🍁𓄹͓ ˖࣪ 𖥨 CINCO : Pode amar?
FIVE ❦
❛Ele diz: Por que se apaixonar
Só para ver isso ir embora? ❜
A FRANÇA ERA LINDA, principalmente no verão onde o sol sobre sua pele não precisava mais ser um dádiva mas era tão apreciada quanto no inverno frio e cinza.
Enquanto dirigia o carro vermelho pela longa estrada em volta a um vinhedo, Nate sorria olhando pelo retrovisor assistindo Olivia com metade do seu corpo esticado para fora da janela enquanto ela cantava alguma música trouxa que tocava no rádio. Homens de ternos, carregando uma pasta de trabalho em uma mão e um copo de café na outra caminhavam pelas calçadas, casais recém-apaixonados indo conhecer a louca cidade ou estudantes indo para suas faculdades fora dessa cidade.
Enquanto dirigia, Nate Kearney achava engraçado pensar em como quase todos os trouxas viviam suas vidas sem ao menos imaginar o que estava embaixo de seus olhos, toda a magia existente entre os dois mundos, algo que apenas os bruxos sabiam conduzir.
— In your dreams... — Olivia cantarolou, pelo retrovisor Nate sorriu a observando com seus cabelos presos em uma trança, percebendo que ainda assim eles voavam mais do que o esperado. — In my sleep...
Tinha as bochechas vermelhas, os olhos esverdeados e uma pele mais corada do que antes, a França parecia um habitat natural para os Ebony, onde estes pareciam mais livres, mais vivos até mesmo quando assistiam algo dar errado. Nada parecia poder abalar nenhum deles ali, Nathaniel sabia disso pois viu três das Ebony na França por semanas, embora agora fosse apenas ele e Olivia.
— Acha que podemos ir ao cinema? — Olivia pergunta voltando-se totalmente para dentro do carro e pulando para o banco da frente onde se aproximou de Nate deixando um beijo estalado em sua bochecha.
— É claro, temos tempo. — Ele sorriu, era engraçado que ele e Olivia saíssem por a agindo como um casal quando na verdade nunca ao menos tiveram seu primeiro beijo. Houve uma época em que Nate Kearney era totalmente afim da garota, mas isso já foi a muito tempo.
Não que ela não fosse tão atraente e bonita como quando ele a conheceu, era apenas uma mudança em Nate. Algo que ele estava trabalhando, o luto que ele estava tentando deixar para trás, tentando fazer sua vida voltar ao normal e seguir o que Mary Rose tinha pedido a ele, o Kearney tentava ser o homem que era antes ainda que continuasse de sua falecida esposa.
Olivia tornava as coisas mais fáceis, ela era tão divertida que algumas vezes fazia Nate sentir que existiam apenas eles dois no mundo, eles dois e ninguém mais, sem problemas e sem fantasmas. Apenas o enorme sorriso de Olivia e seus olhos cheios de vivência.
Dirigiu até um estacionamento, agora já longe do antigo vinhedo que tinham visitado após seu almoço, o Kearney desceu do carro protegendo os olhos com seu óculos de sol, esperou por Olivia que juntou seu braço ao dele e assim eles entraram no cinema. Um sorriso nos lábios vermelhos enquanto ela escolhia algum dos filmes, ela sorriu quando viu o título: Guerra nas Estrelas: O Império Contra-Ataca. E depois de ter feito o Kearney assistir os anteriores através de uma fita, parecia justo levá-lo para ver a estreia da sequência.
Eles compraram um grande balde de pipoca, dois refrigerantes e então correram até a sala de cinema desejada, escolheram uma cadeira no fundo e ficaram lá assistindo a todos os comerciais antes de qualquer filme aparece na tela. Durante quase todo o filme eles tentaram manter silêncio, trocando apenas um sorriso de vez em quando tentando não atrapalhar as pessoas que assistiam em volta deles.
Foi uma missão difícil já que conversavam o tempo todo, falavam sobre seu passado, suas famílias, seus futuros, seus sonhos, seus medos, suas diferenças e suas igualdades, eram conversas apropriadas e eram boas, Nate gostava de conversar com ela. Sentia que se Olivia falasse um mês inteiro sem parar, ele nunca se cansaria.
— Então o que você achou? — Ele perguntou quando saíram da sala de cinema, sua pipoca já tinha acabado a algum tempo e seu refrigerante nem mesmo durou até metade do filme.
— Incrível! — Ela respondeu, ao mesmo tempo em que segurava a mão dele e eles corriam para fora encontrado um sol que se punha em alguns minutos. — Mas não tenho muita credibilidade para falar, eu acho todos os filmes que assisto incríveis.
Nate riu abrindo a porta do carro para que ela pudesse entrar e depois de indo até o banco do motorista onde sentou vendo Olivia mexer em alguns panfletos enquanto procurava por algo que eles pudessem fazer depois do cinema. Olhando pela janela enquanto o Kearney dirigia, Olivia abriu um enorme sorriso apontando para um estabelecimento do outro lado da rua.
— Vamos até lá! Parece estar divertido! — Olivia exclamou. — Vamos!!
