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capítulo onze
Alucinações
— Não isso não pode estar acontecendo... eu... eu não consigo entender. Como a força nos ligou? – Peter agora tinha sua voz alterada. E não estava em sua melhor fase sã.
O Mestre apenas tirou o capacete e com seus próprios olhos conseguiu enxergar agora as cores pois sua máscara tinha a visão vermelha para que Kylo não conseguisse se distrair com cores e fazia parte do traje. Kylo Ren se aproximou de Peter e sentiu seu peito apertar. Parecia que aquela ligação era errada para acontecer, principalmente naquele momento. Era forte demais aquela ligação e Kylo pressentia uma sensação ruim ao ver seu aprendiz tão livre e longe dele. Seu instinto possessivo latejando para trazer seu aprendiz de volta ao lar.
— Me diga onde você está.
Peter arregalou os olhos. Ele engoliu em seco e desviou o olhar. Controlar a respiração estava sendo difícil a cada segundo em que seu Mestre permanecia ali.
— Não. Me diga você, onde você está? – Peter olhou o local onde via Kylo, um lugar caótico que cheirava a fumaça e morte.
Tinha tanto fogo naquele lugar que a noite que fazia não era o suficiente para a luz clarear o ambiente. Era um terror.
— Tem um jedi ai com você? Me diga a verdade! Onde arranjou esse...traje? – Perguntou Kylo, com o rosto endurecido, mas Peter sabia o que significava a expressão do mestre. Era uma expressão de ódio, mesmo que fosse tão pouco notável.
Kylo sempre marcou Peter como o bem mais valioso dele. Era até contraditório pensar assim, diante de tanto que ele odiou o garoto quando o conheceu. Peter era só um menino e Kylo um adolescente quando se conheceram. Os dois mal sabiam o que os aguardavam no futuro.
Já Peter, considerava Kylo como alguém para respeitar, considerava-se ser somente do Kylo Ren é somente dele ele seria.
Porém agora Peter era um hipócrita. Ele não se considerava mais como um "Objeto" para seu Mestre.
Antes que Peter pudesse responder Kylo, ele sentiu uma tontura invadir. Quando percebeu já estava deitado na cama, com seus olhos fechando involuntariamente sem ele conseguir saber o que fazer.
[ . . . ]
Luke Skywalker tinha se levantado na manhã seguinte com relutância em se levantar da cama, ele sabia que o dever dele era ajudar aquele padawan Delarian.
Contudo era algo fora da zona de conforto do Mestre Jedi, o fato é que Luke já havia treinado outros Padawans inclusive Ben Solo, o filho de Han Solo e Leia Organa, neto de Darth Vader que antes era Anakin Skywalker, o pai de Luke.
A árvore genealógica nunca tinha sido tão forte quando essa atualmente. Luke era descendente da família Skywalker, e Ben Solo também. Família que hoje era somente peças quebradas e espalhadas. Ben Solo nunca mais foi visto, Luke fugiu de seu passado indo para a ilha Ahch-To, Leia se separou de Han Solo e Han sabe se lá a onde ele estaria saqueando agora.
Tal família era conhecida e todos sabiam que não era bom mexer com eles. Sendo assim, não era a melhor escolha se envolver com quem está quieto. O que foi o caso de Peter Delarian, que se envolveu diretamente com Luke Skywalker.
Luke lavou o rosto e colocou uma roupa mais confortável e quente, Ahch-To era exageradamente frio. O máximo de calor que fazia era quando o sol batia em sua pele, mas nesse dia o sol estava fraco, considerando o frio no local.
Ele bateu na porta do quarto de Peter para acordar o garoto.
Bateu mais uma vez.
Mais uma vez.
E a porta não foi aberta. Luke abriu a porta do quarto, e não encontrou nenhum Peter. Sua face se tornou uma expressão de irritação e impaciência. A sorte é que Luke é um Mestre Jedi, então ele respirou fundo e foi atrás do garoto.
