𝑪𝑨𝑷𝑰́𝑻𝑼𝑳𝑶 𝑻𝑹𝑬𝒁𝑬🌜

Liam Dunbar

Já faz quase cinco dias que o Theo viajou.

Eu sinto saudades dele, mas eu acho que é algo que eu consigo suportar, posso suportar porque sei que vou vê-lo de novo.

Eu estive pensando durante esses dias, será que nós vamos ficar assim para sempre? Quero dizer, uma hora nós vamos crescer, vamos precisar ter empregos de verdade, responsabilidades de verdade e uma família… como eu poderia dar netos a minha mãe se…

Eu ouvi uma conversa de alguns garotos que vieram aqui no restaurante outro dia, eles estavam falando sobre amor. Quando você está apaixonado, você pode acabar ficando com a mesma pessoa pelo resto da vida. Mas a verdade é que eu não sei nada sobre o amor, sei tão pouco sobre as coisas que importam.

Minha mãe diz que não devemos viver apenas pensando no futuro, temos que aproveitar o presente ao máximo que conseguirmos, e a mim, ela sempre diz que eu sou jovem e devo aproveitar a minha juventude porque quando for mais velho vou sentir falta disso. Eu quero estar ao lado de Theo, eu gosto da companhia dele e da pessoa que ele se tornou na minha vida, mas eu não posso evitar ter medo do futuro, nós nunca sabemos o que pode acabar acontecendo.

Eu só queria que as coisas fossem mais simples. Eu não queria precisar me esconder.

— Liam, você pegou os panos de prato no varal que sua mãe disse? — ouço Lydia dizer no restaurante.

— Peguei! — respondi daqui da cozinha.

Eu estou limpando a cozinha do restaurante, minha mãe saiu para comprar alguns temperos e eu e Lydia ficamos cuidando do restaurante enquanto não chega o horário de abri-lo. Lydia se tornou a ajudante da minha mãe, depois da vez em que ela ajudou por ter muitos clientes, minha mãe acabou oferecendo a vaga de ajudante a ela e ela aceitou de bom grado. Lydia irá trabalhar no restaurante durante as férias, depois disso ela virá apenas nos finais de semana quando não há aulas.

E ela é realmente uma garota bem legal, eu quase não conheço muitas garotas, mas eu posso dizer que ela é diferente das outras. Nós conversamos bastante durante esses dias, ela é divertida, veio de Paris com a mãe dela para morar aqui nos Estados Unidos, e ela vai estudar na escola só para garotas que abrirá ao lado do meu colégio, nesse  caso acredito que vamos poder nos ver de vez em quando nos dias de aula. O Theo iria gostar de conhecer ela.

Acho melhor eu terminar de lavar a louça, dessa forma eu posso terminar de fazer o trabalho e…

— Droga!

Isso não pode estar acontecendo, meu pai vai me matar!

Eu abri a torneira da cozinha para poder levar a louça, mas de repente começou a espirrar água para todo o lado, eu fui tentar fechar, mas a torneira saiu bem na minha mão! Está espirrando água pra todo lado.

— Liam, o que- Ai meu Deus! — Lydia entrou na cozinha e viu toda aquela água molhando tudo.

— Lydia, pegue um pano! — eu pedi, vendo ela correr para fora da cozinha.

Não demorou para ela voltar, então ela veio até mim e na tentativa de tapar a água, acabou se molhando assim como eu. Em segundos o pano estava encharcado e a cozinha cada vez mais molhada.

— Eu vou desligar o registro, fique aqui! — digo.

— Tá bom, mas vai logo!

Eu saí correndo até o registro que ficava do outro lado do restaurante, desliguei o mesmo e quando voltei a água havia parado de sair, mas a cozinha estava toda molhada, assim como a Lydia.

Nós olhamos um para o outro, ambos com as roupas encharcadas e cabelos molhados. Nós começamos a rir.

— Meu pai vai me matar — digo.

— Vamos limpar antes que eles voltem — a ruiva falou.

— Quando ele voltar eu vou pedir para ele consertar a torneira, eu não faço ideia de como arrumar isso — digo.

