[010] 𝗢 𝗜𝗡𝗩𝗔𝗦𝗢𝗥

Stiles e Caleb deixaram Charlotte em casa antes de procurarem por Scott. A garota dormia tranquilamente na cama do primo quando os três adentraram o quarto pela manhã. Charlotte estava encolhida no canto da cama, coberta feito criança enquanto os braços abraçavam ao próprio corpo, como de costume. O moreno encarou a cena com confusão.

— ela...

— bebeu? Bastante – o irmão completou. Todas as vezes que Charlotte ficava bêbada, costumava dormir abraçada ao corpo. Costumes que não mudam. — muito além do que lhe é adequado.

Stiles se jogou sobre a cama, chacoalhando a melhor amiga na intenção de acordá-la. A loira reclama, bolando na cama enquanto se espreguiça.

— é melhor ir tomar um banho, não queremos que a sua mãe chegue mais cedo e te encontre nesse estado – o Stilinski diz, dando tapinhas fracos no rosto da garota — vamos, Charlotte. Está na hora de acordar.

A menina rola, levando a mão até sua testa antes mesmo de abrir os olhos. Enxaqueca, uma grande enxaqueca. O vazio no estômago, como se não tivesse comido nada antes de beber um litro d'água. Se sentou rapidamente ao notá-los ali, procurando pelo primo antes desaparecido.

— finalmente! Achei que tivessem sido mortos ou algo pior.

— e o que seria pior do que morrer?

— namorar o Kanye West – ela murmurou, dando de ombros ao se levantar — o que estava fazendo? Rolando no barro?

Scott estava sujo e sangrando, mas sua ferida estava prestes a ser cicatrizada. Suas roupas estavam rasgadas e o cabelo desgrenhado, como se tivesse entrado em uma luta com um urso ou algo assim.

— tinha caçadores na floresta. Derek Hale me ajudou a fugir deles e acertou alguns, me dando tempo suficiente para correr, mas não antes de um idiota me acertar uma flecha.

— espere, você foi flechado?

— Derek Hale ajudou você? Ele não era inimigo? Tipo o lobisomem que te mordeu? – Caleb questionou

— opa, Derek Hale é um lobisomem? E foi ele quem mordeu o Scott? – a irmã questionou, completamente perdida no assunto.

Suas vozes iam se misturando, deixando Scott maluco com tanto barulho. Ele dá um grito alto, pedindo por silêncio. O ato repentino assusta aos garotos, que se encolhem por puro instinto.

O moreno passa a mão pelo rosto, se recuperando de tudo.

— eu acho melhor eu... – ele murmura, apontando para o banheiro

Os garotos concordam no mesmo instante, dando privacidade para que ele pudesse ir. Charlotte se levanta em um pulo, pegando o celular na cabeceira antes de correr para o corredor na presença de Caleb e Stiles.

O celular vibra, mais uma notificação de Sarah. Segundo o relógio em seu pulso, eram nove e quarenta e sete da manhã. O que significa que já deu tempo suficiente para todas as garotas surtarem por não terem recebido o SMS que Charlotte prometeu enviar ao chegar em casa durante a madrugada.

A garota encara o aparelho de tela acesa enquanto caminha para o quarto, pensando se deveria ou não atender a ligação da melhor amiga agora. Precisa saber como Scott está e o que de fato aconteceu, mas também tem que avisar para as amigas que chegou bem em casa e ainda está viva. Ela bufa, recusando a ligação e mandando um torpedo, avisando que está tudo bem e que logo retornaria à ligação.

— você também está péssima – o loiro murmurou ao adentrar o quarto da irmã. — quer uma aspirina? Um copo d'água? Dorflex? Não?

— é falta de educação entrar sem bater – ela diz, os olhos focados no aparelho em suas mãos — e a gente não tem nenhum desses remédios em casa. Aparentemente somos adolescentes com sérios problemas de saúde, ou viciados em drogas lícitas.

— viciados em drogas, com certeza. – Stiles gritou ao se aproximar, se jogando ao lado da melhor amiga sem perguntar se poderia — sabia que o seu irmão beijou o Danny ontem na festa da Lydia?

