25 𝖽𝖾 𝗇𝗈𝗏𝖾𝗆𝖻𝗋𝗈 𝖽𝖾 2010

O sol brilhava forte ao lado de fora, sem nuvens negras no céu e o gostoso clima de uma manhã no campo. Hannah se levantou após os raios solares atingirem seu rosto, interferindo em seu sono. Fez sua higiene matinal e só depois resolveu ir até o acampamento do grupo.

Dale estava sentado na escadaria de seu trailer, tomando uma xícara de café preto.

— bom dia, Hannah! – desejou o homem.

A garota virou em sua direção, lhe dando um sorriso minimalista.

— bom dia, Dale! – ela fala, continuando seu percurso

— venha aqui, vamos tomar um cafezinho – disse, sendo o mais doce possível.

— preciso subir a colina agora, Dale. Mas prometo que quando eu descer, tomamos café juntos.

Dale logo a compreendeu, concordando com a garota. Hannah subia a íngreme e longa subida que Daryl escolheu para se esconder, respirando ofegante a cada passo que dava.

Daryl, que já estava de pé há muito tempo, observava a loira subir a ladeira, enquanto reprimia um sorriso. Se questionava sobre o que a garota fazia ali tão cedo, mas não reclamava por ela ter aparecido.

— bom dia, senhorita Grimes – ele debochou, assim que ela chegou perto o suficiente

Hannah, super ofegante e com o coração acelerado, apoiou as mãos em seus joelhos, respirando fundo inúmeras vezes.

— por que você tem que se esconder tão longe?

— eu tento ficar o mais longe possível da tentação, mas ela costuma vir atrás de mim – murmurou, focando sua atenção na produção de suas flechas — o que faz de pé tão cedo?

Ela deu uma lufada de ar, voltando a sua postura ereta.

— a tentação me atraiu – deu de ombros, arrancando um sorriso ladino do Dixon — eu não sei, só queria ver como você estava.

— você tem péssimas desculpas para me ver, sabia? – ele diz, largando suas flechas e indo até ela.

Hannah sorriu ao notar a aproximação repentina entre os dois. Quando se deu conta, o espaço que os separava era bem pequeno, e seus corpos estavam a um passo de estarem colados um no outro.

— fica difícil me manter limpa se você estiver tão perto, Dixon. – ela fala, a voz quase falhando.

Daryl aproximou seus lábios do ouvido da loira, roçando sua barba no rosto da mulher.

— não quero que fique limpa, não de mim – ele sussurrou, o hálito quente arrepiando cada maltido cabelinho do corpo de Hannah, o fazendo sorrir — você também não quer.

Era difícil se manter posturada com o rosto dele tão próximo. Era como se um enorme ímã atraísse suas bocas uma para a outra, e não demorou muito para elas se chocarem uma a outra.

Daryl agarrou a cintura da ex, a apertando durante o beijo nada calmo que ele mesmo iniciou, fazendo Hannah arfar. Beijar Hannah era como um anestésico, como se aquele momento o fizesse esquecer da droga de mundo que eles vivem atualmente e todos os problemas que os cercam. Não só o beijo, Hannah em si era um anestésico para ele, ela era a parte boa.

(...)

Deitada no peitoral nu do homem que ama, mas que não admite, Hannah fazia círculos invisíveis entre os cabelinhos grossos da região enquanto recebia carinho em seus fios loiros.

— rola algo entre você e o Shane? – a pergunta repentina à pegou desprevenida

— por que acha isso? – questionou, continuando a rabiscar o peitoral do homem.

Ele deu de ombros, murmurando barulhos não compreensíveis.

— eu vi vocês juntos ontem no fim da tarde, e a noite. Não sei, fiquei curioso.

Hannah não evitou o sorriso e inclinou a cabeça, para que pudesse enxergar o rosto de Daryl.

— 'tá com ciúmes? – questionou, esboçando um sorriso

— o quê? Claro que não. Eu só fiquei curioso.

Ela cerrou os olhos, sabendo que aquilo era a mais pura mentira.

— Shane e eu não temos nada – ela diz, voltando a deitar a cabeça em seu peitoral — eu tô meio ocupada tentando não cair no papinho de uma paixão passada, sabe? É bem mais difícil do que eu imaginei.

— paixões do passado realmente são difíceis – ele murmurou, entrando na onda da mulher — também luto contra uma. A parte mais difícil é que ela parece ficar mais linda a cada dia que se passa, isso não ajuda em muito.

Hannah sorriu involuntariamente, sentindo seus estômago formigar. Daryl passou os dois braços pela cintura dela, a puxando para ainda mais perto, podendo visualizar melhor seu rosto. Estavam cara a cara e ele via perfeitamente o belo sorriso nos lábios da garota.

— nem o apocalipse acabou com a beleza extraordinária dessa mulher, como eu poderia superar?

