three - nightmares


Capítulo três, pesadelos.

Estava em uma sala escura, paredes e chão arranhados. Uma única porta. Estava com minha mãe, ela me abraçava. Ela parecía chorar. Olhei ao redor e pude ver que, na escuridão daquela sala, haviam pessoas, armadas, olhando pra gente. Foi assim por um tempo, até que a porta se abriu, entrando três pessoas, duas delas seguravam mais um homem, não pude ver seu rosto com clareza. Mas na medida em que eles se aproximavam, eu pude ver finalmente quem era. Era meu pai, estava com a cara inchada, lábios e outras partes do rosto sangrando. Ele tossia.

— pai? — perguntei, choroso.

Os homens o jogaram no chão, seu corpo fraco não conseguia se levantar. Minha mãe fez menção de se levantar e ir ajudar, mas logo apontaram uma arma pra nossa cabeça, deixando claro que se chegassemos perto, eles não hesitariam em atirar.

Logo um outro homem entrou. Com Passos lentos, ele foi até meu pai, que ainda estava caído no chão, e então, o chutou. Meu pai deu um grito de dor. Eu comecei a chorar.

— irei perguntar uma vez, e apenas uma vez. — o homem disse. — como você fez aquilo? — ele perguntou, não sabia do que estava falando.

Meu pai não respondeu. Então o homem tirou do bolso um canivete e o aproximou do pescoço do meu pai. Minha mãe implorava pra que parassem.

— bom, se realmente quer fazer isso da maneira difícil, que assim seja. Traga o menino. — o homem disse e no mesmo instante alguns dos homens vieram em minha direção.

— não! Por favor, eles não têm nada haver.. — meu pai respondeu.

— bom, então me mostre de novo. Aposto que podemos usar isso, você será muito útil aqui. — disse.

— eu já disse que não é assim que funciona.. eu não posso curar quem eu nã- — não deixaram ele terminar, deram um chute no seu nariz, que em segundos, se curou.

— eu acabei de ver que você pode. E vai. Se não, eu vou te dar duas escolhas. Você ou eles. A escolha é sua. — ele disse deixando o canivete de lado e pegando um facão.

— faça aquilo de novo e mostre do que é capaz, ou então, morra. — o homen disse posicionando o facão em sua barriga. — se você se curar, eles vivem em um abrigo, aqui. Se não se curar, você morre e eles vivem lá fora, sem você. Escolha. — disse por final, esfaqueando a barriga de meu pai. Não tinha como ele se curar, o corte fora fundo demais, chegando aos órgãos.

Ele lutava pra dizer alguma coisa, mas as palavras não saiam direito por conta do sangue que agora escorria também por sua boca.

— eu amo vocês. — ele disse.

Minha mãe gritava, eram gritos de tristeza e raiva. E eu não tive reação no momento. Apenas observei o sangue do pai, que, agora, já havia chegado até nós, sujando nossas roupas.

— ele fez a escolha dele, levem eles pra longe daqui. — o homem disse, assim seus homens colocaram sacos em nossas cabeças e tudo ficou escuro.

— Ethan, preciso que me escute com atenção. — era minha mãe. — Ethan.. — ela disse mas não continuou. Apenas repetia meu nome várias vezes.
Ethan..
Ethan..
Ethan..
Ethan..
ETHAN!

— mãe?! — acordei. Era mais um pesadelo relembrando daquele dia. Me assustei ao ver Maggie na minha frente. E todos os outros ao meu redor.

— você estava suando frio enquanto resmungava palavras e não parava de se mexer.. achamos melhor te acordar. — ela disse, com cara de preocupação.

Passei a mão no meu cabelo, ainda recuperando o fôlego depois de ter vivenciado novamente aquele pesadelo.

— desculpa, não tô me sentindo bem.. — disse me levantando.