Charlotte rapidamente soltou o celular, abrindo a boca em surpresa e alternando o olhar entre os dois garotos. Caleb, indignado com a traição do amigo, o acertou com o urso de pelúcia que havia em cima da poltrona lilás claro.

— um beijaço! – ele tornou a gritar, acompanhado de uma gargalhada — ai! Caleb, pare de me acertar coisas.

— você prometeu que não contaria para ninguém. Traidor.

A garota finalmente gargalha. Já desconfiava que algum dia isso poderia acontecer, afinal não há tantos pretendentes para um homossexual nesta cidade. Charlotte sabia muito bem que era uma questão de tempo e oportunidade para que seu colega de classe pegasse seu irmão.

— Caleb, seu safadinho! – ela exclamou, a voz fina por conta da emoção — isso é perda de tempo, você sabe que promessas desse tipo não são válidas para mim. Sou a melhor amiga dele.

— ela tem razão. Nos tornamos uma só pessoa há muito tempo. Antes mesmo de você nascer, palerminha.  – o garoto diz ao pousar o braço no ombro da garota — além do mais, ela é sua irmã.

— exatamente, ela é minha irmã. Eu jamais contaria isso 'pra ela porque ele me pediu. Eles tem amigos em comum, cara, isso vai ser muito estranho.

— óbvio que não, Caleb. – a loira respondeu rapidamente — Danny provavelmente pediu para não me contar porque eu o ameacei ano passado. Falei que iria cortar o pinto dele fora se algum dia vocês se pegassem, mas foi brincadeira.

Um minuto de silêncio. Os dois a encaram com os olhos serrados e a cabeça tombada, duvidando de suas palavras.

— aposto que não foi uma brincadeira – o moreno diz derrepente, estalando a língua.

— é, eu também. – Caleb concordou de imediato.

— pois é, não foi – ela mesma concorda, percebendo que não foi tão convincente. — mas eu juro que não penso mais assim e que não vou cortar o pinto dele. Se quiserem se pegar, fiquem a vontade pra isso. Eu não mando em você, não nesse quesito.

— você não manda em mim em momento algum, garota.

— ah, ela manda sim. – Stiles diz — se a Charlotte manda, você obedece, eu obedeço. Não é questão de honra, cara. É inteligência e medo da morte. Eu amo viver, por isso deixo que ela mande em mim.

Caleb rolou os olhos. As vezes ele mesmo se questionava sobre a amizade que a irmã possue com o filho do xerife. Stiles é o maior cadelinha dessa mulher, com certeza eles já se pegaram em algum momento de sua adolescência.

— você é o cachorrinho, não conta.

Charlotte gargalhou, vendo uma pequena discussão se iniciar ali. Rotina.

[....]

Decidida a comprar suprimentos para suas dores, a garota resolveu chamar uma das amigas para ir até a farmácia ali perto. Ainda se considera incapaz de dirigir o próprio carro, ou até mesmo encarar o volante sem visualizar o corpo do pai jogado ao meio-fio.

Helena já estava na frente de sua casa, a esperando com o carro ligado. Buzinou quando viu a amiga ultrapassar a porta de casa, gritando seu nome. A loira apressou seus passos, logo alcançando o carro prateado da Martin.

— estou aqui faz quase dez minutos. Acho bom me dar uma boa explicação para que eu não te jogue para fora do meu carro novo. – a morena resmungou.

Charlotte suspirou, afivelando seu cinto de segurança e soltando o celular em seu colo.

— desculpe, tive que separar uma briga entre Caleb e Stiles. Outra vez.

— não chega nem perto de uma boa explicação, mas cinsiderando o fato de eu ter escutado os gritos que vinham de dentro daquela casa, eu acredito em você. Qual a idade das suas crianças?

Ela deu risada, sendo acompanhada pela amiga. O carro começou a andar pelas ruas da cidade tranquila, virando a esquina do bairro.

— te vi na festa com alguém ontem – ela comentou, dando um breve olhar para a amiga antes de virar outra esquina, saindo do bairro. — quem era aquele monumento? Eu não me lembro dele na escola, nem mesmo como professor.