— Então vamos limpar tudo.

…⌛…

— Lá em Paris era bem diferente, mas eu estou gostando daqui, tem muitas coisas legais — Lydia falou, terminando de levar o último balde assim como eu.

— Eu não vou muito ao Brasil, fui para lá três vezes e em todas elas eu era criança, não me lembro de tantas coisas, tudo que eu sei é o que ouço meu pai dizer — digo.

A Lydia estava me contando de algumas coisas sobre Paris e eu contando sobre o Brasil, a conversa surgiu de repente enquanto nós limpamos a cozinha e durou até terminarmos tudo aqui.

— Você não quer uma roupa seca emprestada? Pode ficar doente se continuar com essa — digo.

— Na verdade eu quero sim — ela falou.

— Vem comigo, eu vou arranjar algo para você.

Saí da cozinha agora para entrar em casa e ela me seguiu caminhando logo atrás de mim. Nós entramos no meu quarto, fui até o meu guarda roupa e procurei por alguma coisa que servisse na Lydia, acho um pouco difícil, mas talvez uma camiseta e uma bermuda possam servir por enquanto.

— Seu quarto é legal — Lydia falou.

— Obrigado, na verdade, eu acho ele um pouco sem graça, sinto falta de uma decoração — digo.

— Não é nem um pouco sem graça, é bem legal e combina com você — ela abre um pequeno sorriso.

— Aqui, acho que isso pode servir — entreguei para ela as minhas roupas — ali é o banheiro, você pode se trocar lá.

— Muito obrigada, Liam — ela pegou as roupas — vou ser rápida — disse enquanto entrava no banheiro.

Aproveitei quando ela fechou a porta, para trocar as minhas roupas também, não quero acabar ficando doente, isso seria muito ruim.

Tirei a minha camisa e procurei por uma seca, me vesti e quando eu estava prestes a tirar minha bermuda, ouço um grito vindo do banheiro.

— AHHHH! LIAM!

É a Lydia!

Por impulso, corri para onde a voz veio e Lydia abriu a porta do banheiro rapidamente. Ela estava com um semblante assustado, ela olhou na minha direção e pareceu ficar ainda mais assustada e levou as duas mãos cobrindo os seus… meu Deus, ela está sem blusa.

A Lydia… ela está com o cabelo molhado, seu rosto parece tão delicado e… eu nunca havia visto peitos assim tão de perto e tão… tão bonitos. A Lydia é linda.

— M-Me desculpa — digo, tentando desviar o olhar, mas é tão complicado…

— Era uma barata…

Engoli em seco, o olhar de Lydia mudou, ela parece estar deixando de ficar assustada. Ela umedeceu os lábios, então tirou suas mãos que cobriam seus peitos me dando a visão completa deles.

Eu sinto meu corpo diferente, eu não deveria estar olhando como eu estou, mas…

Lydia começa a se aproximar, sinto o meu coração acelerando, meus pés parecem estar formigando e minhas pernas paralisadas, eu não sei o que fazer, eu não consigo me afastar, ela é tão bonita, eu me sinto diferente… sinto o meu corpo ficando quente.

— Tudo bem… — Lydia falou.

Meus olhos intercalam entre seus olhos, seus lábios e os seus… meu Deus.

Ela continua se aproximando, paraliso quando sinto ela tocar meu braço, ela está perto o suficiente para eu sentir seu cheiro doce e sua respiração calma contra a minha nem um pouco calma.

Lydia me beijou.

Eu estou beijando uma garota.

Seus lábios são macios, tem um gosto bom, mas parece que há algo faltando.

Levei um susto quando Lydia segurou minha mão e levou até seu seio, eu senti e… é durinho como seus mamilos, isso faz meu corpo se arrepiar. Eu gosto disso, mas eu não posso.

— Não…!

Eu me afastei rapidamente dela, vendo ela me olhar um pouco confusa.

— Você não gostou?

— Eu não posso, eu… não posso.

Ela me olha frustrada, então se afasta e veste a sua blusa.

— Eu já entendi, você tem uma namorada.

— Não, eu não tenho.

