one - people


Capítulo um, pessoas.

Sabe aquele momento da sua vida em que você pensa: é isso ou eu morro ? Bem, eu já tive momentos como esse muitas vezes, e quando eu digo muitas, quer dizer MUITAS.

E nesse exato momento eu estava correndo pra salvar a minha pele, mais uma vez.

Uns caras, loucos, canibais estavam atrás de mim. Eu não tive culpa, entrei na residência deles porque precisava de comida. Não imaginei que a comida seria carne humana. Me assustei e acabei fazendo barulho, e foi só por isso que eles me viram. Eu era um ladrão muito bom. Já fiz isso várias vezes e nunca fui pego.

Minha mãe me ensinou a sobreviver. Meu pai foi torturado até a morte na nossa frente no começo do surto. Descobrimos ter um dom, uma espécie de poder que pode curar. Quando as pessoas descobriram isso, quiseram usar o poder a seu favor, mas meu pai se recusou. Então mataram ele. Mas ele conseguiu convencer de que só ele tinha esse poder, o que era uma mentira, eu também tinha. E minha mãe, eu a perdi por uma mordida. Uma maldita mordida. Era uma coisa na qual eu descobri não poder curar.

Eu estava coberto do sangue podre de zumbi, quase sempre estava. Era uma tática pra enganar os zumbis e pensarem que sou um deles.

Eu ainda corria e podia escutar eles a alguns metros atrás de mim.

Estava indo em direção ao lugar que eu ficava, lá tinha uma arma, na qual eu havia roubado a um tempo atrás, que eu poderia usar pra derrubar alguns deles sem que percebam que eu estava ali.

Quando cheguei pensei que meu plano daria certo, mas os infelizes me deram um tiro no ombro, erraram provavelmente, queriam atirar no meu pescoço. Dei um grunido de dor enquanto rastejava para um lugar que daria pra me esconder até eu terminar de me curar.

— pode sair garoto, sabemos que você está aqui. — um deles, provavelmente o líder, disse.

Ainda ofegante pela dor, Peguei minha faca e rasguei um pedaço da minha blusa e posicionei minha mão ao local onde levei o tiro. Mas nada aconteceu.

— merda. — disse pra mim mesmo. A bala não atravessou. Então o poder não estava funcionando, não com a bala ainda dentro.

Seria mais difícil atirar com o ombro ferrado.

Um dos homens estava chegando perto de mim, era agora ou nunca. Se eu não atirasse eu iria morrer.

Mirei na cabeça dele, mas antes que pude atirar, outra pessoa havia feito. Atiraram na maioria ali. Na mesma hora eu voltei a me esconder. E o líder do grupo de canibais, junto com outros que não foram atingidos, fugiram, percebendo que não tinham o número contra esse outro grupo que acabará de chegar.

Mas que merda, eu não posso ter paz nem por um segundo.

Tinham um bom número de pessoas, realmente. homens e mulheres.
Caras grandões e fortes. O do meio era o que mais se destacava, era provavelmente o líder. Tinha barbas e cabelos um tanto longo, não cortava a bastante tempo. Uma das mulheres segurava uma bebê, de cabelos loiros. Não tinha mais de um ano, provavelmente.
Tinha também um garoto, provavelmente da minha idade. Tinha olhos azuis profundos, cabelos longos até um pouco acima dos ombros e usava um chapéu de xerife, que mais parecia de cowboy.

— nós não queremos machucar nenhum de vocês. — o líder disse. Ele acha que tem pessoas aqui.

Escondi minha arma e peguei minha faca, a arma não adiantaria nada.

— podem sair, não iremos fazer mal algum. Podem se juntar a nós. — ele e os outros andavam pela minha residência. O garoto, de olhos azuis, estava chegando perto e parecía distraído. Era minha chance.

Esperei ele chegar mais perto de mim, pra que eu possa chegar por trás e colocar a faca na sua garganta. Então eu fiz.

O garoto se assustou e levantou a mão jogando a arma no chão. No mesmo instante todas as armas estavam apontadas pra mim.

— quem são vocês e o que estão fazendo aqui. — perguntei.

— Michonne, não. — ele disse olhando pra trás de mim. No mesmo instante eu me virei junto com o garoto, ainda com a faca na garganta, pra ver com quem ele estava falando.

Me assustei quando vi uma mulher alta, com cabelos dread, me olhando como quem seria capaz de me matar em um segundo segurando uma katana, pronta pra acabar comigo.

— está machucado, podemos cuidar disso. — o líder disse, se referindo a meu ombro, que ainda doía, pra caramba.

— só precisa responder algumas perguntas. Quantos zumbis já matou? — ele perguntou.

Olhei ao redor, pessoa por pessoa, antes de responder.

— muitos. —

— quantas pessoas já matou? — continuou.

— muitas. — respondi simples, como antes.