Luke procura por toda parte da ilha Peter. Ele não tinha achado o garoto, pensou que ele teria fugido mas mudou de ideia ao sentir uma força mais forte na direção da montanha da ilha. Luke começou a subir a montanha e ao chegar no topo, ele viu Peter dentro da caverna em que Luke costumava meditar. Uma caverna mais gelada ainda pelo vento que batia no final dela, que dava para uma vista perfeita da ilha e o mar. Peter estava de braços cruzados atrás das costas e observava o mar, desejando que tudo voltasse ao normal.
Mas também desejava que continuasse assim, por mais estranho e imprudente que parecesse, Peter gostava da adrenalina.
Luke viu um sorriso de lado em um lado do rosto jovem de Peter. O Mestre Jedi se perguntava no que será que o garoto estava pensando.
— Subida terrível, não acha? – Luke perguntou tirando o silêncio que era antes.
Peter percebeu a presença de Luke, ele se virou para olhar Luke, que estava na entrada da caverna.
— Pra mim foi tão rápido, nem percebi que já havia subido. – Peter riu — Mas confesso que foi exaustante.
— Essa é só uma forma disfarçada de dizer que você por ser mais jovem é mais ágil e eu por ser mais velho sou lento. – Luke debochou e em resposta Peter tentou segurar o riso — Você não me engana garoto.
Peter descruzou os braços e foi até seu Mestre. Ele sabia que Luke tinha alguma coisa a dizer, ele não subiria à toa só para ver Peter.
Certo?
— Fiquei pensando sobre a sua vingança. Acho que não irá se resolver com morte, Peter...
Peter no momento ficou confuso mas depois logo se lembrou da mentira que havia dito para Luke. Era constrangedor e dóia no coração de Delarian, mentir dessa forma tão objetiva.
— Mas é claro que vai Mestre. Se eu matar o Snoke, a base starkiller estará indefesa. E vulnerável. – Luke franziu a testa e respirou fundo.
— Não. Não é assim. – Ele viu Peter ficar meio incomodado — Pode haver outras pessoas, mesmo se acabar com a base starkiller, que irão sucumbir ao mal do mundo. Nós não podemos simplesmente acabar com o mal, Peter. Você me entende?
— Nossa... – Peter soltou um suspirou e passou a mão pelo cabelo — Eu não tinha pensado dessa forma mas... faz sentido.
— A coisa que eu sei, é que vingança não mata sua sede de justiça. Você sempre vai buscar por mais mortes e nunca vai acabar essa sua... essa sua vontade, de matar. – Luke dizia lembrando de seu passado.
Cenas de Luke lutando com seu próprio pai Darth Vader entraram no seu campo de visão. Foi uma época boa e ao mesmo instante ameaçadora. Luke tinha aprendido tanto naqueles dias, que ao se lembrar seu coração se enchia de saudade.
— Eu acredito que matar não acaba com os problemas. Mas pode impedir que aconteça mais deles. – Peter disse pensativo. Ele viu Luke ir até a frente da caverna onde Peter estava antes, vendo o mar.
— Peter, se eu pedir para você ficar, eu sei que isso não acontecerá. Então preciso que antes de você ir matar aquele monstro, você lembre de tudo o que aprendeu e tudo o que eu te ensinei.
Peter congelou.
Luke queria ele ele ficasse na ilha?
Não sabia o que dizer e nem ao menos proferir palavras que explicassem o quanto Peter queria ficar na ilha com Luke, não de um jeito amigável – obviamente – entretanto ele não sabia porque Luke gostaria que Peter ficasse. Se seria para Peter aprender mais, ou porque Luke queria companhia por estar anos sozinho nessa ilha pequena e fria.
O objetivo de Peter era matar Luke. Ele faria isso. Mas uma parte de dentro dele fazia ele parar de querer isso, de largar tudo para trás, de ficar na ilha e dizer o quanto se sentia...
Apaixonado.
Por Luke. Era completamente imprevisível esse sentimento de Peter, por ele ser um garoto, e por Luke ser um homem. Um adulto muito mais experiente e diferente em muitos aspectos, de Peter. Principalmente por Luke ser um Jedi, e Peter um aprendiz de um Lord Sith. Qual a probabilidade desse amor proibido der certo? Peter nunca conseguia o que queria. Ele sabia disso agora. Quando ele quis Kylo ele apenas fez Kylo se afastar.
