00.8
Ois, tudo bom?
Antes de ler esse capítulo, recomendo ler o prólogo "00.0" para vocês conseguirem sentir uma emoção maior. Vai por mim, vai fazer diferença, vius?
Se estiverem gostando, por favor interajam nos capítulos. Sei que pode estar chatinho, mas preciso desse incentivo :)
PLANETA LAPHI.
25 MIL ANOS DESDE O SURGIMENTO DO UNIVERSO.
─── Estou te atrapalhando?
─── Creio que não.
Nix sorriu, sentando-se ao lado do telepata.
─── O que está pensando?
─── Em como você fala bastante.
Nix riu, mas ao mesmo tempo fez uma feição indignada para o homem, este que estava gargalhando. Era a primeira vez que ele ria para ela.
─── Isso é um problema, senhor leitor de mentes?
─── Claro que não, longe disso. ─── Druig riu, encarando o cenário em volta. ─── Acho divertido. Você é a única deles que não parece ser superficial e chata.
─── Bom, obrigada, eu acho.
─── Foi um elogio. ─── Ele pontuou. ─── Você é bem dinâmica. Gosto de gente assim.
Ela sorriu.
─── Esse planeta é bonito, não? ─── Nix perguntou, olhando o mar bonito a sua frente. ─── Gosto daqui.
─── Bom, só me lembro de ter visto Olympia, então não tenho muitas referências de planetas para te dizer qual é bonito, e qual não é. ─── Ele comentou e Nix levou seu olhar para o chão, sentindo-se impactada.
Ainda não havia se acostumado com o fato de que Druig era sempre reiniciado. Seu coração doía ver que as memórias do telepata estavam na fábrica estelar de Arishem. Ela tentava não se sentir triste ao lembrar que mesmo conseguindo virar amiga de Druig, ele nunca se lembraria dela.
─── É… pois é. ─── Ela sorriu pequeno, lutando para espantar aquela sensação dolorida de seu peito. ─── Para sua sorte, eu já viajei bastante. Esse planeta é um dos mais bonitos que eu já vi.
─── Ah é? ─── Ele a olhou. ─── Qual é o seu favorito de todos?
─── O Enope. ─── Respondeu rapidamente.
─── Parece que você tem um sentimento muito grande por este planeta. ─── Ele comentou, analisando o comportamento corporal da ruiva. ─── Por quê?
"Porque foi quando eu te conheci."
─── Hum, a paisagem era bonita. ─── Mentiu.
─── Bem, já que você diz. ─── Ele sussurrou, desviando o olhar de Nix para o mar. ─── Então é um dos meus favoritos também.
Seu coração palpitou.
─── Horas, não diga besteiras. ─── Ela riu nervosamente.
─── Não é besteira. Eu realmente gostaria de ter saído de Olympia para conhecer outros planetas. ─── Ele sussurrou. ─── Parece que todos ali também nunca saíram, então eu não tenho nenhuma referência de beleza de cenário. Você é a única deles que já saiu… por que?
Ela travou.
─── Bem, meus antigos amigos viajavam bastante. ─── Ela inventou algo. ─── E aproveitei a oportunidade para viajar um pouco. Não vi tantos planetas assim.
─── Bom, pareceu divertido.
─── Sim, foi muito. ─── Ela engoliu seco, tentando apagar as memórias dos despertares.
─── Sabe de algo? ─── Ele perguntou, fazendo ela levantar seu olhar para ele. ─── Eu nunca consegui ouvir seus pensamentos.
─── Mas já tentou?
─── Não. ─── Ela o olhou confusa. ─── Quando eu passo entre os Eternos, consigo sentir os pensamentos deles. O seu estranhamente não consigo. Talvez você tenha muito autocontrole.
─── Eu sou só calma. ─── Sorriu. ─── Não penso tanto assim.
─── Ter autocontrole é legal.
─── Pois é.
Eles ficaram em silêncio.
Nix pensou em tentar puxar assunto novamente, mas não tinha nada em mente para conversar com o Eterno. Quando estava pensando em sair, sua atenção foi tomada ao notar pequenas conchas azuis na areia à sua frente.
─── Oh, que lindas. ─── Ela sorriu, correndo como uma criança até as conchas azuis. ─── Nunca havia visto elas nessa coloração.
─── O que? ─── Ele perguntou curioso, caminhando até a ruiva, que estava agachada pegando conchas.
─── Conchas azuis. ─── Ela mostrou para Ele.
Ele ficou por um tempo em silêncio, apenas analisando Nix encantada com as conchas.
─── Acabaram de se tornar as minhas favoritas. ─── Ela disse do nada.
─── Hãn?
─── Conchas azuis. Gosto delas! ─── Ela sorriu. ─── Me trazem uma sensação boa.
─── Por qual motivo?
"Pelo motivo que eu finalmente consegui ter uma conversa longa com você em um período de 22 mil anos."
─── Não sei, só me sinto bem.
─── Bom saber. ─── Ele disse, e ela o encarou. ─── De agora em diante, prometo sempre que ver uma concha azul, darei elas a você.
