capítulo único ♡

Primeiramente queria dizer algo importante:
ThiamPack , obrigada por me viciar em Kiaz!














Mais um barulho alto de trovão soou lá fora, o que fez Robby se encolher pelo susto, mesmo que esteja protegido dentro do apartamento, ele ainda tem medo de trovões, principalmente quando vêm acompanhados de raios.

— Miggy…

— Tudo bem, já parou — Miguel acariciou as costas do seu namorado, lhe passando conforto enquanto o mais baixo estava agarrado em seu corpo, segurando sua camiseta com força.

Acontece que Robby tem muito medo de trovões, o trauma começou em uma noite quando ele ainda era criança, havia sido deixado em casa sozinho por sua mãe e não sabia para onde ela tinha ido ou que horas voltaria. Começou a chover, a chuva foi ficando cada vez mais forte e se transformando em uma tempestade, Robby estava assustado, nunca gostou muito da chuva, mas nesse dia tudo parecia mais assustador por ele estar sozinho e no escuro. Foi uma longa noite ouvindo os barulhos das trovoadas e a luz que iluminava o céu com os raios, ele estava tão assustado, não sabia que poderia sentir tanto medo assim, mas desde esse dia, seu medo por trovões cresceu, ele sempre fica muito assustado com isso, principalmente se está sozinho.

Mas agora ele não está mais sozinho, ele tem Miguel, e Miguel sempre estará lá para acalmá-lo quando isso acontecer, ele prometeu e jamais quebraria sua promessa.

— Você lembra qual é o próximo ingrediente? — Miguel perguntou, tentando o dispersar daquilo.

— O fermento — Robby respondeu após checar em seu celular onde eles haviam anotando tudo.

Miguel planejou que os dois fizessem panquecas hoje, Johnny não estava em casa e por isso Robby ficaria sozinho e Miguel sabia que iria chover nesta tarde, então o mais alto tratou de arranjar alguma maneira de distrair seu namorado, sabendo do seu medo, ele não o deixaria sozinho sabendo dessa tempestade.

— E agora?

Os dois estavam vestindo aventais de cozinha, Miguel agora tratava de colocar os ingredientes na tigela enquanto Robby lia o que era necessário para complementar a massa, eles nunca fizeram panquecas antes.

A chuva já estava forte, Miguel sabia como Robby estava tenso com isso.

— Uma xícara de leite.

Robby foi até o armário e procurou por uma xícara, depois até a geladeira pegou o leite. Estava voltando para a bancada quando um raio caiu do lado de fora, o raio veio acompanhado de um trovão e o barulho não foi nada agradável, isso fez com que os dois se assustaram, mas Robby foi quem teve mais medo.

— Miguel!! — Robby gritou.

Ele acidentalmente derrubou o leite e a xícara, após as luzes do apartamento se apagarem.

— Amor, calma. Foi só a energia, está tudo bem.

Miguel largou o que estava fazendo antes e foi para perto de Robby. Acabou a energia, o último som de trovão pode ter sido a causa disso e agora Robby está ainda mais assustado.

Ainda são 04:00 da tarde, mas por conta da tempestade lá fora escureceu mais do que o habitual, por isso quando a energia acabou, dentro da casa ficou mais escuro.

— Eu derrubei tudo, me desculpa.

— Está tudo bem, não se preocupe — Miguel sentiu Robby o abraçando e buscando conforto, o mais alto começou a acariciar suas costas e ouviu um choro baixinho — amor, está tudo bem.

— Você me acha um idiota, eu sei…

Robby estava chorando, ele se agarrou ainda mais no corpo de Miguel e agora recebia um carinho em seus cabelos.

— Não diga isso, eu não acho nada disso de você.

Quando outro trovão ecoou pelo lado de fora, Miguel quase xingou o universo por estar assustando seu namorado dessa forma. Mas ele manteve a calma, afinal, xingar o universo não ajudaria em nada.

— Você quer ir para o seu quarto? — Miguel perguntou.

— Não…

— Quer ir para a sala?

— Não…

— Quer ficar aqui?

— Não…

Miguel ficou um tanto confuso e segurou o riso, não tinha ideia do que fazer.

— Não quero que saia daqui — Robby afastou um pouco o abraço para olhar para Miguel.

Miguel viu seus olhos verdes molhados pelas lágrimas e achou seu namorado a coisa mais fofa do mundo com aquela carinha de choro, mas também não queria vê-lo daquela maneira porque sabia que ele estava mal.

— Eu não vou a lugar nenhum, estou bem aqui, tá bom? — Miguel disse, enxugando as lágrimas de Robby — Jajá a chuva vai passar.

— Não vai não…

— Vai sim, meu bem.

