𝟯𝟬. A PROFECIA.
CAPÍTULO TRINTA.
'por favor, tenho estado de joelhos,
mude a profecia. não quero
dinheiro, só alguém que queira
a minha companhia. Deixe ser
eu uma vez na vida, com quem
preciso falar pra ver se podem
reescrever a profecia?'
As nuvens escuras se amontoavam no céu, como se fossem velhas guardiãs de histórias sombrias, estas eram hesitantes em derramar a chuva que prometeram, mas deixavam pender a ameaça sutil de pedriscos afiados, que poderiam perfurar a pele pálida da mulher de olhos verdes e sua irmã. A tempestade parecia segurar a respiração, suspendendo-se em um silêncio pesado apenas para elas, enquanto Thalia e Andrômeda caminhavam lado a lado entre as lápides. Os túmulos estavam envoltos em uma névoa de tristeza, como se o próprio solo estivesse lamentando as almas perdidas que repousavam ali, para sempre perdidas, presa em solo e nos corações dos que ficaram.
O vento carregava sussurros indistintos, como se as pedras e as árvores já antigas quisessem participar da conversa muda entre as duas irmãs. Nenhuma palavra era dita, mas o peso de suas esperanças contrastantes pairava sobre elas, tão palpável quanto a ameaça de chuva no ar. Thalia, apesar das inúmeras decepções que sua fé já lhe causara, agarrava-se a ela como a uma tábua de salvação em um mar tempestuoso. Ela preferia não encontrar o que procurava; a crença em algo além do tangível era uma chama que ela se recusava a deixar morrer. Andrômeda, por outro lado, já havia abandonado há muito a fé em forças invisíveis. Suas crenças, agora, eram reservadas para os vivos, para aqueles que amava e para os oprimidos, com quem ela se solidarizou em silêncio e lutava por, em segredo.
O homem esguio, cuja pele parecia tão cinzenta quanto as pedras que os cercavam, parou subitamente. Seu movimento foi quase imperceptível, mas carregava uma autoridade silenciosa que fez o tempo parecer congelar. Quando ele se virou, seu semblante gélido irradiava uma presença imponente, como se ele fosse uma extensão natural daquele cemitério antigo. Com um gesto lento e deliberado, ele ergueu a mão calejada, apontando para uma lápide específica, uma que Thalia evitava encarar desde que havia chegado.
━ Thalia... ━ A voz de Andrômeda quebrou o silêncio com uma suavidade quase reverente, enquanto ela apertava a mão da irmã com firmeza, tentando transmitir coragem através do toque. Sua respiração ficou presa na garganta, como se ela temesse que o ar ao seu redor pudesse dissipar qualquer fragmento de força que restava em Thalia.
Thalia, agora Potter, sentiu um calafrio percorrer sua espinha. Com um esforço visível, ela respirou profundamente, tentando reunir toda a coragem que lhe restava. Lentamente, virou o rosto na direção que o homem indicava, seus olhos pousando nas letras cursivas cravadas no concreto frio. O nome daquela que a jovem mulher não podia deixar ir estava gravado ali, em letras douradas "Betsy Graves" se destacava outra vez, cada curva das letras parecendo pulsar com a memória do tormento que Thalia carregava desde a fatídica noite de seu casamento.
Betsy Graves, aquela figura espectral que a assombrava em sonhos e visões, não a deixará em paz desde então. Thalia falara dela para seu marido, para os amigos, implorando que acreditassem quando dizia tê-la visto, em pé, diante dela na noite em que deveria ter sido a mais feliz de sua vida. Mas sempre que ela mencionava o nome, via nos olhos deles a mesma expressão de ceticismo resignado, como se ela estivesse falando de um devaneio infantil, uma ilusão que eles não tinham coragem de destruir.
Até agora. A lápide diante dela era um lembrete tangível de que algumas perdas são reais, mesmo quando o mundo se recusa a acreditar. E ali, naquele cemitério sombrio, com as nuvens escuras pairando acima, Thalia sentiu o peso da verdade se abater sobre ela, inescapável e cruel. Ela levou a mão até a barriga, tocando o pequeno inchaço que se formou nos últimos quatro meses, a verdadeira razão para ela estar ali depois de tanto tempo.
