iv. o medo do medo.
– S E C R E T S !
harry potter, golden era
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DESDE O DIA EM QUE Amélia viu seus pais no espelho encontrado em uma sala de Hogwarts, a garota pesquisando nos livros da biblioteca descobriu que aquele era o Espelho de Ojesed, que é um objeto mágico de extrema importância no mundo bruxo. Responsável por mostrar o desejo mais profundo do coração de cada indivíduo. Amélia sempre teve o desejo de poder ter a chance de olhar nos olhos de seus pais, conhecê-los. Encontrar o espelho teve consequências boas e ruins.
A boa consequência foi ela finalmente realizar este sonho de "conhecer" seus pais, mas a ruim é que não se sentia satisfeita com aquilo, não estava feliz e todos os dias ela passava horas sentada frente ao espelho, enquanto em seu bloco de notas tentava desenhar os rostos dos dois, pois não teria acesso ao espelho para sempre.
Amélia não se envolveu nos acontecimentos com a pedra filosofal e nem com a câmara secreta, no segundo ano. Agora estava indo para seu terceiro ano em Hogwarts e havia deixado todos seus amigos preocupados com o distanciamento repentino.
A Burke passou a maior parte do seu tempo na biblioteca, em seu dormitório e quando simplesmente sumia - pois estava na sala do espelho -. Harry suspeitava que ela estaria lá nos momentos que desaparecia, por isso a seguia por debaixo da capa da invisibilidade mas não disse nada, se Amélia não disse para os seus amigos, é porque não queria que a encontrassem ali.
Harry respeitou o silêncio e a distância imposta pela Burke, pois ele podia entendê-la como nenhum outro. Ambos compartilhavam a mesma dor de terem perdido seus pais.
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Terceiro Ano
- iniciado -
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NA NOITE ANTERIOR ao dia que os alunos vão para o expresso de Hogwarts, Amélia estava em seu quarto no orfanato organizando suas roupas e materiais na mala. Quando finalizou, saiu para jantar e encarou a sala de jantar com várias crianças, que viraram o rosto para encararem a que acabara de chegar.
Caminhou até a mesa, pegou um prato e começou a colocar a comida sobre ele. Quando colocou a quantidade ideal para a fome que sentia, se sentou afastada, em um canto mais vazio. Enquanto levava o garfo com comida até a boca, uma garota se levantou bruscamente, indo até a mesa que Amélia estava sentada.
- Já vai embora de novo, não é? - Amélia parou de comer, levantando seu rosto para encarar a garota que havia levantado de sua mesa. - Quem você pensa que é afinal? - Perguntou de maneira ríspida. - Melhor do que nós?
- Ei, calma. - Um deles falou, vendo que a garota estava realmente brava.
- Não consigo ficar nem um pouco calma! Por que essa garota fica fora do orfanato por tanto tempo enquanto ficamos aqui, mesmo depois de ter me machucado ano retrasado? - Amélia teve seu ombro empurrado com força, a fazendo suspirar, se segurando para não reagir de maneira explosiva. - Nem estuda na mesma escola que nós. Por acaso alguém está querendo te adotar? Eu sinto pena da família por querer adotar alguém tão estranha e deplorável como você.
Ao sentir seu cabelo ser puxado, Amélia segurou o braço dela, afundando suas unhas em sua pele. Ao sentir a ardência das unhas lhe machucando largou imediatamente o cabelo de Amélia, encarando a mesma com espanto.
- Posso parecer estranha, mas deplorável? - Amélia disse com a voz trêmula pelo ódio que enchia seu peito, encarando a garota que estava ficando assustada. - Você está tentando me diminuir e me envergonhar na frente de todos para se sentir melhor. O fato de eu poder ser adotada e feliz te inveja, ainda sou eu a deplorável?
Amélia soltou seu braço e andando de forma rápida, saiu dali rapidamente com os olhares assustados das crianças que moravam ali. A Burke saiu empurrando os funcionários do orfanato que queriam a impedir de sair, mas foi em vão, ela já estava andando pela calçada abraçada ao próprio corpo por conta do frio da noite.
Algo parecia estranho, seu colar, que anteriormente havia sido de sua mãe, estava vibrando. Amélia não sabia dizer se era real ou era sua mente lhe pregando peças, já que estava bastante nervosa e um tanto desnorteada.
