iii. o reflexo de um sonho.
– S E C R E T S !
harry potter, golden era
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APÓS OS ACONTECIMENTOS com o Trasgo, não houve mais provocação a ponto de fazer Harry e Amélia se desentenderem outra vez. A verdade é que o Potter se sentia envergonhado, por ter sido mandado pedir desculpa para a garota - que adorou -.
Os treinamentos de quadribol já haviam sido realizados e consequentemente, o jogo da Grifinória contra a Sonserina ia acontecer. Amélia odiava admitir, mas estava morrendo de nervosismo, não queria ser uma vergonha, ainda mais com tantas pessoas odiando ter ela na grifinória. Se jogasse mal, usariam isso como desculpa para lhe odiarem ainda mais.
No salão principal, Amélia estava sentada entre Hermione e Neville, se alimentando. Ela acabou se aproximando bastante dos dois, após ter salvado ambos em momentos diferentes. Mas era mais próxima de Neville, talvez pelo fato de ambos serem de certa forma ignorados pelos outros.
Enquanto estava distraída, Snape se aproximou da mesa da grifinória.
— Boa sorte Burke... — Ele deu uma pausa, encarando Harry. — e Potter. Mas acredito que para quem enfrentou um Trasgo um jogo de quadribol deve ser nada, mesmo sendo contra a Sonserina.
Snape voltou a caminhar e Amélia cutucou Hermione, que a encarou, para saber o que lhe seria dito.
— Olhe, Snape está mancando. - Amélia falou em um tom baixo, fazendo o trio olhar para Snape, que realmente estava mancando.
— Mas qual é o problema? — Hermione perguntou sem entender.
— Enquanto o Potter me acusava sem provas... — Harry revirou os olhos, enquanto a escutava falar. - Snape estava com um machucado bem feio na perna e escondeu quando notou que eu estava olhando.
— E você acha que? — Rony perguntou, querendo saber o que Amélia queria chegar com aquilo.
— Que ele pode ter soltado o Trasgo. — Amélia respondeu. — O Snape é bem suspeito.
– E se você estiver usando isso como desculpa para nos fazer acreditar que não tem nada a ver com o que aconteceu. — Harry perguntou, encarando Amélia.
— Você me ama, não é garoto? Pense o que quiser, Harry Idiota Potter. Não vou ficar perdendo meu tempo tentando colocar alguma coisa nesse seu cérebro minúsculo. — Amélia respondeu ríspida, aproximando-se do garoto, deixando a Hermione um pouco espremida, que logo empurrou um pouco a garota, para evitar mais uma briga.
— A Amélia tem razão, é muito suspeito. Os professores só foram atrás do Trasgo quando ele já estava solto, acharam que ele estava nas masmorras e só chegaram quando estava no banheiro com a gente, Snape não pode ter tido um embate com ele.
Amélia encarou Harry com uma feição de deboche, se segurando para não jogar na cara dele que sua suspeita fazia muito sentido. Mas logo olhou para cima quando escutou corujas adentrarem em Hogwarts, eram duas e pareciam carregar a mesma coisa. Eram para Amélia e Harry.
Após as corujas largarem o que carregavam, os dois seguraram o objeto que estava embrulhado e ao tirarem todo aquele embrulho, não conseguiram esconder suas feições surpresas. Eram vassouras novas.
Amélia e Harry olharam para a mesa dos professores e viram que as duas corujas pertenciam a Minerva e Hagrid, o que fez as duas crianças sorrirem em agradecimento.
Após terminar suas refeições, todos os jogadores da Grifinória e da Sonserina já estavam em campo, com seus uniformes, aguardando para o começo do jogo e Amélia sentia suas mãos suarem de tanto nervosismo. Mas ao ver Cho e Neville nas arquibancadas gritando por seu nome, não conseguiu deixar de sorrir. Ela realmente tinha verdadeiros amigos.
Quando a Madame Hooch autorizou o início da partida, a goles começou a voar pelo campo, enquanto os alunos vibravam.
Harry estava parado, abaixo dos outros integrantes do time. Amélia ao notar que outro artilheiro tinha mais chances de conseguir a goles naquela oportunidade, tentou chamar a atenção para si, para esquecerem um pouco do outro e deu certo, pois jogaram um balaço em sua direção, que foi rebatido por Fred.