As lembranças da festa no dia anterior ainda eram um borrão, ela quase não lembrava o que de fato havia acontecido ou de quem conversou. As memórias só são claras depois do acontecimento na casa com Scott, quando ele correu atrás de todos e ela teve de sair e deixar os amigos para trás. Mas Charlotte falou sobre isso depois do álcool sair de seu corpo e se lembra muito bem quem era aquele homem.

— eu não me lembro muito bem – ela mentiu, recebendo a atenção da amiga. — me lembro de derramar bebida no abdômen tanquinho dele e que nos apresentamos ao som de Taylor Swift.

— trocaram bem mais palavras do que isso. Marcus e eu apostamos, inclusive – ela informou, dando um risinho traquino. — vinte dólares como vocês vão se pegar. E eu acho bom você pegar esse homem, Charlotte, o meu dinheiro está em risco aqui.

— sinto muito, Lena, mas é melhor você desfazer isso enquanto há tempo. Eu e o homem bo... eu e o homem de ontem não iremos nos pegar, em hipótese alguma.

— é claro que vão, garota. E estará me devendo dez dólares quando acontecer, mais vinte se chegarem a namorar.

A gargalhada de Charlotte ecoou o carro. Se tem uma coisa que Charlotte detesta e todos sabem, é o relacionamento. Abomina a ideia de ter um namorado ou se casar e ter filhos algum dia. Para ela, sua vida pode ser bem mais do que ter uma casinha padrão americana com cercas brancas no quintal.

— sem chances, garota. – negou, balançando as mãos no ar enquanto enclinava o corpo, rindo. — você sabe, nada de namorados.

— sou sensitiva, Charlotte. Você e esse homem ainda terão algo, e algo bem sério.

— está viajando, Helena. Nunca, jamais, em hipótese alguma eu teria algo bem sério com qualquer pessoa dentro ou fora desta cidade.

Helena deu de ombros, encerrando o assunto ali mesmo. Charlotte não gosta de se relacionar, nunca gostou. Acredita que pode sim ser feliz sem um marido, afinal já possui uma família, seu irmão mais novo. No fundo ela sabe que existe uma grabde probabilidade de que ela se case algum dia, mas prefere não acreditar na verdade.

[....]

— como assim o pai dela é um caçador de lobisomem? – Charlotte questionou após encontrar com os garotos pelos corredores da escola. — e por que me deixam de fora desses assuntos? Eu sou a mais velha aqui.

— talvez porque você vive enfurnada em aulas extras e afundada em músicas da Taylor Swift. – seu irmão a respondeu, dando de ombros.

— tô com o Caleb. Você não participa das nossas reuniões nos corredores, nem assiste nossos treinos de lacrosse. Por isso não te contamos nada, nunca está com a gente.

Estão certos. Charlotte anda ocupada demais com suas matérias acumulando e se tornando uma enorme bola de neve. Quase não consegue tempo para os amigos ou a própria família. A garota bufou, seguindo os passos dos garotos.

— certo, então me contem agora.

— não temos nada para contar, nada além da grande decepção amorosa que o Scott acabou de ter.

— cara, cala essa sua boca. – o McCall apontou, irritado. — está tudo bem, ele não sabe o que eu sou, está tudo sob controle.

Os outros três garotos se encaram, se perguntando se ouviram mesmo aquilo. Scott não se apaixonou tantas vezes em sua vida, apenas uma, na verdade. Quando tinha dez anos, pela novata em sua turma. Mas ele parece realmente estar querendo algo com Alisson, e isso incomoda os amigos de certa forma.

— ou, você vai continuar se encontrando com ela? – Caleb questiona a pronta entrega, sem rodeios. — porque se o homem é caçador, ele deve ser experiente. Scott, e se ele te reconhecer em algum momento? Se descobrir que você é o que é durante uma visita à casa dele? Você só pode estar ficando maluco.

— não vai acontecer nada, Caleb.

— ah, não, eu tô com o Caleb outra vez. Ele pode te matar, Scott. Você vai estar beijando a filha do perigo. O que aconteceu com você, em? Costumava ter medo da própria sombra.

— me deixem em paz, tá legal? – é a última coisa que diz antes de acelerar seus passos, deixando os amigos para trás.

