cap. nove


Dias se transformaram em semanas, e semanas em meses. O tempo parecia escorrer como areia entre os dedos de Nox. Fazia dois meses que ela não ouvia nem via Peter Parker, e a ausência dele era um eco distante que ela ainda não sabia como interpretar. Parte de si queria notícias, enquanto outra parte temia abrir portas que talvez devessem permanecer fechadas.

Seu coração estava em um processo lento de cura, mas a cicatriz deixada pela ausência de Peter era delicada, quase como uma superfície rachada prestes a se partir. Cada vez que seus pensamentos flertavam com memórias do que haviam compartilhado, ela se forçava a mudar o foco. Mexer em feridas recém-cicatrizadas nunca terminava bem.

A rotina tornara-se sua armadura. Ela ia para o trabalho, cumpria suas tarefas com dedicação quase automática e, ao voltar para casa, mergulhava no treinamento de seus poderes. Nos momentos de folga, dedicava-se a um projeto especial: a criação de um novo traje. Algo que superasse o que Tony Stark um dia havia feito para ela. Aquilo não era apenas uma melhoria prática; era também uma forma de reafirmar sua identidade em um universo que parecia exigir constantes reinvenções.

O design do traje tinha que ser funcional, mas também precisava refletir quem ela era agora. Depois de inúmeras tentativas e ajustes, ela decidiu por um preto elegante, com detalhes em verde neon que brilhavam sutilmente na penumbra. A máscara encaixava-se perfeitamente em seu rosto, moldando suas feições com precisão. Quando o traje ficou pronto, Nox o vestiu pela primeira vez com uma mistura de ansiedade e expectativa. Ao olhar seu reflexo no espelho, ela viu algo diferente: uma mulher preparada para enfrentar o que viesse.

E não demorou muito para que o desafio aparecesse.

Era uma noite comum em Nova York, com a cidade pulsando como sempre. O som das sirenes misturava-se ao burburinho constante das ruas. Então, uma notícia inesperada cruzou o noticiário local: o Lagarto havia retornado. O caos espalhava-se rapidamente, e os relatos falavam de destruição nos arredores de uma estação de metrô abandonada.

Desta vez, Nox não hesitou. Vestiu o traje novo com movimentos rápidos e precisos, como se fosse uma segunda pele. Ao saltar pelas ruas e telhados de Manhattan, ela sentia uma nova confiança percorrer suas veias.

Quando chegou ao local, o Lagarto rugia, espalhando pânico e destroços. Mas Nox não era mais a mesma. Ela não era uma heroína em treinamento, nem alguém vivendo à sombra de outros. Ela estava preparada.

E Nova York estava prestes a ver do que Nox realmente era capaz.

[...]

Nox estava de pé no topo do arranha-céu, uma figura imponente contra o brilho das luzes de Nova York. O traje preto com detalhes em verde neon moldava-se perfeitamente ao seu corpo, destacando cada movimento gracioso e calculado. Em suas mãos, uma energia pulsante emanava, brilhando como chamas verdes, o poder ancestral fluindo através dela como um rio indomável. Naquele momento, Nox parecia invencível. Nem mesmo Hela, a deusa da morte, poderia rivalizar com sua presença.

O ruído rítmico das hélices de helicópteros começou a preencher o ar, misturando-se com o caos das ruas abaixo. Eles pairavam no céu como sentinelas, iluminando com refletores a cena que se desenrolava. Peter Parker, no traje icônico de Homem-Aranha, estava ao lado de uma mulher misteriosa, cujas feições estavam ocultas por uma máscara elegante.

Peter a reconheceu no mesmo instante.

— Nox? — Ele falou, a voz carregada de surpresa enquanto a encarava debaixo da máscara.

Nox inclinou levemente a cabeça, o brilho de suas mãos iluminando o espaço ao seu redor. Um sorriso brincava em seus lábios, mesmo que ele não pudesse vê-lo.

— Parker — respondeu ela, a voz firme, mas carregada de uma confiança quase desafiadora.

— O que você está fazendo aqui?

— Pensei que você pudesse precisar de ajuda — disse ela, o tom leve e provocador. — Além disso, acho que é um bom momento para a minha ascensão.

Peter balançou a cabeça, um misto de preocupação e admiração evidente em sua postura.

— Você não precisa fazer isso, Nox.

— Eu faço isso desde que era jovem — respondeu ela, assumindo uma posição de combate, o brilho em suas mãos intensificando-se. Ela olhou para ele com determinação. — Está pronto?

Peter hesitou por um momento, mas então inclinou levemente a cabeça em um gesto afirmativo.

— Pronto.

Sem mais palavras, os dois saltaram juntos, lado a lado, para outro telhado. A cidade parecia se abrir abaixo deles, com suas luzes e sombras entrelaçadas em um cenário vertiginoso. O vento cortava seus rostos enquanto eles corriam e saltavam com precisão, a sincronia de seus movimentos quase perfeita.

Seu destino era claro: a imponente torre da Oscorp, onde o grande Lagarto aguardava, esgueirando-se nas sombras.

Conforme se aproximavam, as luzes dos helicópteros os seguiam, lançando suas sombras sobre a cidade. Nox sentia o poder ancestral crescendo em seu interior, uma força que a conectava às suas origens e a tornava mais do que uma simples heroína.

— Lembre-se, Nox — Peter gritou enquanto se aproximavam da beirada do telhado final. — Trabalhamos em equipe!

— Trabalhar em equipe? — Ela sorriu, os olhos brilhando sob a máscara. — Vamos ver se você consegue me acompanhar.

Com um salto sincronizado, eles partiram para o confronto final. O rugido do Lagarto ecoava pela torre, mas Nox estava pronta. Ela sentia que aquele momento não era apenas uma batalha — era o início de algo muito maior.







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