Os únicos sons que poderia se ouvir era o choro frustrado de Amélia e seus passos apressados para não ser pega pelos funcionários do orfanato. Andando enquanto olhava para o chão nem tinha notado que havia chegado em um tipo de praça. Olhou em volta e a consciência acabou caindo, era uma garota sozinha de noite em uma praça vazia. Tudo poderia dar errado.
Tinha a sensação de que poderia estar sendo seguida, por isso olhou diversas vezes ao redor e se assustou quando escutou o som de uma coruja pousada no poste de luz na calça, lhe encarando. Era apenas uma coruja. Apenas uma coruja.
Com um suspiro desanimado, Amélia sentou no meio-fio, passando a mão no couro cabeludo, onde havia sido puxado anteriormente. Reprimiu seus lábios, abaixando a cabeça e permitindo-se chorar, na esperança da dor que preenchia seu coração fosse embora. Apesar de fingir não se importar, Amélia era rejeitada tanto em Hogwarts quanto no orfanato.
Ao escutar movimentos vindo dos arbustos, Amélia levantou devagar seu rosto e apoiou as mãos na calçada ao se assustar quando viu um cachorro preto que parecia raivoso parado ali, olhando para ela. A coruja voou para longe, parecia ter se assustado com o cão também.
- Amélia? - A garota deu um pulo de susto quando escutou seu nome ser chamado. Era Harry Potter.
- O que está fazendo aqui? - Perguntou quando virou seu rosto para encará-lo.
- Eu moro aqui perto. - Ao analisá-la, notou seus olhos vermelhos e algumas lágrimas ainda em sua bochecha.
Antes que pudesse perguntar qualquer coisa, Amélia se levantou, limpando suas lágrimas com a manga da blusa e quando voltou olhar para frente, Harry também olhou na direção sem entender e quando encarou o cachorro preto, também levou um susto. Ele continuava ali, agora rosnando. Quando sacaram suas varinhas, algo os empurrou, fazendo os dois caírem na calçada.
De repente uma luz começou a se aproximar na rua, era um ônibus. O que ambos não esperavam era que o ônibus fosse parar na frente deles, aparecendo na porta, um homem que pegou um papel e começou a ler;
- Bem-vindos ao Noitebus Andante, o transporte de emergência para bruxos e bruxas perdidos. Meu nome é Stanislau Shunpike e serei o seu condutor esta noite. - Guardou o papel no bolso e olhou em volta nos procurando, ao olhar para baixo nos vendo no chão, perguntou: - O que vocês estão fazendo aí no chão?
- Nós caímos. - Amélia respondeu.
- E por que vocês caíram?
- Nós não caímos de propósito. - Harry respondeu pelos dois, enquanto se levantavam.
- Então entrem logo. A gente não vai ficar aqui até o dia amanhecer né. - Enquanto falava, Amélia e Harry deram alguns passos para verem se o cachorro preto ainda estava lá, mas já havia saído. - O que que vocês estão olhando? - Perguntou, sussurrando.
- Nada. - Harry mentiu.
- Então querem fazer o favor de entrar? - Disse enquanto pegava a mala de Harry. - Cadê sua mala? - Perguntou para Amélia, que já subia no ônibus junto com Harry.
- Está no orfanato. - Amélia respondeu enquanto observava o interior do ônibus, parecia um mini hotel andante.
Andaram mais para o fundo do ônibus e então Stanislau lhes entregou um papelzinho, mandando o motorista seguir. Ao escutar que iria chacoalhar bastante, nem ouve tempo para raciocinar, Amélia e Harry caíram sobre a cama que tinha atrás deles e se encararam envergonhados e assustados.
- Como disseram que se chamavam mesmo?
- Nós não dissemos. - Amélia respondeu quando caindo da cama, mas foi segurada por Harry, que segurava na barra de metal da cama.
- E para onde estão indo?
- Caldeirão furado, fica em Londres. - Harry respondeu e Amélia o encarou. Ela não tinha planos para ir até lá, mas estando fora do orfanato estava ótimo.
- Ernesto, tem uma velhinha bem na reta. - Amélia se desesperou quando ouviu aquilo, estavam rápido demais.
