06.
Los Angeles, Califórnia, EUA.
Setembro, 2013.
Hoje eu estou completando 16 anos.
Não mudou muita coisa na minha vida, até porque eu nunca quis festas ou algo extravagante para a minha vida, mas eu tinha alguns amigos, e resolvi fazer minha festa na casa de mamãe, uma das, essa é a de Los Angeles, ela comprou logo que Gigi nasceu. É lindo aqui, as palmeiras e as ruas retilíneas da cidade são encantadoras.
Eu estou em meu quarto, imagino que tenham pessoas esperando do lado de fora, ou que ainda vão chegar, e Jelena está me ajudando com o que vestir.
— Coloque esse vestido azul marinho, você vai ficar maravilhosa. — disse sorrindo sem mostrar os dentes.
— Eu acho melhor não Gigi, é muito colado; aberto, não combina comigo. — estava acanhada.
— Vamos lá Mia! Vai ficar lindo em você, é seu aniversário, você não quer usar blusa de banda e calça né? — falou.
— Quero. — dei risada.
Ela riu junto, mas tratou de falar mais uma vez.
— Olha para você. Dezesseis anos é uma idade que não volta Mimi, chega a ser melhor que os quinze, te garanto. — ela segurou meus ombros enquanto eu olhava para o espelho da penteadeira.
— É normal Jelena, super normal. — falei cansada daquela conversa.
— A não ser que você comece a viver por você. Não mude pelos outros, mas siga seu coração, somos jovens, ainda temos tudo pela frente, uma hora ou outra isso irá acabar.
Essa frase de Gigi ecoou pelos meus ouvidos como um eco. Minha adolescência estava acabando mas iniciando ao mesmo tempo, era algo estranho e eu não sabia como aproveitar, o que aproveitar. Passar o tempo com as minhas irmãs , Victoria e Max, é incrível, mas eu posso me abrir para mais pessoas, me deixar levar por um momento. Eu iria usar aquela roupa, isso não significa que vai mudar quem eu sou.
— Não sei se esse deu discurso foi feito para eu usar o vestido, mas me convenceu. — ela sorriu.
— Foi para os dois. Para você saber que é linda, e também para usar esse vestido, porque é simplesmente de outro mundo essa coloração. — ela pegou a roupa, admirada.
Gigi sempre foi a com mais senso de moda por aqui, ela sempre ajudava os outros com as roupas, além de se vestir extremamente bem, tudo que ela usava combinava perfeitamente com ela, parecia que ela tinha a maior facilidade do mundo. Desde pequena ela era extrovertida, e ela está conquistando muitas coisas com a Victoria's Secrets, acredito que logo ela será uma das melhores bombshells.
— Levanta Mia, vamos colocar o vestido, você está pensativa demais para o meu gosto. Fica calma, nada de ruim vai acontecer hoje. — aquela foi uma tentativa falha de me animar.
— Tudo bem, me dá aqui. — peguei o vestido de suas mãos e reparei ela sorrir enquanto batia várias palminhas.
Eu dei uma risada, que ridículo.
Terminei de me arrumar, depois de um tempo indeterminado, parece que as coisas nunca acabavam.
— Você está linda, linda, linda! — Bella falou enquanto terminava de fazer cachos nas pontas dos meus cabelos.
Não podia negar, nunca tinha ficado tão linda na minha vida inteira, eu nem me reconhecia para falar a verdade. Tudo estava corretamente alinhado, e o vestido era realmente uma das coisas belas que eu já tinha visto, descobri que azul combina comigo.
— Obrigada Bella, eu...tá' surreal. — Eu sorri.
— Às vezes se arrumar modifica a alma, viu Mia? Não é o fim do mundo. — brincou desligando o babyliss.
Eu sorri para a mesma, acho que me sentia pronta para tantas pessoas em um local só, eu queria mostrar para mim mesma que estava bem; feliz.
— Já chegaram muitas pessoas? — questionei curiosa.
— A metade da festa sim, as outras eu não sei. Calma Mia, vai dar tudo certo, é só você focar nas pessoas que você conhece. Nós, Victoria ou até o próprio Max.
Verstappen não era o bom significado de atencioso, ele sempre me deixava na mão em alguma situações, mas não exigia muito porque ele não tinha que ficar grudado comigo por vinte e quatro horas.
— Eu sei Isabella, mas sempre tenho aquele medo, você me entende.
