two - blue eyes and canned food
Capítulo dois, olhos azuis e comida enlatada.
Não dormi nada, realmente. Mesmo se quisesse não conseguiria. Já aquelas pessoas, a maioria dormiram. Apenas alguns permaneceram acordados. Ouvi eles conversando.
— o pessoal do terminus, que vieram aqui ontem, provavelmente era só oque sobrou deles. E Não devem ter sobrado muitos. — ouvi Rick dizer para Carol, Maggie, Glenn e Daryl? Eu acho que estes eram os nomes.
— "oque sobrou" ? Eu fui lá há alguns dias e me pareciam ter muitos. — eu disse.
— tivemos problemas com eles e a Carol tacou fogo lá. — Rick respondeu. Me surpreendi. A Carol que me ajudou com o ferimento havia tacado fogo em um lugar grande como aquele. Ele respondeu com um calma, como se fosse a coisa mais normal do mundo. Mas o que é "normal" nos dias de hoje?
— faz sentido a fumaça. — vi uma fumaça, longe. Não me atreví ir ver o que era.
— viu a fumaça daqui? Isso não é bom. Eles ainda podem estar por perto. Temos que sair daqui o mais rápido possível, não podemos enrolar. — Rick disse. Depois que os outros acordaram, se prepararam pra partir.
— você decidiu? Vai vir conosco? — Maggie perguntou gentilmente.
Aquilo era realmente uma péssima ideia. Mas eu tinha que ir. Ou eu morro por eles serem pessoas más e na verdade, estão querendo me matar, ou eu morro porque fui tolo de ficar aqui esperando os canibais voltaram. Entre às opções, ir com ele era a menos ruim.
— vou. Mas não sei se vou ficar com vocês. — disse.
— bom, então, faça suas malas. — Maggie disse sorrindo, por eu ter aceitado ir com eles.
— malas? Eu só tenho minha mochila. — eu disse Rindo. Minha mochila guerreira que está comigo desde o começo. Dentro tenho o básico. Uma jaqueta, que, era do meu pai. A favorita dele. Comida enlatada que eu tinha roubado há um tempo. Uma garrafa da água que estava quase vazia e Meu caderno de desenho e meu estojo.
Partimos logo em seguida que todos estavam prontos. Andamos o dia inteiro. Fizemos uma pausa pra comer quando já era quase de noite. Decidimos dormir por ali. E de manhã, continuaremos a jornada. Eu pretendia me separar deles pela manhã. Mas ainda estava pensando no que fazer, até porque não tenho mais pra onde ir.
— droga. — disse pra mim mesmo ao acordar percebendo que tinha dormido. Isso não era pra ter acontecido mas eu estava tão cansado. Não dormia a dias.
— bom dia, você dormiu. Achei que nunca iria fazer isso. — quem falou foi Maggie. Cruzes. Ela parece sempre estar preparada pra me dar um susto.
— foi um acidente. — disse.
— pelo menos você descansou. Temos um longo dia pela frente. — ela disse.
A maioria já estava acordada. Eu devo ter dormido demais. Esfreguei minhas mãos nos olhos, na tentativa de me despertar. Oque de certa forma, falhou. Foi tão bom dormir que tudo o que eu queria novamente era isso.
Já estávamos andando há horas. Estava ficando entediado. Nunca andei tanto sem ter nenhuma aventura. E quando avistei um zumbi, não pensei duas vezes antes de cuidar dele eu mesmo.
— deixa comigo. — disse animado. Corri até o zumbi e deixei com que ele tentasse me pegar. Mas desviava. Brinquei de fazer o zumbi de idiota por mais alguns segundos e finalmente matei ele, com uma única facada no cérebro.
Sorri de lado, não fazia isso há um tempo.
Não pude deixar de reparar a forma que Carl, o garoto dos olhos azuis me olhava. Encantado. O pobrezinho provavelmente nunca teve a oportunidade de fazer um zumbi de idiota. Era tão bobo mas tão engraçado. Ele devia tentar.
Eles disseram que na primeira estrada que encontrassem iriam seguir pro norte até achar um veículo. Seria aí que eu me separaria deles.
Não sei é uma boa ideia seguir com eles, Washington fica longe, muito longe. E se realmente tiver um laboratório? Iriam querer fazer testes, e se descobrissem sobre mim? Além de tudo, eles ainda eram estranhos.
Estávamos andando, a esse ponto eu já estava completamente entediado. Até que ouvimos pedidos de socorro. Não pude conter o sorriso.
— agora sim. — disse pra mim mesmo, isso era um "adeus" para o tédio.
— pai, vamos! — Carl disse a Rick, que hesitou antes de ir. Mas eu fui antes, eles demoram demais.
Segui os gritos, que, por sinal não paravam. Seja lá quem estava chamando, estava desesperado.
Quando cheguei, vi um homen em cima de uma pedra gigante, com zumbis tentando puxar ele.
Tinham cinco, eu dava conta.
Peguei minha faca e uma pedra qualquer que achei no chão, do tamanho da minha mão.
Cheguei por trás dos zumbis, bati a pedra com força na cabeça de um deles, fazendo com que ele caía e nesse tempo, cravando a faca na cabeça do outro. Isso chamou a atenção dos outros zumbis que no mesmo instante vieram na minha direção. O zumbi caído tentou se levantar, então terminei o trabalho esmagando sua cabeça com um dos meus pés.