Seus sonhos perturbados em que Betsy Graves se fazia presente começavam a afetar Thalia mais do que nunca durante sua gravidez, e sua irmã Andrômeda não podia deixar que a mais jovem continuasse sem dormir naquele momento que exigia tanto dela, foi só por isso que a levou até lá, para que a de cabelos pretos tivesse certeza de que Betsy descansava em paz, que não sofria ou chorava mais, que não era usada como as teorias de Thalia lhe disseram.
Quando a chuva começou a cair, como um véu de cristal sobre a paisagem, o céu se tingiu de um cinza profundo, quase opressivo, e as primeiras gotas criaram padrões delicados nas janelas do carro. A atmosfera era densa e úmida, e o cheiro de terra molhada penetrava pelas frestas das janelas, trazendo consigo uma sensação de frio que contrastava com a quietude do interior do carro.
Thalia, sentada no banco do passageiro, olhava fixamente para o horizonte borrado pela chuva, seus pensamentos viajando tão longe quanto a estrada à frente. Seus dedos repousavam sobre a barriga arredondada, sentindo a leve pressão do bebê que crescia dentro dela. Pensava agora em como seria mais simples chegar em casa se não fosse pela magia de aparatar, tão comum para ela em outros tempos, agora se tornará uma tarefa impossível; o esforço e a concentração necessários eram demais para o corpo cansado que carregava uma nova vida.
No banco de trás, a pequena Ninfadora Tonks estava sentada, seus pés balançando no ar, sem alcançar o chão do carro. Tonks era uma criança curiosa e cheia de energia, com os cabelos mudando de cor involuntariamente, refletindo cada emoção que passava por seu coraçãozinho. Naquele começo de noite, sob a luz pálida e trêmula que filtrava pela janela, seus cabelos haviam assumido um tom suave de lavanda, como se refletissem o ambiente calmo, mas carregado de expectativa.
Thalia, ciente da presença da pequena sobrinha, manteve-se quieta, mas atenta. A menina, por sua vez, não conseguia tirar os olhos da barriga de Thalia. Aquele ventre redondo era um mistério para ela, algo que despertava uma curiosidade inocente e um fascínio que ela não sabia expressar em palavras. A garotinha se inclinou para a frente, hesitante, mas movida por uma necessidade que ela mesma não compreendia completamente. Seus pequenos dedos, ainda um pouco desajeitados, estenderam-se na direção da barriga de Thalia.
━ Ele é muito quieto. ━ Tonks percebeu e bufou se jogando de volta no banco.
━ Talvez seja tímido. ━ Teorizou Thalia. A mão que era decorada com a aliança de casamento acariciou o próprio estômago como se tentasse incentivar o filho a dar algum sinal para sua prima.
━ Vocês duas continuam falando como se fosse um garoto. ━ Zombou Andrômeda contente que o silêncio do cemitério estava ficando para trás. ━ E quanto a uma estrelinha? Não acha que seja?
━ Sem estrelas. ━ Cortou Thalia. Ela não tinha nenhuma estima pela tradição de nomes da família Black. Seu filho seria um Potter, não havia família melhor para pertencer. ━ Além disso James teve um sonho com um garoto e uma vassoura de quadribol, vai ser um menino. É o Harry.
━ Gosto de Harry. ━ Concluiu a pequena Tonks que mudava seus cabelos de amarelo néon para verde água. ━ Harry Potter.
━ Isso mesmo. Harry Potter.
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O jardim em volta da casa era uma verdadeira pintura viva. Os arbustos perfeitamente podados acompanhavam o caminho de pedras que levava até a porta da frente, enquanto flores de variadas cores dançavam suavemente com a brisa. Um carvalho imponente oferecia sua sombra generosa a uma parte do gramado, onde pequenos pássaros se empoleiravam, cantando uma melodia harmoniosa com o farfalhar das folhas. A mureta que cercava o jardim era baixa e decorada com heras que subiam em espiral até seu destino final: o belo portão de ferro forjado que se abria para um mundo do qual eles tentavam se esconder.