— São só pessoas Mia, não é o fim do mundo. Se te obrigarem a fazer algo ou te perturbarem, pode me chamar, chamar a mamãe, vamos sempre estar aqui.
Concordei com a cabeça e levantei da minha cama, abri a porta e vi aquele mar de pessoas na nossa casa, eu teria que enfrentar isso, mesmo odiando ter qualquer mínima interação social.
— Vamos Mia, você empacou. — Bella andou na minha frente.
Comecei a andar pelo local, e várias pessoas bateram palmas para mim, afinal, estava ficando mais velha. Mamãe convidou tantas pessoas, não sei como couberam em um local só, simplesmente inacreditável. Eu tentava sorrir para todo mundo mas malhava miseravelmente, era difícil de se locomover no local.
— Parabéns filha, que saudades eu estava de você! — papai veio em minha direção, havia alguns dias que não via o mesmo.
— Obrigada papai, fico feliz que você esteja aqui, estava sentindo sua falta! — abracei o mesmo.
— Você está linda, magnífica. Já está uma moça. — ele me abraçou de lado e beijou minha bochecha — aproveite filha, tudo.
— Pode deixar vader. — me afastei de seu aperto e fui em direção de mamãe.
Ela estava deslumbrante, Yolanda Hadid sempre priorizou pela beleza; o corpo. Impecável como sempre é. Vestia uma blusa de gola preta com uma saia que ia até os joelhos, com um cinto, ela estava belíssima. Amava minha mãe, e a ainda tenho que tomar coragem para falar a faculdade que quero seguir, mesmo ela não aceitando eu ter outra profissão, quer que eu seja a próxima Bombshell, igual Gigi.
— Meu amor! Você está linda, como sempre. Mas esse vestido que sua irmã escolheu te valorizou muito. — ela me abraçou e eu logo retribui.
— Obrigada mama, você está você está igualmente bela. — sorri para a mesma — essa festa ficou enorme, não precisava de tanto, não sou lá a filha mais sociável.
— Querida, não fique assim. Ano passado você já negou várias vezes, quero que a festa seja perfeita para você, para nós. Aproveite, tem tudo que você gosta. — disse fazendo um carinho em minhas bochechas.
—Tem morangos com chocolate derretido? — falei brincalhona.
— Você acha que eu ia esquecer a sua "comida" favorita? Olhe para a mesa. — ela apontou com a cabeça.
— Eu amo vocês! — abracei a mesma.
Sim, eu era tonta ao ponto de querer isso para me alegrar em minha festa. Cara, minha mãe não deixava eu comer praticamente nada, só em datas específicas, pois todas seguíamos dietas, ela realmente sempre quis que eu me tornasse modelo. Bem, hoje eu comeria muitos desses, pois sei que ela já me julgaria amanhã.
— Só você mesmo Mia. — ela saiu fazendo um carinho em meus ombros.
Quanto mais eu andava, mais pessoas eu encontrava, aquilo não acabava nunca, parecia um evento de famosos. Não que alguns não estivessem lá, mas era muitas vozes, músicas, aos poucos eu fui ficando animada.
Madelaine apareceu de meu lado, ela é uma das minhas amigas da escola, às vezes compartilho minhas coisas com ela.
— Oi aniversariante! Quem é viva sempre aparece. — disse me abraçando de lado.
— Ai amiga, eu estou chocada com tanta coisa. — falei olhando tudo em volta.
— Eu também, ficou um encanto, isso que você nem gosta de festas. — ela estava tomando alguma coisa, com certeza com álcool, a taça estava bonita.
A garota ruiva amava festas, barulho e se arrumar, essa parte eu gostava também, só não sabia muito. Todos os garotos da escola olhavam para Madelaine, eu achava ela linda. Mas eu sempre me atento com a mesma, muito explosiva; extrovertida. Não que eu não goste, mas isso me deixava meio sem reação, entretanto adorava a companhia dela, parecia me entender, pelo menos um pouco.
— O que você está tomando?
— Moscow Mule, quer? — falou levando a bebida até os lábios.
— Você sabe que não gosto de bebidas alcoólicas. — olhei para seu rosto.
— Mia uma festa só para você e nenhum drink você vai querer? Como pode ser tão santa assim? — negou com a cabeça.
— Não sou santa, só acho que álcool é desnecessário, e mamãe fala que é errado.
— Vive um pouco sua vida Mia, esquece um pouco as dietas doidas da sua mãe. É seu aniversário, seu momento. — ela falou sorrindo, seu batom vermelho se destacando.
