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14 𝖽𝖾 𝖽𝖾𝗓𝖾𝗆𝖻𝗋𝗈 𝖽𝖾 2010

O clima entre o grupo não andava muito agradável, principalmente entre Glenn e Hannah. Os dois andavam distantes de todos e até  deles mesmos. Glenn não dirige a palavra para Hannah há pelo ou menos cinco dias. Carl não comia e nem dormia, só chorava. Todo o grupo sentia a dor dos três e respeitavam isso. Evitavam se aproximar ou até mesmo conversar com eles por medo de dizer algo de errado.

Mas Daryl se fez presente para Hannah todos os dez dias que estão fora das cercas da fazenda. Sempre levando comida e água, ficando até que ela pegue no sono e a abraçando quando acorda assustada.

Hannitah – ele chamou, a voz mais doce que conseguiu fazer. A mulher levanta a cabeça, o encarando com os olhos inchados e o rosto vermelho. — achei uma farmácia aqui perto, peguei remédio para a sua dor de cabeça. Eu trouxe muitos, mas é sempre bom economizar.

Ele ergueu as duas mãos, uma com a garrafa de água transparente e a outra com a cartela de medicamentos que acabou de tirar do bolso da jeans que usava. Hannah as pegou, sorrindo pequeno para o homem, que já estava acostumado com as poucas palavras da ex. Daryl bufa, se sentando ao lado da mulher.

— não comeu o seu almoço. – ele murmura, vendo que o prato de carne que trouxe para Hannah mais cedo ainda continua intacto. — Hannah, você precisa comer ou não vai aguentar continuar a trajetória.

— nem sabemos para onde estamos indo, Daryl. – ela o respondeu, rosqueando a tampa da garrafa ao engolir os medicamentos. Suas palavras saíram totalmente ríspidas. — até quando vamos andar sem rumo algum pelas rodovias da cidade?

O mais velho suspira. Outra falha tentativa de ter uma conversa normal com a Grimes mais nova. Ele se levanta, a deixando sozinha outra vez. Hannah não vem sendo a pessoa mais amorosa do universo nesses últimos dias. Fez bom uso de ser filha da mãe que teve e resolveu imitar seus passos.

A família está preocupada, os amigos estão preocupados. Giulia ter sido deixada para trás afetou a dupla Glenn e Hannah. Assim como seus psicológicos. Daryl caminha em direção o lugar onde Lara e Rick estão acomodados, perto da fogueira que estavam prestes a ascender. Rick se levanta, esperando que o Dixon traga boas notícias sobre a irmã caçula.

Ele nega em um aceno , acabando com qualquer expectativa dos irmãos da mulher.

— ela nem tocou na comida desta vez. – contou, totalmente desapontado. — deveriam tentar outra vez hoje, talvez ela fale.

Nos últimos dez dias, Hannah só dirigiu sua palavra aos dois sobrinhos e à Daryl, que toma conta do pequeno Bart enquanto ela sofre tudo o que precisa sofrer. Está reclusa em sua própria bolha, impedindo o mundo de obter qualquer contato com ela. Lara suspira, mordendo o interior de sua bochecha.

— eu não sei lidar com a reclusão em uma pessoa adulta. Da última vez ela era uma criança, nós éramos. – a loira diz quando o irmão olha para ela. — Hannah tem o tempo dela, eu já falei isso. Ela não vai falar com a gente e nem comer só porque é o que queremos.

— ela está passando por um momento difícil, é normal ficar desse jeito. – Carol diz ao ouvir a conversa, atraindo a atenção dos três. — desculpem por me envolver em um assunto familiar, mas a Hannah amava aquela garota mais do que a própria vida. Era como se fossem mãe e filha, ela criou a menina. E desse assunto eu entendo muito bem, então acreditem quando eu digo que nesse momento tudo o que ela precisa é que respeitem o tempo dela. Peçam para que a pessoa mais próxima a ela vá levar a comida. Giulia costumava almoçar com ela naquele carro.

Ao dizer todas as verdades que precisavam escutar, a Peletier foi embora. Os três se encaram, questionando quem era a pessoa mais proxima de Hannah. A família Grimes sempre teve dificuldade em lidar com a irmã mais nova. Desde que o filho pródigo faleceu e Camile, a mãe, a tratou feito lixo, ela se fechou.

Quando crianças, a mais próxima a ela era Laura, já que eram as únicas garotas e só brincavam entre si, mas muita coisa mudou desde que tinham cinco e dez anos. Estava claro que durante a adolescência, o irmão favorito era Rick, já que moravam juntos e foi ele quem a criou durante este período e até a maioridade. Mas se formos falar sobre pessoa mais próxima, não podemos descartar Lori, que a livrou de muitas encrencas e sempre lhe deu todo suporte necessário, como uma mãe de verdade. Porém também temos Daryl, o ex namorado. Todos sabem que Hannah amou e ainda ama este homem com todas as suas forças, que se algo lhe acontecer, ela será a primeira a defendê-lo.