Fui até uma das janelas que tinham naquela grande igreja. Aquele pesadelo me assombrava desde a morte da minha mãe, ela que sempre me acalmava pra que eu não tivesse eles de novo. Mas depois que ela morreu, eles se tornaram quase uma rotina. Não era todos os dias, mas aconteciam frequentemente.
Fiz o exercício que ela me ensinou.

Inspira, suspira. Fiz isso até me sentir mais calmo. E isso demorou muito tempo. Quando me senti bem o suficiente pra me levantar e ir até os outros. Eles se preparavam pra sair, não sei pra onde. Maggie viu que eu me levantei e veio até mim.

— como está se sentindo? Nos deixou preocupados.. — ela disse passando a mão na minha cabeça. Aquilo foi estranho.. ninguém nunca se importou tanto comigo. Além de claro, meus pais. Senti um conforto nisso.

— estou bem, obrigado. Onde estão indo? — perguntei.

— Gabriel disse que tem um lugar, não tão longe, com comidas. Mas que estava tomado por uma dúzia de zumbis. Vamos dar um jeito neles e voltar. — ela respondeu. — tyresse vai ficar aqui com Judith e Carl, você devia ficar também. — completou.

Depois da noite horrível, eu não estava muito afim de fazer esforço algum, então resolvi ficar.

Depois de algumas horas de eles terem saído, Carl e eu fomos do lado de fora da igreja, pra dar uma olhada. Não nos falamos muito, até tentei pensar em algum assunto bom mas nada vinha na cabeça.

— ei, olha isso! — ele disse me chamando pra ver algo na janela.

Eram marcas.

— marcas. Parecem de facas. — eu disse.

— exatamente. Alguém tentou entrar. —

Andamos ao redor da igreja pra ver se achamos mais alguma coisa. E achamos.

— que merda..—

Tinha uma coisa escrita na parede, foi escrito com uma faca.

— "você vai queimar por isso." — Carl leu.

— oque acha que isso significa? — perguntei.

— não sei, mas com certeza não é bom. — ele disse.

Ficamos sem assunto, temia que ele comentasse Algo sobre o que aconteceu comigo mais cedo. E infelizmente, ele perguntou.

— oque aconteceu? Sabe, mais cedo. Todos ficaram preocupados. — ele disse.

— ah, foi só um pesadelo. Acontece frequentemente. — respondi.

— você chamou a Maggie de "mãe". — oque? Eu fiz isso?

— que Merda... Tenho que me desculpar depois.— respondi cabisbaixo.

Mais tarde eles voltaram, e com muita comida.

— hoje é o dia de sorte de vocês. — eu disse, enquanto observava eles comerem. Eu não iria comer, estava sem fome.

— eu quero propôr um brinde! — Abraham, o ruivo, disse. Já tinha decorado os nomes de todos praticamente. — eu olho pra essa sala, e vejo sobreviventes. Cada um de vocês merece esse título. — continuou. — aos sobreviventes! — gritou.
Todos responderam com um "saúde!" Eu também respondi, mas de uma forma que só eu escutasse.

— é só isso que querem ser? — o ruivo perguntou. depois disse o quanto levar Eugene pra Washington era importante. Assim não teríamos que dormir com dois olhos abertos a noite e matar pra sobreviver. Não liguei muito pro discurso.

— que foi? — Rick olhou pra Judith, a neném, depois que ela fez o típico barulho que um neném normal faz. — acho que ela sabe o que vou dizer. Ela topa, e se ela topa, eu topo! — Rick disse. Nu fundo, bem no fundo, eu queria que esse Eugene morresse, eu sei, é uma coisa horrível de pensar.

Mas eu estava realmente começando a gostar deles, e nunca senti isso com mais nenhum outro grupo. E com esse lance de cura e de ir pra Washington, significa que eu teria que deixar eles. Não podia arriscar e ir com eles.

Mais tarde quando estávamos Prestes a dormir, Sasha veio até nós desesperada.

— o Bob sumiu. —

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