O susto valeu a pena, pois o artilheiro teve sucesso na sua jogada, a goles passou pelo arco.
— Dez pontos para a Grifinória!
A rapidez da Amélia era um grande problema para os jogadores da Sonserina, fazem os batedores estarem quase sempre mirando nela, Fred e George se perderam na conta de quantas vezes a protegeram. Saber que estava sendo uma pedra no sapato do time alheio estava aumentando o ego da Amélia, não podia negar.
Durante a partida, a goles caiu nas mãos de Amélia, que teve uma atitude arriscada, que estava quase fazendo Oliver cair da vassoura com tamanho nervosismo. Ela estava fazendo uma manobra chamada de: Pancada de Fingbourg.
Ela se aproximou da área para por pouquíssimo tempo, com sua vassoura em exatos 90°, arremessando a goles para o alto enquanto um Sonserino estava na sua cola, para não perder a oportunidade Amélia empurrou o corpo do adversário com o ombro e quando a goles atingia o ponto mais alto de sua trajetória de subida, naquele segundo em que a goles para no ar, Amélia desmonta de sua vassoura e a segura como se fosse um bastão e acerta com força a goles, enquanto a defesa da grifinória trabalhava. Aquilo se tornou em um tiro indefensável para o goleiro da Sonserina e a goles passou pelo arco. Antes que Amélia pudesse comemorar pelo belíssimo gol, um balaço lhe acertou na altura da barriga, fazendo seu corpo começar a cair para longe da vassoura.
Harry Potter que ainda aguardava a aparição do pomo dourado, ao ver a cena de Amélia sendo atingida pelo balaço, no impulso e com o coração acelerado, avançou até seu corpo que iria cair de uma altura bem alta.
Se perguntou o porquê de ter sentido tanta preocupação com a garota que odiava e achava tão suspeita.
Antes que pudesse pegá-la, sua vassoura começou a se movimentar de forma louca, não conseguia controlá-la e o desespero aumentava ainda mais sabendo que Amélia iria se chocar contra o chão.
— Esqueça Amélia, já pegaram ela, se concentra! — Oliver gritou, um pouco antes de ser atingido por um balaço também.
Amélia apagada, sendo levada em uma maca para a enfermaria, Oliver sendo atingido pelo balaço e a vassoura de Harry estava descontrolada.
Hermione estranhando o que estava acontecendo com Harry, avistou Snape com os olhos fixos em Harry e aparentemente não parava falar, logo os pontos ligaram.
— Rony, o Snape está azarando a vassoura do Harry! — Hermione alertou e Rony a olhou desesperado.
— E agora, o que faremos?
— Eu tenho uma ideia!
Sorrateiramente, Hermione foi para a parte de baixo da arquibancada que estavam os professores e logo todos presentes ali começaram a gritar, a roupa de Snape estava pegando fogo. Aquele jogo estava um completo desastre.
Quando a vassoura de Harry voltou ao normal, o garoto foi a todo vapor atrás do pomo dourado, precisava pegá-lo, pois sem Amélia e Oliver fez a Sonserina fazer mais gols, estavam perdendo.
O apanhador da Sonserina, tentava empurrar Harry para que ele não fosse capaz de pegar o pomo, mas quando tiveram que levar a vassoura em direção ao chão, quando mais ficavam próximos da grama, mas o apanhador adversário ficava com medo de ser chocar ao chão, o fazendo subir e Harry continuar. Por ter permanecido, esticou o braço para pegar o pomo de ouro, mas a ponta da vassoura bateu no chão, fazendo Harry cair.
Ao se levantar, todos notaram que Harry parecia que ia vomitar, mas ninguém esperava que ele fosse cuspir o pomo dourado, garantindo a vitória da Grifinória.
AMÉLIA ACORDOU uns dez minutos após o jogo ter sido encerrado. Seus olhos abriram devagar, sentindo dores em seu corpo, onde foi acertado pelo balaço. Ao escutar alguns murmuros, abriu seus olhos por completo e levantou um pouco a cabeça, vendo que Hermione, Neville, Cho, Oliver e Dumbledore estavam ali.