— porque as matou? —

"Porque descobriram sobre meu poder e quiserem usar como se fosse deles. "

— porque tentaram me matar. —não sou louco de responder aquilo. Apesar de parecerem pessoas boas, sem más intenções, eu não estava afim de me juntar a ninguém. Sobrevivi sozinho por todo esse tempo, não preciso de ninguém.

— olha só, não quero me juntar a ninguém. — Disse.

— enquanto aos outros? Que ainda estão escondidos? — perguntou o líder.

— não tem "outros". — respondi e ele olhou ao redor.

—  tudo bem, então. Podemos apenas cuidar do seu ferimento, vai infeccionar. — uma mulher, um pouco mais velha que os outros, de cabelos curtos e cinza, disse. Não aceitar seria burrice, eu não sei como iria remover uma bala.

— mas tem que soltar ele. — o líder disse se referindo ao garoto.

Hesitei antes de fazê-lo, o garoto voltou a pegar sua arma que estava caída e se virou pra mim. Fazendo com que eu possa ver seu rosto mais claramente. E então voltou pra perto do seu povo. Assim como a moça da katana.


Depois de aceitar a ajuda, alguns dos homens ficaram de guarda pra garantir que nenhum humano ou zumbi viessem. Provavelmente esperando os gritos, iriam retirar uma bala do meu corpo, não se esperava menos.

— Isso vai doer, muito. — a moça, que me contou se chamar Carol, disse antes de fazer pressão no local onde a bala acertou e retirar a bala. Isso demorou cerca de vinte minutos. Eu tentei conter os gritos de dor, mas era inevitável não gritar. Ela fez um curativo, mas não adiantaria de nada pois eu iria arranca-lo de qualquer maneira, pra curar. Não sou idiota de ficar sofrendo quando eu posso simplesmente me livrar da dor, agora que a bala já não estava ali.

— obrigada. — disse depois de colocar minha blusa de volta. Ela respondeu um "não tem de que" simples com um sorriso.

Os outros tinham feito uma fogueira. Ainda não confiava neles, não mesmo. Um deles tinha saído pra caçar mais cedo e voltou com um gambá. Pelo menos tínhamos comida. E eu não comia a dias.

— toma. Você precisa comer. — uma moça, de olhos verdes e cabelos castanhos, iguais aos meus disse me entregando um pedaço da carne de gambá que eles tinham tirado da Fogueira.

Sorri em resposta, eu não via a hora de comer. Estava faminto.

— eu sou Rick, esses são Daryl, Glenn, Maggie e Carl. Michonne você conheceu mais cedo. Os outros estão por aí, Qual o seu nome? — o líder, Rick, apresentou o cara que havia saído pra caçar, um cara asiático, parecia coreano, a moça que me ofereceu a comida. Ambos jovens, pareciam próximos, estavam de mãos dadas. E o garoto.

— Ethan. — respondi comendo.

— Ethan. Certo. Você está sozinho, a quanto tempo?— ele perguntou.

— muito tempo. _

— você é jovem, é perigoso estar sozinho. Não seria um problema se quiser se juntar a nós. —

— mas pra mim seria. Vocês têm até dois dias pra saírem, esse lugar ainda é meu lar. — disse terminando de comer.

Nada mais foi dito. Me levantei e fui até um lugar que ninguém possa me ver.

Tirei o curativo feito por Carol e coloquei minha mão em cima, ainda doía muito. E logo uma leve dor de cabeça surgiu, mostrando que o poder estava funcionando, isso quer dizer que meus olhos estavam brilhando, então era importante que ninguém me veja. a dor de cabeça parou, alertando que estava feito. Decidi ficar com o curativo por cima, pra não acharem estranho eu já ter retirado.

Provavelmente não iria dormir, não com toda essa gente na minha casa, eram estranhos e eu não podia confiar.

Voltei pra onde estavam os outros, ao redor da fogueira.

— amanhã iremos partir. o eugene, — ela apontou para um homem com cara de bobo que tinha cabelos longos pra trás — é cientista e acredita saber como criar a cura. Tem certeza de que não quer ir conosco? — Maggie, a moça me perguntou. Cura. Eu nunca realmente achei que isso era possível. Mas apesar de gostar do lugar, que eu conquistei, e de não confiar neles, uma hora ou outra os canibais iriam voltar. E eu sou só um, e com toda certeza não tenho chances contra eles.

— eu posso...posso pensar nisso. — não queria, mas respondi um quase "talvez". Ela sorriu em resposta.

Notas da autora;

Oii gente ! Finalmente veio aí, o primeiro capítulo de maktub! Eu tava tão ansiosa, vcs não sabem o quanto. Espero que gostem da fic!!! Ainda não tivemos interação entre os futuros bfs, mas logo teremos! A função de criar o nome do ship fica com vcs, me mandem!!

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