cap. onze





— Quando aconteceu? — Bella questionou, com um sorriso travesso nos lábios enquanto chutava levemente a areia à sua frente.

— O quê? — Pandora respondeu, fingindo desinteresse, mas já sabendo onde a conversa estava indo.

— Você e Paul? — Bella insistiu, inclinando a cabeça para observar a reação da amiga.

— Nós não somos algo — Pandora respondeu rapidamente, cruzando os braços. — Ele é só um amigo.

— Um amigo? Sei — Bella replicou, com um tom que deixava claro que não acreditava em uma palavra.

Pandora revirou os olhos, irritada e divertindo-se ao mesmo tempo.

— Oh! Cale a boca — disse, empurrando Bella levemente pelo ombro. — Quando você e Edward se tornaram algo?

Bella arqueou as sobrancelhas, fingindo estar ofendida.

— Oh! Cale a boca — imitou Pandora, com uma expressão exagerada que fez ambas rirem.

As risadas ecoaram pela praia de La Push enquanto elas continuavam caminhando, apreciando a brisa fresca e o som relaxante das ondas quebrando. O céu começava a ganhar tons alaranjados com o entardecer, criando um cenário quase mágico.

— Sério, Pan — Bella disse depois de um momento de silêncio. — Você não percebe como ele olha para você?

Pandora parou por um instante, franzindo a testa.

— Como assim?

— Como se você fosse a única coisa no mundo que importa — Bella explicou, sorrindo suavemente. — Já vi aquele olhar antes.

Pandora suspirou, chutando uma pequena pedra no caminho.

— Ele é... complicado — admitiu. — E eu não sei se quero me envolver com algo assim agora.

Bella deu de ombros, parando para observar as ondas.

— Às vezes, as coisas complicadas são as que mais valem a pena.

Pandora olhou para a amiga, pensativa. As palavras de Bella pareciam ressoar em algum lugar profundo dentro dela. Ela sabia que Paul era diferente, mas isso a assustava tanto quanto a intrigava.

— E você e Edward? — Pandora perguntou, mudando de assunto.

Bella riu, jogando os cabelos para trás.

— Complicado também — admitiu. — Mas acho que vale a pena.

As duas se entreolharam, compartilhando um sorriso que misturava compreensão e cumplicidade. Continuaram caminhando, agora mais caladas, deixando que o som das ondas e o calor da amizade preenchessem o silêncio.

[...]

Pandora parou, perdida em seus pensamentos, observando atentamente Paul. Era algo que ela fazia cada vez com mais frequência, mesmo sem perceber. O jeito como ele falava com ela, como a tratava, como cuidava dela sem nunca admitir abertamente. Ele era um paradoxo ambulante: rabugento, grosso, de temperamento curto, mas, ao mesmo tempo, um eterno cavalheiro. Havia algo de protetor em Paul, algo que ela não conseguia ignorar.

Ela sorriu de leve, lembrando-se de pequenos gestos. Como ele sempre parecia saber quando ela estava desconfortável, ou como ficava visivelmente irritado quando achava que alguém a tratava mal. Mesmo com sua casca dura, Paul tinha uma maneira de mostrar que se importava, e isso a desconcertava mais do que queria admitir.

— No que está pensando? — a voz de Paul a tirou de seus devaneios. Ele estava parado à sua frente, os braços cruzados, o olhar curioso e ligeiramente desconfiado.

Pandora piscou, tentando disfarçar o fato de que ele a havia pegado no flagra.

— Nada — respondeu rapidamente, desviando o olhar.

Paul arqueou uma sobrancelha, um meio sorriso brincando em seus lábios.

— Ah, qual é? Eu sei quando você está pensando em algo — insistiu. — Você tem essa coisa de franzir a testa e morder o lábio. É meio óbvio.

Ela sentiu o rosto esquentar com a observação, cruzando os braços em defesa própria.

— Talvez eu estivesse pensando que você é insuportável — respondeu, o tom brincalhão mascarando o embaraço.

Paul riu, um som profundo e genuíno que fez Pandora sentir um calor inesperado no peito.

— Isso é justo — ele admitiu, ainda sorrindo. — Mas você não me engana, Pan. Seja lá o que você estava pensando, eu aposto que não era nada ruim.

Ela o encarou por um momento, sem saber se deveria responder ou apenas mudar de assunto. Mas havia algo na maneira como ele a olhava, algo que a fazia querer ser honesta.

— Estava pensando... em como você é diferente do que parece — disse finalmente, baixando a voz.

Paul pareceu surpreso com a confissão, mas não respondeu de imediato. Ele apenas ficou ali, a observando, como se tentasse decifrar o que aquelas palavras realmente significavam. Depois de um instante, ele deu de ombros, um sorriso tímido aparecendo em seu rosto.

— Diferente bom ou diferente ruim?

Pandora sorriu de leve, sentindo-se um pouco mais à vontade.

— Diferente bom — admitiu.

Paul não respondeu, mas o brilho em seus olhos dizia tudo o que ele não precisava dizer em palavras. E, por um momento, o silêncio entre eles não era apenas confortável, era significativo, como se algo maior tivesse sido dito sem a necessidade de som algum.















1. Gostaram da maratona?
Querem que eu faça mais?

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