05.

LUNA MONTENEGRO
📍BARCELONA, ESPANHA

Acompanhar a evolução de Héctor a cada dia tem me trazido uma satisfação muito boa, saber que o esforço dele e o meu trabalho para a recuperação dele está sendo bem sucedida. Hoje seria o dia dos exames de Héctor no Ct para ver como estava a reabilitação e dar uma data exata do retorno dele. Espero ser o mais breve possível.

As cores azul e grená acompanhavam as paredes dos corredores do Ct La masia. Caminha ao lado de Héctor a sala de exames, sem trocar nenhuma palavra, não estava afim de invadir o espaço dele, só de olhar para ele parecia não ser um bom dia.

Puta que pariu, eu não aguento ficar calada. Eu vou ter que quebrar esse silêncio.

― Eu posso parecer intrometida, mas eu não aguento ficar no mesmo lugar e não falar com você, então me diz o que aconteceu para você não falar comigo desde a hora que nos encontramos? ― Quebrei o silêncio, desviando o olhar para ele ―

― Só não estou no meu melhor dia, Luna... ― Héctor respondeu sem rodeios, e não fez questão de me encarar ―

Assenti, não querendo, invadir mais o espaço dele do que já tinha feito. Escuto meu celular no bolso de meu jaleco começar a tocar, pego ele vendo uma chamada de Marc.

― Pode indo, eu te encontro lá, Héctor ― Argumento rapidamente, e dou as costas começando a me afastar dele ―

― Eae Cun...Luna ― Marc disparou assim que atendi a ligação ―

― O que você quer, Gui? Estou no meu horário de trabalho? ― O questiono em um sussurro para que ninguém escutasse, ele solta uma risada satisfatória do outro lado ―

― Eu sei, abaixa as garras de onça. Eu tô ligando para te avisa se caso o Héctor, não se socializar muito hoje, tenta entender ele. ― Marc pediu gentilmente, arqueio as sobrancelhas entrando no banheiro feminino e fechando a porta ―

― Primeiro me fala o por que? ― Peço a ele, não estava entendendo nada ―

― É só que os pais de Christian foram na casa dele ontem, e acusaram Héctor de um monte de coisa e falaram que a culpa de Christian ter morrido foi dele... ― Explicou calmo, um silêncio pairou na ligação ―

Engoli em seco me encostando na pia, não podiam acusar Héctor disso pelo o que ele me contou. Não podiam o culpar por isso, ele era apenas uma vítima do destino que infelizmente não pode ajudar o amigo também.

Malditos Lorenzetti's, papai sempre teve razão de falar para mim odia-los. Culpar alguém sem saber nada do que aconteceu, é completamente insensível e cruel da parte deles, perde um filho pode ser uma dor insuperável, mas o destino quis assim, e a culpa não podia cair em cima de uma pessoa que está sofrendo muito com essa situação.

― Obrigado Marc. Eu vou ser compreensiva com ele ― Agradeci a ele. ―

― De nada, luninha. Não vou atrapalhar seu trabalho, se cuida, loira ― Ele se despediu, sorri fraco. ―

― Se cuida, Gui. ― Me despedi e desliguei rapidamente a ligação ―

Guardo o celular novamente dentro do jaleco, viro-me e arrumo meu cabelo em frente ao espelho. Eu ainda sei que vou ajudá-lo a superar isso, ele não merece perder o brilho dele por pessoas cruéis que existem.

Caminho em passos rápidos até a sala de onde seria os exames de Héctor. Estranho ao ver que ele estava sentado no banco do lado de fora da sala. Aproximo com calma, encaro ele que estava com a cabeça encostada na parede, as mãos dentro do bolso do moletom azul que ele usava e os olhos fechados.

— Porque está aqui, Héctor? — Sento-me na cadeira vazia ao lado dele, com os olhos fixo ainda nele —

— Eu não estou bem, Luna — As palavras saíram da boca dele quase em um sussurro, engoli em seco quando os olhos nublado e aflitos dele se encontraram com os meus —

Eu me aproximei cautelosamente, envolvendo meus braços ao redor dele, sentindo naquele abraço um turbilhão de emoções que ameaçavam consumi-lo.