— Então por que…

— Lydia, eu não quero! Eu tenho esse direito de escolher e eu escolho não fazer isso com você — eu falei, me sinto um pouco nervoso.

— Tudo bem, me desculpa… — vejo algumas lágrimas no canto do seu olho. Lydia passa por mim esbarrando em meu ombro.

— Espera, não fica brava, eu só…

Ela abriu a porta do meu quarto e meu pai estava ali parado como se estivesse prestes a bater na porta. Ele olha para Lydia e em seguida para mim, ela passa rapidamente por ele saindo daqui e vejo meu pai olhar para mim com um sorriso.

— Esse é meu garoto!

Ele entendeu tudo errado, mas eu não me importo com isso agora.

Então…

O Corey tinha toda razão quando disse que eu sou bi.




Theo Raeken

Eu finalmente estou voltando para casa!

Infelizmente ainda não é a minha própria casa, mas é a casa do meu primo. Meu dia de trabalho terminou hoje e eu estou voltando para casa.

Eu estou ficando na casa do meu primo, ele é mais velho e mora sozinho em uma casa muito grande e chique. Ele me deixou ficar aqui sem problemas, ele até que é um cara legal, só é muito desorganizado e fala algumas besteiras de vez em quando, mas não tive nenhum problema com ele por esses dias.

Meu trabalho no cinema é fácil, eu vendo bilhetes, arrumo as salas, checo a reprodução dos filmes e como muita pipoca. Fico imaginando que se o Liam estivesse aqui, nós poderíamos assistir filmes juntos, ele iria gostar bastante disso.

Abri o portão da casa do meu primo assim que cheguei, ouço um barulho de música e de pessoas conversando, assim que passei pela porta eu vi vários jovens pulando na piscina, conversando e alguns dançando. É uma festa?

— Oi, Theo! Já chegou — meu primo veio até mim, ele está sem camisa e todo molhado.

Haviam vários garotos da mesma forma que ele, havia poucas garotas, elas estavam dançando juntas vestindo biquínis coloridos.

— Sim…

— Eu chamei alguns amigos, quer se juntar a nós? — ele me perguntou.

— Não, mas obrigado — digo.

— Beleza, se a música atrapalhar me avisa que eu abaixo um pouco!

Um garoto segurou ele por trás e o jogou para dentro da piscina, lá dentro os dois começaram a rir e logo brincar com uma bola de plástico.

Parece divertido, mas eu realmente quero ir para o meu quarto, estou um pouco cansado, vou tomar banho e terminar de ler um dos meus quadrinhos.

Entrei em casa e subi para o quarto de hóspedes que atualmente é o meu quarto por essa semana. Abri a porta e ele continua da mesma maneira que deixei, um pouco bagunçado, confesso.

Aqui é tudo tão branco, desde por fora até a decoração de dentro, meu primo falou que a mãe dele foi quem decorou a casa e ela queria dar a ela um ar chique e por conta disso, tudo aqui é palidamente branco.

Deixei minha bolsa em cima da cama e peguei uma toalha - branca - para finalmente tomar banho, fui para o banheiro e fechei a porta.

…⌛…

Não acredito que esqueci de pegar uma roupa. Isso me faz lembrar da primeira vez que eu e Liam nos vimos, ele esqueceu de pegar sua roupa quando saiu do banho e eu o ajudei.

Sinto saudades dele, às vezes me pergunto o que ele pode estar fazendo agora, provavelmente está ajudando no restaurante da sua mãe. Ele não está aproveitando tanto as férias, passa a maior parte do tempo preso dentro do restaurante trabalhando e trabalhando, talvez eu devesse fazer das férias dele mais divertidas quando eu voltasse, nós poderíamos sair mais juntos já que não fazemos tanto isso.

Não temos tantos dias de férias como antes, elas estão quase chegando em sua reta final e com isso teremos que voltar para a escola de novo. Estou um pouco ansioso para voltar, quero ver os meus amigos e ouvir suas histórias do que eles fizeram durante as férias, mas eu não quero ter que fingir não ser amigo de Liam, os meninos viviam me dizendo para eu me afastar dele porque ele não é uma boa companhia, não gosto nada disso do que eles vivem dizendo, mas quando voltarmos eu vou dar um jeito de mudar isso, quem sabe todos eles podem se tornar amigos e acabar com todo esse conflito? Isso seria bem melhor do que eu ter que escolher um lado.

