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capítulo cinco
O sonho lúcido
Na noite, Peter chegou em seu quarto com seu coração acelerado. Era intenso todas as emoções que ele estava sentindo, cada uma com um significado diferente, todas com o mesmo sentido de dor. Mas a sensação que o deixava mais confuso, era no pensamento em ir para aquela ilha, ficar sozinho sem seu Mestre lá, fora da base starkiller. Ele já tinha saído antes, várias vezes, mas não tão longe assim de 'casa', e todas as vezes que saiu era para ir no mesmo lugar. Uma boate bem famosa da região, em um planeta em que havia só caçadores de recompensas, e mercado negro. Ele bebia lá e ficava com várias pessoas diferentes, sem se importar com nada.
Peter tirou seus sapatos, sua calça de seu traje uniforme, e a parte de cima do uniforme. Coçou seu cabelo meio desanimado, e foi até o frigobar no canto do quarto. Pegou uma garrafa de bebida alcoólica, e um cigarro do maço de cigarros.
Se sentou na parte em que havia uma mini cama na janela, e ficou ali observando as estrelas da galáxia, enquanto a nave ficava parada, com vários soldados stormtroopers, e outros funcionários dentro. Peter ficou se perguntando, como seria se ele deixasse de seguir o lado negro, por um momento pensou em se voltar para o lado da luz, mas deixou essa ideia só de lembrar de Kylo, quem mais assustava ele e quem mais desejava.
Peter acendeu o cigarro e o colocou de imediato em sua boca. Naquela hora ele só tinha olhos para as estrelas, no quanto era lindo e o quanto era assustador, era como se ele pudesse morrer ali a qualquer momento se aquela janela quebrasse. A adrenalina era o que deixava o lugar mais lindo de se ver. As horas foram se passando, e Peter já tinha acabado seu cigarro e já tinha bebido na metade da garrafa. Tinha adormecido em sua cama, e não se preocupou em deixar suas roupas no chão.
Peter abriu seus olhos.
Ele não estava mais em sua própria cama, na base Starkiller da primeira ordem. Definitivamente também não estava na boate que ele conhecia bem.
Estava em uma cama velha.
Usou a força para sentir em que lugar ele estava, e estava em uma ilha, uma ilha chamada Ahch-To. O quarto em que ele estava parecia uma caverna redonda, era clareada por velas no canto, e tinha paredes que pareciam ter caído esculpidas por argilas laranjas, o frio era absurdo, e ele gemeu de dor ao sentir o vento perfurar seu abdômen. Olhou para seu corpo, e estava sem camisa, com um ferimento enorme debaixo de sua costela. Ele olhou mais uma vez ao redor do quarto e não encontrou ninguém.
A porta daquele quarto se abriu e Peter se assusta indo para trás daquela cama, ainda sentado, com seu peito subindo e descendo e suor escorrendo de sua testa.
— Q-quem é você? – Peter gaguejava sem entender nada do que estava acontecendo. Só sabia que quando viu aquele homem sentiu uma familiaridade muito grande com ele, como se ele o conhecesse à anos.
O homem não repondeu. Apenas se sentou na cama, e tocou o ferimento de Peter. O garoto arfou de dor, e a barriga foi para trás com o toque em surpresa.
O garoto o olhava com interesse, mas também nao sabia nada do que estava acontecendo. Ele estava sonhando?
Mas se estava sonhando, como podia sentir tudo?
O homem desconhecido tirou um pano branco de seu bolso em suas vestes desgastadas, escuras meio acinzentados, e puxou mais a cintura do menino para frente com cuidado.
— Ei o que você tá fazendo? – O menino tentou sair de perto, mas não conseguia, era como se ele de alguma forma estivesse ligado à aquela pessoa.
— Fique calado. – A voz parecia durar como minutos no ouvido de Peter. Era relaxante e ao mesmo tempo intensa.
Ele colocou a bandagem em volta do corpo de Peter, somente na parte em que o ferimento estava. O Delarian sentiu um alívio quando a dor cessou um pouco. O homem se levantou, e Peter tocou a mão dele, ele franziu a testa confuso com a atitude do garoto.