— Eu estou aqui com você, pode desabafar, apesar de não nos conhecermos muito, não gosto de ver você assim — Argumetei baixinho em meio ao nosso abraço —

— Porque todos tem que me culpar de tudo, como se eu não me importasse, não ligasse para a dor e a culpa que eu tenho que carregar todos os dias — Ele falou pesadamente, me desvencilho do abraço para poder encara-lo —

Os olhos castanhos que por um momento me fez perder na imensidão deles, o olhar opaco fez meu coração se apertar, eu odiava ver ele se culpando pelas coisas, não gostava de ve-lo triste.

— Você não tem culpa de nada, para de sempre dar ouvidos para as opiniões das pessoas, você é incrível não pode deixar que te afetem, precisa superar tudo isso, Héctor — Falei esboçando um sorriso fraco, passei meu polegar na bochecha dele enxugando uma lágrima que tinha escorrido —

— Eu vou remarcar o dia dos exames, não precisa ser especificamente hoje, você não está bem — Aviso me levantando mas a mão dele se agarrou na minha me impedindo de sair do lugar —

Desvio o olhar para nossas mãos, sentindo um arrepio passar por meu corpo e meu coração acelerar, engoli em seco e desviei o olhar para os olhos dele novamente.

— Obrigado por me entender, Luna —Argumentou sincero, esboçando um sorriso sem mostrar os dentes, retribuo o sorriso —

— Acho que psicóloga combinaria melhor comigo — Respondi divertidamente, ele solta uma risada fraca. Meu coração tinha se aquecido por saber que tinha o ajudado um pouco —

— Está namorando desde quando, Cunhadinho? — Uma voz falou atrás de mim, viro-me vendo Pablo Gavi que sorria sutil —

Desvio o olhar para a minha mão que estava entrelaçada com a de Héctor, o toque dele me fez tão bem e eu parecia acostumada, que nem me incomodei, afasto minha mão rapidamente da dele e ele me encara confuso.

— Eu vou deixar vocês a sós, depois nos vemos, Héctor — Respondi genuinamente, desvio o olhar para Pablo — Chau, Pablo.

Eu saí o mais rápido possível de perto deles, Pablo só podia estar louco, eu não namorava o Hector, ele era meu paciente, mas não podia negar que ele me fazia um bem imenso, e, ele era lindo.

Entro em uma das salas sem me importar, precisava ficar sozinha, não estava entendendo o motivo de eu estar nervosa, por causa de uma brincadeirinha que não era relevante.

Respiro fundo passando os meus dedos por meu cabelo solto em uma tentativa de arruma-ló e dispersar o meu nervosismo. Escuto a portada ser batida atrás de mim e viro rapidamente encontrando os olhos castanhos de Héctor.

— Luna? Oque faz aqui? — Héctor perguntou se aproximando, agora sem as muletas que ele tinha parado de usar a alguns dias, engoli em seco passando o olhar na sala que parecia um consultório —

— Eu acabei me perdendo, não venho muito aqui — Menti descaradamente voltando meu olhar nele —

— Eu sei que não é isso, você não gostou do que ouviu do Pablo né? — Ele se aproximou ainda mais com os olhos fixados firmemente nos meus. Puta merda como vou mentir com ele me encarando desse jeito. —

Desvio o olhar dando alguns passos para trás até minhas mãos se apoiaram na mesa, respirei fundo tentando formular uma resposta.

Não iria dizer que o que tinha escutado de Pablo me deixou pensando no caso, estava fora de cogitação. Não estava louca.

— Olha, Pablo fala mais que a boca, eu já expliquei tudo para ele, fica tranquila, Lua — Ele colocou cada mão na lateral do meu rosto, fazendo que meu olhar voltasse a encontrar com o dele —

Um frio se estalou em meu estômago enquanto nosso olhar ainda estavam um no outro. Héctor conseguia me deixar confortável nesse momento que os nossos rostos estavam a centímetros um do outro e nossos corpos quase colocados.

— Acho melhor pararmos, Héctor — Pedi quase em um fio de voz sentindo os dedos deles fazerem um carinho por meu rosto, solto um suspiro —

— Você quer? — Ele questionou me encarando parecendo que estava lendo os meus pensamentos, não consegui responder a pergunta e o sorriso presunçoso tomou conta dos lábios dele — Eu sabia, Luna.

Ele selou nossos lábios em um beijo me pagando completamente de surpresa, mas o beijo era bom, muito bom, parecia mais como um desejo realizado completamente, além das minhas expectativas, sinto as mãos dele descer por meu corpo e pousar em minha cintura apertando firmente, passo meus braços por cima do ombro dele. Era tão bom sentir os lábios deles em contato com o meu, maldito beijo que estava me deixando toda derretida por ele.