Robby fez um biquinho adorável, mas era um biquinho de quem estava prestes a chorar de novo.

— Quer me ajudar a limpar aqui? Ainda temos que fazer panquecas, você me prometeu.

Miguel falou, Robby suspirou baixinho e assentiu.

— Tá bom, onde tem um pano que eu possa limpar o chão?

— Na lavanderia — Robby disse com uma voz manhosa e enxugando a pequena lágrima no cantinho do seu olho.

Miguel se virou, assim adquirindo uma posição onde Robby está abraçando seu corpo por trás.

Começaram a caminhar até a lavanderia, Miguel caminhando devagar por não conseguir se movimentar direto e Robby concentrado em não prestar atenção em outra coisa a não ser o caminho que eles faziam.

— Você tomou café da manhã hoje? — Miguel perguntou de repente.

— Sim.

— E o que você comeu?

— Bacon com ovos — Robby respondeu.

— Hummm, e o que você bebeu?

— Suco de laranja.

Eles chegam na lavanderia e Miguel pegou o que era necessário.

— Eu fui beber um suco de laranja hoje e estava estragado, acredita?

— Estava há muito tempo na geladeira?

— Que nada, eu comprei ontem, mas como esqueci de guardar as compras quando cheguei, ele ficou fora da geladeira e por isso acabou estragando.

— Você sempre esquece de guardar as compras — Robby riu um pouco.

Eles voltam para a cozinha.

A chuva lá fora está cessando, assim como os barulhos.

— E o que você comeu no café da manhã? — Robby perguntou a ele.

— Eu saí atrasado, ia tomar um suco de laranja, mas não rolou.

— Você não comeu? Você precisa comer direitinho, Miggy.

— Eu sei, baby. Foi a primeira e última vez.

— Promete?

— Prometo.

Robby desfaz o aperto do corpo de Miguel aos poucos até que não estava mais o abraçando, ele se abaixou no chão e começou a pegar os cacos de vidro e Miguel imita seu ato, mas limpando o leite que estava sobre o piso.

— Meu pai quer fazer uma viagem — Robby iniciou outra conversa.

— Sério? Só vocês dois?

— Uhum, ele quer ir para a praia com o carro.

— Que maneiro, você está animado?

— Eu não sei, nós nunca fomos para tão longe só nós dois, não sei como seria.

— Pode ser legal, além de ser bom para vocês.

— Você não quer ir também? — Robby perguntou, se levantando e indo procurar algumas folhas de jornal.

— Eu adoraria viajar com você, mas não acha que é bom para vocês um lance de pai e filho? O Johnny está se esforçando para isso, você poderia dar uma chance.

— Eu sei, mas às vezes eu sinto que falta um vínculo entre a gente — Robby falou.

— E se vocês encontrarem esse vínculo na viagem? Não sei, não quero que você faça nada que você não queira, mas se você estiver confortável com isso, essa viagem pode ser o que vocês precisam para dar início a esse vínculo.

Robby colocou os cacos de vidro dentro do jornal e os enrolou bem antes de jogar no lixo.

— Tem razão, eu vou pensar melhor sobre isso — ele diz, Miguel se levanta e abre um sorrisinho para ele.

— Terminei. Eu vou levar isso, você…

— Tudo bem — Robby diz.

— É rápido, prometo.

Miguel sai correndo para a lavanderia e faz Robby rir por quase acabar atropelando a parede. Ele fica sozinho na cozinha, lá fora não se ouve mais barulho de chuva ou trovões, a luz ainda não voltou, mas ele está um pouco mais tranquilo, não sente mais medo.

Robby dá um pulinho e se senta em cima da bancada com as mãos apoiadas, seus pés ficam balançando no ar e ele acaba se distraindo com isso até que Miguel volte.

— O Johnny tem um daqueles esfregões automáticos que…

Miguel parou de falar quando entrou na cozinha e viu Robby sentado sobre o balcão.

— Podemos continuar fazendo as panquecas? — Robby perguntou.

— Claro, meu amor.

Miguel foi até ele e ficou entre suas pernas, passou as mãos em suas pernas e parou em suas coxas, Robby se inclinou para frente e juntou seus lábios em um selinho demorado, sorrindo assim que se afastaram.

Miguel juntou seus lábios novamente, beijando Robby calmamente, movendo suas bocas de forma calma, as mãos de Miguel sobre suas coxas e Robby acariciando seus braços. Suas línguas se encontraram devagar e o beijo se tornava mais apaixonado ainda, sem perder o ritmo.

— Beijar você é tão bom — Miguel disse baixo quando eles se afastaram e Robby sorriu ao ver seu sorriso.

Se surpreenderam quando as luzes se acenderam novamente, mostrando que a energia estava de volta.