— Por que estão todos aqui? — Amélia perguntou, com um sorriso ladino. — Quanta preocupação, assim fico até comovida. — A garota brincou, levando um tapa fraco de Cho.
— Você viu a altura que você caiu? Poderia ter se machucado feio. — Chang repreendeu a amiga.
— Apesar de ter achado incrível e impressionante seu feito, Cho tem razão. É uma manobra arriscada, principalmente para quem iniciou a pouquíssimo tempo. — Oliver alertou. — Foi uma atitude ousada para o seu primeiro jogo, tenho que admitir, você é uma jogadora e tanto.
— Talvez seja de família. — Amélia disse sorrindo, olhando para Dumbledore, que afirmou com a cabeça, dando uma leve risada se retirando por ver que ela estava bem. — Mas nós ganhamos? — Amélia perguntou, recebendo outro tapa leve de Cho.
— Você estava apagada agora pouco e a primeira coisa que pensou foi isso?
— Sim, o Harry pegou o pomo de ouro. Preciso ir agora, melhoras Amélia. — Oliver se despediu, indo embora.
— Harry ia te salvar, quando estava caindo. — Neville se manifestou, fazendo Amélia arregalar os olhos.
— Esperava tudo, menos isso. — A Burke confessou.
— Ele só não conseguiu porque perdeu o controle da vassoura, eu e o Rony achamos que... — Hermione deu uma pausa. - Snape estava azarando a vassoura dele.
— O que? — Amélia perguntou, incrédula. — Aquele morcego queria me deixar cair no chão?
— Fale baixo, vão escutar! — Cho alertou.
— Eu fiz um feitiço para poder fazê-lo parar, colocando fogo na roupa dele e isso fez a vassoura do Harry voltar ao normal. — Hermione disse, fazendo Amélia levantar uma das sobrancelhas.
— Uau, Granger, uma atitude e tanto. Ótima para levá-la à expulsão se descobrirem. — Amélia brincou, fazendo Hermione revirar os olhos, sorrindo.
Após todos serem expulsos da enfermaria, já que eles estavam falando e rindo muito, Amélia tomou uma poção para suas dores - muito ruins por sinal -, quando levantou sua blusa, Amélia viu a marca roxa que estava concentrada em sua barriga.
Madame Pomfrey mandou Amélia parar de mexer e descansar, pois poderia ser liberada ainda naquele dia. A Burke voltou a encostar a cabeça no travesseiro, permitindo-se relaxar o corpo, se perguntando o porquê de Snape ter feito aquilo e de onde havia surgido tamanha implicância.
— Amélia? - Ao escutar aquela voz, levantou o rosto novamente só para ter certeza de que era quem estava imaginando.
— Harry Potter, que honra ser agraciada com sua presença. — Amélia debochou e Harry segurou um sorriso, revirando os olhos.
— Já vi que está ótima.
— Por que tentou me salvar?
— Você ia se machucar feio. — Harry respondeu, dando de ombros.
— Pelo menos assim você iria se livrar de uma pedra no seu sapato, já que na sua cabeça eu sou a causadora de todos os problemas.
— A Hermione me contou sobre o Snape e sobre o você falou, tudo está se juntando e acho que estou agindo como um idiota com você.
— Sim, você está.
— Só queria pedir desculpas. — Harry confessou, fazendo Amélia encarar seus olhos e ficaram um tempo se encarando em silêncio. — Vamos dar uma trégua? — Ele estendeu sua mão.
Amélia encarou a mão de Harry e em seguida os olhos do garoto, parecia incrivelmente sincero e tinha que admitir, talvez seja interessante ter Harry ao seu lado.
— Uma trégua. — Apertou a mão do garoto. — Mas isso não significa que somos melhores amigos. Colegas, certo? — Perguntou, enquanto encarava os olhos do garoto.
— Colegas. — Harry repetiu e logo soltaram as mãos.
— Ótimo.