— Espera, eu te conheço? – Delarian tentou falar mais alguma coisa, mas de repente sua visão ficou escura.
Quando sua visão voltou ao normal e ele podia enxergar, não estava mais naquela ilha nem naquela cama com o ferimento. Ele estava beijando uma pessoa.
Mas que merda é essa? O que tá acontecendo comigo?
Abriu seus olhos quando o beijo cessou e ele estava beijando aquela mesma pessoa de antes. Ele se afastou, mas seu coração estava acelerado, seus sentidos não estavam normais, ele estava bêbado? Era como se ele tivesse bebido.
O homem puxou sua cintura, e trouxe o garoto para perto voltando a beija-lo. Peter não conseguiu ceder, era tanto prazer que era triste ter que sair. O beijo ficou mais feroz e mais rápido, com seus corpos se juntando mais e mais, nem se dava tempo de separar, sua cintura estava sendo apertada e trazida sempre mais para a frente. Peter puxou o cabelo do homem na sua frente e gemeu na boca dele. Sua atitude era como se ele já tivesse feito isso antes.
O homem desconhecido pegou Peter no colo, e o levou para o chão do outro lugar em que eles estavam, era igual à uma caverna, mas a vista dali era surreal, nunca havia visto nada assim, a luz da lua era o que clareava o lugar. Peter não se deu tempo de olhar mais para trás a onde estava a luz, seu olhar foi de encontro para baixo de seu corpo em que sua calça estava sendo tirada com o uso da força do homem na sua frente.
Como ele usa a força também?
Sua roupa de baixo havia sido tirada também, e ele gemeu em sentir o hálito quente invadir em seu umbigo, suas costas arqueadas e sua mão apertando o cabelo do homem. Quando percebeu, o desconhecido já estava chupando seu membro sem se importar.
— Oh meu... – Sua respiração já não estava mais no controle, e sua boca salivava de prazer.
Sua camisa havia sido tirada, e beijos foram transmitidos no local. A única coisa que seu instinto fez foi avançar para beijar aquele homem que ele não conhecia, mas sentia que conhecia a muito muito tempo, e morder o lábio dele. O homem soltou uma risada rouca na boca de Peter e o fez arrepiar. Vozes vieram em sua mente, de pessoas rindo, e a voz daquele homem dizendo coisas que ele já tinha escutado. Só não sabia como pois não se lembrava de nada.
Fechou seus olhos, e quando abriu ele já não estava mais naquele lugar, estava em um lugar em que a claridade da luz invadia, e sentia um prazer imensurável em seu corpo, vindo de uma parte específica que ele não tinha experimentado. O chão era grama, e tinha um lago ao lado com a cachoeira descendo. Peter não estava deitado, estava sentado, mais especificamente sentando, não em que mas sim a onde.
— N-não pare... – Disse involuntariamente e colocou a mão em sua boca como se estivesse querendo parar de falar aquilo. — Isso é tão... bom. – Apertou mais forte sua boca, mas não conseguia parar de falar.
— Você gosta Peter? – Era aquele mesmo homem de antes, Peter não conseguiu se conter e seu corpo fez com que ele beijasse a pessoa em sua frente. Enquanto sentava nele.
— Luke... e-eu... – Sua cabeça tombou para trás e mãos apertaram sua cintura descendo para suas nádegas. — T-te... – seu pescoço foi beijado transmitindo chupões por toda parte. — Am...
Peter fechou seus olhos, e abriu eles novamente, agora levantando seu tronco rapidamente assustado com seu peito subindo e descendo, ele estava em sua cama agora. Sua própria cama, em seu próprio quarto, agora sim ele estava na primeira ordem, sua casa. Sem ninguém lhe beijando, chupando e... fazendo outras coisas do tipo.
O que houve comigo?
Se perguntando em pensamentos o que estava acontecendo, ele sentiu no meio de suas coxas um melado em seu membro. Ficou constrangido então se levantou e foi até o banheiro, lavando seu rosto. Pensou melhor, e tomou um banho tirando a sujeira e morrendo de dor de cabeça pelo sonho ou seja lá o que foi aquilo.
