabelo em um coque, para tentar não sujar ele.
Nesse meio tempo, Miguel entrou acompanhado de Ethan, que ofereceu a mão para que Juniper pudesse entrar com cuidado, o que quase levou os dois para o chão se não fosse por Aisha e Falcão, que seguraram ambos para que não caíssem.
─ Não fiquem parados ai! Querem ficar presos? - Johnny apareceu dando ordens. - Se mexam!
─ Vamos. - Com a deixa do sensei, os alunos começaram a tentar fazer o tambor começar a mexer.
Muitas vezes eles caiam, ou escorregavam na tentativa de fazer força para o negócio mexer. Juniper já havia caído duas vezes, xingando Johnny a cada vez que caia cimento em seu rosto. Com os incentivos dos alunos que ficaram de fora e do sensei, aos poucos o tambor começou a mexer, dando mais força de vontade para o pequeno grupo.
─ Vamos, lá! - Juniper gritou quando eles sentiram o tambor mexer mais rápido.
Logo eles pegaram o ritmo, tendo os gritos animados de Johnny ecoando para dentro do tambor. Mesmo com dificuldade, os alunos mantiveram o tambor girando pelo tempo que Johnny achou necessário.
─ Isso aí!
• • •
Com o sucesso da atividade, Johnny teve a brilhante ideia de limpar os alunos usando o jato de uma mangueira.
─ Vocês deviam se orgulhar. Eu estou orgulhoso. - Ele dizia enquanto passava em frente aos alunos com a água. Seus pais também ficariam, se contássemos o que fizemos. Mas não vamos contar. - Ethan e Juniper se entre olharam rindo. - Vocês agiram como campeões. Não pararam. Não ficaram satisfeitos. Não desistiram. - O sensei parou de frente para Miguel, Juniper e Falcão com um semblante mais calmo. - Se continuarem se esforçando e seguindo em frente, vão chegar a lugares que nem imaginavam. - Trocou pequenos sorrisos com os alunos.
Naquele momento eles eram campeões, e se sentiam assim. Juniper sentiu que pertencia naquele lugar, e não podia estar mais do que ansiosa para o que o caratê iria a proporcionar.
I. E o terror psicológico começa agora hihi
II. Brincadeiras a parte KAJAK Kreese chegou e com ele o Cobra kai antigo também! Ansiosa demais pros próximos capítulos socorro.
III. Pensando em trazer um flash back dos meus filhos em breve, mas não prometo nada ainda ok!!
IV. Não esqueçam de votar e comentar bastante!!! Até o próximo capítulo<3
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top