vi. te conhecer melhor.

–  S E C R E T S   !

harry potter, golden era
dressadsgwttp⠀⠀©⠀⠀2024

APÓS A PEQUENA CONVERSA com Lupin, Amélia tentou voltar até os outros como se nada tivesse acontecido. Ao olhar em direção o salão principal, notou que estavam forrando o chão para dormirem e ficou sem entender.

Quando colocou os pés para dentro do salão principal, tomou um susto quando Harry praticamente pulou em sua frente. Sabia que ele não deixaria aquela cena passar despercebida.

- Onde estava?

- Me poupe de suas perguntas, Potter.

Tentou fugir da situação, mas Harry colocou-se em sua frente novamente a impedindo de seguir, o que fez Amélia colocar aos mãos na cintura enquanto dava uma revirada de olhos, começando a se irritar.

- Eu tento não te associar em todas as coisas que acontecem mas você agindo dessa forma fica um pouco difícil, não acha?

- Não. - Amélia respondeu, reprimindo os lábios e soltando a primeira mentira cabível que surgiu em sua cabeça. - Eu fiquei com medo, está bem?

- Com medo? - Harry perguntou de forma desconfiada. Amélia não parecia alguém que teria medo, ela que costumava dar medo nas pessoas.

- Um assassino esteve em Hogwarts, Potter. O que você esperava? Eu entrei em pânico. Era isso que queria? - Amélia perguntou, recebendo uma expressão confusa de Harry, não entendendo o motivo na última frase ter sido deferida. - Queria me deixar envergonhada em confessar que estou com medo?

Harry estava em silêncio, encarando os olhos de Amélia. O coração da garota batia de forma acelerada, não sabia se era pelos belos olhos de Harry que ainda não havia desgrudado dos seus ou o medo de que a mentira que havia acabado de contar não fosse convincente. No fundo, Amélia sabia a resposta.

Por que ele tinha que ter olhos tão bonitos?

- Eu não gosto você. - Harry declarou, fazendo Amélia levantar uma das sobrancelhas sem entender o motivo daquela frase de repente. - E muito menos confio em você.

- É mesmo? - Amélia perguntou com aquele tom cínico que Harry odiava. - Sabia que eu também? - Continuou perguntando cinicamente. - Agora, se me der licença. Preciso de uma boa noite de sono.

Deu alguns passos para se distanciar de Harry mas parou, não podia dormir sem poder implicar com ele mais uma vez. Então, virou-se novamente em sua direção e se aproximou de seu ouvido, sussurrando:

- Cuidado para Sirius Black não puxar seu pé, menino que sobreviveu.

QUANDO SUAS AULAS chegaram ao fim, Amélia foi correndo encontrar Hagrid para saber o que foi decidido sobre o ocorrido do Draco com o bicuço. Viu Hagrid com as pernas dentro d'água, jogando pedras e também notou a presença do trio. Ignorando principalmente a presença de Harry, perguntou para Hagrid:

- O que foi decidido? - Preocupada com a expressão de choro do Hagrid, fez mais uma pergunta: - Por favor, não me diga que vão te demitir.

- Você já deveria saber que vão sacrificar o Bicuço, já que agora é tão amiga do Malfoy. - Harry se manifestou e Amélia se virou para ele, incrédula.

- Sacrificar o Bicuço? Hagrid, isso é um absurdo. - A garota disse indignada, ignorando a fala de Harry. - Deve ter alguma forma de reverter essa decisão, já falaram com Dumbledore?

- O que ele poderia fazer? Isso chegou até o ministro da magia. - Rony respondeu, desanimado.

- Talvez se eu falasse com o Draco...

- Falar com o Draco? - Harry a interrompeu. - Não sei em que mundo você vive, deveria saber que tipo de pessoa ele é já que agora são tão próximos.

- O que você quer dizer, Potter? - Amélia perguntou, enquanto se aproximava dele, fazendo Rony e Hermione se levantarem em alerta. - Sei que está doido para me dizer algo, vamos, diga!