Me assustei quando a porta do quarto foi aberta de repente e um garoto loiro entrou apressado, ele parecia não saber que me encontraria aqui dentro.

— Porra, foi mal, cara — o garoto olhou para mim, mas seu olhar desceu pelo meu corpo. Eu estou apenas de toalha agora — eu estava procurando um banheiro, os dois lá de baixo estavam ocupados então eu abri a primeira porta que eu vi, desculpa mesmo.

Ele estava prestes a sair.

— Tudo bem, não tem problema — digo — você pode usar o banheiro se quiser.

Ele olhou para a porta do banheiro assim que eu apontei.

— Na verdade eu quero sim, valeu — o garoto saiu correndo para o banheiro e quando entrou deixou a porta aberta.

Continuei procurando uma roupa para mim dentro das gavetas e daqui consigo ouvir ele fazendo xixi. Ele ficou ali um longo tempo até que o barulho da descarga foi ouvido e ele saiu do banheiro.

— Valeu mesmo.

— De nada — eu respondi.

— Você é primo do Rafe, né?

Voltei a olhar para ele, ele tem olhos azuis, um cabelo loiro um tanto longo, seu corpo é bronzeado e ele está vestindo apenas uma bermuda. Ele deve ir a academia.

— Sou sim, vim para cá para trabalhar essa semana.

— E de onde você é?

— Houston.

— Texas? Ohh, há muito tempo eu não vou para lá. A propósito, sou JJ. JJ Maybank.

— Theodore Raeken.

Ele se aproxima e estende sua mão me cumprimentando.

— E você tem quantos anos, Theodore? — vejo seu olhar descer para o meu corpo de novo.

— Dezessete.

— Tá brincando? Pensei que você já estava na faculdade.

— Não, ainda não… você tem quantos anos?

— Vinte — JJ mordeu levemente o lábio — olha, se eu soubesse que tem caras tão bonitos em Houston, eu voltaria para lá com frequência.

Será que ele…

— Posso fazer uma pergunta, Theo? — JJ se aproximou um pouco.

Eu não posso negar que ele é um cara bonito, ainda mais com o corpo assim molhado e esse sorriso de canto.

— Claro.

— Você já ficou com algum garoto? — ele está mais perto, fez a pergunta sem rodeios.

Minha respiração está acelerada.

— Eu… — limpei a garganta — preciso me vestir, será que você…

— Olha… — sinto ele tocar meu braço — não me leva a mal, mas já faz tanto tempo que eu não trepo com ninguém… — JJ mordeu o lábio.

Fornicação é pecado, Theodore. Fornicação é pecado!

— E se a gente se divertir um pouquinho? Ninguém precisa saber, só eu eu você… — sua mão em meu peitoral e meu corpo se arrepia. Meu coração bate tão forte, essas palavras que ele está dizendo… — o que você prefere? Eu te como ou você me come? Eu vou adorar fazer em qualquer posição com você.

Uma língua no canto na minha boca, é quente. Uma língua dentro da minha boca, é bom.

Nós beijamos, é rápido, eu não tenho habilidades com a língua, mas ele tem, ele com certeza tem. É molhado, ele me toca, ele arfa, ele sorri, puxa meus lábios com os dentes e sinto sua mão descendo até meu…

— Espera, cara — eu falei, ele parou.

— O que foi? Fiz algo de errado? — ele passou a mão pelo meu cabelo, tirando do meu olho.

— Não, eu… não posso fazer isso.

Limpei a garganta e olhei em seus olhos tão azuis.

— Eu… não posso.

— Ah, entendi, bebê — ele se afasta e sorri de lado — mas se mudar de ideia, vou ficar aqui até a noite, tá bom?

Ele dá um beijinho na minha bochecha e se afasta, sai do quarto me deixando sozinho.

Meu senhor.

O que foi que eu quase fiz aqui?

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