— Me falaram que vocês... que porra é essa? — Lamine abriu a porta logo disparando, me afastei rapidamente de Héctor sentindo-me envergonhada, os olhos arregalados em nossa direção quase me fez rir —

— Não é o que você está pensando, Lamine — Héctor tentou se explicar, limpei os cantos da minha boca —

— Você limpa essa boca suja de batom, antes de falar que não era o que eu pensava, vocês dois estavam quase se comendo nessa sala — Ele argumentou expressivo, solto uma gargalhada baixa pela forma que ele falava, Héctor limpou os cantos da boca rapidamente — Mas fica tranquilo o segredo de vocês estão guardados comigo.

— Obrigada, Lamine. Não ouse contar a alguém se não faço sua caveira para o meu irmão — Respondi em um tom levemente ameaçador encarando ele que apenas concordou com a cabeça —

— Zagueiro não deu muito sucesso, teve que virar atacante, Héctor? — Lamine brincou empurrando o ombro do amigo, solto uma risada baixa —

— Certo, chega desse assunto, temos que ir, Héctor — Respondi genuinamente me entrometendo na conversa e pegando no pulso de Héctor saindo puxando o mais novo comigo, parei na porta encarando Lamine uma última vez — Fecha a matraca seu tagarela.

— Tá bom, Luna. Chau, Luctor! — Ele exclamou alto o suficiente para que pudéssemos escutar, solto uma risada pelo apelido —

— Eu vou matar esse moleque se ele abrir o bico — Héctor falou sério ao meu lado, solto uma gargalhada —

— Relaxa, ele não vai dizer o que ele viu, Héctor — Falei genuinamente, cutucando a costelas dele em uma tentativa bem sucedida de tirar um sorriso dele —

— Se você está falando, Luna — Ele diz pegando o celular do bolso, arqueio as sobrancelhas —

— Finalmente saiu das cavernas e está com celular? — Falei divertidamente. —

— Não, é o celular da Maya, ela me emprestou só hoje. Segundo ela acha melhor eu ficar sem celular até eu me recuperar completamente, achei ridículo essa regra que ela impôs — Héctor resmungou ao meu lado. —

— Bom, eu também acho melhor, você não está preparado para ficar vendo os comentários maldosos sobre você, ela está certa. — Argumento baixinho entrando no carro e colocando o cinto de segurança — Você está bem em ir na frente?

— Uh-hum, eu vou colocar os fones, Lua — Ele respondeu sorridente tirando os fones sem fio da caixinha —

— Certo, qualquer coisa e só falar comigo, Héctor — Argumento genuinamente com um sorriso, e dou partida no carro —

Em meio ao silêncio que reinou entre a gente, fez meus pensamentos voarem para mais cedo em nosso beijo, era algo tão bom e parecia ter sido tão especial para mim e eu sentia que para ele também.

Era apenas um beijo que tinha me deixado totalmente pensativa e com um sensação de borboletas no estômago, tudo parecia ter mudado depois desse beijo, não estava com vergonha disto ou de ter feito isso, parecia o correto e algo que ambos queriam.

Estava tudo certo se não chegasse um querido, Maravilhoso, Perfeito do Lamine Yamal. Eu sabia que ele não contaria nada, Matteo era o melhor amigo dele, ele não iria querer ficar mal com ele por minha culpa. Lamine vive mais lá em casa do que na própria casa dele. Era bom ficar com a casa cheia, por exemplo, os meninos invadem a minha casa toda sexta, Marc e Lamine já viraram completamente de casa.

Héctor nunca foi em casa isso porque ele e Matteo são amigos desde a escola, algo que eu acho estranho mais que talvez seja dele. Mas uma coisa eu sei sobre ele, o beijo me faria pensar nele até ve-lo novamente.

001. Capítulo com a narração da nossa querida Luna. HÉCTOR E LUNA SE BEIJARAM!!!!!!!!!(Ignorem o fato do Lamine ter atrapalhado.

002. Agora vamos ver como que fica essa relação desses dois após o beijo, saber o que passa na cachola do Héctor.

003. Espero que estejam gostando da fanfic. Desculpa qualquer erro ortográfico.

004. Tik Tok Biah.jr e Instagram Autorabiah_

005. Votem e comentem muito no capítulo, quero saber o que acharam. Bjos da Bia.

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