Pela primeira vez em muito tempo, alguém conseguiu deixar Hannah Isabel Grimes sem palavras. Isso é quase um feito histórico. Então ela o beijou, na tentativa de transmitir tudo o que gostaria de dizer a ele com aquele beijo extremamente apaixonado, sendo um sucesso.

— vou levar isso como uma declaração – ela sussurrou, selando seus lábios uma outra vez.

Vindo de Daryl Dixon, um cara que não costuma falar mais do que o necessário com ninguém, isso é uma baita de uma declaração e Hannah sabe disso. Uma das mais lindas que ele já fez.

— agora... – se levantou, vestindo sua camiseta azul de botões — eu preciso ir, tenho três sobrinhos.

— vai voltar à noite? – questionou, também se vestindo.

— não queria lutar contra a paixão do passado, Dixon? – perguntou em um tom irônico, esboçando um sorriso de canto

Daryl deu de ombros, pouco se importando.

— se não pode contra o inimigo, junte-se à ele.

Hannah deu uma risada baixa e curta, selando seus lábios uma última vez por aquela manhã.

— eu volto à noite.

Ela deu as costas para Daryl, descendo a colina ainda mais feliz do que quando a subiu. O grupo parecia já estar todo de pé, ela conseguia ver as duas sobrinhas perambulando pelo acampamento e Glenn atrás delas. Então ela viu Lori, sentada em uma das cadeiras de praia de Dale, perto da barraca que dividia com o marido.

Estava preocupada com a situação da cunhada, ainda mais preocupada com a reação do irmão a tudo isso. Rick é esperto, já deve ter percebido algo errado, mas Hannah se preocupa com a decepção que ele irá sentir ao saber da verdade, principalmente quando ele souber que suas duas irmãs também já sabiam sobre isso e nunca contaram.

Rick preza pela verdade, por mais dolorosa que ela seja. Saber que sua esposa e as irmãs estavam escondendo algo tão grave quanto uma traição o deixaria decepcionado ao extremo.

Ela caminhou até a cunhada, se sentando ao seu lado e beijando sua bochecha.

— bom dia, Lô – desejou, Lori lhe deu um sorriso — como se sente hoje?

— bom dia, Bel. Foi só um mal estar, eu estou bem melhor.

Mesmo sabendo que aquilo era mentira, Hannah resolveu não se meter em outro assunto de Lori. Se ela não a contasse a verdade, não estaria escondendo algo ainda mais grave do irmão mais velho.

— e o Carl? – indagou logo em seguida

— Gigi acabou de entrar para desejar bom dia, Rick à levou.
Onde estava? Lara andou te procurando.

Lori a encarou e ela deixou escapar um sorriso cínico. Nem precisou responder, pois já estava bem nítido em seu rosto onde estava.

— isso explica os botões mal abotoados – falou, olhando para o outro lado. Hannah rapidamente tratou de reabotoar sua camisa.

— por quê demorou tanto para me avisar, sua bruxa? – reclamou — será que alguém percebeu?

— claro que não, Bel. – respondeu segurando o riso — você já tomou café, pelo ou menos?

— estava meio ocupada para isso.

— Glenn deixou algo no seu carro, disse que precisaria depois de gastar tantas calorias.

Hannah soltou uma risada nasal, balançando a cabeça em movimentos negativos.

— acho que tô amando ele de novo, Lori. – suspirou

— quem, o Glenn? – questionou confusa

— não! O Daryl. – respondeu de imediato — eu amo o Glenn como um irmão, isso seria bem nojento.

Lori deu risada, compreendendo.

— pensei que isso já fosse claro para você, está bem claro para nós.

— nós quem? – virou o rosto para ela

— todo mundo, Bel. Não há uma pessoa aqui que não saiba que você fisgou o coração do cara mais fechado do grupo. Até a Giulia sabe disso.

Hannah suspirou, deitando sua cabeça no ombro da cunhada, recebendo um afago em seu cabelo.

— eu não sei o que fazer. As vezes parece que ele quer algo sério, outras vezes ele ele deixa parecer que só quer diversão. Isso é bem confuso.

— pergunte a ele, oras. – deitou a cabeça sobre a da cunhada — conversem sobre o que querem, ou espere que tudo se encaixe. Terão todo o tempo do mundo zumbificado para isso.

Hannah gosta de conversar com Lori sobre coisas como esta. Gosta de seu jeito materno de a aconselhar, e também gosta de seus carinhos enquanto aconselha. Hannah ama Lori como um filho ama a mãe e sempre foi assim.

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Demorou, mas finalmente saiu.

Tô bem ansiosa para o surto que a Hannah vai ter quando o Daryl for baleado pela Andrea.

E sim, eu irei explorar mais o relacionamento deles dois a partir de agora.

Um 😘.