ㅤㅤㅤ𝗖𝗛𝗔𝗣𝗧𝗘𝗥 𝟬𝟰: 𝘷𝘰𝘵𝘦 𝘰𝘧 𝘩𝘰𝘱𝘦
Em um simples piscar de olhos o outono havia chegado, e lhe trazia consigo todas aquelas paisagens encantadoras. Incluindo, às velhas folhas secas.
Me encontro deitada sob a minha cama com uma simples folha de papel e um lápis em mãos, vou rabiscando o papel até conseguir retratar perfeitamente uma das primeiras coisas que tenho em mente à muito tempo.
O senhor Roger não pode mais se ausentar do trabalho e por essa razão, hoje ele não está aqui e me deixou tomando de conta desse casarão. E vou fazer o possível para deixar tudo em ordem.
Aos poucos vou me perdendo em meus pensamentos, e logo sou tomada por um forte sentimento de nostalgia.
Rapidamente largo o papel e o lápis que eu tinha em mãos e fecho os meus olhos e a sensação se intensifica dentro de mim, em uma simples fração de segundos.
Em seguida, sinto um vazio inexplicável e não a nada que eu possa fazer para aliviar esse sentimento asqueroso.
É como se algo que eu tanto amasse fosse arrancado de mim ou como se o meu coração fosse repartido meio a meio.
━━ Argh!━━ Exclamo enquanto arremesso o lápis contra o chão e amasso o papel que eu havia rabiscado.
Por alguma razão, isso é tão estranho.
Algo que eu não sei se é bom ou ruim. Droga, a única coisa que pode me aliviar nesse momento é apenas a verdade.
A verdade sobre quem eu sou, de onde eu vim e o porquê de tudo isso estar acontecendo.
A sensação de descontentamento era inevitável, e foi por essa razão que aproveitei tal momento para explorar a casa do senhor Ruvie.
A casa era realmente muito encantadora, creio que essa seja a primeira vez que me sinto tão perdida em um lugar tão grande como esse.
━━ Tão lindo.━━Deixo escapar tais palavras, e logo, desço pela escadaria apressando os meus próprios passos.
Em cada parede havia uma pintura ou um retrato de uma paisagem diferente, e logo avisto do outro lado da enorme sala, um piano.
Passo as minhas mãos entre as teclas que estavam cobertas por uma fina camada de poeira e logo começo a preciona-las com uma certa força, fazendo com que, um som fosse produzido.
Logo, olho em volta, e avisto uma velha partitura que se encontrava ao lado do piano. A partitura, parecia que a qualquer momento fosse se desmanchar em minhas mãos, já que é bem antiga pelo que vejo.
━━ Hum, nunca me veio em mente que o senhor Ruvie tinha um piano próprio, será que ele é um pianista?
Após passar alguns minutos analisando a antiga partitura, resolvo deixá-la de lado e continuo a minha busca por algo que me adquirisse entreterimento.
(....)
As horas voaram em um piscar de olhos, e logo no início da tarde, resolvo retornar para o quarto e lá observo atentamente pela janela a paisagem das folhas secas caídas pelo chão..
E tudo seguiu em um simples ritmo sincronizado que acabou me levando a um pequeno sono profundo.
E em questão de tempo, sinto um calafrio percorrendo por todo meu corpo, um frio totalmente desconfortável e logo ouço uma gargalhada.
Não é uma risada qualquer. É uma risada medonha, tosca...Algo macabro.
Abro os meus olhos freneticamente, e logo vejo que tudo em minha volta parecia estar normal, me levanto e olho para janela e logo avisto a lua e toda a sua exuberante escuridão noturna.
━━ Já está de noite? Dormi por quanto tempo? ━━ Faço tais perguntas para mim mesma, e naquele momento, minha barriga ronca e decido fazer uma pequena pausa para um lanche.
Após pegar alguns pães no armário e ter preparado um copo de leite morno, resolvo me sentar no chão e comer ali mesmo.
Mas antes que eu pudesse dar uma simples mordida no pão seco, ouço a porta da frente se abrir, e logo me assusto.
Preparada para o que poderia vir a acontecer, agarro o primeiro objeto que vejo pela frente e ando de fininho até o barulho.
━━ Garota, eu cheguei. ━━ Logo reconheço a voz, era o senhor Ruvie.
━━ Senhor Roger, e-eu estou aqui! ━━ Logo deixo de lado o objeto no chão, e vou ao encontro do senhor Ruvie.
Ao vê-lo, noto que o aspecto facial dele não estava nada bem, ele parecia estar bastante exausto. Creio que, ele teve um dia bastante cansativo.
