🎸𓄹͓ ˖࣪ 𖥨 UM: O baile da farça
ONE ❦
❛Agora você é parte da minha vida
Não consigo te tirar da minha cabeça❜
OS SEMPRE BEM AMARRADOS, GRISALHOS E ondulados cabelos da professora Minerva estavam diferentes essa manhã, talvez ela houvesse dormido o suficiente ou talvez algo estivesse acontecendo, ele nunca saberia.
O som da ponta de sua pena contra o pergaminho amarelado era acompanhado de muitos outros, os alunos da Grifinoria e da Corvinal copiavam atentamente o que a professora de transfiguração escreveu no quadro a alguns segundos.
O silêncio tornou impossível não notar a chegada da aluna atrasada que abriu as grandes portas de carvalho, todos se voltaram para a garota de cabelos volumosos e encaracolados. Mary Rose andou até a sua mesa como se não houvesse acabado de acordar toda a sala de um transe.
— Srta. Rowle, a aula começou a vinte e cinco minutos atrás. — A professora advertiu medindo a garota por cima dos óculos redondos.
— Obrigada por avisar. — Rowle respondeu sentando-se na cadeira em frente a mesa do Kearney.
— O que disse? — Minerva perguntou incrédula.
— Que sinto muito — Mary Rose mentiu. — E que não vai acontecer de novo.
Era claro que a professora não acreditava nas palavras da garota, mas ela também não parecia ter paciência para lidar com a rebeldia da Rowle naquele momento, então apenas se virou e continuou a aula.
Mary Rose sequer escreveu uma palavra em seu pergaminho, ela olhou para as paredes durante o resto da aula e algumas vezes sussurrou piadas para o amigo com quem dividia a mesa.
Quando a aula acabou, Mary Rose levantou ao lado do amigo Charlie e então eles saíram pelo corredor. Nate tinha mais uma aula que dividiria com a Corvinal, e por tanto andou na mesma direção que os dois amigos.
Logo, Charlie e Mary Rose, se juntaram aos dois grifinos Jane e Jake, os gêmeos Van Heck com quem eles nutriam uma aparente boa amizade. Por fim, no corredor encontraram a última pessoa do grupo, Gabriela Vicent, que como quase todos os lufanos que o Kearney conhecia, se aproximou com um sorriso que nunca parecia se desmanchar.
— Vocês estarão no baile de sábado? — Jane perguntou para os outros que rapidamente começaram a dar suas respostas.
Mary Rose encarava o céu novamente, naquele grupo, ela era a que menos falava, não que fosse excluída ou algo assim, ela só não falava nada que não fosse raso ou engraçado.
— Ainda não sei. — Ela respondeu finalmente se voltando para os amigos. — Vamos, Charlie, nós entramos aqui.
Segurando a mão de Charlie, a garota sorriu se despedindo novamente dos amigos, Charlie a seguiu passando a mão pelos cabelos brancos como a neve, o garoto olhou para trás encontrando o Kearney que também os seguia, Charlie Cowen se voltou para sua amiga e sussurrou algo para que só ela pudesse ouvir.
Mary Rose moveu um pouco a cabeça para o lado, não querendo demonstrar mas ainda assim querendo suprir sua curiosidade, pareceu satisfeita com sua espionagem, ela sorriu para Charlie e então os dois entraram na sala de poções.
Os livros empilhados por cima das mesas faziam a sala parecer mais organizada do que nunca, deveriam ter sido os alunos da detenção que foram obrigados a arrumar e limpar cada pequeno frasco de poções na noite anterior.
— Bom dia, meus caros! — Horácio Slughorn desejou radiante saindo de trás de uma das mesas repletas de fumaça vinda dos caldeirões. — Antes de tomarem seus lugares, saibam que este semestre será diferente, neste cada dupla irá trabalhar uma porção específica, quero que estudem todos os pequenos detalhes sobre ela e também que a preparem como uma demonstração para toda a turma!
— Duplas, o senhor disse? — Mary Rose questionou suas mãos já coladas nas de Charlie como se já houvessem planejado tudo.
— Sim senhorita. — O professor Slughorn sorriu olhando para as mãos unidas dos dois corvinos. — Mas aconselho que largue o Sr. Cowen, desta vez, terão que formar duplas com alguém da casa vizinha!