Quando adentraram o lugar de paredes escarlate, bancos acolchoados e mobilia escura, não se surpreenderam ao ouvir uma música suave. Ao se aproximar do balcão, pedir uma bebida e escolher um lugar para sentar, perceberam que todas as músicas que tocavam eram praticamente iguais e ninguém ali parecia realmente divertido.
Na mente dos dois jovens não era assim que um lugar como aquele deveria ser, tão sem vida e comportado, deveriam haver jovens brigando para conseguir entrar, pessoas gritando e pulando na pista de dança, discos com músicas dos anos 70's invadindo ao redor enquanto o bar man estaria entrando em combustão enquanto tentava atender todos as pessoas que esperavam por sua bebida.
Deveria ter mais vida, deveria ser como os bares que Mary Rose frequentava. Nate pensou, mas não disse nada, não sabia como ela encontrava aqueles lugares tão legais onde ninguém conseguia ficar parado ou entediados como eles estavam agora. Pensando nisso, Nate Kearney percebeu que não era o lugar que ela escolhia, era ela, quem Mary Rose era e como ela agia, deixando tudo mais vivo, dando alegria e fazendo todos se divertirem, fazendo acontecer o que ela queria que acontecesse.
Nathaniel levantou-se, e sem dizer uma palavra a Olivia, ele caminhou até a banda. A garota de cabelos loiros e compridos observou que ele sussurrava algo, até que por fim tirou algo dos bolsos e entregou para o guitarrista, que com um sorriso se virou para os colegas de banda pedindo que se aproximassem, depois de uma curta conversa eles se voltaram.
— Para a linda garota de olhos verdes que está ali — ele apontou com a cabeça fazendo Olivia ajeitar sua postura com tamanha curiosidade. — Espero que ame esse homem — O guitarrista disse e piscou com um sorriso maroto, surpreendendo até mesmo Nate que com certeza não o pediu para dizer isso.
There Is a Light That Never Goes Out, começou a tocar um minuto depois, Nate Kearney desceu do palco e Olivia se levantou e caminhou até ele que estendeu a mão para a garota que rapidamente aceitou.
Take me out tonight, Because I want to see people, And I want to see life.... A trilha sonora deles estava tocando no fundo enquanto eles dançavam atraindo olhares curiosos das pessoas ao redor.
And if a double-decker bus, Crashes into us, To die by your side, Is such a heavenly way to die... um homem meio bêbado levantou e se juntou a eles dançando sozinho em volta do casal que começou a rir. Uma versão mais animada da música era cantada pela banda, logo mais casais se aproximaram da pista de dança, enquanto os dois continuavam a dançar juntos.
Driving in your car, I never, never want to go home, Because I haven't got one, la-di-dum
Oh, I haven't got one... As pessoas que passavam pela rua agora pareciam mais interessadas em entrar, e de repente o bar já estava cheio, e outras músicas animadas vieram depois dessa, e outras bebidas e muitas risadas e amigos que eles nunca viriam novamente.
Era uma sensação contagiante, Nate entendia agora o que Mary Rose fazia, e porque ela fazia, era uma coisa tão diferente, um diferente bom. Ele via Olivia cantar e dançar e imaginava o quão bom seria vê-la assim todo dia, e então queria deixá-la feliz o tempo todo.
Não havia egoísmo nenhum naquele sentimento, e era bom, Nate gostava do que estava sentindo.
— Eu disse que seria divertido — Olivia sussurrou no ouvido dele sobre a música alta da sexta música que eles dançavam juntos.
— Sim você disse. — Ele respondeu com um sorriso em seus lábios, os olhos azuis nunca paravam de admirar Olivia, seu cabelo enrolado, suas sardas sobre seu nariz e bochechas, seus olhos verdes e pequenos, seu nariz perfeitamente proporcional ao seu rosto. Ela era terrivelmente linda.
— Por que você me olha assim? — Ela perguntou escondendo o rosto com uma das mãos sentindo o rubor em suas bochechas.
— Assim como? — Ele franziu a sobrancelha embora soubesse exatamente como a admirava.
— Você sabe. — Ela sorriu, sua cabeça inclinada para o lado enquanto ela o encarava. — Você sabe como.
Nate Kearney sabia o que fazia, ele sempre sabia, mesmo antes de ser dar conta do que estava fazendo. Ele sabia que havia uma parte dele que ainda era tão afim da garota como o antigo ele de dezesseis anos foi, ele sabia que, naquele momento ela era a mulher mais linda e a única que ele podia desejar.
E foi pensando apenas naquele momento, que ele se aproximou tocando os lábios dela com um beijo curto, apenas até receber permissão para continuar e quando ela se aproximou mais, ele finalmente a beijou de verdade. Uma mão em sua cintura a puxando para mais perto, o aperto era forte, assim como as mãos dela sobre seus ombros e pescoço, era um beijo cheio de desejo, uma vontade que eles estavam reprimindo a algum tempo.
Olivia não achou que poderia se sentir tão bem assim com alguém, nunca achou que receberia um beijo como aquele. Já tinha tido beijos bons, mas nada podia ser comparado aquilo para ela. Tudo parecia perfeitamente bem, sentia um pedaço do céu, e então...
Nate Kearney a soltou, e deixou o bar.
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