Dois zumbis chegaram perto, chutei um deles fazendo ele cair enquanto matei o outro com minha faca. E o zumbi que estava mais distante também vinha na minha direção. Joguei minha faca na cabeça dele, minha mira era muito boa.
Agora só restava o que tava no chão, finalizei ele sem esforços.
Como vim na frente no grupo,e eu corria rápido, eles demoraram pra chegar, e quando finalmente chegaram, tudo o que viram foram os corpos de cinco zumbis no chão.
— você vai descer ou vai esperar eu te socorrer? — perguntei para o homen em cima da pedra, que ainda parecia aterrorizado. Ele não respondeu.
— você cuidou deles sozinho, garoto? — Michonne perguntou.
— já lidei com hordas piores. — disse.
— com o ombro do jeito que tá? — perguntou, Maggie, dessa vez.
— ele..já tá melhor. — tinha me esquecido.
Todos olhavam incrédulo pra mim. Mas logo voltaram o olhar para o homem, assim como eu.
— pode descer. — Rick disse.
Então ele desceu. Mas antes de dizer qualquer coisa ele vomitou. Fala sério.
— desculpa, obrigado. — ele respondeu, se recuperando. — sou o Gabriel. — disse. Ele usava um colarinho de padre.
— tem alguma arma? — Rick perguntou.
— pareço alguém que teria armas? — ele perguntou rindo.
— não estamos nem aí para o que você parece. — um ruivo, ainda não sabia seu nome, respondeu.
— pareço alguém que acabou de matar cinco zumbis de uma vez? — perguntei irônico olhando pra ele. Carl deu uma risada. Sorri em resposta.
— não tenho armas de nenhum tipo. A palavra de Deus é a proteção que preciso. — ele disse.
— não é oque pareceu. — Daryl, o cara cabeludão, respondeu. Ele era quase tão fedido quanto eu, mas no meu caso era por conta de quase sempre estar coberto de sangue de zumbi, que não era o caso dele.
— mas eu pedi ajuda, e ela veio. — ele disse sorrindo olhando pra todos nós.
— vocês têm comida? De onde eu venho acabou tudo. — ele disse. Carl ofereceu algumas nozes pra ele. Pra mim não ofereceu né.
— eu aceito algumas. — eu disse pegando algumas da mão dele. Mesmo que não seja pra mim.
Gabriel também pegou e agradeceu.
— é uma linda criança. — ele disse, mas ninguém realmente ligou pro que ele dizia.
Constrangido, então, continuou:
— vocês têm um acampamento? —
— não. Você tem? — Rick perguntou.
Ele fez que sim com a cabeça.
— eu tenho uma igreja. —
— levanta as mãos pra cima. — Rick ordenou, pra ter certeza de que ele não carregava nenhuma arma. E então fez as mesmas perguntas que fez pra mim.
— aí, qual é a das perguntas? — perguntei pra Carl, era a primeira vez que realmente falava com ele. Ele me olhou e eu pude ver seus olhos de perto, cara, eram realmente muito azuis.
— ele pergunta isso pra todos que acham confiáveis pra se juntar a nós. — confiáveis. Se eles acham que eu penso o mesmo deles, não podem ter tanta certeza.
Rick perguntou se ele já matou alguém e ele disse que não pois "deus é contra a violência." Será que ele se tocou em que tipo de mundo nós vivemos?
Ele nos levou até a tal de igreja que ele tinha.
Que não era tão longe dali.
— o mais longe que fui foi até um riacho. — ele disse dando uma pausa, finalmente. Não parou de falar nem por um segundo. — vai ver, eu tô mentindo. E na verdade não tem igreja nenhuma, e vocês estão dando sopa pro azar. — era uma piada, pra ele. Ninguém achou graça.
— as pessoas diziam que meu senso de humor deixa muito a desejar. — ele disse.
Ninguém disse mais nada até chegarmos la. Muito menos Gabriel, não ousou dizer um "a".
Chegando lá, vimos que tinha sim uma igreja. Pequena e suja. Gabriel fez menção de abrir a porta mas Rick disse que iríamos dar uma olhada primeiro pois não era bom "dar sopa pro azar. "
Peguei minha arma, como todos fizeram.
Entrando lá, não parecía ter nada demais, era literalmente só uma igreja. Não tinha sinais de sangue ou algo assim lá dentro. Estava limpa por dentro, porém suja por fora.
O padre nos deixou ficar lá.
Estava de noite e todos acharam algo pra comer. Rick estava alimentando a neném.
Tinha um enlatado, pensei em dividir com Carl, tentar puxar papo. Mesmo que eu não fique por muito mais tempo. quando seria a próxima vez em que eu veria alguém da minha idade, afinal?
— quer um pouco? — ofereci os feijões enlatados. Ele sorriu e pegou um pouco.
— começamos com uma faca na garganta e armas apontadas. Vamos recomeçar. Sou o Ethan, mas você já sabe. — disse.
— sou o Carl, mas você também já sabe. — ele disse e eu sorri.
— a neném é sua irmã? — perguntei.
— sim, o nome dela é Judith. — disse.
Ficamos conversando por um tempo até pegar no sono. Enquanto ele falava, tudo que eu prestava a atenção era nos olhos. olhos, olhos, olhos. Eu sei, mas eram tão mas TÃO azuis que chegavam a ser hipnotizantes.
Notas da autora;
Veio aí, os carlthan (ship criado carinhosamente por vcs💌) e o primeiro diálogo deles! Se prepara que vem mais! Espero q tenham gostado!
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