De repente os dois bateram seus rostos no vidro do ônibus quando o motorista acionou o freio com tudo para não atingir a velhinha que atravessava a rua. Amélia encarou a senhora atravessando, aliviada, por um momento achou que a veria ser atropelada.
Quando ela saiu da frente do ônibus, ele voltou a seguir no mesmo ritmo de antes. Amélia já estava ficando tonta de tanto ir e voltar. Estava novamente sendo segurada por Harry e sentia seu nariz doendo por ter batido o rosto contra o vidro.
- Acho que quebrei meu nariz. - Amélia disse, enquanto checava se estava sangrando.
- Ele me parece normal. - Disse Harry após chegar mais perto para analisá-lo, deixando Amélia paralisada, nervosa com a aproximação repentina.
- Sei que sua visão é ruim, mas não precisa chegar tão perto, idiota... - Murmurou desconcertada.
Amélia virou o rosto e Harry ao notar sua ação, fez o mesmo, encarando o jornal que Stanislau tinha em mãos, vendo que tinha a imagem de um homem.
- Quem é ele? - Harry perguntou e Amélia olhou para o jornal também, encarando a imagem com a testa franzida. - Esse homem.
- Quem é ele? - Perguntou, como se achasse um absurdo ele não saber quem era. - Quem é... - Deu uma pausa em indignação, virando o jornal para os dois - Esse é o Sirius Black. O próprio. Não vão me dizer quem não conhecem o Sirius Black? - Harry negou com a cabeça e Amélia alternava seu olhar entre a imagem e ele.
- O que ele é? - Amélia perguntou quase em um sussurro, mas foi o suficiente para ser escutado.
- Ele é um assassino e acabou ficando preso em Azkaban por isso.
- E como ele fugiu? - Harry perguntou.
- Essa é uma ótima pergunta, ele foi o primeiro que conseguiu. Ele era um grande partidário de... Você-Sabe-Quem. Acho que vocês já ouviram falar dele, né?
- Já, dele já. - Harry admitiu, enquanto Amélia agora encarava a janela pensativa.
Após o resto do trajeto ter sido completamente maluco, havíamos sido espremidos para passarem em meio à dois ônibus trouxas, Amélia estava doida para chegarem logo ao Caldeirão Furado, não ia aguentar mais nenhuma emoção dentro daquele ônibus.
Quando chegaram ao Caldeirão Furado bateram novamente os rostos no vidro quando o motorista acionou o freio. Praticamente saíram correndo de dentro do ônibus.
- Senhorita Burke, Senhor Potter, finalmente. - Apareceu um homem de coluna curvada.
Ele os acompanhou para dentro do estabelecimento, fazendo sinal com os braços para que seguissem o caminho. Ao mandar eles irem até o quarto onze, ambos deram de cara com a coruja de Harry e a mala de Amélia.
- Edwiges! - Harry chamou pelo nome da coruja, sorridente.
- Tem uma coruja muito inteligente, Senhor Potter. Ela chegou aqui cinco minutos antes do Senhor.
Amélia e Harry encaram um homem, que estava dentro do quarto, que parecia mais um escritório.
- Como Ministro da Magia é meu dever informá-lo, Senhor Potter, que no início da noite a irmã do seu tio foi encontrada mais para o sul de Sheffield, rodopiando por uma chaminé. - Ele dizia enquanto Amélia e Harry eram conduzidos a se sentarem em duas poltronas e lhes eram oferecidos algumas comidas, que eram negados. - O Departamento de Reversão de Feitiços Acidentais foi enviado imediatamente. Ela foi devidamente esvaziada e sua memória alterada.
Amélia começou a se perguntar o que raios ele estava falando.
- Ela não vai ter nenhuma lembrança do incidente, qualquer que seja. Então, isso é tudo e não houve nenhum dano. - Ele finalizou, agora encarando Amélia.
- Fugir daquele modo, dadas as circunstâncias, foi muita irresponsabilidade. De ambos. - Amélia respirou fundo, abaixando a cabeça, ele estava certo.
- Dadas as circunstâncias atuais, Senhor? - Harry repetiu, fazendo Amélia o encarar como se fosse óbvio a resposta.