- Por que se aproximar justamente dele? De todas as pessoas que estudam em Hogwarts você foi se aproximar justamente de uma pessoa cuja família é supremacista, mas o que eu poderia esperar de uma Burke, não é?

- Harry... - Hagrid chamou a atenção do garoto, enquanto Amélia tinha seus olhos inundados por lágrimas de ódio.

- Você não me conhece e nunca espere que algum dia irá conhecer. - Amélia afundou suas unhas nas próprias mãos, enquanto cuspia as palavras. - Você acha que tem o direito de julgar minhas ações, mas você não sabe de absolutamente nada.

- Então nos faça pelo menos entender. - Rony se pronunciou novamente, recebendo uma risada debochada de Amélia.

- Por que eu devo fazer vocês entenderem sobre algo que é apenas da minha conta? - Amélia perguntou indignada. - Vocês não confiam em mim e eu muito menos em vocês.

- Amélia. - Hermione se aproximou, falando pela primeira vez naquela discussão. - Se tem alguma coisa que precisa de alguma ajuda, deveria pedir ajuda para pessoas mais confiáveis e que não tenham um caráter duvidoso.

Amélia ficou alguns segundos em silêncio, pensando na fala de Hermione. Como ela sabia que a Burke estava buscando ajuda?

- Eu não sei do que você está falando, Hermione. Por que você tem que se intrometer em tudo que é relacionado à mim? - Amélia direcionou a pergunta para Harry, que desviou o olhar. - Nossa trégua acaba agora.

- O que quer dizer com isso? - Harry perguntou.

- Que você acabou de ganhar mais uma inimiga.

- Amélia... - Hermione tentou tocar em seu braço, mas ela recuou.

A Burke saiu dali como um furacão, suas mãos suavam, seus olhos emitiam de forma clara seu ódio enquanto o trio permanecia no mesmo lugar, Harry passou a mão pelos próprios fios de cabelo pois sua consciência havia pesado.

- Pelas barbas de Merlin, nunca vi Amélia tão possessa. - Hagrid disse, saindo da água. - Devem se desculpar com ela imediatamente. - Foi o que ele disse antes de sair.

- Hagrid tem razão.

- Hermione, ela é amiga do Malfoy agora, o que poderíamos presumir? - Rony tentou se justificar.

- Sinceramente, ela ser amiga ou não do Malfoy não é o que mais me preocupa no momento. - Harry disse, fazendo seus amigos olharem para ele sem entender. - Não sei se gosto de tê-la como inimiga.

- Fala sério, Harry. Quando vai admitir? - Hermione perguntou, fazendo Harry encará-la sem entender. - Gosta dela e está enciumado por ela preferir se aproximar do Draco do que de você.

- Isso é besteira. - Disse Rony, mas logo deu uma pausa percebendo que fazia sentido. - É besteira, não é?

- Não é ciúmes coisa alguma. O que vocês acham que ela pode fazer contra mim? - Harry perguntou, mudando de assunto.

- Não sei, se não quer descobrir o melhor que podemos fazer é nos desculpar o mais rápido possível. - Disse Hermione antes de ir embora também.

- Mas o que eu poderia esperar de uma Burke, não é? - Amélia imitou a voz de Harry enquanto contava o que havia acontecido para Cho, que se segurava para não rir com a imitação. - Se Hagrid não estivesse ali eu teria enfiado a minha mão naquela testa rachada.

- Amélia se acalma, você já deu a volta no dormitório quinze vezes!

- Como posso me acalmar? Eu decretei o fim da trégua e disse que me tornaria inimiga dele.

- E o que pretende fazer, inimiga do Harry?

- Eu não sei, falei na hora da raiva! - Cho segurou outra risada, enquanto Amélia estava ocupada demais roendo as unhas para reparar. - E se eu fizesse uma pegadinha com ele?

- Uma pegadinha?

- Não sei, qualquer coisa que faça parecer que eu odeio ele.

- Então você não odeia ele?

- Lógico que odeio. - Respondeu Amélia, cruzando os braços.

- Mas você...

- Eu não sei, Cho. Eu vou enlouquecer. - Disse Amélia, interrompendo a fala de Cho.