E agora que Peter quer Luke, o mesmo também vai se afastar? Eram perguntas sem respostas e se tivessem respostas Peter temia que fossem ruins.
— Você quer que eu fique? – Oeter perguntou quase em um sussurro, mas foi o suficiente para quebrar o silêncio.
Luke e ele se olharam por um tempo.
— Eu quero, Peter. – Luke disse sem desviar o olhar no garoto, notando todos movimentos dele.
— Porque quer que eu fique nessa ilha, com você? – Peter se aproximou cautelosamente até Luke, sem desviar o olhar também.
Peter agora estava de volta. Ele não se importava mais com as perguntas sem respostas, ele sabia que teria que conseguir o que ele queria. E o que ele mais queria era o seu desconhecido, o seu Mestre. Peter sabia ser malicioso, e sabia exatamente como provocar. Agora ele que era o predador caçando sua presa.
— Porque sei que você precisa de mim. Precisa dos meus ensinamentos. – Luke permanecia parado vendo o garoto se aproximar.
— Não sei se entendi bem. Você quer que eu fique porque acha que eu preciso de você? É isso, Luke? – Peter agora estava bem próximo de Luke.
Peter viu Luke sair da caverna. Quando pensou em seguir o Mestre Jedi, ele sente uma presença atrás dele.
Kylo estava lá.
Peter Delarian virou-se para trás, o medo transformou-se em seu rosto. Enquanto se afastava espantado, Kylo ia diretamente até ele.
— Como você veio p-parar aqui? – Peter se odiou por gaguejar dessa forma, mas ao estar com Kylo ali era quase que uma traição.
Kylo olhou o local. Peter observava os olhos de Kylo se movendo até todos os cantos da caverna, mantendo-se com sua postura ereta e firme.
— Eu não sei ainda. Mas deve ter sido a ligação Díade novamente... – Ele disse, voltando a olhar para Delarian. — Me diga, porque você ainda não matou essa pessoa que Snoke pediu? – Fez a pergunta tentando se controlar para não alterar a voz grossa. — É um jedi?
— Eu-
— Não, espere. Você ainda não o matou por falta de oportunidade certo? Por isso está ainda nessa maldita ilha. Correto, Peter? – Diz Kylo com sua expressão fechada, a veia quase pulsando em seu pescoço.
— Mestre-
— Porra, Peter. – Kylo socou a parede ao lado dele e Peter estremeceu. — Que merda que você ta fazendo? Já se esqueceu a quem você pertence? Você esqueceu que você é meu? Precisa voltar para casa...
O Aprendiz franziu a testa. Um sorriso surgiu no rosto de Peter, ele tapou a boca tentando segurar uma risada. Kylo ficou mais irritado ainda pela loucura de seu aprendiz, Peter estava desacreditado, ele não conseguiu aguentar e começou a rir.
Ofegante ele começou a voltar a falar.
— Você... você é um... asqueroso, Mestre. Eu o odeio por achar que eu ainda posso ser seu. Acontece que eu não sou mais o seu Peter, eu sou apenas... eu. – Peter parou de rir e respirou fundo. Ele foi até Kylo. — Estou muito melhor sem você.
— Perdão, o que você disse?
— Eu disse que eu estou farto de você Ky-
Um tapa foi de encontro no rosto de Peter.
O garoto caiu no chão para trás e encostou sua mão a onde ficaria um vermelho. Ele tinha realmente sentido o toque da mão de Kylo, seu Mestre estava ali, não era uma ilusão.
Kylo estava confuso também e espantado. Ele engoliu em seco ao perceber que deu um tapa no rosto de Peter, a pessoa que ele mais odiava amar em toda a galáxia.
Peter viu a figura de Kylo Ren sumir aos poucos, e Kylo Ren viu Peter Delarian sumir completamente. A ligação tinha se perdido novamente.
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