- Temos um assassino à solta.
- Sirius Black, não é? - Harry perguntou. - Mas o que ele tem a ver conosco?
- Nada, é claro. - O ministro deu uma risada, forçada. - Vocês estão seguros, isso é que importa. E amanhã vocês estarão voltando para Hogwarts.
PELO TERCEIRO ANO SEGUIDO, Amélia estava entrando no expresso de Hogwarts, sem muito ânimo já que desde quando foi para Hogwarts, todas as crianças do orfanato começaram a ser ainda piores com ela.
Enquanto carregava sua mala, junto agora com sua nova companheira, uma coruja que havia ganhado de presente de Hagrid antes de sair do Caldeirão Furado, achou Cho em uma cabine sozinha, ajeitando suas malas. Amélia deu alguns toques no vidro e abriu a porta da cabine.
- Posso me juntar a você?
Cho logo levantou seu rosto quando escutou a voz da amiga, dando um suspiro aliviado e puxando a Burke para um abraço. Amélia retribuiu ao abraço e a Chang escutou ela começar a chorar, não fazia ideia do quanto Amélia estava sofrendo calada.
- Eu não sei pelo o que está passando ou o que está sentindo, mas por favor não fique isolada daquela forma. - Cho segurou os ombros da amiga, enquanto se sentavam no banco da cabine. - Nem tudo precisamos resolver sozinhos, ter a companhia de um amigo em momentos ruins é essencial, sabe disso não é? - Amélia firmou com a cabeça, sorrindo levemente. Amava ter sua amizade com Cho.
- Eu descobri algumas coisas. - Amélia disse enquanto soluçava por conta do choro. - Achei o Espelho de Ojesed em Hogwarts e eu pude pela primeira vez ver os rostos dos meus pais.
- Amélia, isso é incrível! - Cho segurou a mão da amiga, se sentindo feliz por ela, já que sempre sonhou em ver seus pais.
- Não, não é! - Amélia passou a mão pelos seus fios, voltando a chorar.
- Por que não é? - Cho a encarou sem entender, estava ficando muito preocupada.
- O meu pai... - Amélia retirou um bloco de notas do bolso. - É o Sirius Black.
Cho encarou o desenho do rosto de Sirius Black no bloco de notas, com os olhos arregalados e pegando o jornal, alternando o olhar entre a imagem de Sirius Black nele e o desenho, era ele.
- Sempre que eu ia no espelho, eu desenhava minha mãe e o meu pai.
- Amélia, eu não sei se deveria contar isso para alguém... - Cho deu uma pausa, enquanto Amélia guardava o bloco de notas. - Meu pai trabalha no ministério e eu o escutei falando que Sirius Black continua sendo fiel à Você-Sabe-Quem e ele acredita que Harry seja a única coisa que está impedindo que Você-Sabe-Quem retorne ao poder e foi por isso que ele fugiu de Azkaban, para encontrar ele.
- E quanto a mim? - Amélia perguntou angustiada batendo no próprio peito. - Eu sou a filha dele. Ele fugiu de Azkaban e nem mesmo pensou em mim. Tenho medo de que ele esteja envolvido na morte da minha mãe.
De repente o trem parou, fazendo todos se assustarem e sentirem frio a ponto de sair fumaça de suas bocas quando falavam. Amélia se virou em direção a porta da cabine e ficou em alerta, o trem poderia ter dado defeito, talvez algo ou alguém, como Sirius Black, poderia ter entrado nele.
Amélia e Cho arregalaram os olhos e puxaram suas varinhas quando viram dois seres flutuantes grandes passarem pelo corredor do trem, mas aparentemente eles não estava muito interessado nas duas, já que havia passado reto.
- O que é aquilo? - Amélia encarou Cho, assustada.
- São dementadores, roubam toda a felicidade e se alimenta de sua alma.
- Por que dementadores estariam aqui?
- Você não sabia? Eles estão atrás de Sirius Black. - Cho sussurrou.
Acreditando que o Dementador não voltaria, Amélia tentou se acalmar, mas soltou um grunhido assim que sentiu a pedra de seu colar queimar levemente sua pele, o que a fez tirar seu colar de dentro do uniforme, observando uma leve luz vermelha começar a brilhar dentro do colar. Por alguns segundos sentiu-se hipnotizada por aquela luz.