- Foque em ler o diário da sua mãe por enquanto, não acha melhor?

- Sim, tem razão. Vou falar com o tio Remus, ele pode me ajudar a pensar em alguma coisa.

- Por Merlin, ela não me escutou. - Disse Cho após Amélia sair do dormitório da corvinal.

Passando pelos corredores, acabou encontrando com Draco e seu grupinho de sombras que viviam grudados com ele. Era um péssimo momento, mas tinha que fingir empatia para poder manter eles ao seu lado.

- Ei, Burke! - Draco a chamou enquanto se aproximava. - Escutei alguns grifinórios falando que você e o Potter brigaram.

- É, é verdade. Nos desentendemos por causa da nossa aproximação. - Draco deu risada.

- Mas é um idiota mesmo, sempre soube que você perceberia o lugar que merece ficar, meu pai vai amar te conhecer.

- Com certeza. - Amélia forçou um sorriso.

Quando Draco e seu grupo foi embora, Amélia bufou ainda parada no corredor agradecendo por eles já terem ido embora. Quando olhou para frente, seus olhos encontraram os de Neville no canto do corredor olhando em sua direção. Ele escutou tudo.

Tudo que Amélia pediu através de seu pensamento era que Neville entendesse ela e não a odiasse. Mas o que ela poderia fazer? Se visse sua melhor amiga se juntando com alguém que havia bullying consigo... ela sentiria a mais profunda decepção.

Amélia não queria decepcionar Neville.

- Eu não entendo...

- Neville... - Amélia começou, mas se calou quando viu ele indo embora.

Ótimo, Amélia. Você esqueceu de falar com o Neville e agora ele acha que é a pessoa mais falsa de Hogwarts. Esse é o preço de ter tantos segredos.

Apressou os passos para alcançar Neville e quando esticou o braço para tocar em seu ombro, ele parou e se virou com os olhos vermelhos. Amélia se xingava mentalmente por estar sendo o motivo do choro de seu melhor amigo.

- Por favor, não chore. Me deixe explicar.

Neville continuou parado em silêncio, mas não conseguia encarar os olhos de Amélia e ela notou isso, o que a fez sentir ainda mais culpa. A Burke podia sentir seus olhos queimarem graças às lágrimas que já inundavam seus olhos verdes. Todo plano em sua mente já não lhe parecia mais certo.

- Eu quero que saiba que não sou como o Draco, eu preciso me aproximar dele para saber mais sobre a minha mãe, os pais dele eram próximos dela e eu não posso perder essa chance.

- Então vai se submeter a todas as coisas horríveis que ele fala para poder estar próxima dele?

Amélia se calou, reprimindo os lábios. Neville estava certo em fazer aquela pergunta, pois ela ainda não sabia se iria se submeter a tal coisa.

- Eu não quero me submeter. - Amélia confessou com um sorriso triste.

Neville afirmou levemente com a cabeça, entendendo o que ela quis dizer. Ela não queria, mas se fosse preciso para não afetar seus planos, talvez ela fosse se submeter.

- Eu sei que estou agindo errado, mas estou disposta à enfrentar minhas consequências.

- Eu ainda não entendo. - Neville comentou, triste. - Se você se submeter as coisas que ele faz, também vai permitir que ele volte à mexer comigo?

- Não, jamais permitiria. Nev, você é como um irmão para mim.

Amélia conseguiu arrancar um pequeno sorriso de Neville, ele também nutria o mesmo sentimento de irmandade por ela.

- Você não precisa fazer isso, podemos arrumar um jeito de descobrirmos sobre sua mãe.

- Neville, eu não vou voltar atrás. Me desculpa.

Os dois podiam não ter notado, mas havia pares de olhos os encarando mais próximo do que imaginavam, mas estavam preocupados demais para perceberem isso.

AMÉLIA NÃO CONSEGUIU pregar os olhos, então, ficou lendo o diário de sua mãe durante a madrugada. Cada página que passava, ficava mais frustrada com o fato de não ter nada realmente relevante. Sabia que era um diário e que pessoas costumam usar para falar sobre seu dia e seus sentimentos, mas Amélia esperava mais do que isso.