Um burburinho invadiu o lugar, toda sala começou a murmurar reclamando da escolha. Só havia uma coisa que sonserinos desgostavam mais do que grifinos, e essa coisa eram corvinos.
Os da casa dos sábios, eram convencidos e sempre donos da verdade, além de que grande maioria era completamente maluco. Na verdade, sonserinos e corvinos tinham uma linha tênue entre serem muito parecidos e muito diferentes ao mesmo tempo, era isso que os irritava.
— Tudo bem, já basta! — O professor Slughorn tentou acalmar o caos que havia começado. — Já que estão confusos sobre sua escolha, permita-me ajudar.
Os alunos se calaram, era óbvio o que o professor faria agora. Ele acenou com sua varinha e então uma pequena caixa voou até ele, ele passou a caixa por todos os alunos da Corvinal primeiro, todos pegaram uma bolinha de dentro da caixa, e depois a Sonserina fez o mesmo.
— Bem... — Começou o professor. — Agora apenas vejam que aluno pegou o mesmo número que vocês.
Charlie berrou sobre estar com o número cinco e então uma garota da Sonserina levantou a mão. Mary Rose encarou sem vontade os alunos que corriam atrás um do outro procurando por seus pares. A garota sentou em cima de uma das mesas e esperou até que alguém viesse falar com ela.
Nate Kearney bufou olhando para o número 3 gravado no objeto redondo, e então passou a procurar pela sala, por fim se encontrou parado em frente a Mary Rose que conversava com uma garota ruiva da Corvinal que logo desapareceu.
— Qual é o seu número? — Nate perguntou sem muita gentileza para a garota que revirou os olhos e olhou para a bolinha, como se já não houvesse feito isso dez vezes.
— Adivinhe. — Ela brincou.
Nate revirou os olhos tentando tirar a bolinha da mão da garota que a escondeu rapidamente, Nate parou bem em frente a garota, observou o rosto dela, a pele bronzeada e brilhante, os olhos escuros e misteriosos, e também os lábios bem delineados.
Ela era estranhamente muito bonita.
— Obrigada! Mas "estranhamente bonita" não é um bom elogio. — Mary Rose sorriu pulando de cima da mesa e percebendo o quão alto Nate era comparado a ela, mesmo assim não se sentiu intimidada. — Vem, somos uma dupla.
Nate por um minuto esqueceu da legilimência da Rowle, ela o puxou pela mão até o professor que esperava até que todos os amigos encontrassem suas duplas.
— Já que todos tem sua dupla, agora vocês poderão escolher sobre que poção irão estudar. — O professor comemorou por vê-los interagindo dessa forma.
Nate e Mary Rose se colocaram para pensar sobre qual assunto poderiam trabalhar, mas logo foram interrompidos por Charlie e Kate, a dupla parou em frente a eles para conversar com o professor.
— Professooor! — Kate chamou e Mary Rose fez uma careta. — Nós queremos fazer um trabalho sobre Amortentia.
— Foi uma ótima escolha! — O professor sorriu para os dois. — Mas lembrem-se de que não se deve usar essa poção para mais nada além do trabalho.
— Tudo bem professor.
A dupla comemorou por poder fazer o que queriam e então Nate teve uma ideia, Mary Rose que lia cada pensamento do garoto também sorriu com a sugestão mental do garoto.
— Professor Slughorn! — Nate chamou e o professor logo se virou para os dois. — Eu estava pensando se, já que Cowen quer fazer uma poção do amor, talvez nós possamos fazer um antídoto.
O professor analisou o pedido por um instante, Mary Rose não conseguia ler a mente dele, assim como não conseguia ler a mente de Dumbledore, ambos eram experientes o suficiente para proteger a própria mente dela e de qualquer outro legilimente.
— Bem, não vejo porque não. — O professor falou por fim e Mary Rose sorriu em comemoração.
Alguns minutos depois e todos tinham suas ideias para o trabalho, o professor anotou todas elas, e no fim da aula Nate e Mary Rose combinaram de se encontrar na biblioteca na semana que vem para começar a estudar.
⋆·˚༘🎸
A gravata borboleta não era a favorita do Kearney, mas era sua única opção naquela noite, ele não estava animado mas também não queria aparecer naquele baile de qualquer jeito.