A casa era um refúgio de promessas para o futuro. Maior, mais acolhedora, e com cômodos espaçosos e bem-iluminados em comparação ao antigo imóvel do casal, essa estendia seus braços abertos para acolher o pequeno menino que chegaria em breve, afinal, agora com trinta e duas semanas de gestação, todos já sabiam que James e Thalia estavam certos em suas afirmações sobre o filho menino.
Aquele era um lar onde a criança teria espaço para testar seus passos titubeantes, sem as amarras e restrições de um chalé pequeno. Thalia Potter caminhava pelo corredor da entrada com o balanço da leve caixa de papelão em suas mãos, o conteúdo macio e gentil. Presentes doce de um futuro tio, os ursinhos de tricô que testemunharam as noites de insônia que Remus Lupin havia passado costurando seu amor em cada ponto.
Com um som abafado, uma mecha de cabelo escuro caiu sobre o rosto dela, no entanto, ela não fez esforço para afastá-lo. Em vez disso, ela lambeu os lábios ressecados e ergueu os olhos para o quarto à sua frente. Eles estavam cansados, é claro, mas brilhavam de confiança e determinação. Havia muito a ser feito; as reuniões quase diárias da Ordem ao redor da vila consumiam todo o seu tempo e energia, e não lhe deixavam tempo livre para cortar o cabelo escuro que agora caía até seus ombros.
James Potter, o agora homem com o bagunçado cabelo preto e barba por fazer, apareceu na porta do quarto. A surpresa estava desenhada em seus olhos verdes.
━ O que você está fazendo? ━ Perguntou bem-humorado, a voz carregada de preocupação observando como a mulher segurou a caixa um pouco mais alto, a inclinou para que seu marido visse o conteúdo.
━ Uma caixa de ursinhos. ━, ela brincou. ━ Não pode me machucar. ━ Ela observou o quarto de paredes cor creme e decoração azul, e então deixou a caixa na prateleira enquanto observava o berço pronto. ━ Você está fazendo um bom trabalho com isso.
James, ouvindo claramente a admiração em sua voz, sorriu para ela. Seu martelo pendurava frouxamente na mão, quase em queda. Ele pegou a ferramenta com dificuldade e ajeitou a posição desconfortável. ━ Você não precisa ser caridosa, Thalia Potter. Eu sei que estou indo muito, muito bem.
O timbre convencido deu a ele um ar infantil, um orgulho infantil que o lembrou de quando o conheceu, ainda aos onze anos. Thalia se permitiu rir enquanto revirava os olhos. Aproveitando-se de sua confiança, James girou o martelo, tentando parecer casual, mas a parte de madeira do cabo atingiu sua testa.
━ Ai! ━ James gemeu soltando o martelo que fez um estrondo ao cair no chão. Thalia se aproximou dele preocupada observando o rosto dele antes de tocar gentilmente o local avermelhado. O Potter, ao receber o toque, se inclina na direção do carinho de sua esposa, como se o toque doce fosse o remédio para toda a dor.
Não durou muito, no entanto. Sirius Black entrou no quarto como uma tempestade, os cabelos escuros e muito bem penteados emoldurando seu rosto pálido marcado por uma preocupação que a muito se via, mesmo em meio a guerra. Seus olhos cinzentos, normalmente cheios de diversão e travessuras, estavam ligeiramente arregalados enquanto ele varria a sala com o olhar, pousando rapidamente em Thalia. Sem dizer uma palavra, ele se aproximou e pousou as duas mãos firmes ao redor de sua barriga.
━ Ouvi um barulho ━ explicou ele, o tom rouco ainda carregado de tensão. Suas palavras quebraram o silêncio de forma abrupta, enquanto ele se inclinava ligeiramente, os olhos ainda fixos na barriga redonda de Thalia. ━ Está tudo bem aí, Harry?
James Potter, que estava ainda inclinado para a esposa, franziu a testa trocando um olhar rápido com ela. Afastando-se gentilmente dela, ele esqueceu sua delicadeza quando deu um leve soco no ombro de seu amigo, um gesto familiar que carregava anos de cumplicidade.