Seu coração apertava toda vez que lia sobre as coisas que sua mãe escrevia sobre Sirius, dava para notar que os sentimentos que ela sentia por ele progrediam em cada página onde ele era citado. Se não tivesse a suspeita de que seu pai era responsável pela morte dela, iria achar aquilo lindo, mas só se sentia angustiada.

- Ainda acordada?

Amélia se assustou e escondeu o diário dentro da coberta ao escutar a voz de Hermione, que agora estava sentada sobre sua cama com os cabelos um pouco bagunçados pelo fato de ter acabado de acordar.

- Sim, ainda estou. - Amélia respondeu de forma seca, encostando a cabeça na cabeceira da cama.

- Amélia, eu sei que as coisas entre nós estão complicadas. Não deveria ter agido daquela forma, ter me lembrado quem você realmente é de verdade...

- Falando assim parece que você realmente me conhece, nem sabe coisas óbvias sobre mim, tipo a minha cor favorita. - Amélia a interrompeu. - Hermione, eu de verdade não me importo com o que vocês pensam ou acham de mim. Apenas peço que não se envolva nisso, independentemente do que saiba.

- Então você realmente quer algo do Draco?

- Boa noite, Hermione.

Amélia cortou o assunto, se virando de costas para Granger e deitando em sua cama, para tentar dormir. Precisava descansar sua mente, nem que fosse pelo menos por duas horas. Não era muito nova para estar passando por tudo isso?

Parecendo que havia passado apenas alguns segundos, Amélia abriu os olhos graças as movimentações das meninas que dividia o dormitório, já era manhã e nem parecia que ela havia dormido. Naquele dia teria aula com Lupin, então, seria uma ótima oportunidade de pedir conselhos ao seu padrinho.

Quando saiu do dormitório arrumada, foi sem rodeios até o salão principal, parando um pouco e olhando para a mesa da grifinória, onde seu olhar caiu em Neville que tinha uma feição desanimada. Olhou para a mesa dos professores e não viu Lupin sentado junto aos outros.

Amélia resolveu ir para a mesa de sua casa, onde se sentou no lugar vago entre Simas e Rony. O Weasley quase petrificou quando viu a Burke se sentar ao seu lado, lembrando de quando ela anunciou que havia se tornado inimiga de Harry.

O Potter não estava muito diferente, estava sentada quase em frente à Amélia. Ela sentia seu olhar sobre si, por isso levantou seu rosto para encarar seus olhos também. Quando Harry viu aqueles olhos verdes encontrarem os seus, por um instante esqueceu de que era Amélia Burke ali, a garota que ele detestava.

- Podemos conversar depois? Sozinhos. - Amélia perguntou e todos que estavam sentados próximos aos dois pararam o que estavam fazendo para observar e ouvir a conversa.

- Depende... - Harry respondeu, com sua voz falhando levemente, fazendo Amélia levantar uma das sobrancelhas. - Vamos brigar novamente?

Os olhos curiosos que estavam em Harry agora estavam em Amélia, aguardando por sua resposta. A garota ao escutar a pergunta de Harry, deu um sorriso ladino seguido de um riso nasalado.

- Depende... - Amélia retribuiu. - Você quer brigar?

- Depende...

- Dá 'pra você responder com um sim ou não logo? - Perguntou Simas impaciente, interrompendo a fala de Harry que deu um sorriso sem graça.

- Está bem.

- Me encontre na ponte, depois do almoço.

Harry apenas afirmou com a cabeça, em silêncio, já imaginando o quanto seria humilhado por ela no instante em que colocasse os pés na ponte.

Ainda sentindo os olhares sobre si, Amélia virou o rosto em uma das direções que haviam olhares curiosos e logo fingiram que estavam comendo não se importando com a conversa alheia. Estava cercada de fofoqueiros.

HARRY ESTAVA NERVOSO, inquieto e mal conseguiu prestar atenção na aula, pois seu olhar sempre ia até Amélia que parecia muito tranquila e focada. Se perguntava se ela estava tranquila porque o assunto que iriam tratar não era nada que pudesse fazer mal para ele ou estava tranquila porque iria jogá-lo da ponte.

