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24 𝖽𝖾 𝗇𝗈𝗏𝖾𝗆𝖻𝗋𝗈 𝖽𝖾 2010
Hannah rola pelo colchão inflável, parando quando seu corpo tromba com o do ex namorado, Daryl. Ele a puxa para mais perto, a deitando sobre seu peitoral e abraçando seu corpo. Hannah dormiu com o ex outra vez.
— bom dia, Hannah banana! – ele murmurou, Hannah resmungou, mas sorriu.
— bom dia, Darlynda! – ela retruca. — eu não quero me levantar, não agora.
Hannah precisava ajudar a irmã e a cunhada com as crianças hoje, ela também ficou de ajudar o melhor amigo com a organização da barraca e seus pertences, mas estava se negando a se separar do corpo quentinho do homem ao seu lado.
— precisamos ir. Estou na equipe de busca pela Sophia, vamos rondar pela floresta.
Hannah se levanta em um pulo. Por um momento ela havia se esquecido deste pesadelo. Ter Sophia ainda desaparecida é uma preocupação enorme, saber que estão procurando por ela a conforta. Talvez a encontrem hoje.
Ela veste a camiseta, a de Daryl. Ele a observa vestir sua camiseta azul de botões, iria até reclamar sobre isso, mas desistiu ao ver o quanto ela ficou linda com aquela cor.
A mulher se inclina, beijando sua boca suavemente, finalizando com um selinho curto. Eles prolongariam aquilo e tudo acabaria em uma boa foda, como na noite passada. Mas precisavam cumprir com suas obrigações.
Daryl se veste enquanto a Grimes dobra as várias camisetas que estão jogadas pelo chão da barraca. Daryl é péssimo com organização, este forte é de Merle.
— não precisa fazer isso – ele diz, retirando a camiseta das mãos da loira
— mas eu quero – Hannah responde, abaixando a mão do homem — poderia me deixar ajudar você com essa bagunça.
Daryl a ignorou, é o que faz quando não quer ser mal educado com as pessoas. Ele a beijou, na intenção de a calar e fugir do assunto.
(...)
Hannah saia de dentro de seu carro com uma garrafinha de água nas mãos, virando o líquido transparente na boca. Glenn, assim que bateu os olhos da melhor amiga e a viu vestida com uma das camisetas do Dixon, a olhou com malicia.
— calado, coreano. – ela diz ao passar por ele
— eu não disse nada – levantou as mãos em rendição — mas, bela camiseta. – apontou
Hannah deu risada, subindo as escadas da casa Greene.
— por que não arruma algo para fazer? Organizar a grande bagunça na sua barraca, por exemplo.
— estava organizando a do Daryl? – ele debochou, recebendo um litro vazio no meio da testa — me diz 'pra que a agressividade, Hannah?
— para você aprender a me respeitar, chinês de araque. – ela rebate, lhe dando uma piscadela — a propósito, vi a Maggie perguntando por você.
O garoto ficou sem reação e Hannah sumiu de sua vista, adentrando a casa. Encontrou o irmão parado na porta do quarto em que o filho está, ela beijou sua bochecha suavemente e ele sorriu para ela.
— bom dia, Ricardinho – passou a mão em seu ombro, se escorando na porta, como ele — e o mini Grimes?
Carl dormia tranquilamente na cama, sem companhia ao seu lado, a não ser por Giulia, que insistiu em ficar ali com o amigo para ter a certeza de que ele não iria morrer enquanto dormia.
— melhorando, graças a Deus – suspirou — foi um susto e tanto.
Hannah fez o mesmo, soltando o ar preso em seu peito. Se sentia tão aliviada agora que a tensão passou e o sobrinho estava seguro. A garota quase surtou, mas agora está bem.
— nem me fale – cruzou os braços, admirando os dois sobrinhos ali — deixou a Gigi entrar? Pensei que ela não pudesse.
— ela não me deu outra escolha, me aplicou o golpe dos olhinhos brilhando – fez uma imitação barata da criança, fazendo a irmã mais nova rir baixinho — deveria parar de ensinar seus métodos para as crianças.
— devo mesmo, estou tendo que lhe dar comigo mesma várias vezes durante o dia.