Os três se encaram, confusos. Scott nunca foi assim, nunca mesmo. Bom, as coisas parecem ter mudado bastante desde sua transformação.

[....]

Aula vaga, pelo ou menos para três de seu grupinho aventureiro. Charlotte, Diego e Helena estavam reunidos na biblioteca, adiantando suas partes em um trabalho de história, onde era a única aula em que todos participavam juntos. Marcus também estava com aula vaga, mas provavelmente ainda está perdido pela escola, tentando achar o caminho até a biblioteca.

— tudo bem, mas se a revolução foi Russa, por quê é que nós, californianos, precisamos saber sobre como aconteceu? – Diego protesta. É a sua quinta reclamação desde que adentraram aquela sala, e só estão ali há dez minutos. — não somos russos, cara.

Helena e Charlotte se olham, a loira segura a risada enquanto Helena rola os olhos.

— eu deveria mesmo ter ouvido minha mãe quando ela me pediu para fazer amigos inteligentes. Isso facilitaria bastante a minha vida.

O garoto tira o olhar do livro, encarando a cunhada com confusão.

— o que você quer dizer com "amigos inteligentes"? – ela dá de ombros, voltando à sua leitura. — Chaz, Lena me chamou de burro.

A loira nega, se perguntando como fez amizade com essas pessoas.

— continue anotando as partes importantes, Diego. Serão suas falas na apresentação.

— realmente não sei em que isso irá servir no meu futuro como cirurgião cardiotoraxico. – ele resmungou baixinho, voltando à leitura.

— realmente não sei como você irá se tornar cirurgião com esse cérebro de ervilha. – Helena alfineta. Diego lhe dá língua. — onde está o seu amigo, afinal? Ele já deveria estar aqui.

Diego e Marcus são como Stiles e Scott, impossível de separar. Quando não estavam juntos, provavelmente era porque Marcus ainda não sabia onde encontrá-lo.

— tentando achar o caminho da biblioteca, provavelmente.

— ele estuda aqui há doze anos, como é possível que ainda se perca pelos corredores? – Charlotte perguntou, intrigada.

— não prestando atenção aos números nas paredes. Ele não faz ideia de qual andar está. – Helena respondeu, irônica. — quando foi que achamos uma boa ideia trazer dois idiotas para nosso ciclo de amizades? Um deles nem consegue se locomover sem um mapa.

— devo lembrá-la que está falando do seu namoradinho?

Diego diz, irônico. Seus celulares vibram juntos sobre à mesa, uma mensagem no grupo de amigos composto por Diego, Charlotte, Sarah, Laila, Helena e Marcus. O nome "Marcus" estampado em seus visores.

— falando no palerma...


Diego, com seu espírito de criança inquieta, sorri enquanto levanta e abaixa as sobrancelhas repetidamente, fazendo um som debochado com a boca.

— hmmmm. Ruiva, é?

Charlotte dá risada enquanto seu celular vibra uma segunda vez, mostrando o nome do irmão estampado no visor, seguido por uma mensagem em códigos, a deixando confusa até que finalmente entenda. A sequência "scott, lobo, tentar aniquilar, Stiles" a fez pular da cadeira no mesmo instante.

— preciso ir, meus irmãos se meteram em encrencas outra vez.

Ela deixou os amigos para trás em passos rápidos, correndo pelos corredores da escola enquanto esbarrava acidentalmente em alguns alunos. Se perguntava sobre o que de fato havia acontecido, se alguém se machucou no processo de metamorfose de Scott ou se ele apenas colocou todo mundo para correr. Scott se transformando em campo era algo preocupante, principalmente depois de descobrir sobre Alisson ser filha de um caçador.

Caleb esperava a irmã na porta do vestiário masculino, indicando o local para que ela viesse logo. A garota corre pelo corredor, adentrando rapidamente o cômodo. Scott estava sentado, as mãos apoiada nos joelhos enquanto suava bastante.  Charlotte se abaixa, tocando seu rosto com preocupação.

— tudo bem com você? Algum problema?

O McCall balança a cabeça em movimentos afirmativos, ainda atordoado com tudo. Charlotte suspira em alívio, entregando sua garrafinha de água para o primo beber, se levantando enquanto escutava o melhor amigo reclamar.