Estava rabiscando um pergaminho quando sentiu seus ombros serem chacoalhados por Hermione que parecia estar falando com ele.

- Você ouviu o que eu disse?

- Não, foi mal Hermione.

- Mas o que deu em você? - Perguntou Rony. - Ficou a aula toda com essa cara de mané.

- Aposto que estava pensando na Amélia. - Disse Hermione, enquanto abraçava seu livro.

- Já disse que não gosto dela.

- E quem disse que eu estava falando nesse sentido. - Hermione disse, dando um pequeno sorriso. - Falava sobre a conversa que terão daqui a pouco.

- Daqui a pouco? - Harry olhou em volta, vendo que só haviam os três na sala. - Já é o horário do almoço?

- Coitado, ficou até perdido no tempo. - Disse Rony, arrancando uma risada de Hermione. - Essa garota te deixa tão biruta assim?

- Você não faz nem ideia... - Resmungou Harry, fazendo Hermione e Rony se trocarem olhares desconfiados.

Os três seguiram até o salão principal, para poderem almoçar. Quando se aproximaram da mesa da grifinória, Harry levantou um pouco mais o rosto podendo ver Amélia de longe sentada na mesa da corvinal conversando com Cho, as duas pareciam falar sobre algo sério, julgando pelas expressões de ambas.

- Hermione, eu não vou.

A Granger que estava colocando comida em seu prato parou no mesmo instante quando escutou a fala de Harry.

- Por que não vai?

- Eu estou nervoso!

- Não ficou nervoso em todas as vezes que acusou ela injustamente. Já combinou com ela, você vai nem que seja arrastado. Deixa de ser medroso!

Harry observou Amélia caminhando para fora do salão principal. Seu nervosismo o impedia de sentir fome. Mal sabia direito o motivo de estar realmente tão nervoso com aquela conversa. Se levantou com as mãos inquietas e saiu um pouco depois da Burke.

Andando em passos rápidos para poder chegar na ponte o mais rápido possível para não dar tempo de mudar de ideia e dar meia volta. Quando estava próximo, pode ver Amélia encostada na proteção da ponte, observando a paisagem enquanto seus fios voavam para trás graças ao vento. Era algo realmente lindo de se admirar - foi o que Harry pensou -.

Agora com passos lentos, foi se aproximando de Amélia e parou quando achou que havia chegado em uma distância ideal. Ela ao notar sua presença, se virou em direção e o vento jogou alguns fios de cabelo em seu rosto, a fazendo colocar esses fios para trás da orelha. Harry piscou algumas vezes de forma frenética ao sentir sua mente voar enquanto se via admirando a cena.

- Pensei que não iria aparecer. - Confessou, Amélia.

Puxando o ar, Harry forçou a garganta, dando uma tossida um pouco falsa e cruzando os braços antes de responder.

- Eu até pensei em não vim. - Harry mentiu, tentando não parecer afetado.

- Ia me deixar plantada aqui? - Perguntou com uma das sobrancelhas levantadas.

- Talvez. - Harry disse de forma misteriosa e quase arrancou uma risada de Amélia. - Sobre o que queria conversar?

- Precisamos resolver nossas diferenças. Pelo professor Lupin.

- O que ele tem a ver? - Harry perguntou sem entender.

- Ele é meu padrinho e era melhor amigo dos seus pais, ele tem um grande carinho por você e ele ficaria tão chateado se soubesse dos nossos problemas.

- Seu padrinho? - Piscou algumas vezes, absorvendo a nova notícia.

- Eu disse que não me conhecia. - Disse Amélia, dando de ombros. - Eu esqueço tudo que você disse e você as coisas que eu disse. Assim, seguimos nossas vidas normalmente sem implicâncias e irritações.

Amélia estendeu a mão, que foi encarada por Harry, que abria a boca mas nada saia. A garota começou a abaixar a mão lentamente, sentindo que estava fazendo papel de boba.

Antes que pudesse abaixar sua mão completamente, em um ato rápido Harry apertou sua mão, a puxando mais para perto, fazendo Amélia encarar seus olhos surpresa.

