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𝘽𝙖𝙧𝙗𝙖𝙧𝙖 𝙋𝙖𝙨𝙨𝙤𝙨

Aria e eu somos melhores amigas desde o dia em que a defendi de uma garota chata no nosso primeiro dia de aula, quando tínhamos quatro anos.

Hoje temos vinte e três anos e continuamos com a mesma amizade de anos atrás.

Nós moramos juntas em um apartamento em New York. Estamos fazendo faculdade, ela de estilista e eu de arquitetura, estou no último ano inclusive.

A gente sempre morou em New York, mas estava nos nossos planos desde os doze anos que, quando fôssemos para a faculdade, moraríamos juntas.

Estou fazendo o jantar porque Aria marcou um encontro de casais aqui em casa. Convidou o meu namorado e o seu namorado, que inclusive são melhores amigos também.

Eu odiei. Ela não me avisou com antecedência e decidiu isso sozinha. E eu ainda tenho que fazer o jantar mesmo depois de ter chegado do trabalho porque ela é péssima na cozinha!

Eu não gosto do namorado dela, acho um metido, egocêntrico e babaca. Fora que quando ele dorme aqui, deixa a casa uma
zona e Aria nem ao menos coloca ele pra arrumar. E adivinha só quem tem que arrumar? Exatamente, eu.

Aria vem de uma família milionária e sempre teve tudo nas mãos, não é supresa que ela não saiba fazer nada. Diferente de mim que não venho de uma família rica e nunca tive o mundo nas mãos.

Quando nós mudamos para nosso apartamentos, nem uma colher ela lavava, pelo menos essa parte de lavar o que sujou eu consegui fazer com ela aprendesse. Agora a função dela é lavar as louças.

De resto, eu faço tudo porque senão, a casa vira um chiqueiro.

—— Eu não entendo esse ódio que você sente pelo Victor, amiga! —— Aria coloca uma mecha de seu cabelo loiro atrás de sua orelha e apoia os cotovelos no balcão.

—— Ele é chato pra caralho! —— pego um pouco de molho na colher e sopro —— Venha provar para ver se está bom.

Ela se levanta e vem até mim.

Quando o molho está morno, coloco na palma da sua mão e ela prova, fazendo uma cara de satisfação.

—— Isso está maravilhoso amiga, você faz as melhores comidas do mundo! —— ela beija a minha bochecha —— Vou tomar um banho antes que os meninos cheguem.

Aria sai da cozinha. Coloco a lasanha e me sento no balcão, mexendo no celular enquanto espero os meninos chegarem.

Escutei a campainha tocar e me levantei, caminhando até a porta e abrindo. Era Peter e Victor, como eu já esperava.

——— Oi amor. ——— Peter me abraçou e deixou um selinho em meus lábios.

——— Oi. ——— abro um sorriso e fecho a porta quando os dois entrem. ——— Eu estava com saudade.

——— Eu também estava. ——— ele deixou mais um selinho em meus lábios e se sentou no sofá.

——— Oi para você, Bárbara. ——— Victor fala e sorri debochadamente. ——— Sua educação sempre me surpreende.

——— Oi Victor. ——— devolvo o mesmo sorriso e me sento ao lado do meu namorado.

——— Cadê a Aria? ——— ele pergunta, se sentando na poltrona.

——— Tomando banho, já deve estar saindo.

——— Vou lá atrás dela. ——— o moreno se levanta e some no corredor.

Peter me puxa para mais perto dele e eu coloco minha perna sobre as suas coxas.

——— Por que não dorme aqui comigo hoje? Podemos assistir filme. ——— pergunto e começo a acariciar a nuca dele.

——— Assistir filme, é? Normalmente quando vamos assistir o filme, pausamos no começo. ——— Peter abre um sorrisinho malicioso e segura em minha bochecha, me puxando para um beijo.

——— O cheiro está maravilhoso, vai demorar muito para ficar pronto? ——— Aria entra na sala tagarelando e separo meus lábios dos de Peter.

——— Daqui uns 5 minutinhos, Aria, segura essa lombriga sua. ——— respondo.

——— Tá. Amanhã eu estou querendo fazer uma festa na piscina dos meu pais, eles estão viajando.

——— Não sei se estou afim, amanhã eu quero ficar o dia todo na morga. ——— falo.

——— Parece uma velha de 60 anos, nunca topa nada. ——— Victor fala e eu reviro os olhos.

——— E daí? Ninguém te perguntou nada. Insuportável.

——— Vocês dois, não comecem...——— diz Peter.

——— Pois é, chatos demais. ——— Aria concorda.

Escuto o forno apitar e me levanto, junto com os ostros três e fomos até a cozinha.

Tirei a lasanha do forno e coloquei em cima da mesa, enquanto Peter me ajudava a colocar os pratos, copos e talheres.

Todos se sentaram na mesa e começaram se servir. Enquanto jantávamos conversávamos.

Quando acabamos de comer, me levantei e coloquei meu prato na pia, depois me virei para a minha melhor amiga.

——— Aria, não sei que horas vai lavar as louças mas por favor não deixe apodrecendo na pia até amanhã à noite.

——— Vou lavar agora. ——— ela se levantou, indo até a pia.

——— Certo, estou indo tomar banho e depois vou pro quarto. Boa noite para vocês dois. ——— me refiro ao casal.