— pois é. Estou velho demais para aguentar outra Hannah na adolescência, os meus cabelos cairiam todos de uma só vez agora.
— eu provaria do próprio veneno – ela deu de ombros — tem razão, eu devo parar com isso.
Hannah dizia que não tinha filhos porque tinha medo da criança ser tão arteira quando ela foi na infância, mas se esqueceu que tinha um sobrinho e que a irmã de seu melhor amigo a adotou como tia. Agora, Hannah não tem filhos para se preocupar, mas tem dois sobrinhos que preferem a ela do que os próprios pais ou irmãos, e eles seguem todos os seus passos.
— Gigi, meu bem – ela chamou baixinho, para não acordar o sobrinho — amor, vamos tomar café.
— não quero, tia Hannah. Estou sem fome.
— eu também já tentei, ela não sai por nada.
Hannah suspirou, adentrando o quarto com calma, se sentando na beirada da cama onde o sobrinho dormia. Giulia estava claramente assustada, tinha medo de perder o amigo, era possível ver em seus olhos castanhos.
— amor – tocou a mão gelada da criança, atraindo seu olhar sob ela — querida, o Carl ainda estará aqui quando voltar. Não vai acontecer nada se você se ausentar por quinze minutos para tomar seu café da manhã. Mas vai acontecer se não tomar o café.
— o que acontece se eu não tomar?
— além de ficar fraquinha? — fez uma careta pensativa — ah, o seu irmão chatinho vai aparecer aqui e ficar uma fera. Sabe como ele fica quando você não se alimenta. Para virar um dragão de verdade só falta cuspir fogo. – a garota deu risada. — então, para evitar um Glenn rabugento...
— e melhor eu tomar o café.
— isso ai, gatinha – tocou o nariz da sobrinha com a ponta do dedo indicador.
A garota se levantou, indo em direção a saída do quarto. Hannah, antes de sair com Giulia, deixou um beijo na bochecha de Carl, finalmente seguindo a garotinha asiática.
— como consegue fazer isso? – Rick a questionou, totalmente admirado com a habilidade que a irmã tem com crianças — como faz eles te obedecerem com tanta facilidade?
— sou a tia Hannah – deu tapinhas no peitoral do irmão.
(...)
Sentada na cadeira de praia de Dale, Hannah ajudava a sobrinha mais nova, Camilla, a pintar seus desenhos. Os desenhos do caderninho de Camilla estavam acabando, então Hannah teve a brilhante ideia de fazer mais desenhos para que a garotinha pudesse pintar.
Estava tão imersa nos desenhos que nem sequer percebeu quando Shane se sentou ao seu lado. O homem admirava os desenhos perfeitamente bem traçados da Grimes mais nova.
— pelo visto não perdeu o talento no lápis.
Hannah deu um pulinho de susto, fazendo o homem dar uma risada baixa. Ela levou a mão ao peito, dando um suspiro.
— que susto, narigudo. Você não deveria estar fazendo algo útil?
— você também deveria, mas ao invés disso está relembrando... a adolescência?
Hannah reconhecia aquele tom. Depois de um bom tempo sem mal trocarem palavras, Shane estava ali, sendo ele mesmo. Sentiu falta disso.
— Camilla estava ficando sem desenhos para pintar. Ela é tão boa no que faz e fica tão quietinha quando está pintando que eu decidi desenhar mais para que ela possa fazer sua arte.
— então... o seu coração ainda era mesmo do caçador, não é? – deu uma risada nasal, Hannah sorriu de canto — você tem um sério problema em superar ex's namorados.
— igual você tem com as luzes – fez uma caretinha para ele, que gargalhou genuinamente — o que eu posso fazer se o passado me persegue, não é?
— literalmente – murmurou — o que é isso que você tá desenhando? Um rato?
— é um gatinho, seu panaca.
Shane deu outra risada.
— pensei que ainda estivesse chateado por eu ter mirado na sua cabeça.
— ah, não, eu já superei isso – abanou o ar — foi doloroso, mas eu me recupero rápido de decepções.
— que bom, eu não iria me desculpar.
— eu sei, você nunca pediu por desculpas.
Hannah sorriu para ele. Depois de muito tempo, muito tempo mesmo, ela teve uma conversa normal com o cara que considerava seu irmão, e ela se sentiu bem.
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