Antes que Cho perguntasse o que era aquele colar ambas se assustaram quando um dos Dementadores voltou com tudo até a cabine das duas, abrindo a porta com brutalidade as fazendo gritar.
Tudo que Amélia viu antes de apagar sobre o banco confortável do trem foi o Dementador vindo para cima dela e os gritos de Cho enquanto procurava sua varinha que havia voado de sua mão com o susto do Dementador entrando na cabine.
AMÉLIA NÃO SABIA ao certo por quanto tempo esteve apagada, mas quando acordou ainda estava deitada na cabine do trem. Sua cabeça estava deitada sobre o colo de Cho, que tinha uma expressão preocupada em sua face, observando a garota despertar ainda um pouco desnorteada.
Forçando um pouco a memória, Amélia se lembrou do que havia lhe acontecido antes de apagar totalmente.
- O que aconteceu? - Perguntou com a voz fraca enquanto levava sua mão até a cabeça, onde sentiu uma forte dor. - Fui atacada pelo Dementador?
- Quase foi. - Os olhos de Amélia se arregalaram levemente ao escutar uma voz desconhecida.
Levantou seu tronco, ficando sentada sobre o banco, agora encarando a pessoa desconhecida. Era um homem mais velho que vestia um suéter e possuía cicatrizes no rosto. Apesar disso, ele não parecia assustador, pelo contrário, parecia muito simpático pela forma que sorria gentilmente para Amélia.
- Quase mesmo! - Repetiu Cho. - Seu colar soltou um brilho tão forte, parecia até que o próprio havia soltado um feitiço do patrono para afastar o Dementador de você. - O homem pareceu curioso, mas não espantado com o que havia sido dito pela Chang. Amélia havia notado isso.
- Mas se eu não fui atacada, por que eu desmaiei?
- Talvez tenha sido pelo susto. - Disse o homem desconhecido, esticando sua mão em direção à Amélia que segurava uma barrinha de chocolate. - É chocolate. Coma, vai te fazer bem. - Amélia murmurou um "Obrigada" enquanto pegava a embalagem do chocolate.
- Obrigada, professor. - Cho agradeceu e Amélia encarou o homem ao escutar a amiga o chamando de professor. Nunca havia visto por Hogwarts, talvez fosse novo.
Após o trem voltar a funcionar, todos puderam ir para Hogwarts e agora estavam no salão principal, onde todo início de ano letivo, Dumbledore dava seu discurso e além disso, teve a apresentação de um novo professor, que nos daria aula de defesa contra as artes das trevas. Aquele novo professor que ela havia conhecido no trem após o ataque dos Dementadores. Amélia não poderia mentir, amou o fato de Snape não dar aula da sua matéria favorita. Hagrid agora também seria um professor de Hogwarts e isso também alegrou a Burke.
Desde quando Amélia recebeu ajuda de Hagrid, ele se tornou um grande amigo e sempre que podia, ia tomar chá em sua cabana perto da escola. Ambos adoravam a presença um do outro, digamos que Hagrid está sendo praticamente um pai para ela.
- Ei, Potter e Burke. - Draco chamou Harry, chamando a atenção de alguns da mesa da grifinória. - Potter, Burke! - O garoto finalmente olhou para Draco e Amélia já sabia que ele iria caçoar sobre o que aconteceu. - É verdade que vocês desmaiaram? - Um dos seus amigos fez uma encenação dramática, rindo. - Vocês realmente desmaiaram?
- Como ele descobriu isso? - Harry perguntou, Amélia perguntou a mesma coisa em seus pensamentos.
- Cala a boca, Malfoy. Nos deixe em paz. - Amélia mandou e o platinado se calou após se lembrar da ameaça que a garota o fez no primeiro ano.
Todos que escutaram começaram a se olhar, pois acabara de presenciar Amélia Burke defendendo Harry Potter também, não era uma coisa que eles esperavam ver.
- O que estão olhando? Não aguento mais escutar a voz daquele garoto. - Amélia explicou, fazendo todos ficarem ainda mais desconfiados.
- Como ele ficou sabendo disso? - Harry resmungou para Rony novamente, que deu de ombros, não sabendo a resposta.