Mesmo sendo meu aniversário eu não tomaria nada, há alguns dias eu resolvi confiar no meu grupo de amigas, que tem Madelaine, e me deu uma ressaca fodida, sem contar nos sintomas. Mamãe ficou extremamente brava comigo, e quando isso acontece, eu só quero ficar trancada em meu quarto fazendo qualquer coisa, tipo ler meus livros.
— Eu sei Madelaine, mas não quero correr o risco da última vez, lembra? Obviamente vou tomar muitos drinks em minha vida, mas agora não é hora, minha mãe se tornou outra pessoa naquele dia. — bradei séria.
— Só você Mia, mas te entendo também, não vou te forçar a nada. Agora eu sei que tem algo que você adora, quer comer morangos com chocolate? — falou segurando minha mão e me guiando pelo local.
O bolo estava a minha frente, e as várias pessoas presentes me aplaudiam, com taças e vestidos chiques.
—Eu quero agradecer muito pelos meus pais, por me concederem a festa, sem eles eu não sou nada. Mesmo não interagindo muito em sociedade, — risadas foram ouvidas — aprendi que isso as vezes é bom, precisamos de algo para esfriar a cabeça, e estou me divertindo muito com a festa. Todos vocês fazem parte da minha vida de determinada forma, quero que saibam disso. Obrigada a Gigi e Bella pela ajuda nas roupas, por decidirmos as decorações juntas, as mesas, bebidas. Vocês são as melhores irmãs do mundo. — elas falaram um "Uhul!" ao fundo e as pessoas aplaudiram mais. — Eu termino tudo aqui dedicando para Victoria, por ser uma das melhores amigas do mundo, Max, por estar sempre presente e aos meus outros amigos e amigas, um abraço enorme. Aproveitem o resto da festa! — assobios, palmas, elogios, tudo foi escutado.
— Faça um pedido Mia. — Gigi e Bella estavam ao nosso lado por agora, a garota loira pediu para eu assoprar as velas e fazer um desejo.
Todo ano eu pedia a mesma coisa, que Max Emilian Verstappen se apaixonasse por mim, sentisse algo por mim, e todo ano ele beijava qualquer garota atraente que ele achava. Eu continuaria pedindo, que nem uma idiota.
Assoprei as velas e Bella fez a pergunta de todo ano.
— O que você pediu? — falou sorrindo.
— Esqueceu? Não posso dizer, se não não se torna realidade.
E nós três rimos juntas, todo ano era a mesma coisa, estava compensando eu falar para o garoto que seria muito mais rápido e tudo de resolveria, mas eu nunca iria falar, minha vergonha ultrapassa todos os limites.
Eu saí da mesa de doces e fui falar um pouco com Victoria, não conversei com a mesma até agora.
— Oi Victoria! Como vai? — ela me abraçou.
— Meus parabéns Mia! Está cada vez mais linda. — sorriu.
— Obrigada! Foi um caos para realizarmos essa festa. — ri.
— Imagino, sempre dá trabalho. — disse.
Quando iria continuar o papo, Madelaine veio me puxar para jogar o bendito "Verdade ou desafio".
— Vem, vem, é a sua chance de beijar pela primeira vez! — essa festa estava me expondo até demais.
— Calma! Já vou! — sorri com vergonha para Victoria — Eu já volto, me desculpa! Sabe como ela é. — acenei para a mesma.
O local estava cheio de adolescentes, eu fui forçada a entrar na roda.
—Vamos lá! — uma garota de cabelos cacheados falou.
A garrafa girou, girou e girou.
— Verstappen! Verdade ou desafio? — ela questionou convencida.
— Desafio. —o garoto falou.
— Beije a garota mais bonita da roda.
Ele olhou em minha direção, seus olhos azuis fixados em mim. Quando ele chegou, eu fiquei sem jeito. Eu iria realizar meu maior sonho, o garoto que eu sou apaixonada desde dos sete anos iria me corresponder, e eu não sabia a mínima ideia de como reagir.
O garoto loiro me deu um selinho, e eu segurei seu pescoço levemente, Max foi me guiando lentamente, nossas bocas estavam coladas e não conseguíamos parar, minhas mãos foram até seus cabelos e acabei parando em seu colo.
— Tudo bem, acabou, né? — a garota de antes falou e tossiu.
Eu dei um sorriso para ele, envergonhada, seu cabelo estava bagunçado e o sangue subiu pelas minhas bochechas.
Vi ele se afastar e ficar corado igualmente.
Isso foi incrível.
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