─── Isso é uma promessa séria, espertinho.
─── E promessas eu pago com a alma. ─── Ele disse. ─── Minha linda, linda Nix.
─── Qual é a do apelido, hein? ─── Ela perguntou, tentando se manter calma perante ao mesmo. ─── Você nunca me chamou assim.
─── É para te provocar. ─── Ele riu. ─── Eu sei que você fica envergonhada quando alguém quebra o padrão.
─── Então seu plano é me deixar envergonhada?
─── Acertou, vossa alteza.
Ela revirou os olhos.
─── Sabe Nix.
─── O que?
─── Quando voltarmos para Olympia, você gostaria de, sei lá, sair?
Ela travou.
─── Como?
─── Sair e nos conhecermos. Você é uma pessoa diferente do que eu havia pensado.
─── Isso é bom, não é?
─── Isso é ótimo.
Ela engoliu o bolo de tristeza que estava preso em sua garganta.
─── Claro que eu aceito sair com você. ─── Pontuou. ─── Quando voltarmos para Olympia.
ALASCA.
1945.
O que aquele mundo estava se tornando?
Nix repetia essa mesma pergunta todos os dias.
Desde que mudou-se para o Alasca com objetivo de se esconder do radar de Arishem e também para reaprender a utilizar seus poderes, ela acompanhou de perto a evolução dos humanos. Seus conflitos resultaram em guerras e genocídios espantosos.
Os humanos se tornaram criaturas que, em sua visão, eram egoístas.
Extremamente egoístas. Burros.
Alguns curiosos acabavam descobrindo sobre o Hex, enquanto andavam por aquelas áreas afastadas, e aquilo lhe gerava situações chatas e repetitivas. Eles queriam sempre interferir em algo que não era deles.
Queriam sempre bancar de superiores.
Pra que? Eles nem eram tão importantes assim naquele universo. Qual o sentido de ter essa natureza prevalecendo dentro deles?
Diversas vezes fora obrigada a deixar seu local seguro para ir espantar alguém que estava próximo de sua propriedade. Por mais que outras pessoas não pudessem adentrar ao Hex ─── tendo em vista de projetou para que ninguém tivesse acesso ─── um indivíduo lá fora poderia trazer atenção indesejada.
Ela já era influente o suficiente no universo. Gerar mais atenção em um planeta apenas iria atrapalhar.
Com todos esses anos vivendo sozinha, Nix já tinha domínio de grande parte de seus poderes. Restavam alguns poucos influentes, mas que assim eram necessários para compor a existência da Deusa Universal.
Ela sentia saudades dele.
Muitas saudades.
Obteve recaídas, como em 1833 que largou o Hex e pôs-se a correr para qualquer direção, com intenção de encontrá-lo. Só que infelizmente teve de voltar. Aquele mundo não era seguro para Nix. Aquelas pessoas não eram confiáveis.
E assim seguiu.
Não confiando em ninguém.
Poderiam até dizer que ela não parecia nada desconfiada, ali agachada, cuidando de alguns filhotes de pássaros que foram abandonados após sua mãe falecer. Amava cuidar de animaizinhos machucados.
Sempre saía do Hex buscando eles, e sempre voltava com um monte. Ela pegava, cuidava e os devolvia para seu habitat natural quando já estivessem adultos e fortes o suficiente para viverem por conta própria.
Como ela não poderia consertar seu coração machucado, consertava o coração de outros serzinhos machucados. Dando a eles a chance que ela não teve de ser feliz.
─── Okay, você está muito bem hoje. ─── Ela sorriu, fazendo um pequeno carinho no filhote de Alca-pequena. ─── Em breve você poderá voltar a voar.
A ruiva sorriu, limpando sua mão em sua calça preta e colocando-as no bolso do casaco da mesma cor.
Quando estava prestes a ir para dentro de sua casa, uma sensação estranha tomou conta de sua cabeça e logo uma imagem invadiu seus pensamentos.
─── Quando os outros notarem algo diferente acontecendo na terra, vão recorrer a você. ─── Ikaris disse. ─── E quando encontrarem seu corpo, vão saber que os Deviantes voltaram. Isso vai mantê-los ocupados até a emergência.
─── Ikaris.
─── Eu fui leal a você, Ajak. ─── Ele aproximou-se dela. ─── Guardei seu maldito segredo durante séculos. Matei a Nix para proteger nossa missão. Menti a todos de quem gostava, mas nunca duvidei do meu objetivo de servir aos Celestiais.
─── Ikaris. ─── Ela sussurrou, derramando lágrimas. ─── Conduzi-te ao caminho errado.
─── É o único caminho que eu conheço.
─── Não, você conhece mais um. ─── Ela sussurrou, ainda abraçada a ele. ─── Ele se chama caminho do arrependimento. Você ainda vai se dar muito mal nessa vida Ikaris, e quem vai fazer isso não sou eu, e nem Arishem, e sim ela.
─── O que está dizendo?
─── Da mesma forma que introduziu grande parte do que você é hoje em dia, ela ainda pode tirar. ─── Ajak murmurou, derramando lágrimas. ─── E vai ser quando você menos esperar.
