capitulo seis
Zaun era uma cidade de sombras e segredos, mas algumas sombras pareciam mais densas que outras, e certos segredos, mais perigosos. Duncan, ainda tentando afastar os ecos de seus pesadelos, perambulava pelas ruas da periferia. Era um dia cinzento, e a névoa de poluição pairava pesada no ar. Seus pensamentos estavam emaranhados em dúvidas sobre a pedra e a recente corrida para salvar sua vida.
Ela precisava de uma distração — algo para afastar as preocupações. O problema era que Zaun não oferecia distrações, apenas mais complicações.
"Você é Duncan, certo?"
A voz soou como um sussurro ao seu lado, tão baixa que quase se perdeu no barulho dos tubos de vapor e do maquinário ao redor. Duncan virou-se rapidamente, os olhos escaneando o beco onde estava.
Um homem alto, de traços afilados e expressão calculista, estava à sua frente. Seu rosto era uma máscara de calma, mas havia algo em seus olhos — um brilho de ambição e frieza que fazia a espinha de Duncan gelar. Ele vestia um longo casaco escuro, e uma cicatriz marcava seu rosto de maneira que o tornava inesquecível.
"Quem pergunta?" Duncan retrucou, cruzando os braços em uma tentativa de parecer confiante.
"Alguém que tem uma oportunidade," disse o homem, um leve sorriso curvando seus lábios. "E alguém que ouviu falar do talento das suas... mãos lisas."
Duncan estreitou os olhos, sentindo o peso de cada palavra. "Não faço trabalho pra qualquer um."
"Nem eu contrato qualquer um," respondeu ele, inclinando-se um pouco para frente. "Mas acho que você e eu podemos fazer algo... mutuamente vantajoso."
Duncan hesitou, mas a curiosidade venceu. O homem se apresentou como Silco, e embora sua postura e voz carregassem uma aura de autoridade, ele não parecia o tipo de pessoa que intimidava à força. Ele ofereceu uma proposta simples: segui-lo até um local seguro para discutirem o trabalho.
Contra seu melhor julgamento, Duncan aceitou.
Silco a levou por uma série de túneis e passagens escondidas até uma estrutura que parecia ao mesmo tempo imponente e decadente. Era uma antiga fábrica abandonada, cujas paredes estavam cobertas de fuligem e musgo. Dentro, no entanto, o espaço tinha sido transformado. Havia mapas detalhados pregados em tábuas de madeira, luminárias improvisadas pendendo do teto, e homens e mulheres em roupas discretas indo e vindo com pacotes e mensagens.
"Bem-vinda à minha casa," disse Silco, com um gesto casual.
Duncan olhou ao redor, tentando esconder sua admiração. Aquele lugar exalava organização, poder e uma espécie de propósito sombrio.
"Você parece bem estabelecido para alguém que precisa da minha ajuda," disse ela, tentando parecer indiferente.
Silco riu baixinho. "Estabelecido, sim. Mas o que procuro exige habilidade, não força bruta. E eu ouvi dizer que você é a melhor em se infiltrar onde não deveria."
"Talvez," respondeu Duncan, fingindo desinteresse.
[...]
Silco a conduziu até uma mesa coberta de papéis. Ele pegou um mapa detalhado de uma área que Duncan reconheceu imediatamente: a parte rica de Zaun, onde comerciantes hextec e inventores viviam em mansões protegidas por cercas e guardas.
"Estou em busca de algo específico," disse Silco, apontando para uma das maiores propriedades no mapa. "Nesta casa vive um dos homens mais poderosos de Zaun. Ele negocia diretamente com Piltover e armazena artefatos raros que poderiam mudar o equilíbrio do poder nesta cidade."
Duncan franziu o cenho. "Então quer que eu roube alguma coisa pra você? Isso parece mais complicado do que pegar bolsas no mercado."
"Ah, mas não é qualquer coisa," disse Silco, inclinando-se sobre a mesa. "Ele guarda um cristal hextec muito raro. Algo que dizem conter uma quantidade absurda de energia bruta. É isso que eu quero."
O coração de Duncan acelerou. O que ele descrevia parecia assustadoramente semelhante à pedra que ela havia descartado. Ela não podia deixar de pensar no que aquilo significava.
"Por que eu?" perguntou ela, tentando sondar as intenções de Silco.
"Porque você é pequena, rápida e tem o talento de desaparecer," respondeu ele, com um sorriso ligeiro. "Eu forneço os detalhes e os recursos, e você, a execução."
[...]
Durante horas, Duncan e Silco se sentaram à mesa, traçando o plano com precisão. Silco parecia conhecer a propriedade como a palma de sua mão. Ele apontou os turnos dos guardas, as entradas menos vigiadas e até mesmo os sistemas de segurança que precisariam ser evitados.
"Você entra pelo sistema de ventilação aqui," disse ele, apontando para um canto do mapa. "Ele leva diretamente ao escritório onde o cristal é mantido. Deve estar trancado em uma caixa forte, mas meus homens conseguiram este dispositivo que deve abrir a fechadura."
Ele empurrou para Duncan um pequeno aparelho hextec. Era pesado e emitia um leve zumbido.
"E se eu for pega?" perguntou ela, levantando uma sobrancelha.
"Não vai," disse Silco, com a mesma calma assustadora. "Você é melhor do que isso, não é?"
Duncan engoliu em seco. Ela não tinha certeza se era a confiança dele nela ou a maneira como ele dizia as coisas que a fazia sentir-se pressionada.
"Quando?" perguntou ela.
"Hoje à noite," respondeu Silco, cruzando os braços. "Quanto mais rápido, melhor. Você será bem recompensada, claro. E quem sabe... isso pode ser o início de uma parceria promissora."
[...]
Duncan passou o restante do dia preparando-se. Ela memorizou o mapa, ajustou suas ferramentas e revisou o plano várias vezes. Apesar de sua experiência como ladra, algo sobre aquele trabalho a deixava nervosa. Não era apenas o risco envolvido — era a sensação de que Silco sabia mais do que dizia.
Antes de sair, ela olhou para ele, que a observava do outro lado da sala. "E se esse cristal for tão poderoso quanto você diz... por que confiar em mim para pegá-lo?"
Silco sorriu, mas desta vez havia algo quase paternal em sua expressão. "Porque até mesmo as mãos mais habilidosas precisam de um propósito maior."
Duncan não sabia o que pensar daquilo, mas deixou o esconderijo com a sensação de que estava se envolvendo em algo muito maior do que imaginava.
[...]
Powder andou por entre os becos e vielas do local, sua pequena engenhoca em mãos, os seus olhos rolaram pelo local e viram a silhueta de Duncan, essa que parecia memorizar algo.
"Duncan!" chamou.
Duncan retirou sua mente do plano e encarou sua amiga.
"Pow Pow!" foi até a menina. "Parece animada hoje."
"Vou para o meu primeiro roubo." pulou de alegria no local. "Quer ir comigo? Assim não fico tão nervosa."
Duncan hesitou, porém algo passou por sua mente: se ela fosse com pessoas mais experientes, talvez não fosse pega.
"Eu 'tô dentro."
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1. Votem e comentem para a continuação da história. Último capítulo que eu tinha escrito, agora esperar pra mim ter criatividade.
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