— Finalmente, eu morro de medo do escuro — Miguel disse e Robby riu — então, vamos continuar.

Miguel voltou a sua atenção para a tigela e ajeitou o seu avental.

— Estávamos na parte do leite, certo?

— Sim, coloque uma xícara de leite.

Miguel fez, procurou uma xícara e uma nova caixa de leite, então mediu corretamente e despejou o leite no recipiente.

— Você já colocou a farinha de trigo?

— Sim!

— Então agora coloque três colheres de margarina. Isso. Agora uma colher de chá de açúcar e uma colher de café de sal.

— Uma colher de café de chá? Espera, eu acho que me perdi — Miguel diz um pouco confuso e Robby riu.

— Uma colher dessa aqui, é com açúcar — Robby mostra para ele — agora essa aqui é com sal, isso, só um pouquinho.

— Ah, ok.

— Pode misturar.

— Com as mãos?

— Use a espátula.

Miguel ficou um tempo misturando a massa enquanto perguntava a Robby se ele não queria trocar de lugar.

Quando terminou, Robby desceu da bancada e pegou uma frigideira onde derreteu margarida e ouvia Miguel cantarolando alguma música em espanhol.

— Pronto.

— Eu só preciso despejar?

— Sim, tente colocar no centro da frigideira.

— Ok…

Miguel começou a despejar a massa enquanto Robby tratava de segurar a frigideira.

— Amor, e se eu deixasse minha barba crescer? — Miguel perguntou de repente.

— Oi?

— É, eu estava aqui pensando. Acha que ficaria legal?

— Bom, provavelmente sim porque voc… ei!

— O que?

— Miguel!

Miguel começou a rir depois de sujar o rosto de Robby quando ele estava distraído.

— Foi sem querer, amor.

— Vem cá — Robby disse, pegando um bocado de farinha e acertando em cheio o rosto de Miguel.

A partir disso, a cozinha se tornou uma verdadeira bagunça, Miguel e Robby começaram uma guerra entre jogar farinha um no outro e se esqueceram completamente que deixaram a panqueca no fogo.

[ . . . ]

— A minha barriga está doendo de tanto rir.

— Tem farinha de trigo dentro do meu bolso — Miguel falou e Robby riu, com um pouco de dificuldade.

Os dois se encontravam deitados no chão da cozinha, a cozinha estava uma verdadeira bagunça. Haviam vários utensílios sujos dentro da pia, massa de panqueca espalhada pelo fogão, farinha por todo canto da cozinha e pelos seus corpos também. Eles estavam exaustos.

— Quantas panquecas você conseguiu fazer? — Miguel perguntou, segurando a mão de Robby e limpando a farinha que havia ali.

— Umas cinco, mas três estão queimadas de um lado.

— Vamos tirar uma foto — Miguel se levantou com muita facilidade do chão, deixando Robby até um tanto surpreso.

— Da bagunça que fizemos?

— Não, das panquecas, vem.

Miguel ajudou Robby a se levantar do chão.

Robby estava um pouco cansado, mas mesmo assim ajudou Miguel a posicionar as panquecas e tirar uma boa foto, o que resultou em mais um pouco de risadas.

— Vamos provar — Miguel disse, pegando talheres.

— Depois que você colocou mel, a aparência melhorou.

— Mel sempre melhora tudo — Miguel cortou um pedaço de panqueca — pra você.

— Por que eu tenho que ser o primeiro?

Miguel ri.

— Quer que eu coma primeiro?

— Tudo bem, eu vou.

Robby come um pedaço.

Ele começa a mastigar e faz uma careta.

— Amor, eu não me lembro de panquecas ter um gosto assim…

— Está ruim? — Miguel perguntou e cortou um pedaço para ele.

— Eu acho que eu troquei o sal pelo açúcar.

Eles começam a rir.

— Eu não acredito nisso.

— Ficou muito ruim.

— Você me distraiu com todas as colheres de chá, café, açúcar, sopa — disse Miguel.

— Eu pensei que sabia o que estava fazendo.

— Aparentemente, não sabia — eles riem de novo.

— Agora nós temos que limpar toda bagunça — Robby diz.

— E se fizéssemos um bolo agora?

— Miggy, por favor não.

— Eu vi uma receita ótima ontem no Instagram, eu vou pegar meu celular, eu já volto!

Miguel foi correndo para o seu quarto e Robby sabia que vinha mais bagunça pela frente.

Mas mesmo com todos os incidentes, foi muito divertido fazer panqueca juntos, ele sabe que independente do que estiverem fazendo, sempre vai ser divertido porque com Miguel é sempre assim.

É impossível não estar feliz ao lado de uma pessoa que ele tanto ama.

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