— eu estou bem, obrigado. Se não se incomoda, eu quem fui a vítima aqui. – ele resmungou. A garota nega, olhando em volta. — esvaziei um extintor de incêndio na cara dele para voltar ao normal. Era isso ou eu virava petisco de lobisomem.

— tá bom, então me expliquem mais sobre esse papo de transformações aleatórias, eu realmente não estou muito à par dessa situação.

— Scott se transforma quando sente raiva. Antes de tentar me matar, ele detonou o Jackson no campo de lacrose. – move a mão no ar, preocupado. — eu falei 'pra ele sair do time, Lacrosse é puro ódio, mas ele se nega a fazer isso.

A mais velha suspira, ajeitando a mochila no ombro outra vez. Encarou o garoto nos olhos, se certificando de que o que Stiles dizia realmente era verdadeiro, e era.

— não posso desistir agora, o primeiro jogo já é sábado. Nosso treinador nunca iria permitir algo assim.

— a gente pode ver isso em casa, tá bom? Chega de escola por hoje, vamos embora.

[....]

O barulho alto de algo batendo contra a parede veio do corredor, fazendo Charlotte se levantar curiosa. Ela abre a porta do quarto, a luz acesa e nenhuma movimentação. Decide ir até o quarto do irmão, o checando. Caleb dormia tranquilo com a porta aberta e o celular sobre o peitoral, o braço para fora da cama. Sua irmã puxa a maçaneta, encostando a porta.

Ela continua, parando em frente ao quarto de Scott. O quarto estava escuro, mas ainda conseguia enchergar as silhuetas no canto da parede, e claramente a segunda pessoa não era o Stiles, já que estava segurando Scott contra a parede. A garota então, com todo o ar que havia em seus pulmões e o taco de basebol que encontrou na porta do quarto, gritou alto enquanto correu em direção ao estranho.

— SOLTE ELE, SEU LADRÃOZINHO MALDITO. – ela gritou, golpeando o invasor com uma tacada nos países baixos.

O estranho, entretanto, gemeu de dor, fugindo pela janela como um bom lobo, veloz. Caleb apareceu na porta, com outro pedaço de madeira e o cabelo bagunçado enquanto ascendia a lâmpada. A loira solta o taco, encarando o primo, assustada.

— tudo bem? Ele machucou você? – questionou ofegante, olhando em volta. — precisamos ligar para a polícia.

— não podemos, era o Derek Hale.

— que porra aconteceu aqui? Seu amigo lobisomem invadiu a nossa casa? – Caleb indaga, ainda muito confuso com os acontecimentos.

é, e a Lottie deu uma surra nele. Você precisava ver, Caleb, foi muito legal. – a voz de Stiles sai abafada pelo áudio do computador, atraindo a atenção dos amigos.

A garota franze o cenho, encarando a janela ainda aberta. Ela acertou mesmo o cara com quem flertou na noite passada?

— o que ele queria? Ameaçou você? – perguntou outra vez, trancando a janela. — querem me fazer o favor de trancarem as janelas, pelo amor de Deus? Eu falo isso todos os dias, porra.

— ele falou que não posso jogar no sábado, ou ele irá me matar.

Os olhos de Charlotte quase saltaram do rosto, completamente desacreditada da ousadia daquele lobisomem metido a alpha.

— não está planejando jogar, está? – o garoto tomba a cabeça, incerto. — SCOTT!

— eu não sei, tá legal? Jackson pode não jogar e estão contando comigo no time. É complicado, Charlotte.

— espere ai, está me dizendo que prefere arriscar a sua vida do que perder o primeiro jogo da temporada? Isso é sério? – o loiro indaga, as sobrancelhas arqueadas. — eu tenho quartorze anos e sei que isso é pura burrice, seu idiota.

vai precisar escolher, cara.

Os amigos encaram Scott, esperando que ele entenda qual é a decisão certa neste momento. Charlotte estava séria, o ódio e nervosismo fervendo em seu sangue. Era óbvio que Derek tomou uma péssima decisão ao ameaçar um familiar de Charlotte Delgado, ele apenas ainda não sabia disso. O invasor teria um troco à altura.

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