━ Ei, idiota ━ Chamou James com um sorriso brincalhão, seus olhos castanhos brilhando com uma mistura de exasperação e afeto. ━ Foi o pai dele que se machucou, não ele.
Sirius piscou, a compreensão se acendendo em seu rosto antes de relaxar completamente os traços bem desenhados de seu belo rosto. Ele deu de ombros, um sorriso torto surgindo em seus lábios como uma nuvem dissipando-se após uma tempestade repentina.
━ Ah, então não me importo. ━ Respondeu ele com sua típica despreocupação, virando-se para a porta do quarto, seus passos agora mais leves, enquanto o peso da preocupação desaparecia tão rápido quanto havia surgido.
O som abafado das risadas de Thalia ecoou pelo quarto. James, com um sorriso travesso, tomou um dos ursinhos de tricô que foram presentes de Remus e, sem pensar duas vezes, o jogou em direção às costas de Sirius. O brinquedo macio voou bem como desejado, acertando as madeixas escuras soltando-as ainda mais enquanto o Black se virava, olhos brilhantes em desafio. O mais alto não perdeu tempo, precipitou-se em direção a James, claro no desejo de ter sua vingança o acertando de volta. O quarto, iluminado pela suave luz do meio-dia trabalhando seu caminho através das vidraças antigas que formavam toda a parede por trás deles, parecia vibrar com uma nova dualidade de energia.
Thalia, que observava a cena com um sorriso discreto, não conseguiu evitar a risada ao vê-los passar. A mão pousada gentilmente sobre o ventre arredondado, ela os advertiu com preocupação misturada de travessura: ━ Cuidado com os tapetes! ━ Sua voz estava carregada de uma ternura que só uma mãe poderia ter, algo que ela notou ser mais presente a cada mês que se passava em sua gestação. Sentindo um pequeno movimento em sua barriga ela lançou ao ventre olhar divertido antes de começar a descer as escadas com cuidado.
Na sala de estar, Ninfadora Tonks estava olhando pela janela, os olhos grandes e brilhantes com curiosidade e atrevimento, desejando se juntar a batalha entre os dois velhos amigos que escaparam do interior da casa para o jardim. Thalia nota um livro de colorir que fora presente do pai da pequena menina, muito comum no mundo trouxa. Perto dela, os gêmeos ruivos debruçaram-se sobre o peito para não fazer barulho, enquanto rabiscava o rosto do irmão mais velho que dormia calmamente no sofá.
Molly Weasley, uma luz de feroz cabelo flamejante em laranja, surgiu na porta da cozinha, enxugando as mãos em um avental segurando a vassoura que usou para expulsar James e Sirius da cozinha. Ao notar Thalia, ela comentou com um sorriso divertido: ━ Não é engraçado como eles parecem sempre ter onze anos?
Thalia se virou rapidamente, a preocupação evidente em seu rosto ao notar a mulher, ela se aproximou para alertar a amiga de Andrômeda, que havia se tornado sua amiga também. ━ Molly, você deveria estar sentada!
A barriga de Molly, já proeminente em seu novo mês, denunciava que o parto de seu sexto filho poderia acontecer a qualquer momento. Molly, no entanto, apenas deu uma risada suave, balançando a cabeça e brincou. ━ Ah, não se preocupe, Thali. Ronald não está com pressa de vir ao mundo, o garotinho é preguiçoso.
Ainda assim, Thalia a seguiu para a cozinha onde Andrômeda a aguardava para continuar a preparação do almoço. O aroma delicioso de comida caseira já começava a encher a casa, misturando-se com o som distante das brincadeiras no jardim, criando um ambiente acolhedor e familiar que parecia suspenso no tempo, onde todas as preocupações do mundo exterior não podiam penetrar, embora todos carregasse o peso da perda de um conhecido, se não de alguém muito próximo que carregariam consigo até seu último dia.