Após Madame Pomfrey analisar novamente e fazer perguntas sobre o que sentia, liberou Amélia, mas explicando que qualquer piora, deveria voltar. Assim, a garota voltou para sua comunal, sendo recebida por Neville, que ao vê-la andando devagar se ofereceu para ajudá-la, mas ela recusou gentilmente.
— Amélia aquela jogada foi incrível! — Simas disse enquanto se levantava do sofá, fazendo os outros ali presentes confirmarem, deixando a garota surpresa.
— Obrigada, gente. — Agradeceu, com um sorriso no rosto.
O TEMPO HAVIA PROGREDIDO BASTANTE, já era véspera de Natal e Amélia não estava nem um pouco no clima natalino, mas estava satisfeita de não ter a obrigação de voltar para o orfanato nesse período. Até recebeu uma carta convidando ela para uma pequena confraternização no orfanato, junto com as outras crianças, mas nem fez o favor de responder com um "não".
Amélia passava maior parte do seu tempo se aprofundando em seus estudos e estava exatamente fazendo isso no grande salão, sentada sozinha com alguns livros em sua volta, já que a escola estava vazia e seus amigos já haviam indo se juntar a suas famílias para o Natal, Hogwarts estava bem silenciosa.
Desde quando pegou aquela relíquia, não conseguiu abri-la, tentou o feitiço Alorromora, mas nada. Não sabia quais os tipos de feitiços e encantamentos sua família conheciam, mas pareciam muito avançados para uma garota da sua idade. Por isso, tentava ler o máximo de livros da biblioteca para ver se conseguia descobrir alguma coisa, mas não conseguia encontrar absolutamente nada.
O rosto de Amélia que estava abaixado para poder ler o livro logo se levantou quando escutou Hermione se aproximar de Rony e Harry, que jogavam xadrez. Algo naquela conversa lhe chamou a atenção.
— Talvez tenham sorte de encontrar alguma coisa sobre Nicolau Flameu na sessão reservada. - Foi o máximo que Amélia conseguiu ouvir antes da Hermione ir embora.
A sessão reservada, é muito provável que lá pode ter pelo menos alguma coisa do que procura. Mas por justamente ser reservada, é bem protegida, como poderia passar pelo Flinch sem que ele não a visse? Precisava pensar em um plano.
Amélia perguntou a si mesma se valeria a pena pedir ajuda dos dois, mas ao lembrar do desastre que foi com o acontecimento do Trasgo, prefere deixar como plano B, no momento.
NO DIA SEGUINTE, noite de Natal, Amélia nem tinha vontade de sair da cama. Estava sozinha no dormitório, com sua relíquia em mãos, olhando para a mesma, pensando o que aquilo guardava para estar tão protegido daquela forma. E se fosse algo perigoso?
Afastou tais pensamentos e o guardou, resolvendo descer quando escutou um falatório na comunal. Saiu do dormitório de forma silenciosa e começou a descer as escadas com calma, quando começou a escutar a conversa entre Harry e Rony.
— É o primeiro presente que ganho na vida! - Harry confessou, feliz. — "Seu pai deixou isso comigo antes de morrer, está na hora de eu devolver para você. Faça bom uso". — Leu a carta que estava junto ao presente em voz alta.
— O que é isso? — Rony perguntou, fazendo Amélia despertar curiosidade, descendo mais as escadas para poder espiar.
— Acho que é um tipo de capa.
— Ora, então vista logo.
Amélia já ia começar a julgar aquele presente, mas quando Harry colocou sobre seu corpo a capa, sua boca abriu em um formato de "o" com tamanho choque ao ver com seus próprios olhos seu corpo ficar invisível.
A garota subiu alguns degraus em silêncio e em seguida começou a descer novamente, fazendo barulho com os pés de propósito, para eles não saberem que ela já estava ali. Ao escutar os passos de Amélia, Harry tirou a capa rapidamente do corpo, guardando na caixa.
— Por que estão tagarelando tão cedo? - Amélia passou por eles, fingindo não ter ouvido nada.
— Amélia, tem um presente pra você. - Rony apontou para uma caixa no chão, embaixo da árvore de Natal.
O rosto surpreso de Amélia os fizeram notar que assim como Harry, nunca havia ganhado um presente de Natal na vida, apenas ia para as festinhas do orfanato — que ela era obrigada a ir —.