- Não. - Harry respondeu, fazendo Amélia fazer uma expressão levemente decepcionada com a resposta.

- Não? - Amélia repetiu a resposta de Harry.

- Eu não quero que você pare de implicar e me irritar. - Harry confessou, deixando Amélia cada vez mais confusa. - Não se isso significar que não terei mais sua atenção.

- O que está falando, idiota? Estou falando sério. - Deu uma risada nervosa, enquanto tentava tirar seu olhar dos dele, mas estava praticamente hipnotizada por aquelas orbes.

- Eu também estou. - Amélia reprimiu os lábios, enquanto ouvia seus batimentos cardíacos acelerados.

- Não sei se posso aceitar continuar assim se permanecer me acusando como daquela forma.

- Me desculpa por ter te julgado daquele jeito, agi como um idiota.

- Você é um idiota.

- Posso te conhecer melhor?

- Me conhecer melhor? Se eu soubesse que viria para dar em cima de mim eu não teria colocado amortencia no seu suco.

- Como é? - Harry perguntou com os olhos arregalados e Amélia deu uma gargalhada.

- Estou brincando.

Os dois deram risada e quando Amélia notou que suas mãos continuavam juntas, sentiu sua respiração falhar por alguns segundos.

- Mas, então? Você não respondeu minha pergunta.

- Harry!

Ao escutar Hermione chamar pelo Potter, Amélia de forma desesperada soltou sua mão lhe dando um soco na barriga sem querer, fazer Harry se encolher com a dor. A garota cobriu a boca com as mãos e os olhos arregalados ao notar o que havia feito.

- Desculpa, ela me assustou!

- Eles chegaram, o Bicuço... - Disse Hermione um pouco sem ar, por ter vindo correndo. - Que caras são essas? Por acaso estavam brigando?

- Ela me deu um soco. - Disse Harry ainda se recuperando.

- Por que deu um soco nele?

- Foi sem querer... - Amélia encarou Harry, dando um sorriso debochado. - Ou talvez não.

Amélia olhou para Rony que apareceu atrás da Granger com um rato nas mãos. Todos se assustaram quando o rato pulou do colo do Rony aparentando estar com medo de algo.

- Perebas! - Rony chamou pelo rato, correndo atrás dele.

- Ele tem um rato? E se chama Perebas? - Amélia perguntou.

Os três correram atrás de Rony, que ainda corria atrás do rato. Quando perceberam, já estavam um pouco próximos da cabana de Hagrid. Bicuço estava deitado no chão, preso perto das abóboras.

- Achou seu rato? - Amélia perguntou para Rony.

- O nome dele é Perebas.

- Não deixa de ser um rato.

Amélia se assustou quando escutou um movimento vindo da floresta, a fazendo se virar bruscamente na direção do barulho, olhando atentamente na direção. Mas quando escutou a voz de Hagrid resolveu ignorar.

Ao serem convidados à entrar, Hagrid ficou feliz em ver os quatro ali aparentemente em um clima de paz e união para tentar confortar ele sobre o caso do Bicuço. Por quanto tempo esse clima iria permanecer em pé?

Um milhão de perguntas enchiam a mente de Amélia que começou a se sentir mal. Harry se desculpou pelo seu ato e ela nem contou que seu pai era responsável pela morte de seus pais. Se ela contasse, ele ainda iria querer tê-la por perto?

Seus pensamentos foram interrompidos quando Harry reclamou de dor e passou a mão pela nuca, Amélia olhou pela janela e viu que o ministro da magia se aproximava, juntamente com Dumbledore e alguém todo de preto com uma foice.

- Eles chegaram, precisamos ir! - Amélia alertou.

Saíram escondidos para não serem pegos e a sensação de estar sendo observada parecia ainda mais real. Enquanto fugiam, Amélia teve a impressão de ter visto uma coruja em meio aos galhos de uma das árvores da floresta, mas quando precisou desviar o olhar por um pequeno instante, não estava mais lá.

planejando fazer uma maratona de SECRETS quando bater 50K de leituras :D uma semana inteira atualizando.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top