Saio da sala e vou direto pro banho, tirando a minha roupa e me enfiando embaixo do chuveiro. Não vou lavar meu cabelo, já lavei de manhã antes de ir para a faculdade.

Acabei meu banho e me enrolei na toalha, saindo do banheiro e dando de cara com o Victor.

——— Caramba, que susto! ——— coloquei a mão no peito.

——— Pensei que fosse morar aí dentro, estou querendo mijar! ——— ele coloca o braço no batente da porta, atrapalhando minha passagem.

——— Eu disse que estava vindo tomar banho, por que não veio mijar antes?

——— Deu vontade agora ué. ——— Victor da de ombros.

——— Não dou a mínima. Anda, sai da minha frente logo.

——— Você tem que pedir com jeitinho...

——— Victor, eu não estou com paciência, vaza logo se não vai fazer xixi na roupa!

——— Você nunca está com paciência. ——— ele sorri e eu bufo. ——— As duas palavrinhas mágicas...

——— Pode vazar da minha frente, por favor? ——— pergunto entre dentes e ele começa a rir, tirando o braço do batente e me deixando passar.

——— Esse banheiro está um forno, qualquer dia desses você cozi-. ——— não terminei de escutar o que ele ia dizer pois bati a porta do meu quarto.

——— Eita, o que foi? ——— Peter pergunta, sentado a minha cama.

——— Seu amiguinho me enchendo o saco como sempre. ——— vou até o guarda roupa e começo a procurar um pijama.

——— Você sabe que ele só te irrita assim porque você se estressa fácil né? É só entrar na onda que ele para.

——— Entrar na onda com aquele palhaço? Nem morta!

Tiro minha toalha e coloco um baby-doll de seda, depois estendo a toalha e solto meu cabelo que eu havia prendido antes de entrar no chuveiro.

Me jogo na cama e me cubro, quase gemo de satisfação por finalmente ter deitado.

——— Estou tão cansada. ——— bocejo.

——— Eu também, lá no trabalho hoje foi muito corrido. ——— Peter se deita ao meu lado e se cobre também.

——— Nem me fale, não vejo a hora de me formar logo na faculdade.

——— Falta pouco mais de um mês, você já está quase lá. ——— ele me abraça. ——— Não vai querer assistir o filme, né?

——— Não. Estou com muito sono, me desculpa. ——— acaricio seu rosto.

——— Tudo bem, também estou com sono. Boa noite.

——— Boa noite, amor. ——— deixo um beijo em seus lábios e levo a mão até o interruptor, desligando a luz e deixando o quarto escuro.


Peter foi embora logo cedo, ele tinha que passar na casa dos seus pais. Saiu agora pouco com Victor.

Estou sentada na sala enquanto toma uma xícara de chá.

——— Ai, que sono. ——— Aria aparece na sala toda descabelada.

——— Ah, mas eu também estou com sono. Fala sério, por que vocês dois não vão para um motel? Parecem que estão fazendo um filme porno. ——— falo sem paciência.

——— Foi mal. ——— ela se senta ao meu lado. ——— Nos empolgamos um pouco. Mas você não deve reclamar, de vez em quando também te escuto transar.

——— Mas não sou tão escandalosa igual você.

——— Aí, da próxima eu mordo o travesseiro, credo!

——— Vou deitar um pouco, acordei agora só para me despedir de Peter. ——— me levantei e entreguei minha xícara com chá pela metade nas mãos de Aria.

——— Espera, vou com você, também quero dormir mais um pouco. ——— ela vira o chá de uma vez e vamos juntas para o meu quarto.


Aria realmente conseguiu organizar a festa na piscina, por sorte não tem muita gente, só alguns conhecidos nossos.

Estou sentada na espreguiçadeira, não estou afim de entrar na piscina hoje e daqui a pouco quero ir embora. Eu só vim porque se não Aria encheria meu saco.

——— Amor, vou ter que ir embora, tenho umas coisas do trabalho pra resolver. Você quer que eu te deixe em casa? ——— Peter pergunta se aproximando de mim.

——— Ah, não precisa, vim com o meu carro, está de boa. ——— me levanto, ficando de frente para ele.

——— Tá bom, tchau. ——— ele segurou minha cintura e juntou nossos lábios.

——— Tchau. ——— falei assim que separamos nossos lábios.

Peter logo sumiu das minhas vistas.

A música aqui estava alta e me dando dor de cabeça. Fui para dentro da casa e caminhei até a cozinha, onde eu havia deixado minha bolsa, em cima do balcão.

——— Então você já vai embora? ——— a voz de Victor ressoou atrás de mim e eu revirei os olhos.

——— Vou, ficar no mesmo ambiente que você é bem complicado. ——— me viro pra ele.

——— Até parece, quando eu não estou você quase da um treco de saudade. ——— Victor diz se achando e cruza os braços.

——— Até parece, né? ——— cruzo meus braços também.

——— Pode falar a verdade. ——— ele ri debochadamente.

——— Por que está aqui falando comigo? Quero distância de pelo menos 5 metros de você. Da paz na minha vida! ——— passo por ele e saio da cozinha.

Mandei uma mensagem para Aria avisando que estava indo pra casa e fui até a garagem, entrando no meu carro, ligando e dando partida.

Espero que tenham gostado do primeiro capítulo.

-Gii

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