— Acha que eles estarão lá? — Lucky perguntou tentando uma última vez arrumar a própria gravata, fracassou e então desistiu bufando.
— Eles não são burros — Nate se aproximou para ajudar o irmão com a gravata. — Talvez Walburga esteja, e talvez Alice também, mas não há nenhuma chance de Wendy e Regulus estarem lá, não quando o baile é para falar sobre eles.
Lucky assentiu, ele respirou fundo e agradeceu quando o irmão por fim terminou de arruma-lo, Nate sorriu tentando apoiar o irmão, nessas horas Nate agradecia por nunca ter se apaixonado de verdade, ter seu coração partido parecia ser doloroso demais.
— Espero que vocês já estejam prontos. — Rodolphos Kearney invadiu o quarto, seu rosto em uma carranca mal humorada como sempre. — Vamos logo, não quero chegar atrasado..
Nate e Lucky trocaram um olhar entediado, nenhum dos dois realmente queria ir aquele baile, mas tinham que ir mesmo assim, era uma ordem de seu pai, o qual eles nunca poderiam desrespeitar.
A carruagem que os levou até a mansão dos Rowle era coberta com coro escuro por dentro, brilhava como um poste de luz na rua escura, era exagerada mas era por isso que os Kearney a escolheram.
Se pudessem dizer o que estava pensando, Nate com certeza seria expulso daquela carruagem, e também de casa, provavelmente deserdados também.
A mansão não era algo de tão diferente, parecia exatamente igual a de qualquer outra família dos sagrado 28, Nate bufou ao descer o último e único degrau da carruagem, o garoto olhou para os lados, viu nas sombras da parte de fora da casa alguns homens fumando em grupos parecendo orgulhosos de sua masculinidade.
Os Kearney seguiriam o caminho, Rodolphos ficou para trás cumprimentando os fumantes da parte de fora. Nate viu o elfo doméstico encarregado de cuidar da lista de convidados se aproximar, sabia que não tinha chances de se livrar do baile mas tentou mesmo assim.
— Nome? — O elfo perguntou mal humorado.
— Shippkesly — Nate mentiu rapidamente o pior nome que conseguiu pensar e com certeza o mais improvável de se se encontrar naquela lista.
O elfo ainda assim, checou cada nome da lista, um por um procurando naquela lista de garranchos pelo sobrenome inventado pelo garoto.
— Não há nenhum Shippkesly na lista. — O elfo falou por fim.
Lucky e Nate fingiram estar incrédulos com aquilo quando seu pai se aproximou, os garotos sabiam que não daria certo, mas ao menos tentaram fazer alguma coisa.
— O que está acontecendo? — Rodolphos perguntou se aproximando dos filhos.
— Nosso sobrenome não está na lista, é uma pena, temos que ir embora. — Nate respondeu puxando Lucky e tentando se afastar, mas seu pai segurou rudemente seu braço o mantendo no lugar.
Nate engoliu um seco, mesmo sabendo que seu pai não o castigaria no meio de todas essas pessoas, ele temeu pela própria pele.
— Tem certeza? — Rodolphos falou com desdém. — Nenhum Kearney?
O elfo pareceu confuso por um segundo, ele olhou para os irmãos Kearney e entendeu então a mentira dos dois, que ficaram pálidos com medo do elfo contar ao Kearney mais velho, que os garotos mentiram entregando outro sobrenome, entretanto, o elfo não o fez, ele checou novamente a lista e com facilidade encontrou o nome da família Kearney.
— Ah! Aqui está! — Ele exclamou. — Entrem, senhores.
Rodolphos empurrou a criatura para o lado ao passar, Lucky pediu desculpas e agradeceu ao elfo enquanto Nate simplesmente entrou na mansão como se nada tivesse acontecido.
— Lá estão! — Rodolphos encontrou o olhar do Sr. Rowle, que acompanhava sua única filha, Mary Rose. — Vá até a senhorita Rowle, Nathanael, e não cometa nenhum erro.
Era a mesma coisa em todo o baile, ou reunião social, Nate sempre tinha que ficar colado em Mary Rose, enquanto seus pais conversavam, provavelmente marcando o casamento deles para o próximo final de semana.