Impactado pela frase, e bastante nervoso, Ikaris empurrou Ajak do penhasco, fazendo-a cair onde haviam quatro Deviantes. Em poucos minutos, Ajak fora morta, tendo seu poder sugado por uma criatura.
E naquele momento, Nix retomou a consciência, bastante confusa e assustada com a cena que havia visto em sua cabeça há poucos segundos atrás.
─── Não. ─── Ela sussurrou, cambaleando até uma árvore. ─── Ela não, ela não, ela não. ─── Murmurou, deixando lágrimas caírem de seus olhos enquanto sua ira amarelada estava em volta de seu corpo. ─── FILHO DA PUTA!
E gritou, expelindo seu poder amarelado para todos os lados. Quando apoiou suas duas mãos no chão, uma quantidade maior da Ira foi liberada, causando pequenas rachaduras no chão.
─── Eu estava sendo paciente com você, Ikaris. ─── Ela sussurrou, após cair no chão gelado. ─── Mas agora você passou dos limites. Quando eu te encontrar, vou fazer questão de devolver toda dor que Ajak e eu sentimos. Não vai restar uma memória sequer na cabeça dos outros para comprovar a sua existência.
Ela grunhiu, limpando com força as lágrimas de seus olhos.
─── Eu vou te apagar desse universo, Ikaris. ─── Sussurrou maldosa. ─── E se Arishem te programar para viver, eu vou te programar para morrer.
AMAZÔNIA.
1945.
─── Você tem certeza que está bem? Sabe que não precisa ser forte o tempo todo, não é?
─── Está tudo bem, Makkari. ─── Druig moveu suas mãos, enquanto continuava caminhando ao lado da mulher. ─── Chega em um momento que a dor é tão frequente, que conseguimos conviver com ela.
A velocista o encarou com tristeza.
─── Sabe que se precisar de mim, pode me procurar.
─── Vai mesmo retornar para o Domo?
Ela deu de ombros.
─── Já rodei todo esse planeta e conheci tudo o que gostaria de conhecer. Consegui todos os artefatos que queria e agora só me resta esperar uma bandeira de Arishem dizendo que podemos voltar para casa.
─── Fez certo. ─── Ele murmurou. ─── Eu faria isso também, se tivesse vontade.
─── Já pensou em viajar um pouco para espairecer a mente?
─── Espairecer a mente? Makkari, para qualquer lugar que eu for, ela vai estar me acompanhando.
─── Ela vai estar ao seu lado tentando te ver feliz.
─── Feliz é uma palavra muito forte. ─── Ele sussurrou. ─── Eu era feliz quando ela estava ao meu lado, mas agora não sinto nada. Tudo é cinza e sem graça ao meu ver.
─── Por favor, Druig…
─── Ela é minha esposa, Makkari.
─── Ela era minha melhor amiga.
─── Por favor, não se refira a ela no passado. ─── Ele disse abruptamente, virando-se de frente para a velocista. ─── Ela não está morta. Não diga isso nunca mais. Ela não gosta de ser tratada no passado.
─── Desculpe.
Ele virou-se para frente novamente, e relaxou os ombros.
─── Está tudo bem. Sempre está.
Makkari permaneceu em silêncio, apenas observando o comportamento de Druig. Quando estava prestes a se despedir, lembrou-se de um dos motivos de ter ido ali.
Ela, animadamente, moveu suas mãos.
─── Eu trouxe algo para você, é da Nix.
Ele olhou para a velocista com curiosidade.
─── O que é?
─── Quando estive na Domo, achei esse pequeno cartão postal. Parece bem antigo, mas ainda estava nas coisas dela.
Druig pegou o papel das mãos da mulher, analisando a frase que estava escrita na parte de trás.
"O Enope foi o início de nós.
Ass: Nix"
─── Nunca vi ela com esse cartão. ─── Ele murmurou.
─── Quando estávamos no Império Gupta, eu achei esse cartão na bolsa dela e perguntei o que significava. Ela não soube me dizer, mas disse que sentia algo especial por ele. Como estava assinado com o nome dela, resolveu mantê-lo.
─── O Enope foi o início de tudo. ─── Ele sussurrou. ─── Obrigada, Makkari.
Ela sorriu.
─── Estarei indo agora. Sabe onde me achar. Fique bem, Druig.
─── Vou tentar, Makkari. ─── Ele sussurrou, forçando um sorriso. ─── Obrigada por ter vindo me visitar.
─── Até breve!
E ela sumiu.
─── Se você gosta tanto de Enope, é o meu favorito também, linda Nix. Mesmo que eu não faça a mínima ideia do que isso seja.
Oissss!
Terminando o planejamento do ATO DOIS, eu acabei decidindo que o próximo capítulo é o último nesse estilo, tendo em vista que o capítulo 10 já é uma transição da Nix indo encontrar os Eternos.
TA CHEGANDO MINHA GENTE.
NIX VAI JANTAR TODO MUNDO.
IKARIS, SEUS DIAS ESTÃO CONTADOS!
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