Ao pegar a caixa de presente, viu uma cartinha e quando ia abrir, notou os olhares curiosos de Rony e Harry, que queriam ver o que a garota ganhou, a fazendo virar as costas para eles e voltar correndo para seu dormitório.
Amélia sentou sobre a sua cama e abriu a carta, principalmente vendo se havia algum tipo de assinatura ou selo, mas não havia nada além de um recado.
"Sua mãe o deixou para trás, acredito que ela tenha o deixado de propósito, para que ele fosse seu."
Abriu o presente e viu uma caixinha prata, com algumas pedrinhas verdes, pareciam esmeraldas e no meio haviam as letras: "CB", Cassandra Burke.
Amélia passou a ponta dos dedos sobre as letras, dando um sorriso com os olhos cheios de lágrimas e se assustou quando a caixinha abriu sozinha, dando para Amélia a visão de um belíssimo colar, o cordão também parecia ser de prata que segurava uma pedra roxa que possuía um formato de coração. Era belíssimo.
A Burke se levantou e caminhou até o espelho, com o colar em mãos. Ao se ver no reflexo do espelho, colocou o colar em seu pescoço, passando a mão levemente pela pedra roxa, que lhe passou um sentimento muito forte de algo, mas não sabia dizer o que.
— Obrigada, mãe... — Amélia agradeceu, sua voz saiu como um sussurro.
Escondeu o colar dentro da blusa e saiu novamente do seu dormitório, se encontrando com Harry e Rony novamente ainda dentro da comunal, que ao notarem que ela estava parada ali, provavelmente querendo falar com eles, ficaram em silêncio, esperando Amélia se manifestar.
— Preciso ir até a sessão reservada e sei que vocês também querem.
— Como você sabe? — Rony perguntou, recebendo uma cotovelada no braço de Harry.
— Eu escutei todo o papo de vocês e sei do seu presente também. — Amélia encarou Harry, que suspirou.
— Escutando a conversa dos outros? — Harry perguntou, debochado.
— Engula esse seu deboche, Harry. Não tenho culpa se vocês falam alto como duas maritacas.
— O que você quer afinal? — Rony perguntou, antes que começasse outra briga entre os dois.
— Que nós fossemos até a sessão reservada com a capa, assim poderíamos pegar o que é do nosso interesse e poderíamos ir embora tranquilos.
— Por que acha que eu iria te ajudar? — Harry perguntou enquanto levantava uma das sobrancelhas.
— Você não ajudaria sua querida colega? — Amélia fingiu uma expressão triste, pelo jeito sínico que falou dava para saber que era teatro.
— Apenas se me dizer o que quer da sessão reservada. — Harry cruzou os braços e Amélia se segurou para não revirar os olhos.
— Estou procurando qualquer coisa que possa me ajudar a abrir uma relíquia da minha família, já tentei o máximo que sei e nada funcionou.
— Nos encontramos aqui, de noite. — Harry disse antes de sair da comunal acompanhado de Rony.
QUANDO A NOITE CAIU, Amélia e Harry já se encontravam fora de seus dormitórios, o garoto com a capa da invisibilidade nas mãos, a esticou passando por cima de sua cabeça e deixou espaço para Amélia entrar e ela mesmo um pouco relutante de ter que ficar tão perto do Potter, entrou debaixo da capa enquanto levava uma lanterna para enxergarem o caminho.
Saíram da comunal em silêncio e um pouco temerosos, foram andando em direção a biblioteca e ao chegarem não pensaram duas vezes antes de irem até a porta que dava acesso a sessão proibida e Harry com a mão livre, abriu o fecho, o que causou um barulho, fazendo os dois se olharem.
Não podiam enrolar, Amélia queria ir para um lado e Harry para outro, o que fez a garota sair de dentro da capa, mas logo foi puxada por Harry para dentro da capa novamente e a puxou pelo pulso para irem para o mesmo lado.
Enquanto procuravam por algum livro falando sobre o que procuravam, chamou a atenção de Amélia um livro. Percebendo que Harry estava distraído olhando os livros, pegou o livro e notou que parecia ser um diário. Aproximou a lanterna para poder ler o nome que estava na capa, mas ficou estatística quando escutou barulho na biblioteca.