— Rowle — Nate cumprimentou a garota que estava deslumbrante em um vestido cinza brilhante que parecia totalmente colado em sua pele. — Está deslumbrante está noite.
— Obrigada, Kearney. — Ela sorriu gentilmente, era uma mentira que ela costumava sustentar durante aqueles bailes. — Você também não está nada mal.
Nate sorriu, cumprimentou o Sr. Rowle assim como seu pai fez com Mary Rose, Lucky também cumprimentou a todos ali, mas o garoto não tinha que ficar ali, ele estava livre, por enquanto.
— Talvez queriam dançar. — Sugeriu Miley Rowle, a recém casada, madrasta de Mary Rose, a mulher de longos cabelos ruivos e íris quase cor-de-rosa, era verdadeiramente encantadora.
A música tinha acabado de começar a tocar, alguns casais já teriam se aproximado da pista de dança, e Nate se via meio sem saber o que fazer.
— Claro — Ele disse por fim estendendo a mão para Mary Rose, que sorriu largando a taça de champagne sem álcool na mão de sua madrasta e alcançando a mão de Nate.
Os dois seguiram pela pista de dança, a garota passou os braços em volta do pescoço do Kearney, e ele pousou as mãos em volta da cintura dela, para quem estava assistindo de fora, pareciam mesmo um casal.
— Então, você está encrencado por causa do Black? — Mary Rose falou. Era a primeira vez que ela começava uma conversa, eles geralmente ficavam em silêncio e fingiam uma conversa agradável sobre o tempo quando alguém se aproximava. — Não se preocupe, não vou fofoca por aí sobre isso.
Nate sorriu, foi a primeira vez que ela não adivinhou seus pensamentos.
— Não era isso que eu estava pensando. — Nate Kearney revelou.
— Não estou lendo seus pensamentos agora. — Mary Rose sorriu se deixando levar pela música. — Mas eu poderia.
— É claro que sim. — O garoto afirmou, ele olhou para ela, de qualquer forma, Mary Rose poderia descobrir a verdade mesmo que ele mentisse sobre isso, ela poderia apenas ler os pensamentos dele. — E sim, estou encrencado.
Mary Rose assentiu, eles conversaram sobre como Nate acabou entrando em toda essa confusão junto de Regulus, Faith, Lucky e Wendy. Desde que os boatos começaram sobre Regulus e Faith, Rodolphos Kearney acabou descobrindo que Lucky e Nate também fugiram para a casa dos trouxas na noite de Natal.
E isso foi um ótimo gatilho ou desculpa para que Rodolphos voltasse com a ideia de que um casamento entre Nate e alguma herdeira ou herdeiro dos sagrados 28.
Deveria ser por esse motivo que, nesse exato momento, o Kearney mais velho estava forçando uma longa risada com o Rowle.
— Ah não! — Mary Rose segurou o antebraço do Kearney.
— O que foi? — Nate perguntou confuso olhando para a mesma direção que a Rowle.
— Ele apertou a mão do meu pai! — Mary Rose apontou discretamente para Rodolphos que levantava uma taça naquele momento. — Não!
— Ele vai fazer um brinde — Nate apontou o óbvio.
E assim Rodolphos fez, Mary Rose e Nate ficaram lado a lado junto aos outros convidados no momento em que o Kearney acertou levemente a ponta da varinha contra a taça de cristal, chamando a atenção de todos.
— Senhoras e Senhores... — Ele começou, o Sr. Avery ao seu lado tal como o pai de Mary Rose. — Ou eram diversos boatos sobre o real motivo desta festa...
Mary Rose estremeceu, Nate olhou para a garota e percebeu que pela primeira vez a garota não parecia tão inabalável, ele sabia que seja lá o que poderia acontecer não poderia ser bom.
— A verdade é que nesta noite, nos reunirmos aqui para comemorar. — O Sr. Rowle assumiu o brinde, Mary Rose estava a um passo de fugir. —... para comemorar o noivado, da minha única filha, Mary Rose e do primogênito, Nate Kearney.
Nate congelou, todas as pessoas se voltaram para eles, aplaudindo alegremente o casal, que sequer sabia que iriam se casar em breve.
— Que merda?!
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