As três mulheres estavam dividindo tarefas uma vez que terminaram o almoço, Thalia Black sentou-se à mesa enquanto com auxílio da magia centralizou os pratos e talheres na mesa na parte de trás do jardim, o mesmo foi feito com panelas e travessas, e logo todos estavam à mesa. Arthur Weasley, com sua paciência característica, ajudava Molly a tentar conter e alimentar a todas as crianças, era uma tarefa árdua, mas os dois pareciam fazê-lo com um amor que tornava tudo mais fácil. Enquanto isso, no canto esquerdo da mesa, Ted Tonks segurava a pequena Ninfadora em seu colo balançando levemente e fingindo não notar quando os dedinhos rápidos dela roubavam suas ervilhas.
James Potter estava do outro lado da mesa, os olhos fixos em sua esposa como se fosse a primeira vez que a via. Para ele, ela era um farol de luz em meio a um mundo que muitas vezes parecia envolto em sombras. Thalia estava brilhante conversando com Sirius sobre um jogo de quadribol emocionante que os dois foram ver na semana passada, ouvi-la falar, senti-la respirar, era como um encanto que nunca se quebraria. Quando os olhos mais verdes que James já viu se voltaram para ele, o jovem sentiu o coração acelerar, como se ela estivesse olhando para ele pela primeira vez. Thalia sorriu para ele, e as pequenas sardas em seu rosto se moveram com o gesto, enquanto suas bochechas, agora mais redondas pela gravidez, davam-lhe uma aparência ainda mais adorável e radiante.
O doce sonho foi abruptamente interrompido quando Andrômeda, com uma expressão séria, olhou por cima do ombro do marido e anunciou, em um tom que fazia o ar ao redor parecer gelar. ━ Dumbledore está aqui.
O sorriso de Thalia, que até então iluminava seu rosto, pareceu murchar de repente, seus olhos verdes desviaram-se de seu amor. Uma sensação desconfortável se instalou em seu peito, como se um pressentimento sombrio sussurrasse em seus ouvidos que as notícias trazidas pelo bruxo de cabelos grisalhos não seriam boas. Instintivamente, sua mão deslizou até sua barriga, em um gesto protetor e cheio de apreensão. Não era Dumbledore que ela temia, mas sim a profundidade de sua mente, o vasto conhecimento que ele possuía e as verdades que ele poderia estar prestes a revelar e todas as que ele costumava ocultar. A leve brisa que antes parecia acolhedora agora trazia um frio súbito, refletindo a tensão que começava a se espalhar pelo jardim.
James rapidamente se adiantou, aproximando-se de Dumbledore com uma familiaridade que só aqueles que já haviam compartilhado os horrores da guerra como aliados podiam ter. O diretor, com sua habitual serenidade, inclinou-se ligeiramente para murmurar algo a James, suas palavras carregadas de uma gravidade que parecia aumentar o peso do ar ao redor. Hesitando por um momento, James voltou-se para Thalia, estendendo a mão para ela, convidando-a silenciosamente a acompanhá-los para dentro da casa.
Aqueles ao redor, todos cientes da importância das visitas de Dumbledore, apenas sorriram e assentiram discretamente. Não era incomum que o diretor pedisse por audiências privadas quando o assunto era delicado, especialmente em tempos tão incertos. Thalia, com uma expressão controlada, levantou-se da mesa. Seus passos eram lentos, como se algo a puxasse para trás, mas ela seguiu em direção a James e Dumbledore. Só quando parou notou que Sirius Black estava logo atrás dela, seus olhos cinzentos e vigilantes e seu corpo em alerta, como um cão de guarda, tão fiel aos Potter.
Albus Dumbledore observou Sirius por um breve momento, sua expressão inescrutável, mas não disse nada. Em vez disso, virou-se e continuou em direção à casa, o silêncio entre eles denso com as palavras não ditas. James, sentindo a tensão que começava a crescer, segurou a mão de Thalia com firmeza. Ele levou os dedos delicados dela até seus lábios, deixando um beijo suave em sua pele, um gesto que era ao mesmo tempo uma promessa silenciosa e uma tentativa de confortá-la. Ele sabia que a preocupação dela refletia a sua própria, mas queria que ela soubesse que, juntos, eles poderiam enfrentar o que quer que estivesse por vir.
Ao menos foi o que pensaram.
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