- Amélia, você vai ao passeio que vai ter? - Neville perguntou, mudando de assunto e a garota suspirou, havia esquecido completamente do passeio.
- Não tenho a autorização da diretora do orfanato, acabei esquecendo de pedir. - Amélia respondeu, cabisbaixa.
- Mas você vai ficar sozinha? - Neville perguntou e Amélia deu de ombros, não tinha o que fazer. - Se quiser eu posso ficar para te fazer companhia.
- Não precisa, Neville. Mas obrigada. - Agradeceu, dando um sorriso para o amigo.
Amélia estava feliz pelo fato de ter se afastado um pouco durante o último ano não ter afetado a amizade dela com Cho e Neville, se perguntou qual seria a reação de Neville quando for lhe contar sobre seu novo descobrimento.
- Hogwarts irá hospedar, até segunda ordem, os dementadores de Azkaban... - Dumbledore anunciou. - Até que Sirius Black seja capturado. - Amélia se encolheu, um pouco tensa. - Os dementadores ficarão prostrados nas entradas da propriedade. Embora tenham me garantido que a presença deles não irão atrapalhar nossas atividades diárias... eu peço cuidado.
Amélia virou o pescoço em direção a mesa da corvinal, fazendo os olhares dela e de Cho se encontrarem, ambas compartilhavam olhares preocupados. A Burke voltou a olhar para Dumbledore, seu pai é uma assassino altamente procurado. Começou a se questionar se sua mãe sabia de suas ações, ela o apoiava? Ou pior, havia sido morta pelo próprio marido?
- No que tanto está pensando? - Perguntou Hermione.
- Nada, apenas preocupada com toda essa questão do Sirius Black. Ele é um assassino, não é? - Amélia mentiu, agradecendo por Hermione não poder ver suas mãos inquietas debaixo da mesa.
- É realmente preocupante. - Hermione pareceu ter acreditado.
APÓS O JANTAR SER SERVIDO e todos os alunos serem levados para seus respectivos dormitórios, Amélia estava sentada sobre sua cama, enquanto suas colegas dormiam profundamente. Puxou debaixo do travesseiro o diário preto, que havia pegado na sessão proibida no primeiro ano.
Aquele diário era de sua mãe, tinha seu nome gravado na capa e Amélia ainda não havia encontrado nenhuma dica ou resposta de como poderia abrir a relíquia. Estava se sentindo completamente perdida, tantos achados, mas nenhuma resposta. Do que adiantava aquilo tudo?
- Lummos! - Amélia sussurrou após puxar sua varinha para poder ter luz para ler.
Havia lido algumas páginas e no momento havia nada de interessante, além de Cassandra falando sobre seu dia e algumas anotações de poções. Mas enquanto avançava, se deparou com uma parte interessante.
"Sirius Black tenta se aproximar de mim sempre que estou longe dos meus "amigos". Ele quer algo de mim e tenho certeza de que isso me trará problemas. Ele é o próprio problema."
- Por que essa palavra está em aspas? - Amélia sussurrou, pensativa.
Sua mãe era da sonserina, certamente deveria ter amizades. Snape e o pai de Draco, Lucius, estudaram na mesma época que sua mãe.
As palavras e encaradas de Snape, tudo parecia começar a se encaixar. Sua mãe talvez poderia ter sido próxima dele e também do pai de Draco. Seria óbvio demais se Amélia se aproximasse de Draco para tentar arrumar informações com os pais dele?
Ao encarar o diário novamente, soltou um suspiro. Se seu pai realmente se aproximou pois queria algo da sua mãe, Amélia estava prestes a fazer a mesma coisa com Malfoy. Não queria ser como ele. Não queria ser uma traidora ou assassina. Queria ser forte e incrível assim como havia sido sua mãe.
Decidindo deixar para os próximos dias ler o diário, o guardou em sua bolsa, a que usava para as aulas. Quando deitou em sua cama, encarou o teto, esperando o sono chegar. Nada. Não conseguia pregar os olhos. Enquanto seus olhos passeavam pelo dormitório escuro, encarou a janela e começou a levantar aos poucos, tinha uma coruja na janela, a encarando.
