cap. vinte




Paul tinha razão: a alcateia era realmente incrível. Pandora sentiu-se acolhida desde o primeiro momento, cercada por olhares calorosos e sorrisos genuínos. A recepção foi marcada por uma mesa farta, com biscoitos recém-assados e outros pratos preparados por Emily, a esposa de Sam. Emily era uma mulher de olhar bondoso, com longos cabelos castanhos e uma cicatriz no rosto que imediatamente chamou a atenção de Pandora. A marca era quase idêntica à que Pandora carregava, e esse detalhe criou uma conexão instantânea entre elas.

Enquanto o restante da alcateia ria e conversava animadamente ao redor da fogueira, Pandora e Emily sentaram-se em um canto mais tranquilo, compartilhando confidências.

— Você também tem uma cicatriz — Pandora comentou, apontando sutilmente para o rosto de Emily enquanto mordia um pedaço de cookie.

Emily sorriu, tocando a própria cicatriz com um gesto quase automático.

— É, ganhei isso em uma briga de lobos quando era mais jovem — respondeu, a voz leve, mas carregada de histórias não contadas. — E você?

— É uma longa história — Pandora respondeu, hesitante, antes de mudar de assunto. — Mas acho que combina com você. Dá um ar de guerreira.

Emily riu.

— Bom, no nosso mundo, ser guerreira é quase um requisito — disse ela, piscando.

A conversa deslizou para tópicos mais leves, como trabalho, receitas e, inevitavelmente, garotos. Emily parecia ter uma energia calma, como se soubesse exatamente o que Pandora precisava ouvir.

— Então, você e Paul, hein? — Emily provocou com um sorriso travesso.

Pandora quase engasgou com o cookie, rindo sem graça.

— Não sei... ele é incrível, mas ainda estamos... descobrindo as coisas.

Emily inclinou-se ligeiramente, como se fosse confidenciar um segredo.

— O imprint é algo mais forte que tudo no mundo — disse ela, a voz carregada de reverência. — Mais forte que qualquer laço que você possa imaginar.

Pandora franziu a testa, intrigada.

— Mesmo que eu já tenha alguém? — questionou, colocando outro pedaço de cookie na boca enquanto refletia sobre o que Emily dizia.

Emily assentiu lentamente, seu olhar se tornando distante, como se ela estivesse revivendo algo em sua mente.

— Mesmo assim — afirmou, com uma certeza que Pandora não podia ignorar.

Pandora mastigou em silêncio, processando aquilo. Após alguns segundos, respondeu:

— Parece cruel — murmurou, a testa ainda franzida. — Deixar alguém que você ama por um laço que você não controla.

Emily ficou em silêncio por um momento, mas não era um silêncio desconfortável. Era algo mais profundo, quase solene, como se ela estivesse pesando as palavras antes de responder.

— Pode parecer — disse, finalmente, a voz baixa. — Mas o imprint não é sobre abandonar o amor. É sobre descobrir algo maior, algo que não faz sentido até você sentir.

Pandora a observou, sem saber o que responder. Parte dela resistia à ideia, enquanto outra parte se sentia curiosa e até esperançosa.

Emily sorriu suavemente, pousando a mão sobre a de Pandora.

— Às vezes, a vida nos coloca onde precisamos estar, mesmo que a princípio não pareça justo.

Pandora assentiu lentamente, ainda sem saber se concordava, mas grata pela sinceridade de Emily. Enquanto o som das risadas e conversas da alcateia preenchia o ar, Pandora percebeu que talvez tivesse encontrado ali não apenas respostas, mas também um novo lar.

[...]

O som da risada de Pandora era contagiante, como o tilintar de sinos ao vento. Paul adorava ouvir aquele som; era como uma melodia que aquecia seu coração. Por isso, ele se esforçava ao máximo para fazê-la sorrir, inventando piadas, contando histórias ou simplesmente sendo ele mesmo.

— Minha ninfa — murmurou ele, com um sorriso satisfeito, passando o braço ao redor dos ombros de Pandora e selando sua bochecha com um beijo carinhoso.

Pandora riu, o calor subindo às suas bochechas.

— Meu lobo — respondeu, inclinando a cabeça levemente para ele, a voz carregada de ternura.

Do outro lado da mesa, Embry fez uma careta exagerada, cruzando os braços enquanto ria.

— Eca, que clichê! — provocou, balançando a cabeça como se estivesse desconfortável.

Paul arqueou uma sobrancelha, mas não perdeu a compostura.

— Você só fala isso porque ainda não encontrou a sua — rebateu, apontando um dedo na direção de Embry com um sorriso desafiador.

Embry deu de ombros, mas seu sorriso ficou ainda mais largo.

— E quando eu encontrar, vou ser mil vezes pior — respondeu, piscando para Pandora. — Vocês dois não vão aguentar o meu nível de melosidade.

A mesa irrompeu em gargalhadas, e até Pandora precisou segurar o estômago enquanto ria.

O clima no local era leve e animado, cheio de brincadeiras e provocações que fluíam naturalmente entre eles. Era uma energia calorosa, tão acolhedora que Pandora se sentiu completamente à vontade, como se sempre tivesse pertencido àquele lugar.

Ela olhou ao redor, observando os rostos felizes ao seu redor. Sam e Emily compartilhavam um momento tranquilo enquanto dividiam um prato de frutas. Jared gesticulava exageradamente, contando uma história que fazia todos explodirem em gargalhadas. Mesmo Leah, que parecia sempre manter uma postura mais reservada, tinha um sorriso discreto no canto dos lábios.

Pandora apoiou o queixo na mão, sorrindo consigo mesma. Aquele momento era perfeito. A leveza da conversa e o calor da companhia tornavam tudo melhor.

Paul inclinou-se mais perto dela, baixando a voz para que apenas ela ouvisse.

— Está gostando? — perguntou, os olhos brilhando de expectativa.

Pandora virou-se para ele, e a sinceridade em seu sorriso era suficiente para derreter qualquer dúvida que ele pudesse ter.

— Eu amei — respondeu, com um brilho nos olhos que dizia mais do que palavras poderiam expressar.

Paul apertou levemente seu ombro, como se aquela resposta fosse a confirmação de tudo o que ele esperava.

— Então, temos uma nova integrante oficial da alcateia? — perguntou ele, alto o suficiente para que todos ouvissem.

A mesa inteira respondeu em uníssono, com gritos e risadas, como se a ideia fosse óbvia desde o começo. Pandora não conseguiu evitar a gargalhada que escapou de seus lábios.

Naquele momento, ela sabia que não estava apenas conhecendo novos amigos. Estava encontrando um lugar ao qual pertencia. E isso, para Pandora, era mais valioso do que qualquer coisa que ela pudesse imaginar.










1. Sim, teremos uma fanfic do embry.

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