━━ O senhor está bem?Parece estar bastante cansado.
━━Não se preocupe, ( nome ). Estou acostumado com tal rotina do meu dia-a-dia.
Logo me pergunto mentalmente qual seria a profissão do senhor Ruvie, e logo o questiono sem pensar duas vezes.
━━ Qual a sua profissão? És um pianista ou ensina algo do tipo? Me deparei que na sala tem um piano e algumas partituras bem antigas, me perdoe por ter vasculhado a sua casa, é que me senti um pouco entendiada hoje.
Logo paro de falar ao notar o olhar do senhor Ruvie para mim.
Há uma expressão neutra em seu rosto, e devo admitir que esse olhar é perturbador. Ficamos em silêncio por um bom tempo, e tento não sustentar o olhar.
O senhor Ruvie logo para de me encarar de tal jeito. Creio que, ele tenha notado o meu desconforto.
━━ Bem, e-eu estou indo d-dormir.
Logo engulo o seco que se formava em minha garganta, e me preparo para subir as escadas, no entanto, a voz de Roger me impede de ir.
━━ Sim, eu dou aulas de piano.
Logo me viro para o mesmo, e vou dando pequenos passos lentos em direção ao mesmo.
━━No entanto, não é algo que faça com frequência. ━━ Afirmou Roger.
━━ Por que não ocorre com frequência? ━━ Questionei um pouco curiosa sobre o assunto, e logo Roger me encarar novamente, e logo diz:
━━ Algumas pessoas perdem o interesse em certas coisas.
━━Não entendo as pessoas.Tipo, eu mesma acho muito bonito o som do piano, e eu não perderia o interesse em tocá-lo. Bem, se eu soubesse tocar. ━━ Dou um sorriso em uma tentativa de esconder o meu constrangimento, e o senhor Ruvie sorri de leve.
Tento fazer mais algumas perguntas sobre o emprego dele, no entanto, ele não me disse mais nada.
Logo após passar um tempo ao lado do senhor Ruvie, me despeço do mesmo, e o agradeço pelo jantar que ele me ofertou. Convenhamos que, um simples pão e um simples copo de leite morno não seriam o suficiente para saciar a minha fome.
━━ Obrigada pela comida.
━━ Não agradeça, ( nome ).
━━ Como não poderia agradecer? Eu lhe devo muita coisa, senhor. Sou muito grata por tudo o que você está fazendo por mim.
━━ Pequena ( nome ), por que não queres que eu contate a polícia sobre o seu estado? Como pode ter tanta certeza que pode confiar em mim?
━━ Bem, eu já esperava por uma pergunta como esta. E a resposta é que, eu apenas faço o que a minha intuição pede. Sei que parece algo ridículo, mas eu sinto uma grande necessidade de ouvir esse lado. Mesmo que eu esteja em profundo desespero, e bastante confusa agora, não posso deixar de levar em consideração a minha situação.
Baixo a cabeça por um momento, suspiro, e continuo minha fala:
━━ Contatar para a polícia, e deixar que eles resolvam a situação é uma boa opção. No entanto, algo me diz que o melhor a se fazer, nesse momento, é esconder o meu paradeiro e deixar as coisas se acalmarem. Afinal, sinto que algo ruim possa a vir se as autoridades souberem sobre o meu respeito.
Minhas mãos começam a tremer, e começo a suar frio. De fato, agora estou um pouco assustada com tudo isso.
"Onde diabos vim me meter? O que está acontecendo comigo?"
━━ Intuição? Vejo que temos algo em comum nesse aspecto, ( nome ).
━━ O quê? ━━ Pergunto após ouvir o que ele havia falado.
━━ Também levantei essa hipótese após descobrir umas certas coisas ao seu respeito. ━━ O mesmo se aproxima de mim, encosta uma de suas mãos contra a minha testa, e confere a minha temperatura, e logo prossegue:
━━ No entanto, só lhe contarei isso quando tudo for algo concreto. Mas em breve, as respostas viram e isso posso lhe garantir.━━ Logo Roger afasta a mão que estava contra a minha testa, se levanta e caminha em direção ao armário. Eretira de lá um bule junto com algumas ervas.
━━ Qual a garantia de tudo isso?━━ Questiono ao vê-lo despejar um pouco de água no recipiente, após ter colocado as ervas lá dentro. E logo ele sorri, e diz:
━━ Porque a minha intuição preza por isso.
• Tempo cronológico : Roger Ruvie descobre fatos que possivelmente possam estar relacionados à ( nome ). ━━ 21/09/2001
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