Amélia sentia que havia algo com corujas. Não era algo novo para ela ver alguma coruja perto ou a rondando. Era apenas um animal, mas bizarro, sentia-se vigiada.
A coruja voou quando Amélia notou sua presença, fazendo a garota estranhar. Precisava ir dormir para não acordar cansada, então preferiu ignorar o que aconteceu e voltar a se deitar, agora fechando os olhos.
ERA A PRIMEIRA AULA com o professor Remus Lupin após a aula com Hagrid e o barulho do bicho papão batendo contra o armário em que estava preso faziam quase todos os alunos ali presentes se assustarem, dando alguns passos para trás, fazendo o professor pedir algumas vezes para eles chegarem mais para frente.
Aprenderiam um novo feitiço, para poder lidar com o bicho papão, mas Amélia estava nervosa. Ela veria seu maior medo, todos ali veriam seu maior medo e possivelmente isso faria as pessoas descobrirem o seu segredo.
Após as repetições sobre o nome do feitiço, Remus Lupin pediu para todos formarem uma fila, fazendo todos se desesperarem para ficarem mais para trás possível.
Amélia acabou sendo empurrada e ficando atrás de Harry Potter. Observou Neville ser chamado pelo professor, pois havia ficado na frente e deu um aceno encorajador quando ele virou o rosto para ela visivelmente desesperado.
- Qual é o seu maior medo, Amélia Burke? - Harry se virou para ela, cruzando os braços.
- Não sei. - Amélia deu uma risada nasalada, cruzando os braços, repetindo o ato do Potter. - O que será que deixa o menino que sobreviveu morrendo de medo? - Perguntou em tom de deboche, fazendo Harry revirar os olhos, rindo no mesmo tom.
- Fico feliz que estejam se dando bem. - Disse Hermione, que estava atrás de Amélia.
- Não nos damos bem, apenas estamos aprendendo a suportar a presença um do outro.
A fila ia andando e estava cada vez mais próximo da vez de Amélia, estava nervosa, suas mãos estavam cada vez mais inquietas.
Observou Harry dar mais alguns passos, era vez dele encarar seu bicho papão e o que ninguém esperava era que o bicho papão anterior se tornaria um Dementador.
Harry paralisou ao ver o Dementador se aproximar e então o professor Remus se colocou na frente dele. Amélia puxou Harry para trás pelo seu uniforme, o fazendo dar passos desajeitados para trás. De repente, o Dementador se transformou em uma lua cheia.
Quem poderia ter medo de uma lua? Essa pergunta rondou os pensamentos de Amélia.
Enquanto Remus dispensava a turma, os olhares dele e de Amélia se encontraram, era curiosa demais para deixar aquele acontecimento passar batido e Lupin pareceu notar isso. Ele conhecia aqueles olhos curiosos de algum outro lugar.
Amélia saiu da sala e quando notou Draco se aproximar de Harry, provavelmente para caçoar sobre o ocorrido, a Burke puxou o Malfoy para outro canto de Hogwarts, enquanto Harry observava a situação, sem entender.
- O meu braço! - Draco reclamou e Amélia respirou fundo para não gritar com ele.
- Desculpe, esqueci que você é feito de vidro. - Amélia resmungou a última parte
- O que disse?
- Nada! Apenas cale a boca e me escute com atenção. - Amélia deu uma pausa e Draco resolveu obedecer, desde o primeiro ano tinha medo dela.
- Eu quero aprender sobre as tradições que minha família seguia e trazer o nome da família Burke ao topo novamente. Ninguém melhor do que você e seus pais, é claro.
Draco ficou em silêncio, encarando a Amélia, que estava começando a se questionar se estava fazendo papel de boba e que seria humilhada justamente por Draco Malfoy.
- Finalmente abriu os olhos! - Draco exclamou alegre, fazendo Amélia dar uma risada um tanto forçada. - Você vai ver que é superior a todo esse circo de horrores que chamamos de sangue-ruins.
Amélia deu um sorriso forçado, enquanto cerrava seu punho e apertava com força a alça de sua bolsa.
Amélia já tomou sua decisão e deu seu primeiro passo. Agora, dificilmente conseguirá voltar atrás. Sua determinação poderá ser assustadora e perigosa às vezes.
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