𝑪𝑨𝑷𝑰́𝑻𝑼𝑳𝑶 𝑻𝑹𝑰𝑵𝑻𝑨 𝑬 𝑼𝑴🌔
Liam Dunbar
Theo chegou aqui tão rápido que me fez ficar preocupado.
Eu tive que contar tudo ao diretor, tudo sobre eu e o Theo e precisei ser forte quando ele disse que eu estava doente.
Ele me mandou para casa, disse que eu deveria descansar um pouco e pensar em tudo que fiz, amanhã meu pai vai ser chamado na escola e vão contar tudo a ele.
Mas eu não posso.
Não posso deixar que ele saiba porque ele vai machucar o Theo.
O Theo não pode se machucar.
Eu só quero ele bem.
Mesmo que para isso ele tenha que estar longe… de mim.
— Eu te chamei porque preciso que saiba de algo importante — eu digo para Theo.
Estamos na sala da minha casa, minha mãe e meu pai estão aqui também, eles sabem que aconteceu alguma coisa, mas não sabem o que verdadeiramente aconteceu. Meu pai já gritou comigo e ele está pensando que eu briguei na escola.
Eu… não sei como fazer isso.
— Eu quero que você fique longe da Lydia… porque ela é minha namorada.
Theo me olhava com os olhos marejados e confusos, mas eu vi quando quase como se uma luz tivesse se acendido em sua mente e ele enxugou uma lágrima que escorreu.
Eu só quero abraçá-lo, dizer que vai ficar tudo bem e que eu o amo…
Mas eu não sei se vai ficar mesmo tudo bem.
— Vai ser melhor se você ficar longe dela… e de mim também.
Eu não consigo olhar em seus olhos enquanto digo isso.
— Então você quer que eu fique longe? — Theo deu um passo para frente — não diga como se você não soubesse que estamos apaixonados.
Meu coração dói.
Nós dois sabemos que essa não é uma conversa sobre ele ter roubado a minha “namorada”.
— Vocês brigaram por causa de uma menina? — o meu pai perguntou — Vocês ainda são jovens, muitas garotas ainda vão olhar para vocês.
— Mas eu só quero uma pessoa — Theo disse.
— Mas você não pode! — Eu digo, não consigo segurar minhas lágrimas.
— Eu posso! Eu não me importo mais, eu só quero ser livre para gostar de quem eu quero!
Ver o Theo chorando me destrói.
Ficar longe dele mais ainda.
Mas eu tenho que protegê-lo…
— Theo, você deveria ir embora.
— Por que? Está com medo de que eu…
— Eu a amo e você não pode interferir nisso!
Talvez se eu deixá-lo magoado ele vá embora.
Eu o amo e por amá-lo eu tenho que preservar ele de tudo isso.
— Você não pode agir assim…
— A única pessoa que eu já amei na vida está tentando se afastar de mim assim… Quem não pode agir assim é você!
— Por favor, vá embora.
— Eu não tenho medo de dizer quem eu realmente amo, por favor não faça isso agora porque eu sei que você também sente o mesmo.
— Theo, por favor…
A escola inteira já sabe, eu não me importo, uma hora meu pai vai descobrir, mas eu preciso que Theo esteja bem longe quando isso acontecer.
Ele não pode ficar aqui.
— Se é para o inferno que eu vou, então que seja! Eu te amo, eu te amo e faço de tudo pelo nosso amor, então por favor… não tenta se afastar de mim porque eu não consigo viver longe de você.
Theo segurou a minha mão e a única coisa que eu conseguia fazer era chorar. O meu coração dói. Eu o amo também.
Mas não podemos mais…
— O que você disse? — meu pai se colocou no meio de nós dois — seu moleque, que porra você disse?
— EU AMO O SEU FILHO! EU O AMO COMO NUNCA AMEI NINGUÉM ANTES!
— Eu vou te matar!
— Não!!! — Eu e minha mãe gritamos ao mesmo tempo quando meu pai foi para cima de Theo.
Ele tentava bater nele e eu e minha mãe tentamos o parar enquanto puxava ele para longe de Theo que tentava se defender.
— Eu vou te matar! Seu doente! Sai da minha casa agora!
— Não faça isso! — minha mãe gritou quando ele tirou do bolso um canivete.
Imediatamente eu me coloquei na frente de Theo, pela primeira vez na minha vida eu vi o maior olhar de desprezo que um pai poderia dar a um filho.
— Não encoste nele — digo — ou eu chamo a polícia agora.
Ele torceu o nariz e jogou o canivete para longe.
— Sai da minha casa agora! — ele apontou o dedo indicador para mim — eu não quero você debaixo do mesmo teto que eu! Você me dá nojo.
— O mesmo nojo que você sente por mim, eu também sinto por você… talvez ainda pior. Aqui eu não fico nem mais um segundo.
Eu saí de perto dele e Theo veio junto comigo.
Eu não tenho pra onde ir, mas tanto faz…
Qualquer lugar bem longe daqui é um paraíso.
…⏳️…
Theo Raeken
Eu não sei pra onde ele está indo.
Mas eu estou seguindo ele há mais de uma hora.
Estamos andando lado a lado e ele continua quieto.
Saímos da casa dele e ele está andando e andando.
Ele chegou na estação de trem e comprou um bilhete.
Será que ele vai mesmo embora da cidade.
Se ele ao menos me respondesse.
— Uma passagem, por favor — digo para a vendedora da estação.
— Para onde?
Olhei para Liam que estava caminhando para o outro lado.
— O mesmo que o dele.
Ficamos em um banco desconfortável esperando o trem.
O silêncio é ensurdecedor.
Quando o trem chegou, nos sentamos um ao lado do outro.
Ele encostou a cabeça no meu ombro e eu abri um pequeno sorriso.
Eu o amo tanto.
Queria que as coisas fossem mais fáceis.
Eu não sei quanto tempo se passou.
Mas foram muitas horas.
Quando descemos do trem, ele começou a andar como se soubesse para onde estava indo.
Eu apenas o segui.
Talvez seja loucura ir para o outro lado da cidade com alguém que sequer trocou uma palavra comigo, mas honestamente, eu iria para qualquer lugar por ele.
Quando chegamos em uma estrada apenas com terra, eu cogitei a ideia de ele estar indo até uma ponte para se jogar, mas a minha teoria aterrorizante se foi, quando eu vi o mar.
Estamos na praia.
É vazio aqui.
Liam caminhou pela areia e parou apenas quando estava perto do mar.
Ele se sentou na areia e levou as duas mãos no rosto.
Em segundos o barulho do seu choro estava alto.
Eu não poderia fazer outra coisa além de consolá-lo.
Foram longos minutos assim, até que ele se acalmou, ele me surpreendeu quando se levantou e começou a tirar toda a roupa, ele foi para dentro da água e foi um tanto engraçado a sua expressão por estar fria.
Eu tirei a minha roupa e me juntei a ele.
Sorri quando ele veio para perto de mim e me beijou.
— Eu te amo — ele falou, acariciando a minha bochecha.
O abracei acariciando sua cintura.
— Eu também te amo.
Nós ficamos abraçados por um longo tempo no mar, até que voltamos para a areia.
Observar o mar com ele era bom, era calmo, sem pressa.
— O que nós vamos fazer? — perguntei.
Liam olhou para mim e segurou minha mão.
E agora eu sei o que ele está fazendo aqui.
— Eu te amo pra sempre.
É uma despedida.
Despedida de nós…
Eu o amo e sempre vou amar.
Por mais que isso doa.
Vai ter que ser assim.
E bom… essa foi a última vez que vimos o mar.
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