[ . . . ]
— Ei o que foi? Você tá meio...
— Eu só tô nervoso Mestre Kylo. Só isso ok? – Peter repreendeu a pergunta de Kylo, enquanto os dois andavam pelos corredores da base.
— Não minta pra mim Peter. – Kylo o para no meio do caminho. — Fala a verdade.
Ele não ia falar, não conseguiria dizer, que ele sonhou com alguém e que sentia coisas jamais sentidas antes. Não tinha como dizer aquilo, era perturbador, só de pensar já fazia ele ficar estranho novamente.
— Me deixa em paz! – Peter empurrou Kylo, e Ren ficou surpreso, se sentindo um lixo por dentro em não poder ajudar seu aprendiz.
Eles seguiram o resto do caminho em silêncio, e quando chegaram na nave em que Peter iria embarcar, se olharam uma última vez.
— Então... é isso. – Peter não conseguia encarar seu Mestre, estava muito envergonhado com tudo.
— Boa viagem. – Kylo tinha suas mãos atrás das costas, com sua postura autóritaria e séria de sempre.
Peter agradeceu com o olhar, e foi até sua nave colocando sua mochila ali dentro. Mas seu coração estava muito apertado, estava querendo chorar mas não iria, não podia. Ele olhou para Kylo, de dentro da nave, e Kylo por trás da máscara estava triste, por dentro e por fora. Era notável para quem que o conhecia.
Peter ignorando seu orgulho e vergonha, saiu da nave e correndo foi até os braços de seu Mestre o abraçando com força, com seus pés fora do chão, Kylo o abraçou de volta com força, e respirou fundo. Peter voltou ao chão, e apertou o botão de tirar a máscara de Kylo. Kylo Ren não o impediu, muito pelo contrário, ele apenas esperou ver os olhos de Peter sem ser pela máscara.
O Delarian olhou para os olhos tão sem cor de Kylo, e tocou o rosto dele com sua mão. Olhou para os lábios do mesmo que pareciam querer chamar ele, engoliu em seco voltando a olhar para os olhos, e lambeu seus próprios lábios como se quisesse aquele doce.
— Fala alguma coisa por favor... – Peter olhou para seus pés morrendo de vergonha, com um sorrisinho bobo em seu rosto.
Kylo apenas segurou o rosto de Peter com sua mão direita, levantando para ele olhar de volta.
— Tenha cuidado. Meu Aprendiz. – Ele ainda era sério, e isso fez Peter se lembrar que eles eram apenas Aprendiz e Mestre, nada mais.
— Eu vou ter, Mestre. – Peter olhou para os lábios dele denovo, e quando ia beija-los, ele somente enconstou seus narizes juntos.
— Não faz isso garoto...
— Vai falar comigo quando eu voltar?...
— Porque eu não falaria?... – Os dois falavam em sussurros, e quando iam se beijar já abrindo suas bocas, alguém pigarreou atrás deles. Interrompendo a cena.
Kylo se afastou de Peter, e o Delarian apenas mordeu o lábio.
— Interrompo alguma coisa? – General Hux pergunta, olhando para Peter com nojo.
— Não. Só estávamos conversando. – Kylo justifica mentindo, e Peter o odiou da forma em que ele mentiu.
— Ótimo. – Hux afirma e vai até Peter. O mesmo sussurra algo no ouvido dele, e Peter fica sem reação morrendo de vergonha. — Lembre-se disso.
— Está bem. – Peter tentou disfarçar sua surpresa pela frase de Hux em seu ouvido, e sorriu bobo.
— Faça uma boa viagem.
Peter assente com a cabeça, e vai até a nave, se sentou e começou a checar os botões da nave, e verificou o escudo de proteção. Apertou algumas teclas, e ligou a nave. Olhou denovo para Hux e Kylo, e sorriu fraco para eles. Hux acenou, e Kylo apenas se virou saindo sem querer ver Peter saindo da base.
E quando saiu, deixou mais um vazio no coração de Kylo Ren.
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