Com tudo, ainda temos Glenn Rhee. O melhor amigo. Foi ele quem esteve com Hannah em todos estes três anos em Atlanta, logo ele a conhece melhor do que todos os anteriores citados. Mesmo estando em momentos difíceis, ainda sabemos que Glenn e Hannah são tudo um para o outro.

— peça ao Carl. Hannah jamais negaria um pedido dele, ela é obcecada em mimar o sobrinho. – Lara respondeu, buscando aprovação dos outros presentes. Rick a olha receoso. — sabe que é a nossa única opção, Ric. Isso ou a tia dele morrendo de desnutrição.

— ela tem razão, Rick. Hannah vai ceder se Carl for conversar com ela, você sabe que vai.

— eu sei que sim, mas o Carl também não está nada bem e eu não quero ter que envolvê-lo nisso.

— diga a ele a verdade. – a irmã sugere, dando de ombros. — se disser a ele que a tia favorita dele não está se alimentando corretamente, ele mesmo vai querer conferir a informação. Vai, Rick, só ele consegue fazer isso.

Da última vez que Hannah se recusou a comer suas refeições foi quando o patriarca Grimes faleceu. Era uma adolescente no último ano do ensino médio, foi um momento péssimo. Mas Carl, com seus quatro anos, conseguiu trazê-la de volta. O Grimes suspira, sem opções.

— tudo bem, eu falo com ele mais tarde.

[....]

C

arl não precisou de muita informação para topar o plano do pai e da tia. Se Hannah precisava dele, ele estava disposto a ajudá-la. Carl faria qualquer coisa pela tia e todos sabiam disso. É óbvio que ele também sente falta da amiguinha e sofre com isso, mas está pronto para colocar sua pose de pré-adolescente durão e ir visitar a tia.

Saiu da beirada da fogueira com dois pratos, na companhia de sua mãe, que carregava duas garrafinhas repletas de água e um frasco de remédios para insônia. Hannah estava em seu carro, pronta para tentar adormecer, quando as batidas discretas soaram pelo automóvel.

— tia, sou eu. – a voz doce, que agora estava começando a mudar, soou baixa. — abre, eu trouxe carne de esquilo e salada de tomate.

A mulher suspira, colocando sua feição alegre para o sobrinho antes de finalmente abrir a porta do carro. Ela sorri para Carl assim que o vê, Lori logo percebe as olheiras fundas na cunhada. O garoto também sorri, empurrando o prato para ela.

— boa noite, tia Bel. – ele diz, como uma criança amorosa e cheia de amor. — não te vi na roda, então presumi que estava com preguiça e trouxe para a senhora.

Hannah levanta o olhar para Lori, esperando que ela dissesse algo, já que ainda se mantia parada no mesmo lugar.

— não abuse dos efeitos causados por ele. – ela manda ao entregar o frasco quase cheio nas mãos da mulher. — Carl me pediu para dormir com você, se estiver tudo bem....

— ah, claro. – ela foi rápida em sua resposta, se limitando à isso. Abaixou o olhar para o sobrinho e a comida em seu colo. — não precisava trazer o jantar, meu bem. A titia estava bem.

— não pode ir dormir sem jantar, tia. Isso não é agradável para a saúde. – ele argumenta como se fosse um adulto, causando uma risada baixa na mulher. — eu posso te contar uma história para dormir depois, o que acha?

— adorável. – ela respondeu, entrando na onda do menino.

Lori sorriu ao notar que Carl foi único a conseguir arrancar um sorriso da tia em dias. Ela dá as costas ao perceber que eles estariam bem esta noite.

Enquanto isso, Carl fez com que a noite de Hannah fosse um pouco mais animada. Pela primeira vez em dez dias, Hannah não chorou antes de dormir e nem dormiu de barriga vazia. Contaram histórias até ambos pegarem no sono, abraçados enquanto admiravam o céu estrelado que aquela noite fazia.

Carl é e sempre será o combustível de Hannah e isto é algo que acontecimento algum poderia mudar. Eles se amam incondicionalmente e parecem dividir as mesmas dores sempre. Serão para sempre Carl e Hannah, a dupla Grimes que aterroriza a família e ao mesmo tempo os faz imensamente felizes. Algo que nunca será mudado.




































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001: ai gente, já estou morrendo de saudades da minha pitica Giulia.

002: o Daryl sendo fofo com a Hannah é tudo p mim, sério.

003: tava reparando que posto um capítulo por mês e quando posto dois évlucro. Juro que vou tentar mudar isso, já que em dezembro a fanfic faz um ano e ainda nem acabamos o primeiro ato ainda. Completamente ansiosa para os acontecimentos da terceira temporada, me aguardem!




Beijos da malu!💋

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