Harry e Amélia se encararam, o garoto pegou um livro e logo voltaram a andar, em absoluto silêncio para fora da sessão reservada, fechando a porta, para que não notassem que alguém entrou ali.
Enquanto andavam pelos corredores, se assustaram ao ver os professores Snape e Quirrell no meio do corredor, aparentemente discutindo, enquanto Amélia e Harry tentavam passar por eles em absoluto silêncio mas logo pararam quando Snape parou de falar e se virou na direção dos dois, o que fez Amélia segurar a respiração por impulso.
Snape levantou a mão e passou pelo ar, parecia que ele sentia a presença deles ali. Amélia logo segurou o braço de Harry, para que eles saíssem dali, antes que Snape descubra a presença de ambos.
Com medo de serem descobertos, andaram mais um pouco e entraram na primeira porta que viram, para se esconderem por um tempo até Snape e Quirrell sairem dali.
Harry tirou a capa de cima dos dois e Amélia respirou fundo, mas ao notar que naquela sala havia um espelho, começou a se aproximar devagar até que pudesse estar de frente ao espelho, vendo seu reflexo. Enquanto via as letras sobre o objeto, se assustou, dando um passo para trás ao ver no espelho duas pessoas ao seu lado.
Harry que estava fora do reflexo encarou Amélia sem entender.
— O que está olhando?
— No espelho, tem duas pessoas ao meu lado, uma mulher e um homem... — Ao analisar bem a mulher parada ao seu lado esquerdo, notou em seu pescoço o mesmo colar que Amélia carregava, fazendo a garota levar a mão até a boca, com os olhos cheios de lágrimas enquanto observava cada detalhe dos rostos dos dois, que sorriam para ela.
Amélia tocou o espelho com a ponta dos dedos, enquanto Harry olhava a cena sem entender, não vendo nada além da Burke no reflexo do espelho.
A garota se afastou do espelho, para que Harry pudesse ver com seus próprios olhos o que ele iria lhe mostrar. Ali ele viu seus pais, assim como Amélia havia acabado de ver os seus.
Após aquele dia, Amélia ia secretamente até o espelho todos os dias, para observar seu reflexo ao lado de seus pais, mas não se sentia aliviada com aquilo, parecia que alimentava ainda mais sua dor. O que adiantava vê-los através do espelho, mas não saber quase nada sobre eles, principalmente sobre seu pai?
Amélia estava ficando mais infeliz a cada dia que passava sem respostas.
UM POUCO DISTANTE, estava Snape encarando o quadro de Elizabeth Burke, a dama da sonserina nas escadarias de Hogwarts. Ele estava conversando com o quadro falante da dama da sonserina.
— Amélia Burke está em Hogwarts.
— Oh, sim. Escutei alguns sonserinos falando sobre esta minha possível parente.
— Possível?
— Claro! Uma Burke que não entra na sonserina? Isto é uma lástima! A falta de Cassandra em sua infância a fez cair na grifinória.
— O que sabe sobre Cassandra? Esteve pendurada aí por tantos anos, certamente pôde observar melhor do que qualquer outro.
— Qualquer outro você quis dizer você, não é? Me lembro muito bem de vocês dois brigando pelos corredores. — Deu uma breve pausa para rir. — Cassandra é o verdadeiro espelho de uma verdadeira Burke, você sabe bem. Apesar de Amélia ser da grifinória, caso tenha herdado a personalidade de Cassandra... eu aconselharia Hogwarts a ter cuidado, talvez ela possa ser ainda mais incrível do que a mãe.
— Então devemos mesmo manter nossos olhos abertos com a Burke. — Resmungou com desdém.
— Sentindo-se ameaçado, Snape? — Elizabeth debochou. — A família Burke irá se reerguer, por bem ou por mal. Vocês não serão capazes de impedir algo que está no nosso sangue-puro, seu mestiço. — Agora foi vez do quadro falante mostrar seu desdém.
Nada lhe foi respondido, Severus apenas foi embora enquanto arrastava sua capa preta pelo chão dos corredores de Hogwarts.
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